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História Eu tenho um pequeno problema - Código H


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


Olá mores da minha vida <3

Estou atualizando esta daqui por motivos de eu não consegui aprontar o capítulo da outra, espero que entendam xD

Perdoem qualquer erro, please ;)

Capítulo 9 - Código H


Fanfic / Fanfiction Eu tenho um pequeno problema - Código H

 

+++++

 

A relação de Jessica Jung e Kim Hyoyeon estava longe de ser apenas uma antipatia acadêmica. Sabe quando existe aquela pessoa com a qual você nunca se dá bem não interessa a situação, existem motivos que te fazem não gostar dela e vice-versa? Dessa forma vocês acabam se odiando por motivos não muito bem definidos durante a faculdade inteira, porém como nunca mais se veem depois da universidade aquele ódio acaba sumindo com o tempo. As coisas não eram assim tão simples entre aquelas duas.

 

Tiffany era amiga de Jessica há bastante tempo, desde o segundo ano do ensino médio para ser exata, quando havia se mudado do interior para a capital, por algum motivo a Jung demonstrou simpatia pela novata na escola e a partir dali as duas viraram melhores amigas. Tudo lindo, tudo maravilhoso. Porém, Hyoyeon já estava na vida de Jessica há tempos antes de Tiffany aparecer.

 

Se Tiffany se considerava amiga antiga de Jessica por serem colegas desde o médio, então Hyoyeon era quase a inimiga de nascença da Jung. Kim Hyoyeon e Jessica Jung se conheceram no maternal. Claro, com apenas um ano e meio as duas não faziam ideia de que teriam que se suportar até a faculdade. Na verdade não era uma questão de se suportar e sim de se odiar mutuamente. O ódio entre essas duas era tão antigo que poderia ter nascido com elas.

 

Colegas do maternal, jardim de infância, primário, fundamental, ensino médio, academia e cursinho preparatório para vestibular, as duas tinham motivos de sobra para serem boas amigas. Porém, desde pequenas viviam brigando, a antipatia entre as duas crescia conforme os anos passavam e não foi preciso mais do que o sexto ano do fundamental para Jessica se dar conta de que odiava Hyoyeon e Hyoyeon se dar conta de que odiava Jessica.

 

No dia da formatura do médio ambas acharam que haviam se livrado uma da outra, porém o destino prega peças e a pior de todas elas que ele poderia ter pregado foi colocar as duas para dividir moradia. De início tentaram se suportar, porém a coisa ficou tão impossível de viver que Jessica acabou se mudando. Infelizmente, por terem convivido a vida inteira juntas nessa relação de ódio e aversão, as duas se conheciam muito bem, Jessica sabia os pratos preferidos e os medos mais profundos de Hyoyeon. A Kim conhecia todos as paranoias da Jung assim como as marcas de perfume que ela adorava. Não era novidade para Jessica que Hyoyeon adorava beber, assim como não era novidade para Hyoyeon que Jessica adorava espalhar o caos.

 

Porém, se Jessica não espalhava o caos por aí, o máximo que lhe acontecia era ficar de mau humor, dormir umas boas quatro ou cinco horas e já estava nova em folha. Com Hyoyeon as coisas eram um pouco diferentes. A primeira vez que ela entrou em surto foi na metade do segundo ano do médio. Ninguém sabe direito o que levou Hyoyeon a passar o dia inteiro trancada no armário de produtos de limpeza do banheiro feminino, o que se sabe com plena certeza é que a responsável por tirá-la de lá fora Jessica Jung.

 

Da segunda vez que Hyoyeon entrou em crise aconteceu apenas dois dias depois do retorno das férias de verão, estavam agora no último ano do médio, a Kim havia passado longo tempo com seus pais, quando se viu sem eles simplesmente entrou em um estado que Jessica denominou “vegetativo”. Tiffany acompanhou a Jung trazendo Hyoyeon de volta ao seu estado normal com muito soju e uma ou duas idas à churrascarias.

 

Da terceira vez não foi tão grave, a própria Tiffany conseguiu reverter a situação, Hyoyeon havia ido a uma viagem com sua família e quando retornou estava tão estranha que a Hwang se viu obrigada a fazer alguma coisa. Depois de duas noites de festa sem intervalo para se recomporem Hyoyeon voltou a ser a mesma fanfarrona e folgada de sempre.

 

Com o passar do tempo Jessica chegou a conclusão de que Hyoyeon era uma pessoa muito frágil a mudanças, independentemente de quais fossem, e após um pouco de observação em sua inimiga de infância Jessica pôde constatar que Hyoyeon sempre entrava em “curto” quando alguma coisa mudava drasticamente em sua vida. Talvez o surto mais grave da Kim fora quando, por motivos médicos, se viu obrigada a não beber sequer uma gota de álcool por um período extremamente longo para ela. Quando isso aconteceu, as três ainda moravam juntas e a responsável por evitar que Hyoyeon perdesse completamente a cabeça e fosse morar no armário da cozinha dizendo que o desentupidor era seu filho fora ninguém menos do que, a incrível, Jessica Jung.

 

Tiffany tinha uma teoria, nunca teve coragem de contar sobre sua hipótese para sua amiga, porém, Tiffany acreditava que por terem se odiarem por tanto tempo, por terem sido obrigadas a conviverem juntas por tanto tempo, Jessica e Hyoyeon se conheciam melhor do que ninguém, por conhecerem as fraquezas e manias uma da outra, involuntariamente as duas entendiam uma a outra. Por isso, Tiffany não teve dúvidas de que somente Jessica conseguiria tirar Hyoyeon de dentro daquele cesto de roupas sujas e trazer de volta a sunbae que tanto lhe fazia falta – mesmo que ela jamais admitisse que sentia falta do jeito desagradável-Hyoyeon de ser.

 

– Código H.

 

Jessica não disse nada, ainda estava meio sonolenta, porém isso não a impediu de julgar o estado de Hyoyeon rapidamente, mas, ao mesmo tempo, sem parecer que ela estava de fato pensando na loira.

 

– Há quanto tempo ela está assim? – indagou de qualquer jeito, camuflando qualquer coisa que Tiffany pudesse querer tirar de seu tom de voz.

 

– Algumas horas, talvez três ou quatro, mas parece ser pior do que da última vez. – Tiffany permaneceu em silêncio por alguns segundos, antes de perguntar, completamente ansiosa pela resposta da Jung. – Você vai vir?

 

– Droga Tiffany! Porque esse tipo de coisa só acontece quando eu estou dormindo?

 

– Então você vai ajudar? – Jessica permaneceu em silêncio. – Por favor, Hyoyeon só tem você nesse momento, eu não sei o que fazer, só você pode ajudar Jessica!

 

O tom desesperado de Tiffany forçou Jessica a se sentar na cama para responder claramente e com firmeza.

 

– Aish! Tudo bem! Mas você fica me devendo uma, uma não, duas! E trate de me devolver todas as roupas que você surrupiou enquanto eu morava com vocês!

 

Jessica foi forçada a colocar o fone para longe do ouvido se quisesse continuar escutando no futuro. Tiffany havia dado um daqueles seus gritinhos de golfinho e comemorava com berrinhos agonizantes de tão agudos.

 

– Pelo amor de Deus Stephanie pare de gritar! Eu já disse que vou ir! – esbravejou antes de desligar na cara de Tiffany.

 

– Droga.

 

Rendeu-se, deitando mais uma vez. Os braços esticados pela cama enquanto fitava o teto, ainda sem saber se devia ir ou não. Hyoyeon não deve estar tão mal, pensou enquanto suspirava. Se ela não estivesse mal Tiffany não teria feito todo aquele fiasco, seu animal, retrucou para si mesma. Virando a cabeça para o lado, encarava a porta ainda sem saber direito o que fazer.

 

Conseguiu escutar seus colegas de quarto rinco e conversando no andar de baixo. Suspirou mais uma vez, sua cama estava tão boa, porque mesmo iria até a casa de Tiffany? Ah, sim, tenho que resgatar aquela beberrona, de novo. Completou levantando-se mau humorada. Sem vontade alguma retirou seu confortável pijama e colocou sem muita pressa suas roupas.

 

Desceu as escadas, porém, quando estava prestes a sair, decidiu que aceitaria uma fatia do bolo que seus colegas estavam oferecendo para ela enquanto atravessava a sala. É só um pedaço de bolo, Hyoyeon pode esperar. Decidiu, fechando a porta que havia aberto.

 

 

++++

 

Jessica ainda não sabia o porquê de fazer o que estava fazendo, havia saído de sua casa, sua cama, nas férias, no meio da noite, tudo bem, no início da noite, para socorrer ninguém mais ninguém menos que Kim Hyoyeon, sua inimiga de anos, a pessoa por quem nutria um ódio quase vital para a sua sobrevivência. Olhou para o celular mais uma vez, haviam algumas chamadas perdidas de Tiffany, não se deu ao trabalho de atender, já havia se dado ao trabalho de levantar da cama quando estava de férias. Tudo bem que havia ganhado um bolo por seu ato de caridade, porém, agora, que estava na frente da porta de seu antigo apartamento, já não sabia mais se aquilo havia sido uma boa ideia.

 

Antes porém que a Jung tomasse qualquer atitude Tiffany escancarou a porta da frente com o celular na orelha e um olhar furioso, porém determinado, no rosto. Quase de imediato o celular de Jessica começou a tocar.

 

– Você está aí! – sua fronte irritada converteu-se rapidamente para uma expressão preocupada. – Ainda bem que você chegou! Ela está no cesto de roupas há horas, não saiu desde que entrou, ela não fala, não se mexe, eu acho que está dormindo, mas de tempos em tempos ela começa a gritar. Eu não sei o que fazer Jessica!

 

Era informação demais para ser processada tão depressa. A Jung se viu sendo arrastada pela amiga até o cesto de roupas sujas, devagar e com delicadeza Tiffany retirou a tampa do mesmo, revelando a enferma em crise, Kim Hyoyeon. Esta não passava de uma bolinha loira ali dentro, tão encolhida estava. Jessica espiou, deu dois passos, permanecendo em silêncio. Depois, cruzou os braços, assumindo a pose de um médico que acabava de completar um diagnóstico no paciente e estava prestes a explicar a situação para os familiares aflitos. Os familiares aflitos no caso, sendo apenas a Hwang.

 

– Vamos precisar de soju, bastante soju, quero também muitos biscoitos de chocolate mas feitos com farinha integral e decorados com confeitos brancos, ela não gosta dos coloridos. Acho que seria bom ela pegar sol e passar muito tempo sem fazer nada, de preferência em um lugar agitado e com muita gente, gente que ela não conheça mas que vá conhecer depois de algumas garrafas de soju. – Tiffany encarava a Jung com a maior concentração, prestando atenção em cada palavra. – Há quanto tempo ela não mata aula?

 

– Quase dez dias.

 

Jessica assumiu uma pose pensativa. Seus olhos estavam semi cerrados, ela mordeu a ponta do indicador.

 

– Vamos ter que levá-la à praia!

 

– À praia?

 

– Sim, à praia! Eu ia sugerir uma festa na piscina mas como não temos piscina e a municipal não dá de jeito nenhum, vamos ter que levá-la à praia.

 

– Tem certeza que isso vai ajudar? – retrucou desconfiada a Hwang.

 

– Você quer a minha ajuda ou não! – Jessica devolveu começando a se irritar. – E tem mais, temos que levá-la hoje!

 

– Hoje! Você ficou maluca? – Tiffany não estava mais acreditando tanto assim nos dotes médicos de Jessica.

 

– Hyoyeon está entrando em colapso porque toda a sua forma de vida foi alterada, você acreditando ou não isso já aconteceu uma vez. Eu estava lá e presenciei a cena toda, foi horrível, ela chegou ao ponto de não comer por três dias. Eu não me importo muito com o que acontece com ela, mas você a Taeyeon e a Seo parecem se importar, então como uma boa amiga eu estou dizendo o que deve ser feito!

 

– Tudo bem… – Tiffany decidiu obedecer. – Vai precisar de mais alguma coisa?

 

– Café com bolachinhas e energético!

 

– Para que diabos você precisa disso? – indagou indignada.

 

– O energético e para você, quem sabe assim melhora essa cara de morta viva, o café com as bolachinhas é para mim. Eu estou com fome.

 

 

++++

 

 

Seohyun estava cansada, muito cansada. O dia havia sido muito exaustivo. Seus pais haviam entrado em uma nova discussão consigo por causa da faculdade. Ela havia conseguido encerrar o semestre sem dificuldade alguma e fora muito elogiada pelos professores por ser uma aluna aplicada e se destacar na turma com suas notas altas. Mas para eles, isso não parecia ser o suficiente. Estava frustrada, mesmo adorando cantar no coral, e sempre se sentindo mais relaxada e tranquila quando a missa acabava, desta vez, não havia mudado nada.

 

Continuava sentindo-se frustrada e com raiva. Frustrada por não ter conseguido alcançar as expectativas de seus pais mais uma vez e com raiva por não conseguir ter a coragem para confrontá-los. Ela nunca era boa o suficiente, nunca conseguia agradá-los, nunca era o que eles queriam que ela fosse, não importava o quanto se esforçasse. Felizmente, não estava mais morando com eles, sabia que os motivos que a levaram a aceitar morar com Taeyeon, Hyoyeon e Tiffany, não eram nem um pouco nobres, mas, Seohyun estava querendo sair de sua casa há bastante tempo, e a proposta que lhe foi oferecida atendeu suas expectativas, mesmo que se sentisse um pouco mal pelo que tinha que fazer.

 

– Mas como ela mesma disse, é apenas um trato.

 

Suspirou. Estava com calor e cansada. O ar parado do metrô começava a fazer ela se sentir sufocada. Ficou em pé, mesmo com as pernas reclamando, havia ficado mais de uma hora em pé por causa do coral, a roupa que era obrigada a usar para participar não eram das mais confortáveis, e o sapato, mesmo que com salto pequeno, fazia seus pés doerem.

 

Agradecida por ter chego na estação desceu rapidamente, aproveitando aliviada que não havia muita gente esperando para entrar. Já havia sido empurrada de volta para dentro uma vez. Seohyun caminhou ansiosamente as quadras que lhe separavam de seu novo e um pouco conturbado lar. Mesmo que as brigas e discussões de suas unnies lhe assustassem um pouco, ela estava aprendendo a conviver com isso. Sentia saudades até mesmo das frases ásperas de Hyoyeon e dos gritos histéricos de Tiffany. Claro, Hyoyeon havia diminuído gradualmente a quantidade de frases rudes que falava durante a semana, na verdade, a sunbae tinha estado estranhamente quieta nos últimos dias.

 

De fato Seohyun começava a se preocupar com Hyoyeon, porém, aparentemente, só ela percebera as pequenas mudanças na sunbae. Ela já não falava muito, passava mais tempo no sofá e mesmo que fizesse quase tudo que Seohyun lhe pedisse, a Kim havia parado com seu jeito brincalhão e maldoso. Mesmo que Seohyun ficasse feliz com essa mudança, isso também lhe deixava preocupada. Uma Hyoyeon que não falava mal dos professores não era uma Hyoyeon de verdade.

 

Seohyun estava tão absorta em seus pensamentos sobre sua sunbae que só se deu conta de que havia dois carros parados em frente ao prédio quando foi abrir o portão do mesmo. O primeiro ela reconheceu como sendo a coisa que Jessica dirigia de vez em quando, o segundo não passava de uma vã de padaria. A parte mais curiosa disso é que dentro do carro de Jessica estava Tiffany. Na verdade, a porta da geringonça estava aberta e dela saia apenas a bunda de Tiffany. Seohyun se aproximou e anunciou sua presença com uma tosse muito forçada. A Hwang imediatamente se virou.

 

– Ah! Seo, é você, demorou hoje! Achei que ia dormir na casa dos seus pais.

 

Seohyun respondeu prontamente, entretanto não conseguiu disfarçar o sorriso sem jeito.

 

– Não desta vez! – riu forçadamente. – Mas, eu queria perguntar, o que você está fazendo aqui fora unnie?

 

– Eu? – Tiffany se fez de desentendida, havia sido alertada por Jessica para não avisar Seohyun do plano maluco nem do estado de Hyoyeon, as duas concordaram que não deveriam arriscar, afinal, não tinham a menor ideia de como a mais nova reagiria. – Bem eu… eu estava limpando sabe, Jessica me pediu e eu decidi ajudar.

 

Seohyun achou estranho, muito incomum na verdade, quase inacreditável, porém, tinha consideração por Tiffany e decidiu que fingiria acreditar, desta vez.

 

– Ah… claro! – sorriu tentando seu melhor para dar a impressão de que havia sido enganada. – Então eu vou subir. – disse se virando.

 

– Não!! – Tiffany segurou seu braço em reflexo à sua frase. – Quer dizer, por que não me ajuda?

 

– Eu-

 

Antes que Seohyun precisa-se se preocupar em dar alguma desculpa para Tiffany Jessica apareceu carregando uma caixa de papelão, atrás dela, a moça sorridente da confeitaria vinha carregando duas mochilas. Seohyun encarou as duas perplexa. Alguma coisa estava acontecendo ali.

 

– Tiffany abre para mim! – Jessica ordenou passando por Seohyun, sua visão era obstruída pela caixa que carregava, por isso sequer notou que a maknae estava ali, observando.

 

– Jessica eu acho que…

 

– Abre isso Stephanie! Tá pesado! – diante dos gritos Tiffany se mexeu.

 

O bagageiro da geringonça de quatro rodas foi aberto e Jessica pôde se ver livre da pesada caixa que carregava. Yuri apressou-se e colocou as mochilas ali de qualquer jeito, sendo criticada pela Jung e sua mania de perfeição, ela ainda ficou arrumando até considerar que as coisas estavam simetricamente bem colocadas no porta malas.

 

– Jessica unnie, o que você está fazendo? – Seohyun perguntou realmente curiosa. – Vai se mudar de novo?

 

– O quê? – a Jung encarou Seohyun primeiro, para depois fitar Tiffany, claramente perguntando “POR QUE SEOHYUN ESTÁ AQUI????” – Eu, eu…

 

– Vai ser a vista ou no cartão? – Yuri se intrometeu.

 

– A vista!

 

– Não íamos parcelar Jessica?

 

– Dá para alguém me explicar o que está acontecendo?!? – Seohyun clamou começando a perder um pouco da paciência.

 

Assustadas com a mudança repentina de tom da dongsaeng Jessica e Tiffany trocaram um olhar cúmplice, ameaçando-se mutuamente para decidirem quem esclareceria tudo para a mais nova. Depois de alguns segundos de silêncio e trocas de olhares telepáticas, Tiffany suspirou.

 

– Vem cá Seo, tem bastante coisa que você precisa saber antes de eu começar a te explicar o que nós estamos fazendo.

 

 

++++

 

 

Taeyeon estava feliz. Seu encontro com Soojung havia sido deveras agradável e nada do que havia classificado como “tragédias de primeiro encontro” e descrito detalhadamente em seu bloco de notas de fato aconteceu. A noite havia sido agradável e fresca se comparada com o calor terrível que havia feito nos dias anteriores. Krystal parecia ainda mais bonita do que de costume e elas sequer precisaram ficar bêbadas para que a conversa fluísse animada e confortavelmente.

 

Estava tudo indo tão bem que de repente Taeyeon se sentiu estranha. Como se alguma coisa ruim estivesse esperando para acontecer assim que ela baixasse a guarda.

 

– O que houve? – Soojung perguntou ao notar a clara mudança no rosto de Taeyeon.

 

– Hã? Não foi nada! – sorriu, porém foi pega de surpresa por um bocejo que não conseguiu segurar.

 

Krystal achou a cena extremamente fofa. Taeyeon lhe lembrava uma criança que devia ser protegida do mundo, mesmo que fosse mais velha do que si.

 

– Não acha que podemos ir? Já está ficando tarde não está? – perguntou tentando parecer séria, mas, internamente, querendo sorrir em reação aso bocejos fofos de Taeyeon.

 

– Mas eu prometi para você que assistiríamos ao filme. – relutou, mesmo querendo mais do que tudo dormir.

 

– Não tem problema. – Krystal afirmou com um sorriso enquanto se levantava. – Eu vou ali pagar e nós já vamos.

 

Talvez Taeyeon tenha ficado feliz em saber que poderia ir para casa que nem percebeu que havia acabado de deixar Soojung pagar a conta. A loirinha tinha gostado muito do tempo que passou com a Jung caçula, mas, seu cansaço era inegável.

 

– Prontinho, podemos ir!

 

Taeyeon sorriu enquanto se levantava da mesa. Era a primeira vez que ia naquele restaurante chinês. Havia reparado nele logo depois que se mudara para Seul, pois o estabelecimento ficava muito próximo do apartamento que dividia com as outras duas, porém nunca teve oportunidade de ir. Quando Soojung disse que nunca havia experimentado pratos típicos da China, Taeyeon achou que seria a chance perfeita de ir no pequeno restaurante que havia despertado seu interesse.

 

– Você gostou da comida? – perguntou esperando pela aprovação da mais nova.

 

– Ah sim. – respondeu automaticamente. – Sabe Tae-unnie, eu estava pensando.

 

– Pode falar. – encorajou-a.

 

– Você mora aqui perto e a minha casa é bem longe, já está tarde e você tinha me prometido que veríamos um filme…

 

Taeyeon sorriu de canto, fitando Soojung de soslaio. Ela estava visivelmente nervosa em pedir aquilo. Julgando que Seohyun já devia ter colocado Hyoyeon para dormir e Tiffany mantinha-se trancada em seu quarto quando ela estava em casa, Taeyeon achou que não haveria problema algum em hospedar Soojung apenas por uma noite, assim a garota teria seu filme e ela poderia dormir.

 

– Tudo bem, você pode ir para a minha casa! Sua danadinha! – provocou Krystal com leves cutucões em seu ombro. – Mas, sua irmã não vai querer me matar por isso?

 

– Jessica? Não se preocupe com ela, eu dou conta. – afirmou radiante por ter conseguido o que queria. – Tae-unnie?

 

– Hum?

 

– Eu posso segurar a sua mão? – desta vez Taeyeon olhou para ela diretamente.

 

Krystal estava levemente corada pela vergonha de ter feito a pergunta. Havia soado infantil, e ela se sentiu ridícula por ter perguntado, mas a loirinha achou fofo e estendeu a mão em direção à Jung.

 

– Claro! – afirmou com um sorriso.

 

Soojung sentiu-se como uma protagonista de algum filme meloso. Porém o momento de alegria da Jung caçula durou somente a distância das poucas quadras que percorreram antes de chegarem no apartamento de Taeyeon.

 

– O que está acontecendo ali? – Krsytal perguntou curiosa e aflita ao mesmo tempo.

 

Taeyeon encarou a cena, ainda sem saber se queria ou não descobrir a resposta para a pergunta de Krystal. As duas se aproximaram cautelosamente, ainda não sabiam de fato o que poderia ser a coisa que aqueles vultos carregavam com tanta dificuldade. Da distância em que estavam, e contra a luz do poste, só conseguiam enxergar figuras escuras, porém, com formatos femininos. Taeyeon agilmente se posicionou atrás de um carro espreitando a situação. A luz da frente do prédio estava apagada e o portão estava aberto. Duas figuras tentavam arrastar alguma coisa grande e aparentemente pesada até o carro aberto na frente do prédio.

 

– Unnie. – Krystal sussurrou. – Aquilo é um assalto?

 

Taeyeon não soube responder. Porém, reconheceu uma das figuras, mais especificamente, a que havia caído no chão. Somente Tiffany tropeçava daquele jeito tosco. Mais tranquila ergueu-se e caminhou até as figuras.

 

– Taeyeon-unnie, espere! – Soojung pediu seguindo atrás de sua unnie.

 

Quanto mais se aproximavam, mais conseguiam distinguir. As outras três figuras eram Jessica, a padeira simpática e Seohyun. Taeyeon reconheceu imediatamente “a coisa” que elas tentavam carregar como sendo o cesto de roupas suas. Ficou ainda mais surpresa ao perceber que Hyoyeon ainda estava dentro dele!

 

– O que vocês estõo fazendo? – perguntou incrédula.

 

– O que você estava fazendo com a minha irmã? – Jessica devolveu irritada.

 

– O que você estava fazendo com a irmã dela? – Tiffany inquiriu irritada e ainda mais incrédula.

 

– O que você estava fazendo com a Soojung-ah? – Seohyun indagou curiosa.

 

– Krystal! Taeyeon! – Yuri as cumprimentou com um sorriso. – Como vão?

 

Taeyeon deu um passo para trás assustada. Alguma coisa estava suspeita.

 

– Er… bem, e você Yuri? – respondeu meio sem jeito.

 

Jessica avançou para cima da Kim recém chegada, sem dó algum.

 

– Escuta garota! Eu fiz uma pergunta, vai responder? – seu tom indicava perigo e seus olhos diziam que ela estava pronta para cometer um crime.

 

– Está tudo bem unnie, ela não fez nada! – Krystal assegurou enquanto soltava Taeyeon das garras de sua irmã.

 

– O que vocês estão fazendo? – perguntaram as duas.

 

– Hyoyeon está mesmo dentro disso? – Taeyeon perguntou para Seohyun que assentiu. – Onde vocês vão levar ela?

 

– Isso não é da sua conta Taeyeon! – Tiffany falou rispidamente. – Agora se nos dá licença temos um despacho para fazer.

 

Taeyeon e Krystal assistiram o fracasso que foi a tentativa desesperada daquelas três de colocarem o cesto dentro do carro. Não demoraram nem trinta segundos para perceberem que jamais conseguiriam colocar aquilo para dentro sozinhas.

 

– Credo! Hyoyeon é mesmo gorda! – Jessica praguejou enquanto arfava de cansaço. – Hey vocês duas, venham aqui ajudar!

 

Ordenou com um gesto de cabeça autoritário. Mesmo descrente de que estava ajudando a Jung naquela tarefa maluca e sem sentido Taeyeon ajudou. Depois de muito esforço conseguiram finalmente colocar o cesto no carro. Sem dizer nada Tiffany entrou no banco do carona. Seohyun agradeceu Taeyeon e Soojung antes de entrar no banco de trás ao lado do cesto.

 

– Obrigada pelos biscoitos Yuri, quanto foi que deu mesmo? – Jessica perguntou ignorando completamente as outras duas que ainda a encaravam sem entender nada.

 

– Eu dou de graça para você. – a confeiteira respondeu rapidamente. – Quer dizer, são por conta da casa. – sorriu.

 

Jessica não gostava de receber caridade dos outros, acima de tudo tinha seu orgulho.

 

– Faça caridade para algum orfanato! Então não me force a socar o dinheiro pela sua goela e me diga logo o preço! – resmungou irritada.

 

– O preço? – Yuri pensou por um curto momento. – Eu ir junto com vocês!

 

Jessica ergueu os olhos para a padeira sorridente. Será possível que ela não parasse de sorrir em momento algum? Indagou consigo, porém decidiu que era melhor acabar com aquilo de uma vez,naquela altura, uma otária a mais ou a menos já não fazia diferença..

 

– Tudo bem, ainda tem um lugar. Mas não me incomode ou eu vou te deixar no meio da estrada, e pare de sorrir o tempo todo! Suas bochechas não doem? Aish! Você me irrita!

 

Involuntariamente Yuri sorriu para a Jung antes de dar a volta no atentado contra a automobilística e entrar.

 

– O que vocês duas estão olhando? – perguntou para a sua pequena plateia, a segunda pergunta fora direcionada para sua irmã. – Você me deve algumas explicações!

 

– Eu não Jess! Você me deve! – retrucou Krystal puxando Taeyeon consigo para dentro do carro.

 

– Hey! – Jessica exclamou enquanto corria para entrar no banco do motorista. – Vocês duas, para fora! – ordenou assim que fechou a porta da geringonça.

 

Taeyeon estava encolhida no espaço para colocar os pés e Krystal estava sentada no colo de Yuri. Tiffany no banco da frente fitava Jessica pedindo com olhares que ela fizesse alguma coisa, Seohyun e Yuri apenas fingiam que não estavam ali. Hyoyeon continuava dentro do cesto. A loirinha baixou a cabeça e planejava obedecer se conseguisse se mexer, a Jung caçula porém encarou a mais velha com desdém.

 

– Você não manda em mim! – disse cruzando os braços e levando dois tapas estalados no ombro. – Não vou sair, ou você me leva junto, ou eu vou sem você!

 

Jessica socou a direção com força enquanto gritava um palavrão.

 

– Cuidado sua sem noção! Não vai destruir o único carro que nós temos! – Tiffany reclamou.

 

– Vai se foder Stephanie!

 

Retrucou antes de dar a partida irritada. A geringonça deu umas travadas antes de engrenar ladeira abaixo. Jessica suspirou irritada. Não haviam sequer saído da cidade ainda, mas Tiffany já gritava com Taeyeon por algum motivo qualquer, Seohyun discutia com o Soojung sobre reencarnação ou algo do tipo e a tapada da Yuri aparentemente estava falando sozinha. Vai ser uma longa viagem.

 

 

++++

 


Notas Finais


Foi isso hoje mores xD
Espero que tenham gostado :3
Queria agradecer pelo carinho que esta fanfic tem recebido, vcs não fazem ideia de como fico feliz :DD
Bjs seu lindos <3 <3


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