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História Eu Suportaria Todo o Inferno Para Segurar Sua Mão - TaeKook - Reencontro em Seul - Parte 1


Escrita por: nellywords e mariyona

Notas do Autor


Olarrrr a todes! Tenho algumas coisinhas pra falar:

1- Como devem ter percebido no capítulo anterior, a narrativa vai ganhar um tom mais sério, mas com aquele toque de humor aqui e ali;

2- Consegui dar um jeito de introduzir o Jin nesse capítulo, aleluia irmãos!

Boa leitura! :)

Capítulo 6 - Reencontro em Seul - Parte 1


Mais um mês passou voando.

Para Jungkook e Taehyung, no entanto, a estranha sensação de que se conheciam há muito mais tempo somente aumentou.

O fato de Taehyung ter se assumido indiretamente derrubou a principal muralha entre os dois. Se antes já se sentiam confortáveis um com o outro, agora existia uma sintonia inexplicável. Mesmo evitando retomar o assunto sobre suas sexualidades, meio que bastava o acolhimento mútuo nas entrelinhas. Preferiam conversar sobre outras coisas, ou assistir algo juntos, e era isso.

Mas Jungkook, pouco a pouco, entrava em novas crises de pânico ao constatar que, depois do crush virar paixão, a paixão estava virando... Amor.

Um sentimento que ele não se permitia sentir desde o término com Yugyeom.

O trauma pela traição o afetou consideravelmente pelos dois anos seguintes. Aquele namoro com Yoongi foi uma tentativa de resgatar seu lado romântico. E, por mais que tratasse bem o Min, sendo retribuído com o mesmo carinho, Jungkook não conseguiu amá-lo de todo coração.

Yoongi compreendeu seu lado, sem julgamentos, ameaças ou distanciamentos. Por isso, quando Jimin apareceu e abalou suas estruturas, Jungkook tomou para si a missão de juntá-los. Desse modo, Yoongi poderia firmar compromisso com alguém que retribuísse sentimentos mais fortes, uma capacidade que Jungkook acreditava ter perdido.

Por isso, acreditou que não sentiria nada além de uma paixão avassaladora por Taehyung.

Mas lá estava ele, com o coração disparado, o rosto quente e a respiração falhada, toda vez que se falavam. Ou quando via uma foto do Kim no Instagram. Ou quando sorria abobado para qualquer tweet dele. Ou quando suspirava dramaticamente por tudo que o remetesse ao Kim.

"Esse filme é a cara dele."

"Ele ia gostar de comer isso aqui."

"Sei que ele leria esse mangá."

O tempo todo, sua mente pipocava sobre Taehyung de maneiras cada vez mais sentimentais, em paralelo aos pensamentos nada castos que ainda ocorriam, deixando o Jeon maluquinho.

Sequer haviam se beijado, e ele nem mesmo sabia quando (se) isso iria acontecer, então...

Qual o sentido de fazer planos imaginando os dois futuramente como um casal?

Talvez Taehyung nem cogitasse ter algo sério com outros caras, fazendo tudo pelas sombras, e Jungkook teria que se conformar a viver como um "ninja do amor"?

Ou, apesar de Taehyung ser obviamente atraído por Jungkook, eles jamais iriam além dos flertes sutis?

Ah... Quando pensou que o maior problema estava resolvido, apareciam outros para o atormentar, fruto de sua mente paranoica.

A tia Jeon, para variar, não colaborava em nada; afinal, morava na mesma cidade que Taehyung, podia vê-lo com mais frequência, conversar com ele cara-a-cara e depois encher o saco de Jungkook falando coisas tipo: "Santo Cristo, como esse garoto pode ser tão lindo, não importa o que vista? A blusa marrom de flores amarelas não tinha nada a ver com a calça roxa de moletom duas vezes maior que ele, nem com os chinelos de flanela parecidos com aqueles que o seu tio usa, mas você tinha que ver... Que pitel! Ou é melhor que nem veja mesmo, senão você vai transformar o coitadinho num anjo caído. 'Tá amarrado!"

Mas Jungkook concordava sobre Taehyung ficar lindo de qualquer jeito, até coberto por um saco de batatas.

Eis que, numa sexta à noite, enquanto terminava de editar um documentário para a faculdade, seu celular tocou perto do laptop.

Um calor gostoso invadiu seu peito ao constatar que era Taehyung, ao mesmo tempo em que estranhou o horário da chamada, por volta das sete. Costumava fazê-lo perto da hora de dormir. Antes disso, ficava só nas mensagens de texto ou de áudio.

- Alô? - o moreno sorri de orelha a orelha.

- Jungkookie! - o outro responde, a voz grave e mansa arrepiando o mencionado.

- A que devo a honra dessa ligação? - o tom de voz exageradamente solene faz o Kim rir.

- Então... - uma breve pausa se segue - Lembra quando pedi seu endereço e disse que enviaria um presente atrasado de aniversário?

- Aham. - se espreguiçou com o outro braço, estalando as costelas - 'Tô esperando há três semanas, mas parece que já faz oitenta e quatro anos.

- Você e suas referências a Titanic... - ri outra vez - Bom, é que... Hm... Depende do que você considera como presente.

Um vinco surge na testa de Jungkook, indicando sua confusão mental. Então, ele arqueia as sobrancelhas e fica boquiaberto, como se acabasse de ter uma grande revelação.

- Não me diga que... - a mão livre vai ao rosto - É algum produto de sex shop?

- Que?! - o loiro quase engasga com a própria saliva - D-de onde tirou isso?

- Você disse que foi um dia desses em uma com a Hwasa-noona.

- S-só porque ela queria minha opinião sobre uma fantasia pra usar com o Hobi-hyung... - retruca num tom mais baixo, beirando o sussurro, o que atiça Jungkook - E sobre uma tal de calcinha masculina... E-enfim, não entendi muito bem, mas n-não é nada disso.

- Ok, ok... - Jungkook contém a risada diante do embaraço alheio - E então?

Ele ouve um grande suspiro antes de Taehyung prosseguir:

- Estou na rodoviária de Seul. - com olhos esbugalhados, Jungkook levanta de súbito da cadeira, batendo o joelho na mesa e soltando um murmúrio de dor antes de sair mancando pelo quarto. - Jungkook? Tudo bem aí? Ouvi um barulho...

- N-não foi nada, eu só... Uau! - ri de nervoso, se equilibrando numa perna só e segurando a outra - Só estou surpreso. Você veio sozinho, ou...?

- Com meu professor de piano, Jin-hyung. Ele sempre vem ver a noiva, mas me convidou por causa de um concerto de música clássica que vai ter nesse sábado, e meu pai confia nele, então... Aqui estou.

- Socorro... - Jungkook pensa alto, se repreendendo mentalmente logo depois - E aí? Vai dormir aonde?

- Bom... A Hyuna-noona disse que não teria problema se eu ficasse na casa dela, tem quarto de hóspedes e tal... Mas não quero ser um incômodo pra ela e pro Jin-hyung. Eles estão na fila agora pra comprar o lanche deles, e eu na mesa com um voucher, esperando o meu ficar pronto. Daí, aproveitei pra te ligar e saber se... Se...

O impacto daquele pedido implícito faz Jungkook soltar a perna, cambalear e cair de cara no chão.

- Ai...! - choraminga, tanto pela dor quanto pela vergonha alheia que passava tanto no crédito quanto no débito.

- Jungkook...? Você está bem mesmo?

- Mais do que bem. - vira de costas, massageando a testa dolorida - A gravidade é que me odeia.

Uma risada meiga do outro lado da linha deixa Jungkook molinho feito gelatina.

- Lembrei daquela poesia de Goblin...

- É... Quando o cara percebe que 'tá gamadão na moça, mas... Hm... - ruboriza mais - Respondendo a pergunta que ficou no ar: sim, hyung, você pode vir pra cá.

- P-posso mesmo? - o loiro hesita - Você não tem nenhum plano pro fim-de-semana?

- Eu e os arrombados, digo, meus amigos, só vamos nos ver domingo pra jogar videogame e, depois, alguma coisa de tabuleiro. Você pode ir comigo, se quiser. O concerto é amanhã, né?

- Sim...

- Enquanto estiver fora, dou os toques finais num trabalho da faculdade.

- Jungkook, é sério, eu não quero atrapalhar, foi só uma ideia impulsiva e-

- Tudo bem ser impulsivo às vezes. - o interrompe - E... Gosto de te ver assim. - completa, num timbre encabulado.

- Ah... - por um momento, o loiro fica sem palavras - Então, hm... Daqui a pouco... Você poderá me ver ao vivo - Jungkook tinha certeza que Taehyung estava sorrindo de maneira doce junto à face corada - Tchau!

- Tchau...

O Jeon fita a tela do aparelho em sua mão, processando o que acabara de ouvir e torcendo para não dar pane no sistema.

Se fosse para dar, que então fosse outra coisa.

Ok, ok, foco.

Taehyung seria seu hóspede.

Taehyung na sua casa.

Taehyung de dia e de noite.

Taehyung.

Um gritinho esganiçado escapuliu. Jungkook foi contar a novidade para os amigos no Kakao Talk. Os três ficaram divididos entre rir da cara dele, fazer piadas constrangedoras e distribuir conselhos sobre como se portar.

Típico.

---

De camisa branca, bermuda preta e pantufas de coelho, Jungkook aguardava ansiosamente a chegada de Taehyung. Segundo o próprio, já estava a caminho, sendo levado no carro de Hyuna.

A essa altura, Jungkook não parava de passar a mão no cabelo, jogando os fios pretos para trás e batendo um pé no chão.

Ao som da campainha, deu um pulo do sofá e andou até a porta.

A emoção era tanta que sequer pensou em conferir o olho mágico.

E assim, Jungkook se deparou não apenas com Taehyung - deslumbrante como sempre, mesmo num macacão jeans surrado, blusa laranja-berrante e tênis verde-musgo -, mas também com um homem de expressão desconfiada e uma mulher de sorriso sem-graça, ambos atrás do dono das madeixas loiro-caramelo.

- O-oi, Jungkook. - Taehyung força uma risada que não esconde nem um pouco o seu nervosismo - Esses são... Jin-hyung e Hyuna-noona.

- Ah... - meio atordoado, o moreno se curva em respeito e volta a encará-los - Prazer. Jeon Jungkook.

- Já sabemos. - Seokjin esboça um sorriso que o Jeon até consideraria cordial se não fosse pelo olhar fuzilante sobre si, fazendo-o engolir em seco - Taehyung insistiu em se hospedar aqui, mesmo que eu tenha prometido ao sr. Kim que ficaria de olho nele, e... Bem... O mínimo que posso fazer é avaliar o lugar.

- Está dizendo que... Vai inspecionar a minha casa? - Jungkook pisca os olhos depressa, incrédulo, enquanto Taehyung suspira em derrota.

- Que inteligente! - o outro faz sinal de joinha com o polegar - Ganhou um ponto comigo.

- Amor, isso é ridículo! - Hyuna, enfim, se manifesta - O Taehyung não é nenhuma criança, e você mesmo diz que não concorda com o jeito superprotetor do pai dele. Deixa o garoto se divertir!

- Eu quero que ele se divirta, mas não conheço esse cara. - rebateu ao fitá-la - Se der alguma merda, nunca mais vou poder dar aula pro TaeTae! - vira o rosto para encarar Jungkook de cima a baixo - Isso se ele ainda tiver todos os órgãos do corpo... Não é mesmo, pirralho?

- Amor... - o tom repreensivo de Hyuna faz Seokjin se encolher - Pare de surto, ou vou fazer greve.

- Oh, não! - Jungkook fica horrorizado.

- Greve de que? - Taehyung pergunta, olhando um por um - ...ah. - a compreensão lhe atinge, colorindo suas bochechas de vermelho-vivo.

- Sacanagem, meu bem... - Seokjin murmura entristecido - Quer dizer, sem sacanagem, né.

- O Taehyung vai ficar bem. Se precisar da gente, nós vamos até ele. Ok?

- Ok... - pigarreia, mirando o loiro - TaeTae, espero que tenha decorado o número da polícia.

- Jin-hyung...! - o encara numa determinação que chega a excitar o Jeon - Eu vou ficar de boas.

- Mas-

- Por favor, não... Não estrague tudo. - diz cabisbaixo, num timbre repentinamente melancólico, chamando a atenção de todos.

Seokjin fecha os olhos e suspira fracamente antes de envolver o loiro num abraço.

- Desculpa. Fiquei tão preocupado que não enxerguei a sua coragem. - sorri gentil para o rapaz em seus braços - A gente vem te buscar amanhã pro concerto, beleza?

Taehyung concorda em silêncio, sorrindo de volta, e é a vez de Hyuna abraçá-lo.

- Se cuida. E ignore esse doido.

- Ei! - Seokjin protesta.

Diante daquela comoção, Jungkook sentiu que precisava falar alguma coisa. Qualquer coisa. Então, com as bochechas afogueadas, soltou:

- Prometo cuidar bem do Taehyung-hyung! - "Em qualquer sentido que ele quiser", sua mente impura completa - Eu, hm... Quero agradecer por trazerem ele aqui. Nós quatro podemos marcar um lanche depois? O-ou só nos ver, mesmo sem comida...? Er...

Quando ficava nervoso, Jungkook se atropelava nas palavras e gesticulava com as mãos, até parar subitamente, desejando ter um portal para desaparecer.

A risada alta e repentina de Seokjin ecoa pelo corredor.

- Ok, eu admito: ele até que sabe ser fofo!

- Pareceu até um pedido em casamento. - Hyuna comenta, deixando os outros dois ainda mais rubros - Enfim... Vamos, amor.

O casal acena para Jungkook e Taehyung, até caminharem em direção ao elevador.

O primeiro a sair do transe no qual estavam é o Jeon, puxando a mala de rodinhas para dentro da residência.

- Pode vir, hyung!

- Ah, sim...!

A porta é trancada. Os dois param de frente um para o outro. Simultaneamente, suspiros de alívio escapam de suas bocas, e a coincidência faz ambos rirem.

- Parece que eu só tenho amigo doido. - Taehyung coça a nuca ao rir encabulado - Foi mal.

- Isso não é nada comparado ao que eu tenho que aturar. - o mais novo retruca, logo se perdendo na beleza estonteante de Taehyung, já que não pôde reparar mais de primeira - Hã... Q-quer água?

- Era o que eu ia pedir. - sorri pequeno.

Ignorando os batimentos cardíacos fora de ritmo causados pelo Kim, Jungkook foi e voltou da cozinha na velocidade da luz. Taehyung pegou o copo de sua mão e emitiu um murmúrio satisfeito ao refrescar a garganta. E Jungkook, com a habitual cara de bobo perto dele, só sabia admirar os traços perfeitos de seu rosto simétrico. Acompanhou a língua passeando pelos lábios carnudos, limpando os vestígios de água, e para si, de repente, a sensação térmica aumentou ao redor. Se abanou com a própria gola da blusa e, bancando o pleno, disse para Taehyung deixar o copo na mesinha da sala. Explicou que usava a lavanderia do prédio e que o banheiro ficava no corredor. No final, era o seu quarto.

Chegando lá, Jungkook apontou para o colchonete ao lado da cama de solteiro.

- Pode ficar na minha cama. - sorri gentil - Eu durmo no chão.

- Que?! - o mais velho exclama - Não, Jungkook, nada a ver-

- Eu insisto. - sem quebrar o contato visual, Jungkook o segura pelos ombros, deixando ambos ligeiramente corados - Como anfitrião, quero que fique o mais confortável possível.

Desviando o olhar, o semblante preocupado de Taehyung se suaviza, até que um sorrisinho desponta aos poucos em seu rosto.

- Ei... - o encara novamente, desconcertando o mais novo.

- S-sim?

- Lembrei do Lumiére cantando pra Bela ser uma convidada bem-recebida no castelo com um banquete mágico em "A Bela e a Fera". - ri soprado.

Jungkook afasta as mãos dele, colocando-as na cintura e rindo do mesmo modo.

- Quer dizer que, se eu transformar sua recepção em um musical repleto de comida, você vai aceitar tudo mais fácil?

- Talvez. - dá de ombros, ainda sorrindo naquele ar sapeca.

- Olha só... - o outro finge indignação - Mas realmente vamos precisar ir no mercado comprar umas coisinhas a mais.

- Tudo bem! Só vou tomar banho primeiro.

- À vontade.

Quando Taehyung desaparece do quarto, Jungkook se joga de costas na cama, fechando os olhos e suspirando fundo.

Se aquilo fosse um sonho, não queria acordar mais.

---

Acabou que eles decidiram ir às compras somente no dia seguinte, optando por pedir comida no delivery para dividir entre os dois. Taehyung estava meio cansado da viagem, já que tinha passado quatro horas no ônibus, e depois, saindo da rodoviária, vinte minutos no carro. Ele agora trajava um pijama azul-claro que, para o Jeon, realçava lindamente sua melanina natural.

Jungkook nem estava muito a fim de comer bolinhos de arroz com atum, mas os olhos de Taehyung brilharam tanto diante daquela opção no cardápio virtual que ele se viu obrigado a comprar. Também pediram kimchi e doce de feijão.

Sentados em almofadas em frente à mesinha da sala, ambos comiam enquanto assistiam e comentavam a versão Disney de "A Bela e a Fera".

O Jeon notou o encanto de Taehyung durante a clássica cena da valsa, assim como a tristeza na parte em que os aldeões decidem atacar a Fera e cantam sobre isso.

- Eles temem o desconhecido... Temem o que não conseguem entender... E aí, a Fera não passa de um monstro que eles "precisam" destruir. - murmura após dar um gole no refrigerante que tomava.

- Na verdade, hyung, há pessoas que nem tentam entender. Porque não querem mesmo. Preferem ficar na ignorância e atacar os outros de graça.

- Sim... Tem razão.

Jungkook pondera antes de pausar o filme e prosseguir:

- Eu já vi um documentário sobre o letrista das músicas desse filme e de "A Pequena Sereia", o Howard Ashman. Ele era gay, mas pouca gente sabia. Então, é bem provável que personagens como a Fera ou a Ariel, uma sereia que se sentia deslocada no meio onde cresceu, sejam metáforas sobre coisas que... Bem... Nos tornam diferentes e esquisitos pra sociedade.

- E-eu... Nossa... Não fazia ideia. - Taehyung respondeu, com o olhar perdido, fitando o copo em sua mão - Mas tem lá seu sentido. Sempre gostei muito desses personagens. - dá um risinho sem-graça, e um tanto irônico, o que preocupa Jungkook.

- Hyung... Se não estiver pronto pra falar sobre isso, eu entendo. Mas vou te escutar sempre que quiser. - prometeu.

O Kim solta um suspiro longo e profundo.

- Não é que eu não queira falar. É só que... Bem... Além da Hwasa-noona e do Hobi-hyung, o único que sabia sobre mim era... O Jin-hyung. - seu rosto esquenta fortemente - Você foi a primeira pessoa pra quem contei depois de muitos anos.

O moreno assentiu, também bebendo refrigerante, e retomou o filme.

No final, Taehyung bocejava aqui e ali, indicando todo o sono ignorado até então. E já passava das onze, sendo que ele preferia dormir antes disso.

Jogaram fora os hashis, levaram os pratos e copos sujos até a pia, e Taehyung:

- Preciso deitar, Jungkook. - avisou, esfregando os olhos - Mas posso ajudar com a louça, seja lavando ou secando...

Jungkook deduziu que o Kim estava se esforçando para ficarem mais tempo juntos depois daquele período sem nenhum contato ao vivo.

O calor em seu peito sobe para as bochechas.

- Está tudo bem, hyung. - coloca detergente na esponja - Vá descansar.

- Tem certeza?

- Uhum.

- 'Tá...

Diante da incerteza do Kim, o moreno questiona:

- Tem algo errado?

- Ah... É que... - aperta os lábios, corando de leve - Eu só durmo bem se tiver algo pra abraçar. - o par de olhos castanhos e meigos paira sobre Jungkook - Posso pegar uma almofada da sala?

O mais novo sente a flecha do Cupido lhe acertar em cheio pela centésima vez.

- Claro que pode.

Taehyung agradece com um aceno de cabeça e se retira do ambiente.

Jungkook, por sua vez, bufa pela frustração de não ter dado a resposta que realmente queria: "sim, hyung, você pode dormir agarradinho comigo, me pegar bastante, amassar todinho, até arranhar se quiser".

Porém, como diria uma de suas músicas favoritas do k-pop: no, not today.

---

Na manhã seguinte, Jungkook acordou sentindo cheiro de comida e café. Franziu o cenho em confusão, até recordar de uma certa pessoa em sua casa.

Ergueu o tronco preguiçosamente, coçou o cabelo desgrenhado e fitou a cama forrada como se ninguém tivesse utilizado.

Tocou a colcha de maneira solene.

Taehyung dormindo ali... Uau.

Só esperava, um dia, ser ele próprio a levá-lo para a cama, e com as mais sujas das intenções.

- Merda... - balbucia ao constatar que sua ereção matinal piorou - Vou ter que tomar uma ducha fria logo cedo, mas ok.

E assim o fez, não levando mais que dez minutos debaixo do chuveiro, sem molhar o cabelo.

Vestiu uma blusa mais comprida, só para garantir, além da mesma bermuda do dia anterior, e seguiu para a cozinha.

Taehyung estava à mesa, mexendo no celular, e sorriu quadradinho ao vê-lo.

- Bom dia, Jungkook!

O Jeon finge não ser afetado por aquela expressão cativante e puxa uma cadeira para sentar transversal ao Kim.

- Esqueci que você é do tipo que acorda cheio de energia. - provoca, risonho, apoiando o rosto na mão - E não sinto cheiro de queimado, o que é um bom sinal.

- Seu bobo... - Taehyung ri pela implicância besta - Não sou o melhor dos cozinheiros, mas pelo menos panqueca eu sei fazer. Então... Pensei em retribuir sua gentileza.

- Que gentileza?

- Me hospedar, ué.

- Não é nenhum sacrifício. - cruza os braços e, segundos depois, sorri de modo travesso - Bom, não tão grande assim...

O falso desprezo no olhar de Taehyung faz Jungkook rir enquanto é servido.

- Só come e fica quieto.

O mais novo ignora a pontada entre as pernas diante da ordem proferida por uma voz deliciosamente rouca e prova a primeira fatia.

- 'Tá muito bom, hyung!

- Obrigado. - pega outra para si.

- Você não comeu?

- Não. Fiquei te esperando.

- Sério? - ruboriza.

- Aham. E imaginei que você fosse acordar por agora, perto das nove. Dormiu que horas?

- Duas da manhã. Fiquei lendo mangá.

- Aqueles BL?

- Sim. Achei um que os caras conversam antes do sexo pra saber quem faz o que, sem se prender a estereótipos chatos pra "definir" nada. Me senti representado!

- Também não gosto quando pensam que dá pra adivinhar essas coisas só de olhar.

- Se quiser, te passo o link depois.

- Ah... - sorri encabulado - Pode ser. Assim, posso variar entre as fanfics.

Aquela informação não era exatamente novidade para Jungkook. No entanto, foi o mais próximo que ele chegou de saber sobre possíveis interesses de Taehyung na vida afetiva e sexual. Mas foi apenas isso: "sim, eu leio fanfics de casais gays". Nada mais.

Após um breve silêncio, uma dúvida ocorreu ao Jeon:

- Ei, hyung...

- Hm?

- Você vai faltar à igreja no domingo?

- Uhum.

- O seu pai... Bem... Não vai ficar chateado?

- Um pouco. - admitiu - Mas, pra ele, é Deus no céu e Jin-hyung na terra. - ri contido - A família do hyung frequentava a nossa igreja em Daegu, e sempre nos acolheu bastante. Então, mesmo depois que o Jin-hyung saiu da igreja, ele continuou indo lá em casa. Nesse meio-tempo, vieram as aulas de piano. Aí, ele foi o primeiro a se mudar pra Busan. Voltava pra Daegu só pra me dar aula e ver a família. Só que, depois, eu e meu pai nos mudamos também. Mais uma vez, Jin-hyung nos ajudou bastante, dando dicas sobre onde morar ou visitar.

- Você fala dele com muito carinho. - pontua Jungkook, com seu sexto sentido ativado, só observando - Parece que foi, e ainda é, alguém importante pra você.

As bochechas de Taehyung ganham um escarlate adorável aos olhos do Jeon.

- Digamos que... Essa importância foi mudando de significado ao longo do tempo. - contou, com ar de mistério - Eu o respeito e admiro muito. Mesmo quando dá uma de surtado. - ambos riem ao lembrar da situação em que foram metidos - Mas ele é uma boa pessoa, um pianista nato, e me incentivou bastante quando falei que queria seguir uma carreira artística.

- Saquei. Então, nesse caso... Faltar aos cultos não será problema? - seu tom é brincalhão, mas Taehyung parece ficar incomodado, rindo sem jeito.

- Pelo visto, sim.

O Jeon muda de assunto, falando sobre os shows que já foi em Seul, e Taehyung faz o mesmo. Geralmente, suas raras idas à capital tinham a ver com isso, ou com exposições e filmes que só teria acesso ali.

---

Taehyung saiu trajando uma blusa rosa-choque de mangas dobradas nos cotovelos e uma calça jeans cinza folgada, sustentada pelo cinto oculto sob o tecido. Nos pés, estavam os tênis verde-musgo do dia anterior. Já Jungkook, para variar, havia adotado um estilo gótico na jaqueta e nas calças de couro, ambas pretas, tal como a camisa e os coturnos. A única cor presente era a do prendedor violeta segurando as madeixas pretas no alto, deixando à mostra o undercut e os piercings nas orelhas.

O primeiro lugar que visitaram foi o Museu Nacional de Arte Contemporânea. Taehyung só esteve lá uma vez, há muitos anos, e agora queria relembrar a história da arte moderna na Coréia, assim como Jungkook. Portanto, aproveitaram a oportunidade de contemplar cada galeria e espaço educacional, tirando fotos da exposição e, é claro, um do outro. Só depois, quando foram embora, é que tiraram uma selca juntos em frente ao museu.

De lá, foram almoçar nas proximidades do rio Han. Optaram por um restaurante especializado em rámen. Enquanto saboreavam seus respectivos pratos, Jungkook questionou:

- Quando acha que vem de novo pra Seul, hyung?

- Hm... Não sei... Quando eu voltar, vou ter que ajudar nos preparativos pro retiro de jovens.

Jungkook sabia vagamente da existência desses retiros. Sua tia foi em alguns, sempre alegando sair de lá purificada e renovada. O que não mudava era a mania de alfinetar o sobrinho em suas implicâncias diárias, é claro. Já fazia parte da natureza da Jeon mais velha.

- Onde vai ser?

- Num sítio em Jeju, daqui a duas semanas. Mas eu preferia que fosse no verão, porque aí a gente poderia usar a piscina, mesmo com as restrições.

- Que restrições?

- Bem... - ri sem jeito, coçando a nuca - Não dá pra ficar só de roupa de banho. Temos que usar outra por cima.

- Que?! - Jungkook praticamente grita, tampando a boca em seguida - Desculpa, mas... Eu não entendi...?

Taehyung suspira em descontentamento.

- Dizem que é pra "evitar a tentação". Mas não faz sentido porque, fora dali, todo mundo vai na praia e não liga pra isso.

- Hyung, isso é... Surreal. Como se ninguém fosse maduro e controlado o bastante pra não atacar os outros.

- Pois é. E se acontece algo, a culpa é da vítima. - bufa, revirando os olhos - Essa é uma das partes que mais me chateia. Mas aí, na hora do louvor, tento me desligar disso. Nas pregações, me prendo ao que me interessa e ignoro o que discordo.

- Você tem que pensar até onde vale a pena ficar nessa situação, hyung. - Jungkook diz cauteloso para não magoá-lo - No seu lugar, acho que eu não teria aguentado muito tempo...

- Que nem o Jin-hyung. - comenta cabisbaixo.

- É... - após um curto silêncio, a expressão de Jungkook se transforma para uma divertida - Mas quer dizer que, na praia, você mostra tudo?

O loiro ri envergonhado diante da provocação que, de certa forma, já esperava.

- Primeiro: eu uso calção de banho, não sunga. Segundo: eu fico dentro do mar, nadando e conversando. Terceiro: quando saio, corro pra me cobrir com a toalha debaixo do guarda-sol.

- Não entendo por que você duvida da própria beleza... - Jungkook diz mais seriamente - Sabe, não precisa ter músculos ou tanquinho pra ser atraente. Eu só tenho porque gosto de malhar, e é o que prefiro em mim, mas nos outros... Tanto faz.

Jungkook estava sendo sincero. Não falava nada para bajular ninguém. Seu olhar transmitia a confiança de suas palavras.

Num primeiro momento, Taehyung parece impactado, até que dá de ombros e ri na tentativa de espantar o rubor cobrindo sua face.

- Você só está sendo legal porque quer ver a minha pancinha.

"Não só a pancinha", Jungkook responde mentalmente, lambendo os lábios devagar ao sorrir, esbanjando um charme que faz Taehyung corar ainda mais no aguardo de uma resposta.

- Estou sempre disposto a conhecer tudo que tiver a oferecer, hyung. - o outro diz, finalmente.

Seu tom calmo e suave, com aquela pitada de malícia, parece embaralhar a mente do Kim. Este engole em seco e desvia o olhar. Então, uma breve risada lhe escapa, deixando Taehyung com um sorriso brincando nos lábios, até o inferior ser preso entre os dentes, mesmo que por poucos segundos.

Jungkook sente o próprio rosto esquentar diante da cena, o embaraço e o desejo misturados, tal como a ternura inerente a Taehyung.

O mais velho, de repente, volta a comer, enquanto o coração do Jeon continua batendo forte.

- Vamos andar de bicicleta em volta do rio Han? - pergunta de repente, fazendo Jungkook quase derrubar os hashis.

Estava numa luta interna entre a razão (fazer cara de paisagem, sorrindo e acenando como os pinguins de Madagascar) ou a emoção (fazer cara de maníaco, jogando a bomba do "oi, te quero, partiu?" para cima de Taehyung e ignorando qualquer possível constrangimento).

- S-sim... - concorda, sem tirar os olhos do próprio prato até terminar.

---

Com bicicletas alugadas, os dois passeavam pelo rio Han, apreciando a mescla de paisagens naturais e urbanas. O sol estava fraco, então não irritava a pele, e o vento refrescava seus rostos. De vez em quando, seus olhares se encontravam e sorriam um para o outro.

Logo chegaram à próxima parada: um fliperama.

Sozinho ou acompanhado, Jungkook adorava ir àquele lugar. Mas agora, com Taehyung, se divertia como nunca antes, principalmente pela empolgação do Kim diante de tantas possibilidades de jogos. Em Busan, os fliperamas eram menores, além de serem poucos.

Às quatro horas, decidiram lanchar. Procuraram a confeitaria mais próxima e se esbaldaram de donuts. Em seguida, voltaram para a residência do Jeon, já que Taehyung deveria se preparar para ir com Seokjin e Hyuna ao concerto marcado para as sete.

---

Enquanto Taehyung tomava banho e se arrumava, Jungkook estava na cozinha virando uma lata de cerveja e pensando sobre o trabalho prestes a ser finalizado.

Tamanha era sua distração que sequer notou a aproximação do Kim, ainda de costas para o mesmo, até que foi chamado:

- Jungkookie?

O mencionado gira o corpo para si, e a visão que tem o faz engasgar com a bebida. Taehyung se apressa para socorrê-lo, estapeando suas costas conforme tosse sem parar.

Lacrimejando, Jungkook se recupera e volta a encará-lo, mais uma vez se perdendo na beleza das madeixas douradas repartidas sobre a testa, dos lábios brilhosos pelo uso de hidratante e do corpo modelado pelo colete verde cobrindo a camisa branca social de manga comprida e calça boca-de-sino do mesmo tom de verde, além de sapatos pretos.

Um estilo retrô que ressaltava perfeitamente suas maravilhosas curvas.

E Jungkook não esperava testemunhar algo assim tão cedo.

Sem dignidade alguma, pulsou na frente e piscou atrás, quase babando por aquele ser aparentemente celestial.

- Hã... - nenhuma palavra saía, de tão atordoado que estava.

- Poxa... - um biquinho se forma nos lábios que, para Jungkook, nunca pareceram tão pecaminosos quanto agora - Ficou tão ruim assim?

Tal questionamento tem um efeito imediato sobre o Jeon, que pigarreia e ajeita a postura, sem tirar os olhos do mais velho.

- 'Tá de brincadeira? - vê Taehyung erguer a cabeça para fitá-lo - Hyung, você 'tá lindo pra cacete! Parece até aqueles galãs de filmes dos anos 90. - afirma, risonho - Quem é Leonardo DiCaprio perto de você?

- N-não exagera! - o outro ri sem-graça, corando de imediato, ainda mais quando Jungkook sorri sem disfarçar o próprio deslumbre.

- Eu 'tô falando sério! Você deixou ondulado só nas pontas, e... Uau! Quando vai ser o próximo filme, hein?

- Para com isso!

E assim, num dos gestos mais adoráveis que Jungkook já presenciara em Taehyung, o rapaz esconde o rosto entre as mãos, deixando apenas o sorriso retangular à mostra.

- Não se esconda! - Jungkook diz aos risos - Ei... Olha pra mim... Só pra mim!

Por instinto, o moreno segura os pulsos do Kim e, sem muita resistência, afasta as mãos que ocultavam a face surrealmente bela de Taehyung.

Era a primeira vez que Jungkook via tão de perto, e vice-versa.

A centímetros de distância um do outro, sentiam as respirações quentes se misturando, apreciavam os traços perfeitamente esculpidos de cada rosto e vislumbravam as marcas discretas em suas peles, estas que aparentavam ser tão macias quanto as respectivas bocas.

Jungkook abaixa os pulsos em sua posse, os dedos frouxos indicando que Taehyung poderia se soltar a qualquer momento, e os olhos atentos a qualquer mínima reação do Kim.

Taehyung parecia focado demais nos lábios rosados tão convidativos. Seu olhar possuía um desejo que queimava tanto quanto o medo de seguir adiante. Cerrou as pálpebras com força, indicando a fuga da perdição bem diante de si.

Jungkook compreende e, para tranquilizá-lo, deposita um beijo casto em sua testa, tão rápido quanto o bater de asas das borboletas rodeando seu estômago. Em Taehyung, tais borboletas ficam em polvorosa e o fazem retomar o contato visual, demonstrando confusão e fascínio em seu semblante.

- Com penteados assim, fica mais fácil mirar na testa. - o moreno diz, sorrindo de canto - Cuidado pra não deixar qualquer pessoa te atacar! Nem todos são cavalheiros como eu.

Taehyung revira os olhos e ri baixinho, olhando-o em silêncio, e logo se aproxima de Jungkook, que prende o ar ao receber um carinho singelo na cicatriz presente em sua bochecha esquerda, cuja tonalidade vermelha piora.

- Como se machucou? - afasta a mão.

- Er... B-brincando no parquinho. - pigarreia, logo sentindo falta do toque cálido daqueles dedos - Eu tinha uns cinco anos. Caí feio depois de correr pra lá e pra cá. Não sangrou muito, mas... Lembro que abri o berreiro.

- Oh! - Taehyung finge estar chocado, tampando a boca com a destra - Quer dizer que o vampiro rebelde já foi um bebê chorão?

- Pra você ver, né... - ri soprado, dando de ombros - Eu estava em Busan. A tia Jeon me deu um puta esporro e, ao mesmo tempo, cuidava do ferimento. Aí, o tio Jeon me trouxe várias caixinhas de banana milk. Só assim parei de chorar.

- Será que não foi tudo parte de um plano muito bem arquitetado do pequeno Jungkook pra ganhar vários banana milk?

- Bem provável.

- Hm... - pensa um pouco - Eu adoraria conhecer o Jungkook de cinco anos.

- Garanto que o de vinte e três é muito melhor. - o tom insinuante é acompanhado por uma expressão de falsa inocência ao esboçar um sorrisinho sapeca.

- Será? - Taehyung ergue a sobrancelha de modo desafiador, juntando as mãos atrás do corpo, porém mantendo certa distância do Jeon.

- Aham. - toma um gole da cerveja, ainda o encarando - E bem mais interessante também. - sorri novamente.

- Hm... Sei não. - diz brincalhão, virando de perfil, e Jungkook quase engasga outra vez por notar o bumbum volumoso acentuado pelo tecido da calça - Quando eu voltar pra Busan, vou pedir pra tia Jeon uma foto de quando era criança. Só assim posso decidir!

- Não acredito que vai mesmo fazer essa desfeita... Você é um anjo muito mau!

- E você é um vampiro muito fofo.

- Que absurdo...

As risadas compartilhadas amenizam a repentina tensão sexual que havia se instalado.

Eles seguem para a sala e, sentados no sofá, assistem a um reality show qualquer que passava na televisão.

Mas Jungkook nem prestava atenção, de fato, só imaginando como seria encher suas mãos com a carne farta que Taehyung ostentava nos glúteos e tentando não ir muito longe em seus pensamentos, já que seu muso estava ali, bem ao seu lado, gostosíssimo e, até o momento, intocável.

Seus devaneios são dissipados pela voz grave e arrepiante somada a um toque leve em seu joelho.

- Eles já estão lá embaixo.

- Ah, sim... - sua risada nervosa soa ridícula até para si mesmo - Vou contigo até a portaria.

- Quanta gentileza! - o loiro ironizou, em seguida sorrindo em todo seu esplendor.

E, dessa vez, o que pulsou foi o coração de Jungkook, totalmente desenfreado.


Notas Finais


Para comentários no Twitter: #MãosDadasTK ;)


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