1. Spirit Fanfics >
  2. Everllark Real - 1a Temporada >
  3. Mudanças

História Everllark Real - 1a Temporada - Mudanças


Escrita por: focusonkatniss

Notas do Autor


Dessa vez o intervalo foi bem curtinho né! Pra me redimir...

Esse capitulo talvez tenha ficado com muito dialogo, o que eu não gosto muito =/ Procuro evitar isso, mas acho que até ficou legal, espero que gostem

Capítulo 36 - Mudanças


- Peeta

Não acredito! Não acredito que a Katniss fez isso comigo, ela apertou o botão de emergência só pra não ter que me escutar. Dois enfermeiros mal encarados entram no meu quarto e cada um segura um braço meu, começo a me debater tentando, mas paro, pois sei que é inútil. Eles estão certos, eu preciso me acalmar, levanto as mãos em sinal de rendição.

— Tudo bem gente, podem me soltar, por favor.

Eles me soltam, e volto pra cama. Eu não poderia sair mesmo, com essas agulhas nos meus braços levando medicamentos pras minhas veias. Na sorte, um dos enfermeiros retira um dos equipos de mim e verifica meus sinais vitais, ao ver que estou bem os dois se retiram.

Volto a comer o que restou na minha bandeja e quando termino vejo uma senhora entrar no quarto, está de branco e suponho que é uma médica mesmo que ela não use jaleco. Felizmente ou infelizmente, ela é a psiquiatra que vai cuidar do meu caso e então eu passo as horas seguintes sendo submetido a testes de raciocínio, paciência, etc. Em seguida, conversamos e sou forçado a lembrar e falar sobre tudo que passei nas mãos do Geoffrey e como me senti, o que pensava em diversos momentos.

Foi chato, mas muito bom depois que passei a confiar nela e por fim eu consegui me abrir. Expus o que eu pensava e sentia inconscientemente; sobre a vida, o seqüestro, o resgate, amigos, trabalho, Katniss... Quando chegamos nesse ponto sou bombardeado de perguntas, não sobre ela, sobre mim. Sobre o que eu penso e desejo, me acerto comigo mesmo admitindo verdades dolorosas. Muita coisa ficou clara, muita coisa mudou.

 

•••

A luz da manhã bate no meu rosto eu acordo sem enxergar muito bem, vejo a silhueta de alguém em frente a janela com o controle dos vidros na mão, por isso tanta luz do sol; tem uma pessoa manuseando a transparência da janela de opaca para transparente. Viro pro outro lado e cubro os olhos com a mão, dormir sem febre e sem sangrar é tão bom que dá vontade de dormir pra sempre.

— O que? Eu venho de longe e você nem sequer acorda, que falta de educação Peeta!

Conheço essa voz muito bem, é quem eu mais queria ouvir depois da Katniss. Esfrego os olhos e viro novamente pra janela, Delly está de braços cruzados bem em frente aos vidros e eu sorrio instantaneamente ao vê-la.

— Falta de educação – digo bocejando - é entrar abrindo a janela do quarto das pessoas. Sua sebosa.

Dou risada enquanto me espreguiço e ela aperta o botão na cabeceira da cama, que começa a dobrar me obrigando a ficar sentado. Ela também ri e me abraça devagar, temendo me machucar eu suponho. É reconfortante ver a Delly, uma das únicas que me entende, aperto o abraço e puxo seu cabelo de brincadeira, como quando éramos crianças e ela chutava meus brinquedos.

— E aí cara, como você está? Sentiu minha falta? Foram puxados esses dias sem você, ta todo mundo tão feliz que você foi salvo... Mas eu tinha que vir né.

— Você não mudou nada – corto ela sem piedade – sempre matracando, acho é bom!   

— Era pra eu ter mudado? Ninguém me avisou.

Começamos a implicar um com o outro, Delly não tem pena de mim e não me vê como um coitadinho que merece ser tratado diferente porque sofreu demais, não posso estar mais agradecido por isso.

Um médico entra e retira todos os tubos presos em mim e traz um roupa diferente bem melhor que o traje hospitalar horrível que estou vestindo, parece um vestido essa porcaria. Torço o nariz pra uns comprimidos que esse médico me entrega, mas a sebosa me atormenta até eu engolir todos e até que enfim posso me vestir descentemente. Delly fica vendo televisão no sofá do quarto e eu vou pro banheiro que tem lá, escovo os dentes, tomo uma chuveirada rápida e acabo percebendo que não me lembro quando limparam meu corpo após eu chegar aqui, visto a roupa e paro diante ao espelho para tirar a barba.

Permaneço longos minutos encarando meu reflexo com o barbeador elétrico na mão, falta pouco pra que eu pareça um bêbado barbudo, mas também não sei se quero voltar aquele rosto lisinho de antes... É muito jovial, inocente e já não me enquadro mais nessas categorias, eu mudei. A sessão psiquiátrica me fez ver isso: eu já não sou o mesmo Peeta, o mesmo garoto meio ingênuo. Mudei por dentro e é hora de mudar um pouco por fora também. É complicado, mas eu consigo. Tiro apenas o excesso dos pelos deixando uma barba cerrada emoldurando meu rosto e acho que isso desmonta a imagem de bobinho gentil que eu tenho. Não custa tentar.

Saio do banheiro e encontro a Delly atacando uma salada de frutas que devia ser parte do meu café da manhã.

— O Doze voltou a passar fome, é isso mesmo?

Vejo a bandeja cheia de coisas saudáveis e leves no braço da cama, encontro um cookie de chocolate e enfio na boca antes de me sentar ao lado dela no sofá. Delly continua comendo, mas seus olhos grudam em mim, levanto uma sobrancelha:

— Que foi sebosa? – pergunto mesmo sabendo do que se trata - Tem pasta de dente na minha testa?
— Infelizmente não, - ela caçoa - mas nossa. Sua barba...
— Ficou feio? – perco a confiança na hora - Será que eu devo tirar?
— Imagina Peeta, ficou ótimo, não tire se não quiser. Mas ficou deu um ar diferente em você, é proposital?
— Bom, que alívio – suspiro claramente mais tranquilo – Sim, eu quis mudar um pouco. Agora eu sou um novo Peeta. 
— Espera, e me conta essa história direito.     

Continuamos comendo enquanto conto a ela boa parte do que passei com Geoffrey, Otto e Lorna, e foco na minha conversa com a psiquiatra. Não poupo nenhum detalhe de nada, nem da conversa e nem do que rolou quando a Katniss soube da Lorna e o que isso causou em mim. Não escondo nada, nem a raiva que senti da Katniss e como ela foi ridícula. É revoltante, a Delly fica do lado da Katniss. Ela nega, mas eu posso notar e temo brigar com outra pessoa.

— Para pra pensar um pouco, Peeta! Você ainda gosta da Katniss como antes?
— Claro que sim! Pra minha maldição eu não consigo esquecer essa garota, mas sempre podemos tentar outra vez e com mais afinco.

Já não consigo mais ficar sentado ao lado da Delly quando sinto o quão absurdo é o fato dela não ficar do meu lado. Ambos estamos nervosos e falando bem alto um com o outro, eu estou parado de costas pra porta do quarto pra poder ouvir se alguém desejar entrar.


— E o que você falaria, sentiria ao esfregarem na sua cara o quanto foi ótimo.. – ela para como se escolhesse a palavra – dormir com ela. 
— Você fala como se eu tivesse transado com a Lorna, até parece né! – engasgo ao ter um estalo – Espera. Ah, não! Vocês duas acham que eu e a Lorna...?
— Foi isso que a Lorna deixou claro pra Katniss. - Delly se encolhe e seu tom se abaixa - É mentira?  

Abaixo a cabeça e esfrego meus olhos com uma mão, caminho novamente até o sofá e sento frente a frente com Delly, ela suspira pesadamente como se uma onda de cansaço saísse de seu corpo.
— Respondendo a sua primeira pergunta, eu ficaria louco ao imaginar outro homem com a Katniss desse jeito.
— Talvez ela não tenha sido tão ridícula como você pensa então. Responda a segunda pergunta que fiz.
— Nunca dormi com a Lorna, o que eu fiz foi dar corda a atração que ela sentiu por mim e assim eu tinha menos torturas e algumas regalias lá dentro como roupa seca, água, algo pra comer... Eu me vendi quase como o Finnick e me sinto horrível, envergonhado.

Estou fitando as almofadas do sofá e apertando os punhos, não consigo encarar a Delly e nem ninguém ao admitir essas coisas. Quando penso que vou derramar algumas lágrimas ela me abraça e diz palavras de consolo pra mim tentando fazer com que eu me sinta melhor.

— Assim como o Finnick você não tem que se envergonhar, vocês não tiveram escolha e se ele estivesse vivo seria isso que diria. Sabe disso.

Sacudindo a cabeça e secando as lágrimas eu consigo sorrir pra ela, o que eu faria sem a minha Irmã de outra mãe?   

 — Agora me conta outra coisa. – ela continua - No que você mais mudou depois disso? Eu quero gostar desse novo Peeta.

— Eu acho que quero valorizar mais a vida, quero ter uma vida boa. Não tenho mais tempo pra perder, ninguém tem na verdade. Eu podia ter morrido naquele seqüestro sem ter vivido as coisas que eu quero.
— Concordo com você e já comecei a não deixar mais nada pra amanhã. Quero tudo pra ontem, ainda mais agora que tô apaixonada.
— Então você e o Chad finalmente acordaram? Até que em enfim, vocês merecem!
— É. Agora só falta você e a Katniss acordarem, se acertarem e serem felizes. Aproveitarem a vida.
— Eu vou aproveitar, com ou sem a Katniss.
— Peeta? – ela me olha confusa.
— É isso mesmo que você está pensando: estou pronto pra ser feliz com ela, mas também estarei pronto pra desistir dela pra sempre.     

 


Notas Finais


Hmm, Peeta de barbinha me lembra o Klebber Toledo o.O


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...