História Everllark Real - 1a Temporada - A foto

Ela pareceu gostar já que praticamente deu um pulo da cadeira.
- Excelente ideia, a Annie adorar!
A Delly começou a mexer nos bolsos e tirou de lá uma micro-câmera
- Espera aí, por favor! - eu disse ainda de boca cheia e todos me olharam como estivessem esquecido que estava lá - Vocês juram que não tem resto de molho branco no meu rosto?

- Qual é Katniss? - Peeta disse passando um guardanapo de pano na boca - ...Ninguém disse que você tem permissão de aparecer na nossa foto.
- Deixa de ser chato Peeta, eu quero a Katniss na foto. – fui defendida pela Delly - ..Do meu lado de preferência.
Ela configurou a câmera para visão frontal e eu troquei de lugar com o Luke pra ficar entra Delly e Chad, e longe do Peeta. Ela ergueu os braços para o alto pra nos focalizar e eu nem percebi que o Peeta trocou de lugar com o Chad. Sussurrei pra ele sair, mas ele nem respondeu, só me mandou olhar pra cima, onde estava a câmera e me abraçou. Delly havia posto em disparo automático e dentro de 5 segundos iria tirar a foto. 3 segundos e ele ainda estava colado em mim, não tinha o que fazer então eu tentei sorrir pra não estragar a foto. Dois segundos e eu pisei no seu pé, mas ele fingiu que não foi nada! Um... E pronto. Todos juntos e sorrindo, exceto Peeta que saiu de cabeça baixa, beijando a minha bochecha. Garoto idiota!
- Adorei a foto, principalmente pelo casalzinho apaixonado.
Luke disse isso rindo e olhando pro Peeta, que ria mais ainda.
- Nada disso Luke, a Katniss veio trabalhar em troca de um beijo. Só isso.

Os dois pareciam se divertir, mas para mim não tinha graça, então decidi sair dali antes de me irritar e ser rude. Mas tinha que me despedir da Delly e me virei para ela:
- Ei Delly, espero que você faça uma boa viagem. Dá um beijo no Finn por mim? Ele ta uma graça. - ela pareceu honestamente grata e eu a abracei devagar.
- Obrigada Katniss, eu dou sim. Ah, com certeza a Annie vai ficar feliz de saber que você também ajudou a preparar tudo.
- Eu que fiquei feliz em ajudar. Diz a ela que mandei lembranças e... Que nos visite, eu a defenderei das garras do Luke.

Me afastei da Delly me dirigi aos rapazes. Me despedi deles e fui para a saída sem olhar pra trás. Estava com o pé na calçada quando senti uma mão agarrar meu cotovelo. Olhei pra sua mão e lancei um olhar frio para ele.
- Vai embora sem me dizer nem tchau?
Fiquei encarando o Peeta com o máximo de desprezo que eu podia e sem dizer nada, tinha a esperança que assim ele fosse me deixar em paz, que idiotice! Nunca que seria fácil calar a matraca do Peeta, ele continuou falando:
- Ainda nos veremos mais tarde né?
Minha vontade era dizer não logo de cara, mas por outro lado eu fiquei muito curiosa pra saber o que ele quer.
- Depende… - falei soltando o braço do seu aperto - Se você parar com essas criancices, sim.
- Passa aqui quando terminar lá?
Meu punho coçava pra atingir a cara cínica dele, mas eu me controlei.
- Sim. Mas eu falei sério, não gostei do seu jeito.
- Não se preocupa docinho, já parei com isso.
Ele se aproximou mais e beijou o canto da minha boca.
 
Muitas coisas no Distrito12 (e em todo país) mudaram depois das últimas revoltas, mas ainda bem quem nem tudo. O Prego parece o mesmo, só com menos sujeira e uma mãozinha de tinta, e fazendo menos negócios ilegais já que a maioria das proibições não existe mais. Corri até lá como se corresse de volta para um daqueles dias em que eu passara ali vendendo caça. O lugar me traz uma sensação de lar, onde eu sei quem sou e me sinto segura e eu preciso me agarrar a isso pois é raro que me sinta assim quando não estou deitada com a cabeça no peito do Garoto do Pão.
Greasy Sae estava atrás do balcão com os braços cruzados e parecia cansada. Mas me recebeu com entusiasmo:

- Boa tarde menina! Está com fome?

- Não, obrigada. Almocei na padaria.

- Ah sim - ela abriu um sorriso - que bom que já resolveu as coisas com o padeiro. Não dava mais pra te ver com aquela cara. Ele é um bom rapaz.

- Sim ele é.
Então dava pra ver no meu rosto o quanto senti a falta dele, não podia ser pior

- Mas no que eu posso te ajudar? Na verdade, o que você vai fazer no Distrito 11?

- Vou ajudar em um projeto de nutrição infantil. Esses nutricionistas da Capital não sabem nada.

- Não é difícil acreditar. Só não sei se tenho mesmo como ajudar, você é mestre em criar refeições com tudo.

- E você também. Não foi assim que cuidou da sua família?

- Tentei. Mas não me saí tão bem.
Ela esticou o braço e tocou minha mão por cima do balcão.

- Nós devemos nos perdoar pelas nossas falhas. Perdoe-se!

- Estou tentando.

- Ainda bem, e pare de atrapalhar sua própria felicidade.

- Mas eu na..

- Chega de papo! Vamos começar logo com isso.


Fui pra detrás do balcão com Greasy Sae e pra minha surpresa me deparei com vários livros antigos como o do meu pai, ensinando a encontrar plantas comestíveis e identificar as venenosas. Mas o que precisávamos era selecionar apenas o necessário de cada um: informações sobre armazenamento correto de cada alimento para evitar estragos.
Esse era o problema do 11, eles nunca tiveram comida o bastante para precisar saber o modo certo de guarda-la e agora a maior parte acaba se estragando nas dispensas e vai para o lixo. Aí que entra Greasy Sae, uma senhora que com certeza nunca jogou fora comida alguma. Passei o resto do dia carregando livros de um lado pro outro, virando paginas e paginas a procura de formas de armazenamento e quando encontrava, levava o livro até uma máquina copiadora. O processo foi demorado porque raramente as cópias saíam boas já que os livros tinham páginas muito danificadas. Mas o que me impressionou foi o fato de que ela salvou essa quantidade de livros do ataque ao 12, de qualquer jeito achei melhor não tocar no assunto. Já era muito complicado me concentrar naquela tarefa, minha mente sempre voltava a me fazer pensar no Peeta e em tudo que aconteceu essa manhã, as conversas, os beijos... E o que ele teria para falar comigo em um local diferente.