Fiquei no banco balançando a perna freneticamente, parecia que Janne estava lá dentro a hora quando ela finalmente saiu corri em sua direção
- que demora - comentei
- foram só 20 minutos - disse ela
- Foi uma eternidade - disse - e então como eu vou entrar ?- perguntei
- você vai vestir isso - disse ela me passando uma roupa de médico - Eu peguei de um médico daqui ele vai chegar daqui mais ou menos 40 minutos, então você vai se vestir rápido e eu te encontro lá dentro em 5 minutos vou ver se descubro qual é o quarto dela, nada de escândalos se não perco meu emprego, agora corre -disse ela andando rápido para dentro do hospital
- Ei Janne - chamei, ela se virou - Obrigado - sorri e ela retribuiu.
Me vesti rápido atrás de uma moita e fui rápido para dentro do hospital, quando entrei encontrei Janne logo na porta.
- Você deu sorte Sophia é uma das minhas pacientes na escala de hoje - disse ela
- Bom dia doutor Marcus - disse uma enfermeira, acenei com a cabeça, andamos pelos corredores, quando chegamos ela entrou ao meu lado, o brutamontes estava do lado de Sophia que estava dormindo.
- bom dia doutor - disse o tal de Ruly, acenei com a cabeça, olhei para Janne
- O senhor poderia nos dar uns minutos com a paciente, precisamos fazer alguns testes -disse Janne tranquilamente
- Porque a algo de errado com ela - disse o homem
- Não, só vamos fazer a checagem do dia, sabe verificar sinais vitais essa coisas -disse Janne
- Tudo bem vou tomar um café - disse o homem.
Quando ele finalmente saiu tirei a máscara.
- Ela está muito pálida não é ?- disse me sentando na maca
- O que ela tem ?- disse acariciando os seus cabelos
- Vou olhar no prontuário dela - disse Janne pegando o prontuário que estava penturado na grade da cama, fiquei olhando para ela.
- Talvez seja a falta de açúcar no sangue ... isso já aconteceu uma vez com ela - disse
- Ela teve hipoglicemia a pouco tempo ?- perguntou ela folheando o prontuário
- É a alguns meses - disse bufando, fiquei olhando para ela quando vi Janne revirar os papéis com mais afinco.
- O que foi ? Descobriu o que ela tem ?- perguntei me levantando e indo até Janne, que parecia chocada - O que foi Janne é grave? o que ela tem ? - disse já ficando impaciente
- O que aconteceu ontem exatamente ?- disse ela
- A gente estava discutindo e ela disse que estava passando mal, desmaiou e tipo ela tava sangrando - disse
- Vocês já .... ?- disse Janne me encarando
- Já?... - continuei depois de sua pausa
- Vocês já dormiram juntos ?- perguntou ela finalmente
- Porque dessa pergunta agora ? Fala logo que ela tem e para de fazer suspense - disse irritado
- Ela teve um principio de aborto - disse Janne
- O que ? - disse tomando os papeis de sua mão e lendo o prontuário, e realmente estava escrito isso, levantei os olhos do papel e olhei para Sophia.
- Grávida? - disse incrédulo
- Quando foi que vocês....? - disse ela, parecendo decepcionada
- uns dois meses não sei - disse
- Aqui diz que ela está com dois meses e meio - disse ela finalmente
- Mas ela perdeu ?- perguntei preocupado
- Não - respondeu ela, fiquei em silêncio um bom tempo - E agora o que vai fazer ?- continuou ela
- Manda o cara entrar - disse recolocando a máscara
- Ficou maluco - disse Janne
- Faz o que pedi - disse irritado, Janne abriu a porta e homem estava sentado numa cadeira perto da porta, ele se levantou
- Então ?- disse o homem
- Ela está fora de perigo, porém vai ficar em observação por um tempo, e o melhor no momento e deixa-la só para que se recupe e se manter longe de possiveis fontes de infecção, ela não pode ficar doente no momento isso a fragilizaria mais, então peço que o senhor vá para casa, nos avisaremos se houver qualquer intercorrencia - disse mudando um pouco a voz
- Mas vou poder vê- la - perguntou o homem
- Melhor não no momento - disse
- Tudo bem ... só me faça um favor e um favor a ela, não deixei que aquele garoto entre aqui para pertuba- la - disse o homem
- Tem minha palavra .... mas se me permite a pergunta porque? Não deixa o rapaz vê la ?- disse
- Porque é por culpa dele que ela esta nessa situação, ele a usou e depois caiu fora, Sophia tinha um futuro brilhante e agora .... ela não que ele saiba de nada - disse o homem
- Mas porque se ele é o .... pai ?- disse
- Me perdoe doutor mais não entendo porque quer saber diss? -disse o homem
- Eu só queria entender como essa jovem chegou nesse estado - disse disfarçando
- Entendo .... bom então eu vou para casa -disse o homem me olhando desconfiado, mas saiu
- E agora ?- disse Janne que parecia estar com a respiração presa na garganta
- Eu vou ficar do lado dela - disse.
Eu tirei a roupa do médico e me sentei do lado de Sophia
- Porque ela não acorda ?- perguntei depois de alguns minutos a olhando
- Ela perdeu sangue é normal ter sono depois - disse Janne
- Porque essa estupida não me contou ?- disse suavemente estava me sentindo tão culpado talvez se eu não tivesse falado tudo aquilo ela não estivesse assim agora.
- Talvez não quisesse que você se sentisse pressionado a ficar com ela - disse
- Isso é tudo culpa minha - disse colocando o rosto nas mãos
- Você não tinha como saber - disse Janne colocando a mão no meu ombro
- Janne pode me deixar sozinho com ela ?- disse
- Claro - disse ela retirando a mão - qualquer coisas é só chamar - falou ela antes de sair
- O que foi que eu fiz ?- disse, fiquei olhando para ela.
Sophia estava com os lábios brancos, sem cor, sua respiração lenta, por um momento foi como reviver o adeus de Loiuse, me reclinei na poltrona e cruzei os braços sobre o peito, ainda não tinha caido a ficha, Sophia grávida, era estranho pensar em mim como pai, cara eu tinha 18 anos que futuro ia dar para essa criança, eu nem sabia o que ia fazer depois que terminasse o 2° grau, fiquei ali pensando por um bom tempo, eu nunca tinha pensado em ter uma família, então foi um baque do nada ter uma.
Horas se passaram então Sophia começou a gemer de dor chamei o médico que me expulsou do quarto, depois do que pareceu um longo tempo o médico saiu com um semblante derrotado
- Então como eles estão ?- disse, era estranho falar no plural
- Eu sinto muito - disse o médico, corri para dentro do quarto onde encontrei uma Sophia desolada.
- Sophia - falei baixinho
- O que está fazendo aqui ?- disse ela me olhando com profundo ódio
- E- eu sinto muito - disse
- Não sente nada sai daqui ... eu não quero te ver - disse ela se levantando aos tropeços
- Não pode se levantar - disse a enfermeira a segurando, mas Sophia se soltou e começou a socar meu peito, chorando
- Some daqui .... eu te odeio ... É tudo culpa sua... Eu te odeio ... odeio ...Você...eu te odeio - disse ela chorando, e pela primeira vez em anos lágrimas sairam de meus olhos .... Os socos de Sophia foram perdendo a força ela começou a deslizar para o chão, eu a segurei e abracei forte
- Me perdoa - disse com um nó na garganta a culpa me esmagando de forma brutal.
- Eu te odeio - disse ela
- Me perdoa - disse a agarrando junto a mim
- Suas desculpas não vai traze- lo de volta - disse Sophia fraca
- Eu sei ... Eu sei - disse de forma lenta, minha garganta se fechando, eu não consegui dizer mais nada, só fiquei abraçado a Sophia até que seu corpo tomou num cansaço profundo, eu nunca senti uma dor como aquela.
Aquela com certeza se tornou a perda número um da minha vida, Sophia jamais me perdoaria eu a tinha perdido para sempre.
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