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História Eu te odeio - Capítulo 5


Escrita por: Icherie

Notas do Autor


Bem... estamos chegando ao final dessa fofura de fic.

Amanhã posto o epílogo, e faço minhas despedidas.


Beijo para todos, e obrigada pelos comentários.
😘

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Eu te odeio - Capítulo 5

Dia seguinte...

 

Acordar ao lado de Jon Snow poderia ser mais desagradável. Isso talvez se ele não fosse tão fofo dormindo, e seu braço não estivesse rodeando minha cintura como um guarda. Ou talvez se seus cabelos não caíssem em sua testa deixando-o com aparência três vezes mais jovem e inofensiva. Ou então se meu corpo não estivesse tão aconchegada ao dele e não houvesse essa estranha felicidade por tê-lo comigo.

 

Engraçado que nunca sequer me imaginei dividir um quarto com Jon Snow, muito menos a cama. Fico pensando como seria se nosso passado tivesse sido diferente... se fôssemos amigos, em vez de inimigos. Acho que eu poderia ter sido ao menos uma colega dele, desde que tivesse a oportunidade. Será que meu peito ainda ficaria assim: como um vulcão prestes a entrar em ebulição, apenas por vê-lo por perto? 

 

Lembro que teve um dia, quando ainda pagávamos as disciplinas mais básicas do curso, que tentei me aproxima dele. Eu gostava de fazer amizade com pessoas inteligentes. E Jon era de longe um dos melhores de nossa turma. Ele chamou minha atenção logo nas apresentações no primeiro dia de aula, e não era por sua aparência. Sim... tinham muitas garotas que o admiravam pelos belos olhos e cabelos. Mas nunca fui esse tipo de pessoa. Valorizo quem tem algo mais a oferecer.  Porém, Jon me cortou na primeira tentativa de aproximação. Disse “desculpa, mas não tenho interesse em estudar em grupo. Acho isso uma perda de tempo, além de que não estou afim de namoradas.” E quando foi que o pedi em namoro? Eu só estava lá convidando-o para participar de meu grupo de estudos! Enfim, depois daquele dia, percebi o quão arrogante ele poderia ser, e claro, comecei a deseja que estivesse bem longe de mim!

 

Aí... olha onde estamos agora. Um dentro do abraço do outro. E o pior é que gosto muito dessa nova realidade. Posso dizer que prefiro o Jon Snow engraçado e carinhoso, muito mais que tantos outros homens que passaram por minha vida. 

 

Mas, Jon passou mesmo por minha vida? Ele só transava comigo.
 

Então, por quê me sinto uma boba olhando-o dormir?

 

Talvez seja só o fato de que, aos poucos, fui me permitindo gostar desse Jon engraçado e que me faz sentir viva.

 

Como pude acabar assim: deixei a posição de advogada sem sentimentos para uma mulher que se encanta com o colega odiado da faculdade? Como pude ser tão iniciante? E o pior é que descubro isso quando o cretino está prestes a me deixar para sempre! Devo ser algum tipo de louca que ama a dor e, simplesmente, escolheu sofrer pela ausência de seu inimigo. 

 

— Merda. — Suspirei baixinho. 

 

Fechei os olhos como se escondendo o belo rosto a minha frente fosse apagar minha nova descoberta. Talvez eu até conseguisse controlar meus pensamentos, se não fosse, contudo, a mão em minha cintura que começou a deslizar lentamente. 

 

Quando abri meus olhos, dei de cara com duas íris escuras, lutando contra o sono. Eu o fiquei observando, percebendo o instante exato em que a consciência o  tomou conta. Isso porquê ele tirou o braço de minha cintura e todo o seu corpo ficou tenso de repente. Depois, me olhou confuso, como se não lembrasse como terminou o dia em minha cama. 

 

Ah... só me faltava ele fingir esquecimento, exceto que ele me lançou aquele olhar satisfeito e seus lábios desenharam o sorriso de lado.

 

Deus, por quê alguém tem que ser tão sarcástico e ao mesmo tempo tão lindo?

 

Urg... melhor deixar as coisas menos complicadas. Esse silêncio já está me dando nos nervos! 

 

 

— Oi. — Suspirei um primeiro contato.

 

Ele não respondeu. Levantou o lençol e parecia verificar se estava vestido. Mas que merda ele está fazendo? 

 

— Ainda estou vivo? E... não virei um sapo, lesma...

 

Revirei os olhos, depois estirei a língua com raiva. O empurrei, fingindo está bem incomodada. 

 

— Ei... — Ele riu alto, segurando meus braços.

 

Bufei, percebendo sua cara de satisfação. Ah... sério que ele já acorda irritante? Mas é claro! Ali é Jon Snow!

 

— Bom dia, bruxa má. — Diz antes de me prender contra o colchão com seu corpo. Ele não esperou que houvesse resposta de minha parte, pois logo tinha a boca em meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

 

Ele estava mesmo querendo transar? Bem... pela forma como sua ereção tocava minha barriga e sua boca descia pelo meu colo...

 

— Jon... — Suspirei, segurando seus cabelos.

 

Eu o ouvi gemer antes de beijar meus lábios. Depois, senti sua mão percorrer meu quadril, incentivando-me a dar espaço ao seu corpo.

 

— Camisinha? — Sussurrou. 

— Quê? — Gemi, puxando-o para perto. 

— Preservativos.... precisamos de um. — Falou afastando-se, e logo senti meu corpo encolher quando quebramos contato.

 

 

Claro... mostrei a gaveta em minha banquinha lateral. Guardei alguns preservativos ontem, supondo que como Jon sempre os esquecia, não seria dessa vez que ficaríamos sem transar. Acho que vi um pouco de diversão no rosto do Snow. Talvez por haver tantas camisinhas ali. 

 

— Sempre preparada. — Disse enquanto abria uma das embalagens. 

 

Eu iria xingá-lo por esse comentário, contudo o que veio depois paralisou-me. 

 

— Adoro isso em você. — Ele disse, antes de se colocar entre minhas pernas. 

 

Acho que senti meu coração parar. Eu ouvi direito, ou ele disse que adora algo em mim? 

 

— O que foi? — Perguntou talvez por perceber minha mudança de espírito.

— Vai demorar muito, ou já posso começar a preparar o café da manhã? — Falei, não querendo esclarecer qualquer confusão que meu coração criou. 

 

Ele riu antes de retomar de onde havia parado minutos atrás. 
 

 

………s2………

 

 

— Dormiu? — O ouvi sussurrar em meu ouvido. 

 

Estávamos na banheira de minha suíte. Acho que jamais me senti tão relaxada. Deixei que Jon me ensaboasse lentamente, enquanto o ouvia falar sobre um de seus casos jurídicos mais complicados. Era um problema com funcionários de uma empresa, que sofriam assédio moral de seu chefe, homem importante e poderoso em Porto Real. O amor com que Jon Snow falava dos trâmites do caso, só me faziam ter certeza de quão excelente advogado ele é. E não me admira, pois desde quando o conheci sei de sua dedicação pela justiça. 

 

— Não. — Suspirei, arrepiando-me quando ele me abraçou pelas costas. 

— Acho que a cansei com essa conversa de direito. — Ele riu jogando um pouco de água em meus cabelos. 

 

Virei para encara-lo. Ele estava rindo, mas não era aquele sorriso de deboche, mas algo como vergonha.

 

— Direito nunca me cansa. Ainda mais ouvir a experiência de um advogado como você. — Falei, fazendo-o enrugar a testa em confusão. 

— Advogado como eu? — Pediu.

— Mesmo que eu odeie isso, você realmente é bom no que faz. — Respondi com uma careta.

 

Ele me olhou como se eu estivesse com uma verruga enorme na testa. 

 

— É sério, Snow. Você sempre foi bom. — Repeti. 

 

Jon afastou meu cabelo do rosto, depois sorriu.

 

— Você também não é ruim. — Disse, fazendo-me revirar os olhos. 

— Ok... você é muito boa. — Admitiu fazendo-me rir. — Mas vamos acabar esse assunto. Não tem graça reconhecer que seu adversário é bom, pelo menos não na frente dele. 

— Será que algum dia poderíamos ser amigos? — Falei antes de pensar. 

 

Ele me olhou com um olhar estranho. Parecia quase como se sentisse alguma dor. Deus, será que só o pensamento de ser meu amigo seja assim tão desagradável?

 

— Não precisa responder. Eu sei que jamais seremos amigos. — Corrigi-me.

— Isso se você continuar me matando de fome. — Respondeu um pouco menos desconfortável. 

 

Suspirei, depois senti uma vergonha invadir-me. Sim... já devia ser tarde e eu não sai do quarto para preparar um pequeno café para meu convidado. 

 

— Desculpa. — Respondi. 

 

Jon, no entanto, só balançou a cabeça em confirmação, e mais uma vez aquele clima estranho tomava conta do espaço. 

 

— É... vou... — Falei saindo da banheira. 

— Sim... a acompanho em alguns minutos. — Disse, deixando-me sair do banheiro. 

 

Ele provavelmente precisava de um tempo longe de mim. Um sinal óbvio de que posso ter ultrapassado, novamente, aquela linha preestabelecida de nosso relacionamento. 

 

De onde tirei que eu e Jon podemos ser amigos? 
 

 

………s2………

 

 

— Não precisa de tanto óleo para fritar bacon. — Jon disse em minhas costas. 

 

Eu olhei assustada. Não tinha percebido sua presença na cozinha até agora. Ele usava nada além de sua calça jeans. Isso, talvez, porque decidi vestir, por uma última vez, sua camisa preta. 

 

— Suas veias estarão cheias de gordura em poucos anos se continuar a fritar coisas dessa forma. — Continuou fazendo-me esquecer suas roupas.

 

— Você não está me ouvindo? Eu disse que não colocasse tanto óleo. — Falou com seu melhor tom crítico. 

 

Deus... será que esse homem se mete até na forma que cozinho. 

 

— Quem é você, o chefe de cozinha ou meu nutricionista? — Bufei.

— Não, mas alguém preocupado com nossa saúde. — Respondeu sarcástico. 

— Por que não faz, então? — Falei estressada, mostrando colher e fogão. 

 

Ele não disse nada. Puxou o avental de minha cintura e o vestiu. Olha... se eu não tivesse tão irritada com a implicância desse homem desde o momento que decidi preparar nosso café-da-manhã, eu até poderia admirar suar aparência matutina. Bem... quem diria que eu acharia sexy um homem de jeans e avental?

 

— Bacon é bem gorduroso. Ele próprio já soltará óleo na panela. O mesmo para os ovos. Veja... — Disse fazendo-me desviar os olhos de sua bunda e dorsal definido, e fitar a panela. 

 

É... ele fazia um bom trabalho, mas eu jamais diria isso em voz alta. Era demais! Já basta ter admitido que ele é um bom advogado. 

 

— Va preparar os pães e mesa. — Dizia como se fosse meu pai. 

 

Não discuti. Mesmo que viesse uma vontade de criticá-lo por ser tão mandão, eu sentia que o melhor era manter minha mente ocupada, ou poderia terminar abraçando aquele homem pelas costas se ficasse mais alguns minutos observando-o cozinhar.

 

Quando a mesa parecia pronta, sentamos um em frente ao outro sem qualquer esforço para iniciar uma conversa. Era só eu e ele apreciando um bom café-da-manhã, deixando de lado qualquer clima desagradável de antes. Também não reclamei quando Jon se ofereceu a servir-me o café, ou quando ele me deu uma aula sobre alimentação saudável. A verdade é que eu não me importava como quão metido e à vontade ele se sentia, chegando até a imagina-lo repetindo esse momento por muito outros dias. 

 

— Você está estranha. — O ouvi dizer quando levante com os pratos. 

— Hum? — Falei confusa. 

 

Jon estava aí meu lado na pia. Ajudava-me enxaguando a louça que eu lavava. 

 

— Sempre soube que você seria daquelas que pensam sobre a vida quando lavam os pratos. — Tentou uma brincadeira. 

— Sou estranha. — Respondi sem um sorriso, mesmo que tentasse seguir no clima divertido.

 

Ele levantou uma sobrancelha em confusão. Ah... claro... deve me achar uma louca agora. Acho que ia tentar falar algo, porém desistiu. 

 

Arrumamos a cozinha e guardamos a louça. Tudo numa naturalidade que me deixava estranhamente mal. Não entendia porque as coisas tinham que se encaixar tão bem quando Snow estava por perto. Até lavar a louça parecia menos desagradável! 

 

Por que tudo tinha que ser tão perfeito e ao mesmo tempo dolorido? 

 

— Ainda vai me devolver essa camisa? — O ouvi falar em minhas costas.

 

Balancei a cabeça confirmando. Sem nem perceber o que fazia... comecei a tirar o tecido de meu corpo. Bem, talvez não tenha sido a melhor ideia. 

 

— O que você está fazendo? — Ele perguntou tenso. 

 

Claro... não esperava que eu tirasse a roupa assim em sua frente, ficando apenas numa calcinha rendada. Ah, e o que isso importa agora? Ele já me viu nua tantas vezes, não há motivo para timidez.

 

— Devolvendo sua camisa. — Respondi sem emoção. 

 

Ele se afastou como se precisasse de ar. Respirou fundo, desviando os olhos de meu corpo. Se a situação não fosse tão...confusa... acho que eu poderia rir da expressão sofrida que tomou o rosto do advogado.

 

— Seus sapatos estão no quarto. — Falei, ajudando-o a buscar uma desculpa para não me olhar muito mais. 

 

Ele suspirou. Depois, o vi andar em direção ao meu quarto. É isso... finalmente, estaria livre de Jon Snow. Nunca mais veria seu sorriso debochado e piadas de mal gosto. Nunca mais... 

 

Nunca mais teria seus beijos, seus lábios de coração em meu corpo, seus toques duros e carinhosos. Nunca mais teria suas histórias e brincadeiras percorrendo minha imaginação e fazendo-me admirar seu trabalho. Nunca mais acordaria ao seu lado, percebendo como gostei de tudo o que vivemos não apenas na cama. 

 

 

— Acho que esse é nosso adeus. — Ele disse assustando-me um pouco. 

— Ah... sim. — Respondi.

— Pode ficar com a camisa. — Tentou um sorriso enquanto me oferecia o tecido.

 

Não respondi. Ele ainda ficou me olhando por alguns segundos, com a mão estirada. Esperava alguma reação minha, mas eu não sabia o que dizer. Não sabia como começar. Eu deveria abraçá-lo? Um último beijo? Como é mesmo que fazem nos filmes? 


 

Mas era tarde... cansado de esperar algo de mim, Jon apenas balançou a cabeça e seguiu em direção a porta. 
 

— É isso. — Disse deixando a camisa em cima do sofá. 

 

Olhei para o tecido. Aquilo seria uma lembrança do que poderíamos ter sido? Uma lembrança de quão covarde eu fui em não admitir o que sinto? 

 

— Boa sorte, Targaryen. Espero nunca mais enfrentá-la no júri. — Fez como se brincasse, porém eu sabia que ali não havia graça. 

 

Ele também não se sentia confortável com a despedida. Seus olhos brilhavam de uma forma estranho, e sua voz não era aquela confiança de sempre.

 

Quer saber? Eu não serei essa covarde! 

 

— Jon... — Chamei, quando ele já estava prestes a tocar a maçaneta. 

 

Seus olhos me fitaram procurando uma explicação.

 

— O que houve? — Falou confuso, quando respirei fundo.

 

— Eu não te odeio mais. — Senti as palavras me deixarem como um jato.

 

Jon me encarou e seu rosto era ilegível. Depois desviou o rosto para a decoração de minha sala. Ah... claro... compliquei a situação aqui. Ele se demorou algum tempo olhando meu gato. Será que buscava uma forma de me dar um fora sem ferir meus sentimentos? Só o que me faltava era a piedade de Jon Snow.

 

— Não estou cobrando nada de você, ok? — Falei percebendo que agora ele me olhava. 

 

— Gostei de nossas terças-feiras. Adorei o dia em seu apartamento. Ontem e hoje foram especiais também. Você é uma boa pessoa, e... eu posso ter gostado muito disso... muito mais do que esperava. — Continuei, percebendo que suas feições relaxavam enquanto me ouvia. 

 

— Talvez não possamos ser amigos. Ia ser estranho, eu sei. Então, boa sorte em Porto Real... e nunca mais... nunca mais me desafie em um júri. — Terminei, não conseguindo olhá-lo depois disso. Sentia como se meu corpo estivesse esvaído de toda energia, e tudo o que encontrava era tristeza. 

 

— Por que você está me dizendo isso agora? — Ele perguntou dando alguns passos para perto de onde estou sentada. 

 

— Só achei importante que você soubesse, antes que nunca mais nos encontrássemos. Não quero me sentir covarde. — Admiti, sentindo meu coração explodir quando ele se sentou ao meu lado. 

 

O que ele estava fazendo? Seu voo era daqui há 03 horas! Até onde lembro, ele ainda precisava arrumar algumas coisas... e...

 

Eu o senti segurar minha mão direita, depois veio sua voz: 

 

— Também não te odeio. Já tem algum tempo que sinto algo diferente por você. 

 

Na tentativa de não passar mal, fechei os olhos. Deixei meu coração acalmar, ao mesmo tempo que os dedos de Jon desenhavam círculos em minha mão. 

 

O que devo fazer agora? Olhava para ele e o beijava como em filmes românticos? Não! Isso aqui não é ficção! É apenas a vida de duas pessoas que se ondeiam desde sempre, mas que agora complicaram os sentimentos. 

 

 

 

— Eu queria dizer isso naquele dia que foi ao meu apartamento. Mas você fugiu e eu pensei que....

— O que você sente por mim é algo bom? — O cortei. Não ia querer lembrar daquele dia. 

— É estranho dizer isso, mas sinto algo muito bom. — Sorriu quando o fitei impressionada. 

 

É óbvio que eu estava impressionada. Como não pude perceber que ele também estava sentindo algo diferente? Aquele olhar... seus toques... a forma que transou comigo, quase como se fizesse amor... sim... era amor o que estávamos fazendo. 

Espera... amor? Não... amor é demais...talvez um carinho. É isso; ele desenvolveu carinho por mim. 

 

Como se percebesse meus devaneios, Jon passou os braços em minha cintura, e agora eu não conseguia manter os olhos fechados e muito menos um fluxo racional de pensamentos; precisava ver seu rosto. Queria saber se não mentia; se só dizia aquilo para me maltratar, me usar, ou coisa pior. Mas não... só havia Jon Snow e seu sorriso mais lindo. 

 

— E como ficamos agora? — Perguntou pensativo. 

— Você vai a Porto Real. — Falei acariciando o tecido de sua camiseta ao meu lado. 

— Você quer que eu vá?— Disse preocupado, de repente.

— Não! Eu não quero! — Respondi muito mais desesperada que planejei.

 

Jon riu da minha reação. Eu poderia dizer que ele estava feliz. 

 

— Diga o que você quer. — Ordenou-me segurando meu rosto.

— Quero... quero que fique aqui. — Pedi, sentindo meus pés tremendo.

 

Jon segurou minha cabeça, prendeu meu cabelo entre seus dedos e me fez arrepiar com a força de seu movimento. 

 

— Targaryen... preciso saber, as coisas serão diferentes entre nós? — Sussurrou descansando a testa contra a minha, fazendo-me cócegas com sua respiração. 

— Se você for menos irritante, posso tentar ser menos chata no escritório. — Falei, sentindo seu riso contra minha pele. 

— E eu poderei te procurar outros dias da semana? — Questionou, descendo sua mão por minhas costas lentamente, gerando uma onda de arrepios. 

— Se você não me estressar demais, pode ser todo dia. — Respondi, segurando seus cabelos.

 

Ele concordou com um movimento de cabeça, depois disse:

 

— Isso nos torna o quê? 

— Namorados? — Sugeri.

 

Ele se afastou um pouco de meu corpo, olhou-me como se buscasse verdade nas palavras. Deve ter encontrado algo que o agradou, pois o sorriso em seu rosto era muito brilhante. De repente o vi andando por minha sala. Parecia avaliar nossa situação. 

 

— Estamos transando há 4 meses. Não estamos com outras pessoas, pelo menos eu não... e tenho certeza que você não encontrou ninguém melhor que eu. 

— Ah... claro. — Falei irônica. 

— Vai dizer que você transava com outro? Me poupe, Daenerys. — Resmungou, e eu pude ver um pouco de... ciúmes? 

— E se eu tivesse? Terça-feira é só um dia. — O desafiei. 

— Que seja! O fato aqui é você tinha um trato comigo há 4 meses. Ontem dormiu em meus braço. Conhece minha casa e meu passado. Não nos odiamos mais. É... eu “poderia” chamá-la de namorada. — Falou um pouco nervoso.

 

— E por que não chama? — Perguntei um pouco indignada. 

 

Ele ia querer esse relacionamento às escondidas? Mas eu pensei que...

 

— Não rolou pedido, e parece que você se divertiu com outros caras. — Explicou com a voz carregada de sarcasmo.

 

— Ah. — Suspirei compreendendo seu raciocínio. Ele levou essa questão de outros caras bem a sério. Deus, por que os homens são sempre assim estupidos? Não percebe que eu estava só brincando? 

 

— Não vi ninguém além de você, Jon Snow. Satisfeito? — Falei, sentindo-me cansada desse drama. 

 

Ele levantou uma sobrancelha como se avaliasse minha resposta. Depois o vi sorrir de lado. Sim ele estava satisfeito. 

 

Deus... será que mereço não odiar alguém tão orgulhoso? E o pior! Será possível que eu terei de pedir Jon Snow em namoro? Pela forma que o safado me olhava... 

 

Ah... que se dane... já perdi todo meu bom senso nesta manhã de merda...

 

— Você quer ser meu namorado? 

— Você quer ser minha namorada?

 

Ele me olhou surpreso, e antes que eu pudesse responder ou mesmo pensar sobre o ocorrido, estava sendo puxada do sofá  esbarrando numa boca faminta por beijos. 

 

É isso... 

 

Somos namorados! 

 

 

Acho que Missandei terá orgulho de mim quando descobrir toda a verdade. Bem... alguém tem que se orgulhar dessa longa trajetória. E como minha amiga sempre fora romântica., com certeza apoiará meu novo status de relacionamento. 

 

Ah... esquece. 

 

Foca na boca do Snow e sua habilidade em tirar minha calcinha. 
 

— Agora posso te chamar de Dany? — O ouvi perguntar. 
 

Quê? Não acredito que ele parou de me beijar para falar isso!

 

— É sério. Daenerys é muito longo e lembra como você é chata. — Disse como se não falasse nada demais. 
 

Revirei os olhos, e dessa vez foi eu quem o puxou para um beijo. É melhor mantê-lo calado. Isso... fecha a boca desse homem antes que eu me arrependa de ser sua namorada. 
 

O que fiz para não odiar esse ser humano? 

 

………s2………

 

 

Uma semana depois...

 

 

 

— Bom dia, doutora Targaryen. 

— Bom dia. — Respondi sorrindo. 

 

A moça ia começar a falar sobre meu café, quando viu Jon Snow logo em minhas costas. Ele segurava uma pasta com seu notebook. 

 

— Doutor Snow? — Gilly disse com os olhos arregalados. 

— Bom dia, Gilly. — Jon respondeu colocando uma mão em minha cintura. 

 

Acho que a pobre moça poderia desmaiar. Seu choque ao ver o jeito de carinho entre eu e Jon era, sem dúvida, ainda maior por receber o advogado novamente no escritório. Talvez Tyrion não tivesse espalhado sobre o retorno de Jon Snow. Provavelmente, porque nem ele mesmo tenha compreendido o motivo para a volta tão repentina. Claro que o Lannister não sabe que Jon jamais deixou Winterfiell... ou melhor... jamais deixou minha casa, exceto para pegar suas roupas e alimentar seu cachorro durante uma semana. Ah... sim... também não comentei que tirei uma semana de férias. Afinal, não é todo dia que meu namorado resolve trancar-me em casa, fazendo-me usar nada além de suas blusas masculinas.

 

— É... seu café está na mesa. Espero que as férias tenham sido boas. — Continuou tentando disfarçar a surpresa ao ver Jon com uma mão em minhas costas. 

— Sim, obrigada. — Falei fazendo meu caminho pelo corredor. 

— Te vejo no almoço? — Jon disse segurando minha mão. 

 

Ele não se importava que todos na recepção nos olhavam como se fôssemos extraterrestres. Bem... e desde quando liguei para opinião dessas pessoas? 

 

— Não atrase. — Respondi, como uma ordem, mesmo que estivesse sorrindo.

 

— É você quem me atrasa. — Disse puxando-me para um beijo leve nos lábios. 

 

— Comporte-se, doutor. Ainda posso processa-lo por me deixar com fome.— Falei, arrumando sua gravata, esquecendo completamente a etiqueta de “como uma casal deve agir no trabalho”.

 

Jon ia fazer alguma brincadeira, mas talvez tenha sentindo os olhos ao nosso redor. É... estávamos fazendo uma grande cena aos estagiários. Melhor sair...

 

— Gilly, nós podemos... — Parei de falar quando vi o rosto da garota. 

 

 

Meu Deus, ela estava num misto de nervosismo e choque que era ridiculamente engraçado. Vi que Sam e os outros estagiários faziam a mesma expressão. Eles tinham uma leve coloração vermelha nas bochechas. Pobre jovens, devem estar traumatizados. 

 

 

— Então...Já tomaram café, ou ainda posso unir-me ao grupo?  — Ouvi Jon dizer chamando atenção de todos. Ele estava completamente inalado. Ou melhor, estava em seu eu divertido de sempre. 

 

Bem, essa é minha deixa para seguir caminho. Nem só de namorar vive uma boa advogada, não é mesmo?

 

— Gilly, você me acompanha? — Falei fazendo a garota de mexer num susto. 


Notas Finais


O que acharam?


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