História Eu te sinto, Dominik - Mesmo na morte

Pov Sylwia

Eu arrastava minha mão pela cintura dela sentindo todo o corpo e o coração acelerado

Eu a beijava e passeava com minha língua por toda a boca, explorando cada canto e tocando nos lábios e depositando mordidas.

    Poderíamos manter por muito tempo e continuar nos divertindo como antes, estiquei meu braço até o criado-mudo ao lado e peguei o copo de whisky e levei diretamente a minha boca, cinco segundos depois eu podia senti-la beijando minha barriga e entrando vagarosamente com a língua em mim. Acredite! Aquela sensação era maravilhosa e eu poderia viver só naquilo.

8 AM

Eu abri os meus olhos e tive a visão de uma silhueta feminina trocando de roupa, Ewa                       era realmente linda e incrível como sempre.

- Hora de acordar moça. Ela disse olhando para mim e depositando um beijo em meus lábios

- Certo. Eu disse indo diretamente ao banheiro

Caramba! Eu estava com sede... eu mal podia acreditar no que estava acontecendo.

Entrei em um banho quente sem me preocupar muito, saindo de lá eu peguei a minha mochila e tirei de lá minhas roupas e me troquei.

Escovei meus dentes e guardei tudo, quando me virei para arrumar o cabelo eu o vi pelo reflexo do espelho, ele estava com uma roupa social, mas completamente escura, senti o abraço tomar conta de mim

- Bom dia Sylwia. Ele disse deixando um calor por todo o meu corpo

- Do Dominik?!

- Sylwia, você tem uma missão agora.

- Que missão? Eu me perdi em meio as palavras.

- Sylwia, eu quero que você passe o dia comigo, só comigo... só me leve e eu irei com você. Disse e eu ainda estava confusa

- Certo, eu vou ficar com você.

Me virei e ele não estava lá, havia sumido novamente. Eu estava pirando

Abri a porta e me despedi de Ewa pedindo perdão por ter ficado lá

- Não sejas boba, obrigada por ter ficado.

Eu ri, e fui para minha casa, finalmente era o dia que eu parei para conversar com a minha ‘’família’’.

- Sylwia! Eu ouvi minha avó me chamar e logo a abracei como nunca, eu tinha tanta saudade.

- Vovó!! Me perdoa por tudo. Eu disse sincera esperando as próximas palavras

- Sylwia eu amo você. Ela disse me olhando.

Eu contei tudo o que eu nunca tinha contado e o meu coração queimava ao desabafar e chorar novamente. Depois disso eu me fui até a garagem e lá estava! Meu mustang vermelho que eu ganhei de presente de meu pai antes do falecimento dele, eu nunca tinha entrado naquele carro e seria o meu sonho.

Então abri a porta da garagem, logo após entrei no carro e a chave estava lá, tudo estava no seu lugar, o carro cheirava tão bem e era tão confortável. Liguei o carro, puxei a embreagem e sai de casa

Eu dirigia e sentia a brisa batendo em meu rosto por conta da janela aberta, e me causava a sensação de estar livre... eu dirigi por uma estrada longa enquanto o sol aquecia todo o veículo.

- Para onde estamos indo?! Ouvi a voz de Dominik me virando ao banco de passageiro e o vi ali mesmo

- Você tem que parar de me assustar, a qualquer momento eu vou ter um ataque cardíaco e olha que eu quero morrer sem dor! Eu disse soltando um riso nasal

- Hahahaha, me perdoa.

- Estamos indo ao lugar mais bonito da cidade, quero dizer um lugar AFASTADO da cidade. Eu disse

Eu dirigi por cerca de 2 horas até chegar num lugar nostálgico, sai do carro junto ao jovem de cabelos escuros e sentei no banco, era uma vista maravilhosa, estávamos no topo de um morro um lugar turístico. Eu amava aquele lugar

Eu tirei do meu bolso da blusa um maço de cigarro e um isqueiro no qual retirei um acendi e traguei o mais forte possível, aquela sensação era maravilhosa.

Dominik pegou em minha mão, senti teus lábios tocarem e eu retribui com um pequeno sorriso

- Sylwia, você não pode se juntar a mim tão cedo, você tem amigos maravilhosos, você tem um carro maravilhoso e uma família maravilhosa que te ama. Ele disse tentando me convencer de algo que eu nem havia comentado.

-Como você sabe?! Eu questionei

- Como assim?

- Como você sabe que eu ainda quero desistir? Eu perguntei novamente

-Você tem o mesmo olhar de quando me perguntou porque eu queria viver.

- Dominik, você não pode saber disso, ninguém sabe... o tempo dirá, por enquanto eu quero te ajudar, eu quero te salvar.

- E depois? Ele perguntou com um olhar triste.

- Depois, eu quero minhas pílulas e o meu álcool. Eu disse tragando novamente o cigarro.

- Você sabe que não precisa disso.

- Silêncio! Eu não quero ouvir sua voz!

Pov Beata

 2PM

Eu respirava lentamente procurando um alivio passageiro, eu passei pelo corredor do avião enquanto checava minha passagem procurando o meu banco e quando achei não evitei sentar, tinha um homem aparentemente bonito e da minha idade.

- Olá, meu nome é Haskel. Ele disse com um ar de gentileza

-Oi! Senhorita Santorski, digo ... Beata Santorski. Eu gaguejei

- HAHAHA, você parece um pouco nervosa. Ele falou soltando um riso de canto de boca.

-Me Desculpe, ultimamente eu ando mal. Eu falei.

-Para que está viajando?

-Estou indo trabalhar na Rússia. Eu disse sincera

- Ah sim, eu também estou. Ele me entregou um pequeno papel com um número. Eu sou psicólogo, se precisares pode ligar, eu te ouvirei.

- Ok.

O avião estava prestes a decolar, então não demorando muito eu encaixei o cinto de segurança e me certifiquei de que estava confortável ali.

Eu estava um pouco incomodada pois seria minha quinta viagem no mesmo mês, eu precisava de descanso, eu não conseguia calar o luto que eu ainda estava sentindo por Dominik.

4Pm

Já haviam se passado algumas horas, foi quando eu acordei e puxei um livro de minha bolsa no qual comecei a ler, na mesma página estava escrito:

‘’ficou sozinho com vontade de estar em algum lugar onde alguém gostasse dele de verdade."

Eu queria estar sozinha com Dominik, eu gostaria de ouvi-lo falar tudo o que eu não tive paciência para ouvir, eu gostava dele de verdade, ele era o meu bebê. E agora eu não o tinha mais.

Lágrimas caíram ao livro e soltei um suspiro bem puxado, foi quando o senhor ao meu lado me olhou e perguntou:

-Está tudo bem?! Você quer falar?

-Meu filho...

- O que houve?!

-Ele morreu, ele me deixou sozinha e eu não tive tempo de ouvir ele, você acredita nisso? O meu bebê! Ele era o MEU bebê! Ele fez coisas que eu não imaginava.

-E eu sinto muito eu imagino o quanto isso seja difícil. Ele disse abaixando a cabeça e se levantando um pouco para me dar um abraço no qual eu não recusei.

Pov Sylwia

 Eu estava ali com Dominik, ele era minha melhor companhia e eu não queria perde-lo novamente, eu mal podia acreditar... eu só estava ali nos braços dele não me questionando o que estava acontecendo, dessa vez eu estava calma e queria estar com ele independente de tudo.

-Porra! Minha mãe sente minha falta Sylwia, diga para ela que eu a amo. Ele disse derramando uma lágrima.

-Como você sabe disso?! Perguntei

- Eu a sinto, eu sinto as lágrimas dela e o calor dela próximo a mim.

- Whoa! Isso é incrível. Eu disse

- Sylwia me promete que vai dizer a ela assim que puder... por mim. Ele pediu de um jeito sincero e triste meio abatido

Eu não recusei.

O céu estava escuro depois de 4 horas no mesmo lugar era hora de voltar para a casa, e eu não estava me sentindo bem, mas eu apenas ignorei e entrei no carro.

Eu dirigia e sentia os meus olhos se fecharem e abrirem com as buzinas dos outros carros, aquilo era estranho para mim. Mas eu me sentia confiante por isso retomei o caminho, Dominik estava ali de olhos bem abertos fitando a estrada.

- Olhos abertos Sylwia, me leve para a casa com segurança!

- Dominik, eu estou indo para a MINHA casa. Eu disse com mau-humor

- Certo, Certo! Ele falou rindo baixinho no qual no mesmo volume ainda disse. Estressadinha!

Eu ri um pouco nervosa.

Eu continuei dirigindo até chegar em casa. Guardei o carro na garagem e dei um beijo em meus avós.

- Vovó eu estou indo deitar, Boa noite vovó, Boa noite vovô. Eu me despedi com respeito.

Entrando na bagunça do meu quarto decidi que ao invés de ir apenas deitar ia arrumar a bagunça naquela hora mesmo, e foi o que fiz. Ora eu tirava os moveis e arrastava, agachava pegava garrafas de bebidas do chão e limpava a comida que eu havia derrubado ao mesmo, tudo foi ficando em seu devido lugar e quando encerrei o quarto estava como nunca!

- Poxa, você se superou! Dominik disse rindo e orgulhoso para mim.

- Obrigada!

Então eu preparei a cama 2 horinhas depois da bagunça, onde me deitei junto ao meu fiel amigo.

-Sylwia, você é minha melhor amiga... eu sei que tu não demonstras e nem eu, mas eu acho que está na hora de eu realmente te falar do fundo do meu coração que já não bate mais. Que eu te amo e sou grato por te ter comigo mesmo depois da morte.

Uma lagrima caiu de meus olhos molhando o travesseiro, eu o retribui dando um beijo na bochecha

- Eu te amo Dominik.

- Sylwia, eu vou te contar tudo o que aconteceu desde que eu te conheci, eu era rodeado de amigos, e teve um baile na minha escola no qual no mesmo dia eu me assumi gay aos meus pais que claro, não aceitaram. Eu beijei Aleksander, e foi parar tudo na internet, e aconteceu mais um probleminha no judô no qual eu serei eternamente zoado por aquilo por culpa dele. Sylwia eu já estava morto por dentro e ninguém viu nada! Ele disse desabafando de uma vez por todas essas e mais palavras.

- Eu vi Dominik, você respirava medo o seu olhar refletia medo e não tem como negar.

- Eu me superei por causa de ti! E eu quero que saiba que estou contigo independente de tudo Sylwia.

-Mesmo na morte?! Eu perguntei

-Mesmo na morte. Ele repetiu me trazendo segurança.

Fechei os meus olhos e dormi profundamente naquela noite.