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História Eu tenho um pequeno problema - Juntando os pedaços pt.2


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


OLÁ MORES DA MINHA VIDAA <3 <3 <3

RETORNEI!!!!! Amém xD

Eu andei um bom tempo longe do spirit e parei de escrever nesse intervalo de tempo, diversos motivos me levaram a crer que eu não conseguiria concluir minhas fics e cogitei apagar minha conta, mas, por sorte eu não consegui me desapegar desse hábito que está se tornando um vício e voltei com mais um capítulo <3

As atualizações não serão mais no ritmo que estavam sendo antes de eu dar essas sumidas, pretendo acabar minha outra fanfic antes de continuar atualizando essa daqui, espero que me entendam e não fiquem tão insatisfeitos comigo ><

Boa leitura mores, perdoem se estiver algo errado, estou caindo de sono!

Capítulo 11 - Juntando os pedaços pt.2


Fanfic / Fanfiction Eu tenho um pequeno problema - Juntando os pedaços pt.2

 

 

 

 

++++


 

Seohyun não sabia muito bem onde estava quando acordou algumas horas antes, com dor de cabeça, voz rouca e alguns hematomas no braço, a boa notícia é que estava vestindo suas roupas. Porém os homens fardados, o pequeno espaço sem móveis ou janelas e as grades que o fechavam lhe disseram imediatamente que estava em uma cela. Primeiro ela ficou com medo, muito medo, não conseguia imaginar que tipo de coisa podia ter feito para acabar ali, naquele pequeno espaço de dois por quatro. Depois sentiu vergonha, indiferente à gravidade do delito que possivelmente havia cometido, seus pais nunca a perdoariam. Ela estaria sempre marcada, uma vez fichada na polícia, as chances de arrumar um bom emprego caiam, seus pais jamais lhe perdoariam por tal ato, indiferente à gravidade dele.


 

O barulho estalado do portão de metal abrindo lhe fez dar um pulo. Um policial abria a porta da pequena cela, a única da delegacia, Seohyun levantou imediatamente. O homem devia estar na faixa dos quarenta anos, era um pouco rechonchudo e seus olhos eram minúsculas fendas no rosto redondo.

 

O homem não disse nada, apenas indicou a porta aberta da cela com a cabeça, Seohyun entendeu que devia sair. Perdendo um pouco da calma a cada passo dado a possível meliante permaneceu estática do lado de fora enquanto o guarda fechava a cela novamente.
 

O policial pegou seu braço e imediatamente Seohyun se desesperou.

 

— Não se preocupe. — ele sorriu. — Não vou te algemar.

 

O gentil aviso do guarda não serviu para ela perder o receio que sentia em relação a ele. O homem analisou seu antebraço, soltando sua mão logo em seguida, parecia satisfeito.

 

— Quando meu colega te trouxe para cá ontem à noite você estava com hematomas enormes no braço, passamos uma pomada para aliviar e já está bem melhor.
 

— Obrigada. — disse fraquinho, sua voz estava levemente rouca e sua garganta incomodava.

 

— Por favor, não cause nenhum tumulto, ele só quer saber onde você deixou as coisas, tudo bem? — Seohyun não fazia a menor ideia do que aquele homem estava falando, mas assentiu timidamente. — Não vou precisar te segurar ou colocar algemas, certo?

 

Ele ergueu uma sobrancelha inquisidora, seus olhos comprimiram-se e seu rosto tornou-se sério. Seohyun indagou consigo se o homem treinava aquela cara na frente do espelho. Concordou com seu melhor olhar assustado.

 

— Ótimo! Por favor, por aqui! — exclamou satisfeito indicando com a cabeça que ela devia o seguir.
 

Seohyun foi conduzida por um pequeno corredor que dava em uma porta branca com uma janela tapada por uma cortina. O policial abriu a porta e ela entrou. Estava em outro pequeno espaço fechado, este porém tinha janelas e não havia nenhuma grade, era apenas uma tosca sala de interrogação, afinal a janela aberta dava a vista para as casinhas do interior, a luz clara deixava tudo mais convidativo e o velho ventilador rangia preguiçosamente.

 

Talvez a coisa mais intimidadora naquela sala fosse o velho sentado na cadeira atrás da mesa. Seu rosto era enrugado, os olhos quase sumiam debaixo das grossas sobrancelhas, o nariz aquilino lhe dava um ar de seriedade, além disso, seu olhar não era o de uma pessoa feliz. Ele encarava Seohyun de forma peturbadora. Um outro policial estava parado em pé ao lado do velho. Ele bocejou, desejava estar sentado em seu posto no balcão de atendimento ao invés de se preocupar com as besteiras de uma jovem alcoolizada.
 

— Por favor se sente. — pediu docemente o policial que havia lhe trazido da cela.

 

Seohyun obedeceu, o velho lhe dirigiu um olhar muito feio. Porém o homem idoso suspirou e sua expressão mudou completamente. Agora ele a encarava com gentileza.
 

— Você lembra de alguma coisa? — o policial parado em pé ao lado do velho lhe perguntou, Jang Hyuk, leu na identificação.

 

— Não. — Joohyun abaixou a cabeça envergonhada.

 

— Imaginamos que não lembraria.
 

O guarda suspirou, seria apenas sua impressão ou havia um quê de desapontamento no tom dele? Seohyun implorava mentalmente para que suas amigas aparecessem, queria mais do que tudo que elas estivessem ali.

 

— Vou explicar brevemente o que aconteceu. Podemos dizer que você foi detida depois de roubar as bíblias da capela. — Jang Hyuk anunciou um pouco confuso, não estava acostumado a esse tipo de coisa, o máximo que fazia era multar turistas que dirigiam embriagados, era a primeira vez que se deparava com uma ladra de bíblias. — O pastor deu queixa depois de ouvir muito barulho na capela e constatar que as bíblias haviam desaparecido, as câmeras de segurança da igreja filmaram você, na verdade foi bem fácil te achar, você estava pregando a palavra de Deus pela cidade, um morador deu sua localização exata já que você estava fazendo muito barulho.

 

Após as palavras do oficial um silêncio constrangedor caiu sobre a pequena sala. Joohyun estava com vergonha demais para encarar os dois policiais. Que tipo de situação era aquela? Ela seria registrada nos arquivos da polícia como a primeira pessoa a ser presa por roubar bíblias? Que tipo de palhaçada era essa? Os guardas realmente não sabiam como lidar com esse tipo de coisa, nunca haviam prendido alguém por esse tipo de roubo, sendo honestos nunca prendiam ninguém naquela pacata cidadezinha.

 

— Veja minha filha, eu entendo que você se entregou ao pecado, isso acontece, o homem é pecador, mas eu enxergo que você é uma boa pessoa, você ama O Criador e queria espalhar a Sua palavra. — o velho, que Seohyun deduziu ser o pastor, falava em um tom calmo e terno, quebrando o silêncio desagradável para o alívio de todos, a garota entendeu prontamente que para conseguir evitar um escândalo seria bom ser bem vista pelo pastor.

 

— Portanto, estamos dispostos a perdoar o seu equívoco, você roubou, cometeu um erro, porém sua intenção não era má, você queria apenas propagar o amor do Senhor. — ele sorriu orgulhoso.

 

— Perdão, eu sei que não devia ter roubado…

 

— Shhh… não precisa explicar menina. — o pastor pousou a mão sobre o ombro de Seohyun. — Você terá o seu perdão, Deus sempre perdoa.

 

O homem parecia ter terminado seu discurso de perdão e amor ao próximo. Seohyun ergueu a cabeça novamente. O policial à sua frente pigarreou levemente desconcertado, retomando a palavra após o breve intervalo de silêncio que se seguiu ao discurso do pastor.
 

— O pastor Lee conversou conosco e chegamos a conclusão de que não é necessário prolongarmos sua estadia aqui ou proceder com o protocolo, veja bem, — ele passou a mão pelos cabelos, claramente sem graça — não é todo dia que esse tipo de coisa acontece, você parece ser mesmo uma boa moça, só precisamos das bíblias de volta e estamos dispostos a esquecer isso.

 

Seohyun conteve-se para não abrir a boca. Até mesmo seus atos criminais eram toscos demais para serem levados a sério, não deixou de sentir certa vergonha, porém estava muito agradecida com o descaso com que esse pequeno incidente estava sendo tratado. Em um gesto nervoso colocou as mãos nos bolsos da calça, havia um pedaço de papel ali. O policial a encarou, ela olhou para ele.

 

— Quando te achamos você estava embriagada e não tinha noção do que estava fazendo, você perturbou a paz e fez muito barulho, por causa disso vamos apenas pedir que faça algumas horas de trabalho voluntário como compensação.
 

Seohyun engoliu em seco.
 

— É que… eu não sou dessa cidade, sou de Seul, vim com algumas amigas e…

 

— Sim, nós já sabemos. — Jang Hyuk cruzou os braços. — Cidade pequena, todo mundo conhece todo mundo, você não podia ser daqui. — ele explicou dando de ombros. — Vamos contatar uma delegacia em Seul e informaremos sobre o seu trabalho voluntário, pode executá-lo lá, não é tão importante assim.
 

Seohyun maneou a cabeça concordando. O pastor tossiu, ela ainda não se sentia confortável naquele ambiente.
 

— Então, onde estão as bíblias?





 

++++



 

Yuri estava feliz. Não lembrava quando fora a última vez que saíra com seus amigos, na verdade, Yuri não recordava de ter amigos. Sempre foi a excluída da turma durante todo o fundamental e médio. Teve colegas, companheiros de cursinho, duplas e grupos de trabalho. Mas nenhum deles se enquadravam no termo amigo. Provável fosse que as únicas pessoas com quem Yuri possuía convívio frequente e relação de amizade fossem suas colegas de trabalho, estas consistiam em duas primas, sua mãe e sua tia. Ninguém havia feito faculdade, nem Yuri. O negócio da confeitaria lhes rendia o suficiente para viver confortavelmente. Ela nunca viu grande necessidade em entrar para uma universidade e conquistar um diploma. Sua família não influenciava esse caminho, além de tudo, Yuri trabalhava na confeitaria desde seus doze anos. Talvez por ser a única aluna da turma que não tinha horários vagos ou finais de semana livres ela acabou naturalmente sendo isolada dos outros colegas.
 

Yuri suspirou, depois sorriu. Pela primeira vez em sua vida entendia o que era amizade. Mesmo não conhecendo direito as pessoas que haviam a levado para a praia já adorava todas elas. Gostava do jeito gentil e prestativo de Taeyeon, adorava a doce Seohyun, tinha uma peculiar curiosidade sobre as atitudes impensadas e sem sentido de Hyoyeon, lhe agradava a companhia de Krystal e Jessica, mesmo a última sendo um pouco ranzinza e grossa. A única pessoa que ainda não fazia sentido para Yuri era Tiffany.
 

A simples confeiteira não conseguia entender o jeito da Hwang. Para Yuri ela parecia estar sempre incomodada com alguma coisa, era desagradável sem motivo algum com a pequena loira, que sempre tratava a todos gentilmente. Tiffany parecia uma tia velha e resmungona, aos olhos de Yuri, ela estava sempre reclamando de alguma coisa ou de alguém, em especial da afável Taeyeon.

 

— Vire à esquerda na próxima rua! — Seolhyun indicou calma e docemente.

 

Tiffany obedeceu sem esboçar nenhuma reação. A Hwang dirigia, Seolhyun estava sentada no banco de carona ao lado da motorista dando as direções da delegacia, Taeyeon estava sentada no banco de trás ao lado de Yuri, as duas dividam o espaço com as mochilas e barracas que haviam desmontado e jogado de qualquer jeito para dentro do carro, as misteriosas bíblias que foram encontradas dentro da barraca foram colocadas dentro do cesto de Hyoyeon. A rádio local alternava pop americano com baladas água com açúcar, ninguém dentro do carro falava. Além de Seolhyun, claro, que ditava animadamente o caminho da delegacia.
 

— É só seguir reto agora, é o sobrado azul, ali no fim da quadra. — Seolhyun reclinou-se no banco, cruzando os braços, estava com seu dever cumprido. — Prontinho! Chegamos!
 

Sorriu ao apontar para a casa pintada de azul e branco. A delegacia na verdade era um sobrado que há pouco tempo havia sido usado como restaurante. Porém a prefeitura comprou o espaço e reformou, não mudaram muita coisa por fora, deixando ainda com aparência de peixaria interiorana. A diferença é que haviam duas viaturas estacionadas na frente e as cores padronizadas não eram muito convidativas a um restaurante.
 

— O que Seohyun fez para ser presa? — Tiffany perguntou ainda com as mãos na direção da geringonça.
 

— Não sei. — Seolhyun deu de ombros. — Ela apenas me ligou algumas horas atrás me pedindo para chamar vocês. Disse que vocês deviam saber onde elas estavam.

 

— Vocês já se conheciam? — Yuri indagou inclinando-se para frente.

 

— Não. — Seolhyun mantinha o sorriso no rosto. — Nós nos conhecemos ontem de noite e eu dei meu número para ela.  — Yuri assentiu satisfeita com a resposta.

 

— Você tem alguma ideia do que pode ser o “elas” a qual Seohyun se referiu? — Taeyeon indagou no que a salva vidas negou com a cabeça.

 

Taeyeon saiu do carro, sendo seguida por Tiffany. A loirinha parou antes de cruzar o portãozinho da delegacia, esperou que todas saíssem do carro, para então entrarem juntas. Percorreram o pequeno pátio em fila indiana e entraram uma atrás da outra na casa. O que antes devia ter sido preenchido por mesas e cadeiras de madeira agora dava lugar a uma secretaria. Um balcão havia sido posto na sala, cadeiras conjugadas em trios e dois vasos de plantas tristonhas completavam a decoração juntamente a um par de revistas deixadas em uma pequena mesa de centro.
 

Taeyeon se aproximou do balcão, um homem fardado estava sentado do outro lado, parecia cansado e as encarava surpreso. Afinal, o mundo do combate ao crime não era muito empolgante naquele litoral interiorano, pelo menos, não até a noite passada.
 

— Boa tarde, em que posso ajudá-las? — perguntou analisando rapidamente cada uma delas. — Seolhyun-ssi? — seus pequenos olhos comprimiram-se ao fitar a salva vidas.
 

— Jang Hyuk-ssi! — ela sorriu se inclinando.

 

— O que faz aqui?
 

As outras apenas encaravam os dois, mudando o olhar para quem estava falando.

 

— Viemos procurar uma amiga que bebeu demais ontem!
 

A naturalidade com que Seolhyun disse a frase fez parecer que esse tipo de situação era frequente para ela. Tiffany não duvidou que isso pudesse ser verdade, levando em consideração as colegas malucas da salva vidas.

 

— Não seria a ladra de bíblias? — Jang Hyuk conteve uma risadinha.
 

— Ladra de bíblias? — Taeyeon se meteu aproximando-se do balcão, conseguindo a atenção do homem.

 

— Uma garota foi detida ontem por roubar as bíblias da capela.
 

As forasteiras se entreolharam. Tiffany deu de ombros, Yuri voltou os olhos para o policial e Taeyeon indicou com a cabeça para que ela falasse.
 

— Por acaso ela tem mais ou menos a minha altura e idade? — iniciou Yuri.

 

— Tem o rosto redondo, cabelo castanho escuro com franja? — completou Tiffany.

 

— E estava provavelmente fora de si. — finalizou Taeyeon.  
 

Seolhyun encarou o policial que assentiu em silêncio.

 

— Vocês tem algum documento da amiga de vocês? — Taeyeon assentiu entregando a identidade de sua dongsaeng.
 

Jang Hyuk não precisava olhar a foto no documento para saber que aquelas turistas estavam atrás da garota das bíblias. Eles estavam de fato esperando que elas aparecessem. Seohyun era incapaz de lembrar que fim havia dado para as outras bíblias quando foi presa. Quando fora detida estava apenas com um dos livros e suas roupas, seus documentos, dinheiro e celular estavam todos no acampamento que haviam montado na praia. Claro, ela não lembrava disso. Por causa dessa infeliz circunstância, Seohyun se viu obrigada a recorrer ao número que estava escrito no papel em seu bolso, era sua última esperança. Bem se via que os policias não queriam sair por aí vasculhando a cidadezinha atrás de bíblias. Por sorte a salva vidas compreendeu a situação e foi atrás das amigas de Seohyun, claro, não sabia que iriam se encontrar naquelas circunstâncias, Seolhyun também não pediu muitos detalhes, apenas colocou na cabeça que precisava encontrar as amigas da pobre moça encarcerada. Havia obtido sucesso em sua missão, mesmo que conturbado.

 

Jang Hyuk mandou seu colega trazer a detenta, as outras esperaram inquietas. Taeyeon com a ajuda do policial foi buscar o cesto com os livros roubados. O pastor continuava pacientemente sentado na mesma posição desde que havia chegado. Ele estava satisfeito consigo, havia testemunhado que a palavra de Deus estaria sempre preservada nas mãos daquela boa juventude. Tiffany estava nervosa e descascava o esmalte das unhas, toda aquela situação era desconfortante. Yuri parecia estar alheia a toda a situação, pois discutia, interessadíssima, com Seolhyun sobre como era a vida de uma salva vidas gostosa do interior.

 

— Você sabe, não acontece muita coisa por aqui! — ela sorriu. — Então estou feliz em ajudar vocês a se reencontrarem!

 

Tiffany revirou os olhos. Não cansava de sentir certa desconfiança a respeito da salva vidas. Yuri deixou de sorrir ao escorregar os olhos para Tiffany. Ainda não engolia todo aquele mau humor desnecessário. Porém não teve tempo de falar o que pensava, Jang Hyuk voltou, e logo atrás de si, segurando os próprios braços e encolhida de vergonha estava Seohyun. Tiffany se levantou abraçando a garota com força.
 

— Graças a Deus você está bem! — Seohyun sentiu-se segura instantaneamente e retribuiu o abraço, mesmo que a Hwang estivesse apertando demais. — Nós procuramos por você! O que aconteceu?
 

Tiffany soltou a menina, que caiu diretamente no caloroso abraço de Yuri.

 

— Seohyun! — exclamou a padeira sorrindo ao apertar a maknae. — Por onde você andou?? Ficamos muito preocupadas!!

 

— SEOHYUN!!!!! — Taeyeon entrava novamente pela porta, suas mãos estavam ocupadas com o cesto que ajudava o policial a carregar, porém ela o soltou para correr em direção a sua dongsaeng.

 

— Unnie… — murmurou enquanto desvencilhava-se de Yuri e abraçava Taeyeon. — Eu fiquei tão assustada… — sussurrou aconchegando-se o máximo possível na loirinha.
 

Taeyeon sorriu tranquila, pousando a mão sobre a cabeça de Seohyun e fazendo um carinho de leve.
 

— Está tudo bem. Fomos péssimas unnies, mas vamos cuidar bem de você agora! — garantiu.
 

— Obrigada Tae-unnie! — Seohyun se soltou inclinando-se para a mais velha. — Obrigada Tiffany-unnie! Obrigada Yuri-unnie! Obrigada Seolhyun-ssi! — reverenciou cada uma delas enquanto agradecia.

 

— Não seja tão formal Joohyun! — a salva vidas sorriu. — Só fiz o meu trabalho.

 

— É um momento muito lindo de união e amizade que estamos presenciando aqui! — o pastor tomou a palavra se levantando. — Gostaria que me acompanhacem em uma pequena oração para agradecer ao Senhor por ter conduzido suas amigas até aqui Seohyun-ssi!

 

— Seria uma honra pastor Lee! — afirmou a garota com um sorriso.

 

Estava agradecida demais por ser salva dali. Mesmo um pouco contrariadas todas participaram da “curta” oração com o pastor. As bíblias foram devolvidas e os policiais advertiram-nas a não beber demais em uma próxima vez. Seolhyun e o pastor se despediram delas na frente da delegacia, sendo que a primeira tinha que voltar para o trabalho e o segundo precisava ir para a sua capela. Seohyun era muita grata aos dois, sem eles, talvez ainda estivesse presa por ter cometido um dos crimes mais estúpidos da história.

 

— Obrigada pela noite passada meninas! Foi uma das festas mais divertidas que eu já participei! — Seolhyun sorria, como de costume. — Se vierem para cá de novo, não hesitem em me ligar!

 

Ela teria piscado para mim ou para Seohyun? Indagou Taeyeon consigo sorrindo enquanto acenava para a salva vidas que ia embora em direção à praia.

 

— Vou usar o telefone da delegacia para ligar para Jessica e descobrir onde ela está, o celular dela não estava no carro nem no acampamento, vai ser difícil ela atender se estiver dormindo, mas não custa tentar. Me esperem aqui! — Tiffany informou entrando novamente na casa.

 

— Tudo bem! — Yuri exclamou se abanando, estava fazendo um calor terrível.

 

— Tae-unnie está queimada? — Seohyun perguntou analisando com um olhar preocupado o rosto vermelho da loirinha.

 

— Um pouco, não é nada demais.

 

— Vou pegar um filtro solar. — decretou rumando para o carro.

 

Yuri seguiu Seohyun, tinha algumas coisas para perguntar. Taeyeon permaneceu sentada na pequena varanda da casa. Seohyun abriu a porta de trás e procurou por sua mochila. Foi pega de surpresa pelo leve tapa que Yuri deu em seu ombro para denunciar a sua presença.

 

— Ah é você Yuri-unnie!
 

A morena sorriu um pouco sem graça. Por não ter sido criada de forma convencional e sua família não usar esse tipo de nomenclatura para se referir uns aos outros, Yuri sempre acharia estranho ser chamada e chamar outras pessoas de unnie.
 

— Aigoo! Não precisa usar “unnie”, tudo bem? — Seohyun claramente não tinha a intenção de fazer o que ela estava pedindo, sua educação fora totalmente diferente da de Yuri. — Eu me sinto um tanto desconfortável, não acho que precisamos nos chamar assim.

 

— Então, Yuri-ssi? — arriscou um pouco insegura a mais nova.

 

— Que tal apenas Yuri?
 

A padeira sorriu largamente, desarmando completamente Seohyun com seu sorriso. Ela balançou a cabeça em concordância.
 

— Okay. — Yuri sorriu novamente.

 

— Ótimo! Sabe Seohyun, eu queria perguntar algumas coisas, mas tenho certo receio de como isso possa soar se eu perguntar para a pessoa que eu quero perguntar.

 

— Como assim unni-Yuri! — ela balançou a cabeça se repreendendo. — Não entendi o que você quer dizer.

 

— Eu andei notando, que Tiffany é um tanto rabugenta e grosseira. E eu queria saber se você sabe o motivo.

 

Seohyun permaneceu em silêncio. Não entendia o que Yuri estava de fato tentando perguntar, como também não sabia aonde a confeiteira queria chegar.

 

— Tippany achou a Jessica, estamos indo atrás dela, você quer dirigir Yuri? — Taeyeon perguntou sem se dar conta de que na verdade interrompia uma conversa. 
 

Yuri apenas concordou de bom grado sem aguardar uma resposta de Seohyun. As duas entraram no carro, Tiffany surgiu instantes depois que todas entraram no carro. A Hwang sentou no banco traseiro, ao lado de Seohyun.

 

— Jessica alugou um quarto na pousada da cidade, mas não podemos ir buscá-la sem achar Krystal!
 

— Por que não? — Yuri indagou sem pensar.
 

Tiffany lhe dirigiu um olhar displicente.

 

— O que você acha que vai acontecer se dissermos para Jessica que Soojung está desaparecida?

 

Yuri ficou em silêncio pensando. Depois de alguns segundos de incredulidade por parte de Tiffany a padeira falou.
 

— Ela vai ficar irritada não vai?

 

Tiffany sentiu vontade de socar a própria cara. Contando até três respirou fundo e encarou a padeira novamente.
 

— Sim Yuri, ela vai ficar muito irritada.

 

— Mas e Hyo-sunbae? — Seohyun interferiu. — Não temos que achar ela também?
 

— Nós vamos achá-la — Taeyeon assegurou a sua dongsaeng que claramente estava preocupada.
 

— Onde elas poderiam estar? — Yuri perguntou.
 

— Eu acho que-
 

— Shiu! — Tiffany mandou Taeyeon se calar. — Acho que escutei alguma coisa.

 

Todas fizeram silêncio, os ouvidos atentos ao menor barulho. Dava para escutar a TV ligada dentro da delegacia transmitindo alguma partida de baseball, o som do mar era perceptível mesmo que quase inexistente, além de um som seco que lembrava um estrondo abafado. Parecia uma pancada.
 

– Ouviram isso? – Seohyun indagou encarando suas unnies uma por uma.

 

Shiiu!! – Tiffany impacientou-se.

 

As quatro continuaram em silêncio. As cabeças inclinando-se, tentando apurar a audição. Mais uma pancada. Desta vez acompanhada de um leve solavanco no carro. As garotas se entreolharam trocando olhares confusos e levemente amedrontados. Alguns segundos se passaram sem que ninguém emitisse um mísero som, parecia que até mesmo o som da TV dentro da delegacia havia sido abaixado. Outra pancada, desta vez mais violenta, produziu um som mais alto que os anteriores, consequentemente, o solavanco no carro também foi maior.

 

– Acho que tem alguém dentro da caçamba! – Taeyeon sussurrou um tanto preocupada.
 

– Deveríamos olhar? – Yuri sussurrou de volta, se inclinando.

 

– Não na frente de uma delegacia. – Tiffany decretou. – O que poderia acontecer se a gente tiver sequestrado alguém?

 

Seohyun sentiu um calafrio percorrer todo o seu corpo, a ideia de retornar para aquela cela, mesmo que os policiais fossem gentis, lhe era insuportável.
 

– Unnie tem razão! – apoiou de forma um tanto desesperada a Hwang. – Podemos ver o que está ali em algum outro lugar mais calmo.

 

Taeyeon estava prestes a protestar que o melhor a fazer seria terminar com aquele breve suspense o mais rápido possível, porém a expressão aflita de Seohyun lhe impediu de fazer isso. A loirinha percebia como sua dongasaeng estava apavorada com aquilo.
 

– Tudo bem. Vamos resolver isso em outro lugar. – a Kim voltou-se para a confeiteira. – Yuri.

 

– Sim? – ela fitou-a docemente com seus gentis olhos castanhos.

 

– Você pode dirigir agora.

 

– Ah sim! – Yuri sorriu largamente, um pouco constrangida.

 

Antes que a padeira ligasse o motor da geringonça escutaram mais um pequeno estrondo. Depois deste vieram mais outros, o carro estava em movimento e as pancadas continuavam, as quatro fingiam não escutá-las. Porém, a coisa ficou tão insuportável que a própria Tiffany mandou Yuri parar o carro.

 

– Não podemos esperar mais! – Tiffany verbalizou o que todas estavam pensando.

 

Decidida saiu do carro, sendo seguida imediatamente pelas outras. Os estrondos intensificaram-se, Tiffany prontificou-se para abrir a caçamba da geringonça, estava coberta com um toldo escuro. Tiffany colocou a chave, contou até três mentalmente, respirou fundo e então abriu. As quatro abaixaram-se para ver quem ou o que estava fazendo todo esse alarde. A surpresa não foi pouco ao constatarem que Krystal, Jung Soojung, estava ali dentro. A Jung caçula rastejou para fora da caçamba, junto com ela saiu dali um saco de dormir, um travesseiro e algumas garrafas de bebida. Soojung cheirava a álcool e mar. Seus cabelos estavam opacos e lembravam palha seca, muito parecidos com os de Taeyeon, que havia passado horas no sol. Krystal suava e estava com as bochechas coradas, provavelmente devia estar quente debaixo daquela lona.
 

De início ninguém disse nada, analisavam-se mutuamente, perguntando-se o que cada uma havia passado para estar ali daquele jeito. Soojung sentia dor nas costas, o saco de dormir era desconfortável, porém não havia pensado nisso quando fugiu da festa e transformou a caçamba da geringonça em sua própria suíte particular. O motivo? Taeyeon havia terminado o que quer que tivesse com ela. A loirinha não lembrava disso, claro, porém Krystal faria ela recordar disso rapidamente.

 

– Oh meu Deus Soojung-ah! – Tiffany exclamou quase ao mesmo tempo que Taeyeon, porém Seohyun se adiantou aproximando-se da mais nova.

 

– Você está bem? Está com fome? Dor de cabeça? Se queimou com o sol? – disparou Seohyun sem deixar que a Jung respondesse suas perguntas. – Soojung-ah, você consegue falar? – indagou um tanto preocupada.

 

Não. Krystal não conseguia falar, ela estava justamente tentando dizer isso enquanto suas unnies lhe enchiam de perguntas que ela não conseguiria responder. Depois de levar um fora, Krystal ficou profundamente magoada e se recolheu em sua fortaleza (a carroceria da geringonça) com algumas garrafas de soju surrupiadas da festa, levou o saco de dormir e acabou apagando ali. O que a Jung caçula não esperava é que ficaria trancada ali dentro. Quando ela acordou, algum tempo depois, gritou por horas para que a tirassem de dentro da carroceria, mas ninguém escutou, o luau acontecia e não dava indícios de parar. A música estava alta demais e as pessoas haviam bebido demais para repararem nos gritos desesperados de Krystal. Sem escolha, e com a garganta doendo de tanto chamar ajuda, ela adormeceu novamente, acordou de forma brusca e nada agradável quando o carro foi posto em movimento para irem buscar Seohyun na delegacia, porém, Soojung não tinha mais voz para gritar, por causa disso, fora obrigada a chutar a porta da caçamba para ser notada. Ela tentava falar tudo isso, mas de sua voz não saia som algum.

 

– Soojung o que aconteceu?! – Taeyeon gritou um tanto desesperada.

 

Krystal achou graça na preocupação da mais velha, tossiu. Sua garganta doía. Precisava avisar que não conseguiria falar. De repente uma ideia lhe ocorreu. Krystal caminhou apressadamente até a porta do banco de carona da geringonça, abriu-a, retirou do porta-luvas um pequeno bloco de notas e uma caneta já usada. Jessica havia ganho o conjunto em uma promoção de um posto de gasolina. Com um tanto de pressa escreveu.
 

Não consigo falar, estou sem voz, gritei demais ontem à noite.

 

Depois, mostrou a frase às suas unnies que a observavam preocupadas. Elas leram, e não demorou sequer dois segundos para surgirem mais perguntas.
 

– Por que você gritou? – Seohyun indagou cada vez mais preocupada.

 

– Por que você estava na caçamba da caminhonete? – Tiffany perguntou aflita.
 

– Você está com dor? – Taeyeon colocou uma mão sobre seu ombro claramente preocupada.

 

– Quer algum remédio? – Yuri terminou o rápido interrogatório.

 

Soojung suspirou pegando o bloco novamente. Pôs-se a escrever furiosamente enquanto as outras a observavam atentas.

 

Eu fui me deitar e acabei presa dentro da geringonça. Gritei por ajuda mas como a música estava muito alta ninguém veio me ajudar, acordei sem voz.

Taeyeon vá se foder.

Eu estou com dor e quero um remédio.

 

A medida que liam suas respostas suas unnies vinham com mais perguntas.

 

– O que eu fiz Soojung-ah?? – Taeyeon bradou incrédula.

 

– Você lembra de alguma coisa que aconteceu ontem? – Tiffany perguntou em um tom sério, ignorando o apelo de Taeyeon. – Nenhuma de nós consegue se lembrar direito do que aconteceu, veja bem, Seohyun foi até mesmo presa!

 

Krystal encarou Seohyun um tanto espantada. Como assim ela foi presa?, indagava consigo. Seohyun apenas concordou em silêncio com um gesto envergonhado.
 

– Você tem alguma ideia de onde Hyoyeon-sunbae está? – Yuri interrompeu com uma de suas comuns perguntas aleatórias. – E que remédio quer que eu compre para você?

 

Krystal voltou a escrever. Sua mão começou a doer, mas ela ignorou o incômodo. 

 

Eu lembro de tudo o que aconteceu até eu apagar. Vocês não devem lembrar de nada porque tomaram um coquetel que Hyoyeon-sunbae preparou, eu falei para não tomarem mas ninguém me escutou.

Yuri-ah eu aceito alguma pastilha para garganta e um remédio para dor de cabeça. Um hidratante seria bom. E quanto a Hyo-sunbae, eu não sei onde ela está. Quando fugi do luau vocês todas estavam lá, junto com pessoas que não conhecíamos mas Jessica convidou e aquelas salva vidas gostosonas.

Taeyeon você me magoou. Não fale comigo até eu dizer que você pode falar comigo.
 

– Krystal isso não faz sentido! – Taeyeon exclamou dando as costas para todas, indo chutar pedrinhas no acostamento.

 

– Eu vou matar Hyoyeon quando encontrar aquela vadia! – Tiffany rumou irritada até o carro, sentou-se no bando do motorista e ligou o motor. – Entrem de uma vez, vamos buscar a Jessica!

 

Yuri, Taeyeon, Seohyun e Krystal obedeceram, a primeira sentou na frente junto com Tiffany, as outras três sentaram atrás. Taeyeon estava incomodada, porque Soojung estava magoada com ela? Por acaso ela havia a enterrado por causa disso? Sabia que seria arriscado, mas decidiu perguntar.
 

– Soojung-ah! – chamou manhosa apelando para um aeggyo que detestava usar, Seohyun estava sentada entre as duas, Krystal olhou para ela na mesma hora, Taeyeon sorriu fraco, estava óbvio que a Jung estava se forçando a ignorá-la. – Você lembra quem me enterrou?

 

Soojung ergueu as sobrancelhas. Taeyeon havia sido enterrada?? Quando? Krystal não conseguia lembrar, era provável que ela já não estivesse mais presente quando isso aconteceu. Mas só de imaginar a cena ela não conseguiu conter uma risada. Escreveu rapidamente no bloco que não sabia.
 

– Tem certeza? – Taeyeon insistiu, Soojung balançou a cabeça em negação, depois voltou algumas páginas no bloco e apontou para uma frase.

Taeyeon você me magoou. Não fale comigo até eu dizer que você pode falar comigo.

 

Taeyeon suspirou, porém decidiu que seria mais sábio conversar com ela em outro momento sobre isso.

 


 

++++



 

O hotel como o resto da cidade era interiorano, pequeno e não chamava muita atenção. Ficava na avenida e frente a praia, além da senhora idosa e um tanto acima do peso que trabalhava na recepção não aparentava ter mais ninguém ali. A decoração era completamente baseada no mar e em coisas que existem no mar. Quadros sobre o mar, peixes empalhados na parede, mesa de centro em formato de timão. Tudo naquele hotel fazia Tiffany lembrar do mar. Isso a deixava enjoada, não gostava muto do mar, a água salgada lhe incomodava.

 

– Boa tarde! – cumprimentou a recepcionista de forma amigável.

 

A mulher apenas lhe dirigiu o olhar entediado. Claramente estava lhe julgando. Tiffany sentiu-se exposta. Por um momento ficou feliz ao ter Yuri junto consigo. Quando estacionaram na frente do hotelzinho fora decidido que apenas as duas buscariam a Jung. Já contavam com o fato de Jessica não se lembrar de nada e não se sabia como ela poderia agir, como Krystal estava sem voz, só seria mais estressante para a Jung mais velha ver sua irmã assim, por causa disso, Tiffany decidiu levar Yuri, que mesmo sendo um tanto sem noção ainda parecia ser a mais confiável. Seohyun se assustava facilmente e Taeyeon apenas não era confiável.

 

– Bom dia ahjumma! – a confeiteira deu um sorriso caloroso. – Viemos encontrar com uma amiga nossa que deu entrada ontem à noite. – Yuri começou a falar confortavelmente. – A senhora poderia nos informar em que quarto ela está?

 

A mulher analisou Yuri por alguns instantes. Tiffany cruzou os dedos atrás das costas, não sabia porque, mas estava com um mau pressentimento.

 

– Sua amiga veio sozinha? – a senhora perguntou franzindo as sobrancelhas sobre os aros grossos do óculos redondo.
 

Tiffany e Yuri se entreolharam.

 

– Presumimos que sim. – a Hwang soou um tanto receosa.
 

– Vocês não são daqui certo? – devolveu a mulher, claramente desconfiada.
 

– Não! – Yuri sorriu animada. – Somos turistas de Seul, viemos passar o fim de semana com uns amigos e fomos em um luau ontem à noite. Nossa amiga bebeu demais e não nos disse qual foi o quarto em que ela passou a noite, você vai nos ajudar não vai ahjumma?
 

Para a surpresa de Tiffany a mulher sorriu. Aparentemente a fala mansa e despreocupada de Yuri conseguia ganhar a confiança de qualquer um. A Hwang sentiu-se grata mais uma vez por tê-la trazido consigo. Pelo olhar compadecido da senhora Tiffany podia dizer sem receios que ela estava disposta a cooperar com as duas pobres turistas desamparadas que perderam suas queridas amigas em uma noite de festa, bebidas e muita irresponsabilidade.

 

– Sua amiga tem sobrenome Jung? E tem péssimos modos?
 

– Sim! Ela é muito passional! Perdoe-nos por ela ahjumma! – Yuri inclinou-se e Tiffany apenas a imitou.
 

– Aigoo! Não se incomodem! – a senhora sorriu de canto, provavelmente estava relembrando da época que tinha a idade delas. – Elas ficaram com o 103. Eu mesma abriria para vocês mas meu joelho já não é mais o mesmo! – ela riu nasalmente enquanto estendia uma única chave sobre o balcão de madeira.
 

– Com licença ahjumma, mas você disse elas?

 

A mulher observou Tiffany um tanto confusa.
 

– Não estão procurando por suas amigas de Seul? Não são duas?

 

Tiffany olhou para Yuri, Yuri deu de ombros e devolveu o olhar perplexo.

 

– Ah sim! – Tiffany riu nervosamente, sendo acompanhada por Yuri. – Que cabeça a minha! Obrigada pela gentileza ahjumma! Vamos Yuri?

 

A morena concordou com a cabeça. As duas subiram os dois únicos lances de escada para chegar ao segundo andar, só haviam cinco quartos naquele corredor, achar o 103 não foi muito difícil. Tiffany pensou em bater antes, mas levando em conta que Jessica estaria de ressaca e dormindo decidiu apenas entrar. A maçaneta cedeu com certo ruído e os batentes da porta rangiam. O quarto estava escuro, as cortinas grossas cumpriam bem a sua função de não deixar a luz do sol entrar, o espaço era pequeno, mas parecia aconchegante, a decoração marinha mantinha-se a mesma do saguão. Havia uma única cama de casal, os olhos das duas demoraram um pouco para acostumar-se com a baixa claridade, aos poucos Tiffany distinguia os dois vultos na cama, porém não queria acreditar no que estava vendo, na verdade, não conseguia.
 

Hyoyeon estava deitada com a barriga para cima, sua cabeça estava virada para o lado, deixando um pescoço marcado por chupões à mostra. Agarrada em Hyoyeon, e com as costas nuas e marcadas de arranhões completamente expostas, exibindo a marca de uma mordida no ombro, estava Jessica Jung.

 

Yuri não entendeu a expressão no rosto de Tiffany, estava prestes a abrir as cortinas para acordar as duas adormecidas quando foi impedida pela Hwang.

 

– Não faça nada Yuri, antes vamos tirar algumas fotos. – sussurrou puxando a confeiteira.
 

– Por quê?

 

– Por que se eu contar ninguém vai acreditar em mim. – o celular da Jung estava em cima da cômoda, a morena o pegou e (agradecendo mentalmente por Jessica ter esquecido de trocar a senha) rapidamente registrou aquele momento histórico, certificando-se de mandar a foto para si mesma.

Tiffany sabia que não podia perder aquela oportunidade, durante anos defendia secretamente a teoria de que todo aquele ódio e rancor nutridos entre Jessica e Hyoyeon na verdade eram uma forma estranha de dizerem que se importavam uma com a outra. Até que essa viagem serviu para alguma coisa afinal! Pensou Tiffany. Só ainda não tinha como saber se essa coisa viria a ser algo bom ou ruim.


 


 


 


 


 


 


 


 


Notas Finais


Krystae não morrerá assim tão fácil, gravem essas palavras!
dkjasdkjah
Espero que tenham gostado do capítulo xD
Como disse antes vou focar em acabar a outra fanfic antes de atualizar essa novamente, esse capítulo foi apenas postado por estar parcialmente pronto, por favor não desistam de mim (e não desistam da Tiffany, eu sei que ela é muito chata, grosseira e nojenta mas todos tem seus motivos) ;)
Bjs mores até o próximo capítulo <3 <3 <3 #krystaeforever


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