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História Everything - Not Today


Escrita por: Xodott564

Notas do Autor


Enfim, o último capítulo chegou. Eu não consigo imaginar o que vai ser de mim após esse dia. Mas, espere por mim, têm mais histórias vindo por aí.
Boa leituraaaa!!!

Capítulo 9 - Not Today


Fanfic / Fanfiction Everything - Not Today

Olá, me chamo Na Jaemin e terei o prazer de contar o que aconteceu a partir daqui. Só, espere mais um pouco, eu ainda tenho que esclarecer algumas coisas. Primeiro, deve haver curiosidade sobre como o Jeno viajou interdimensionalmente mesmo sabendo de todos os perigos. Como eu explico isso? Ele é maluco.

Tão maluco quanto o Jisung, que simplesmente decidiu ouvir o Renjun. Alguém já notou que nós só passamos por tudo aquilo porquê prestamos atenção no que ele falou? Ele deveria ser o mais sensato, só dar ideias ótimas e nos impedir de fazer merda. É simples. Talvez o Renjun só soubesse que não teria graça fazer tudo de forma simples, não é? Talvez ele seja mais inteligente do que nós pensamos.

Eu sou, seu idiota.

Isso aí pelo simples fato de que nós não somos mais malucos que ele. Realmente, seria um problema se nós fôssemos. A começar pelo início de tudo, não tem como manter uma sequência cronológica para contar essa história, afinal, nós viajamos no tempo. Mas, eu posso dar um jeito.

Diria que tudo começou lá, quando eu morri. Muito mórbido? Okay. Tudo começou quando eu passei dessa para uma melhor. Ótimo.

Jeno e Renjun, vendo que não conseguiriam, nunca, me superar, optaram por ir contra tudo e cruzar dimensões e universos para me trazer de volta. Eles são muito fofos, não é? Que tipo de ser maluco viaja por dimensões e tempos a fim de trazer um amor de volta? Bom, eu realmente não teria coragem de fazer algo assim, então, os agradeço muito por isso. Mas, o que mais me surpreende é que a ideia tenha sido do Renjun e a execução feita por parte do Jeno.

O Taeyong e o Doyoung tinham avisado, eu até consigo ouvir a voz do mais velho deles "Não é só perigoso Jeno, você não deve pensar em fazer algo desse tipo em hipótese alguma", em um tom acentuado de uma puta mentira. Quem diria, não é mesmo? Que os seres de Mercúrio, que eram especializados em dar conselhos verídicos e de ótima qualidade, seriam parte da causa da loucura.

Eles também eram especialistas em psicologia reversa, e disso todos os seres de outros planetas sabiam, menos o idiota do Jeno. Nossa, eu realmente sinto raiva quando lembro de quando percebi o que aquele louco fez.

Beleza, nós estávamos brigando. Só que, no segundo em que eu notei novamente a presença dele, seu tudo se revelou, assim como o do Renjun. Eu nem comentei o fato de ele ter ignorado os avisos. Também ficou clara a conversa que Taeyong e Doyoung tiveram com ele. Acho que o Jeno foi o único à não perceber que na verdade, todas as palavras duras e aparentemente assustadoras eram uma forma de incentivo e não de repreensão.

Quando o Renjun perguntou se ele ainda se lembrava das viagens interdimensionais, tenho certeza que o que se passava por sua cabeça eram arco-íris e unicórnios. Ah, eu repito, que tipo de ser ouve algo que um ser como o Renjun tem a dizer? É loucura, burrisse.

Enquanto o Huang estava procurando formas de voltar para nossa dimensão, o Lee estava lá, feliz da vida criando linhas do tempo e bagunçando tudo. Ele poderia ter falado conosco, mas não, "vamos ferrar com a vida de outros seres também. vai ser divertido". E aí, nós chegamos ao Mark e ao Donghyuck.

Pobre Haechan, caiu na lábia do meu namorado como se ele fosse alguém de bem, que só quizesse ver o amor florescer em todos os cantos. Os seres mudam quando convivem com Huang Renjun, pessoal. Claro que ele queria que os outros amassem, mas tinha mais ali. O Jeno age como alguém inocente, cheio de vida e muito animado para tudo, mas na verdade, ele é igualzinho o Renjun.

Tudo o de mais interno neles é alimentado apenas pelo caos, pela bagunça. Sem exagero algum. Eu não me surpreendi quando o Lee me contou sobre os quatro seres que ele deixou no 'ponto de encontro entre tudo'. Apenas respirei muito fundo e, com toda a força que eu tinha, finalmente dei um soco no rosto bonito dele.

– Se eu fosse você, ficaria bem quietinho no meu canto. – Falei quando ele ia começar a brigar comigo. Nós estávamos sendo levados pelos Victorians para a dimensão e o espaço-tempo deles, à força. Renjun estava claramente furioso, pisando forte e estranhamente calado.

– Qual é? Eu sou tão maluco assim? – Jeno falou após algum tempo, tendo a completa atenção de nós e dos seres que nos obrigavam à andar. – Você deveria ver o brilho nos olhos deles, pareciam tão felizes.

– Felicidade nem sempre é o caminho para tudo, idiota. – Renjun falou pela primeira vez desde que nós saímos de nossa dimensão de origem, sem nem olhar nos olhos de Jeno. – Você ferrou com a vida deles e nós provavelmente vamos morrer aqui. – Por mais que os Victorians tivessem um idioma universal, não podiam entender o que nós estávamos falando por seres de um espaço-tempo oposto. Isso era ótimo.

– Primeiro, você também não deveria estar brigando com ele, a ideia foi sua. Nós sabemos que não podemos fazer esse tipo de viagem se o motivo não for de vida ou morte. Segundo...

– Você estava morto, Jaemin. Pode, por favor, calar a porra da boca? – Baixo, mas assustador, Renjun perguntou, finalmente olhando para nós dois. – O único objetivo era trazer você de volta para sairmos daquela dimensão, mudar a merda que tinha acontecido. Mas, não, o Jeno se importa demais com os humanos.

– Eu não me importo com os humanos. Me importo com eles, só com aqueles quatro que poderiam ser mais do que seres dizimados pelos Victorians. O destino deles não era para ser esse, sinto muito se você só se importa com si mesmo. Eu não sou assim. – Eu nunca tinha visto Jeno falar daquela forma. Ele parecia maduro, inteligente e, MALUCO.

– Porra, se eu só me importasse comigo mesmo, acha que amaria você, mesmo tendo vontade de te matar? Isso nem faz sentido, caralho. O que nós estamos dizendo não faz sentido. Por que estamos brigando? Estamos literalmente sendo presos. – Eu encarei Jeno e o vi sorrir enquanto olhava para o Huang, totalmente apaixonado. Ah, que merda.

– Para onde estão nos levando? – Eu falei no idioma do lugar onde estávamos e recebi a atenção dos seres mais altos de nós.

– Acho que você não está no direito de fazer perguntas. – Um deles, o de cabelo vermelho, respondeu e eu me lembrei de algo.

– O Ediee não gostaria de lhe ouvir falando assim. – Jeno riu e eu observei um tantinho de sangue no canto de seus lábios, acho que tinha pegado pesado. Bom, antes eu do que o Renjun, que sem sombra de dúvidas, cometeria um assassinato.

– O Ediee não pode mais nos impedir de fazer história. – Eu não conseguia reconhecer o tudo daquele ser que me respondia avidamente, ele estava protegido por uma barreira que parecia quase inquebrável.

– O quê? – Renjun fez a pergunta que dançava em minha mente e eu vi uma grande porta em uma das paredes do corredor vermelho e preto brilhantes, se abrir.

– O Ediee não está mais aqui. – Com isso, nós fomos empurrados para dentro daquela sala que foi revelada após a porta e o que aconteceu depois nós já sabemos.

O que importa aqui, é que nada fazia sentido pra mim naquele momento. Ediee era o líder daquele lugar, mandava em tudo e todos e era admirado por todos os seres que eu conhecia. Tinha um senso de justiça consideravelmente perigoso para si mesmo e, talvez esse tenha sido o motivo da possível revolta por parte dos Victorians.

Sua aparência era de um ser do meu universo, tinha um cabelo brilhante que estava sempre voando e passava a maior parte do tempo ajudando quem precisava. Eu nunca soube o porquê de ele ter se tornado o líder, ninguém tocava naquele assunto, mas sempre tive a curiosidade.

Depois do fatídico momento onde Chenle e Mark morreram, eu levei o Renjun e o Jeno para o planeta Terra da dimensão Z, naquele mesmo universo. Lá as coisas corriam bem, os humanos faziam suas rotinas sem nem saber que os outros planetas Terra existiam e estavam se destruindo. Que saco, eu só queria que eles soubessem o que estava rolando lá. Mas, claro, o espaço-tempo entraria em colapso, e aquela equação não fazia sentido na minha mente.

O lugar onde nós surgimos foi o ar. Sim, o ar. Caímos dentro de um rio afastado da parte urbana daquela cidade, totalmente despreparados. – Ah, que merda! – Com raiva, Renjun exclamou. E encarou nós dois, um por um. – Onde estão os outros? – Se direcionando à Jeno, ele perguntou, parecendo ter se acalmado.

– Não fui eu. – Lee provavelmente estava se referindo à quem tinha nos levado para aquele lugar e, tendo total atenção dos dois, comecei a contar:

– Nós estamos na última dimensão, se vocês querem saber. Você queria fazer história, amor, é o momento. – Jeno me encarou confuso e Renjun assentiu, provavelmente entendendo o que eu queria dizer. Entre nós, eu era quem mais tinha a habilidade do saber e, sinceramente, odiava aquilo.

– Bom, não sei se seria perigoso demais, mas quero fazer isso com os outros, se não se importam. – Eu e Jeno acenamos com a cabeça e ele sorriu. – Agora, por quê caralhos você deixou o Donghyuck e o Jisung para trás? – Ya, só naquele momento eu percebi a merda. Talvez eu não fosse tão sábio assim.

– Eu não sei porque eles não vieram junto com nós, temos que voltar para buscá-los. – Os dois assentiram e nós já estávamos saindo do rio quando o Jeno começou a falar:

– Não estão em perigo, entreguei os Join no momento em que eles confiaram em mim. – A forma como o Lee contava aquilo com tanta propriedade e orgulho não me deixava irritado. Join era a centralização do poder de qualquer ser, seja ele racional ou irracional. Todos eles são iguais, mas podem mudar, de acordo com o desejo de seus seres correspondentes. Todos nós tínhamos um, e normalmente conquistávamos quando adquiríamos o poder do amor próprio total. Nem eu, nem Jeno e nem Renjun tínhamos os nossos, mas isso não era tão importante, nossos poderes originais já eram suficientes.

Huang apenas me encarou, como se pedisse algo com os olhos. Aí, eu sorri e saí do rio, ignorando tudo. No momento em que voltei à encará-los, vi Renjun colocar as duas mãos nos ombros de Jeno e empurrá-lo para baixo, afundando sua cabeça completamente. Ele bateu os braços, tentou chutar o outro e, inultimente, também tentou fugir. Claro, de nada adiantou e quando Renjun o soltou e começou a nadar em minha direção, Jeno subiu até a superfície, tossindo com força, com o rosto muito vermelho.

– Ah, vai, ele mereceu. – Renjun desconversou quando eu olhei pra ele com o olhar repreendedor.

– Eu não... – Jeno tentou falar, mas foi devidamente interrompido por mais uma série de tosses feroz.

– Venham, nós temos que voltar. – Chamando com uma das mãos, saí de perto deles, sem nem perceber que não era seguido.

Estava procurando um lugar descente para voltar no tempo e mudar de dimensão. Naquele momento, Hyuck e Jisung estariam desesperados se não soubessem controlar os poderes. Eu me perguntava a cada segundo quais seriam os dons que eles tinham recebido e, também, se não se descontrolaram psicologicamente.

Neste caso, poderiam simplesmente acabar com o planeta em um piscar de olhos. Eu queria voltar logo, ajudá-los a não se desesperarem, por mais que eu já estivesse quase nesse estado.

Mark e Chenle tinham realmente morrido, vítimas da devastação dos Victorians. Queria entender o que tinha acontecido ao Ediee, queria poder ver o que se passava na dimensão Y. Minha cabeça estava à mil. – O que vocês estão esperando? – Eu não tinha gritado, não. Provavelmente estava parecendo um maníaco.

– Se acalme. – Renjun e Jeno se aproximaram de mim. Eu tinha parado no meio do caminho enquanto pensava, aquilo era estranho. – Se concentre, você pode ver o que está acontecendo com eles agora, Nana. – Jeno falava com uma calma, amigos. Nem parecia que tinha acabado de ser afogado.

– Posso? – Não era para aquilo ter saído em forma de pergunta. E aliás, eu também me perguntava o porquê de estar tão preocupado com pessoas que tinha acabado de conhecer. Humanos, eu estava preocupado com humanos. – Sim, posso.

Fechei os olhos, tentando deixar o nervosismo de lado. Tinha funcionado, eu estava expandindo as áreas que podia enxergar. Isso era ótimo.

Mas, como tudo que está ruim pode ficar pior, o que está bom também pode. Jeno e Renjun seguravam em minhas mãos, mas, de repente, não senti mais o toque deles, nem o calor que indicava que estavam perto. Quando abri os olhos, como tinha imaginado, não estavam mais lá. Apenas respirei fundo e tentei não me desesperar.

"Jaemin, você é a pessoa mais centrada que você conhece. Foi responsável por impedir o Jeno de se matar, porque ele é idiota demais para circular livremente pela sociedade. Também conseguiu a proeza de fazer o Renjun não cometer um assassinato. Isso é uma grande coisa. Se concentre e tenha força, é o suficiente para um dia, quem sabe, poder adotar o fofo do Jisung."

Imaginar a voz de minha mãe falando palavras de incentivo antes de fazer algo importante era tipo uma válvula de escape. Antes de morrer, ela disse que não queria voltar e que tinha vivido tudo o que precisava por causa de mim. Sorrindo como um idiota, toquei no espelho guardado em meu bolso e saí daquele lugar.

Dois segundos se passaram até que eu sentisse o chão sob meus pés aparecer novamente. Não tinha programado o lugar para onde ia, porque realmente não me lembrava os códigos para as viagens. Em contra-partida, só de pensar em algo e desejar estar no momento em que isso aconteceu, o ser seria levado para este instante em questão.

Como a última coisa que eu tinha pensado antes de sair da dimensão Z era Jisung, esperava ser levado para o lugar onde ele estava no tempo relativo à onde eu estava dentro da dimensão Z. Isso quer dizer que eu deveria ser levado para a dimensão Y, no momento seguinte à dominação dos Victorians.

Bom... – Dimensão C? Por quê? O que caralhos aconteceu? – É, era estranho que eu estivesse falando sozinho no meio do nada. – Saturno... – É, também era estranho que eu estivesse lá. O lugar para onde eu sonhei ir por todo o tempo em que estive na Terra da dimensão H. Aquilo era absurdamente surreal.

– Oi Jaemin. – Uma voz potente soou atrás de mim e num impulso, virei para a pessoa que me chamava. Era ela. Caramba, eu era muito idiota. A última pessoa que eu pensei antes de sair da dimensão Y foi a minha mãe.

– Puta que pariu. – Ela me olhou com uma expressão brava e eu apenas consegui sorrir, muito grande. Provavelmente parecia um psicopata.

– Garoto, onde você aprendeu isso? – O cabelo rosa dela estava preso em um coque e ela se vestia com uma calça e uma camisa de um tecido muito bonito. Não costumava usar coisas daquele tipo quando estava viva. Mas ainda era ela.

– Mãe. – Provavelmente percebendo que eu não conseguia sair do lugar, ela se aproximou e segurou em minhas mãos, que tremiam muito.

– Como você cresceu! Que ideia é essa de ser mais alto que eu, garoto? – Perguntou, falando baixinho e íntimo, como ela sempre foi. Eu não ressaltei aqui, mas estava quase entrando em colapso de choro.

– Desculpa. – Pela primeira vez, minha mãe abriu um sorriso. Jeno e Renjun diziam que meu sorriso parecer com o de minha mãe me prejudicava. Segundo eles, qualquer um mataria para ter esse sorriso. Mas, ver ela ali, tão de perto, como se estivesse estado ao meu lado por todo esse tempo me doía, parecia surreal demais para acreditar.

– Não me peça desculpas, idiota. – Nossa, doeu. – Tem que voltar para salvar seus amigos, meu amor. – Colocando as duas mãos dos dois lados do meu rosto, ela falou, com os olhos cravados nos meus. – Eles estão seguros, mas precisa tirá-los de lá e fazer história.

– Eles quem? Como a senhora sabe? E por último, mas não menos importante, por que está aqui? – Ela riu de novo, mas soltou minhas mãos e se afastou, dando passos pequenos para trás.

– Jisung e Hyuck. Eu sou a Eliza, mas você já sabia disso. E por último, mas não menos importante, porque eu quero. – Eu limpei as lágrimas, porque elas me impediam de enxergar bem. Minha mãe continuava ali.

– Você já foi mais carinhosa. – Cruzou os braços sobre o próprio tronco e sorriu novamente.

– Isso não é verdade. – Ela voltou a se aproximar e me abraçou, apertado e confortável. Há quanto tempo eu não queria estar naquele abraço de novo? – Renjun já foi buscá-los, precisa ir para o lar do Hyuck, eles irão para lá. Depois, impeça a dominação e faça a sua história.

– Ih gente, mas vocês cismaram com esse negócio de história, não é? – Minha mãe deu uma última risada e me beijou na bochecha. Antes de ir embora. Antes que eu fosse embora.

Novamente pisei em terra firme após mais uma viagem interdimensional, mais uma linha-do-tempo criada. Nós estávamos fazendo uma bagunça no espaço-tempo.

– Jaemin. – Por que as pessoas ficam me chamando por trás?

– Jeno. – Lee acenou para mim, estava ao lado de Mark e de Chenle. Ele tinha os trazido de volta, que puta cara incrível. – O que merda nós vamos fazer agora?

– Ai, por que você está fazendo isso? O que eu te fiz? – Empurrando minhas mãos para longe de seu rosto, Jeno perguntou.

O que você me fez?! O que nós estamos fazendo aqui, merda? – Okay, talvez apertar as bochechas dele até doer fosse um pouco cruel. Mas ele merecia. Inclusive o soco de mais cedo.

– Por que vocês são tão agressivos? Eu pude jurar que o Renjun queria me matar. – Chenle falou, cruzando os braços, com a cabeça erguida e o nariz empinado.

– Ele não queria te matar, só tem a capacidade de olhar para todas as pessoas daquela forma. – Jeno explicou, aquilo mostrava bem o que era o Renjun.

– Com ódio? – Mark interrogou, claramente interessado no assunto.

– Amor é ódio. – Pontuei e, no mesmo instante em que parei de falar, um novo portal apareceu perto de nós. As moléculas coloridas giravam em uma forma de elipse e deixavam um núcleo negro à mostra, bem no centro.

Renjun, Jisung e Haechan saíram de lá, com o Huang andando na frente até chegar em nós. A partir daí, o Jisung já contou o que aconteceu com eles. Eu sou responsável por contar o que aconteceu conosco.

Na segunda vez, quando Mark e Chenle morreram, a dor parecia ser maior, acho que porquê nós tínhamos passado mais tempo juntos. Claro, eu nem imagino como Jisung e Hyuck se sentiram, aquilo deveria ser maçante. Oito meses era muito tempo se você só tivesse uma companhia em um planeta tão grande como a Terra. Eles deviam estar com raiva, e frustrados.

Jeno e Renjun não pareciam estar muito felizes com nosso destino. Ah, mas eu também queria acabar com aquilo, o problema era o tempo. Nós não tínhamos esse obstáculo quando morávamos nos outros planetas, eu não sabia o que estava havendo. Seria uma questão chegar dois minutos mais cedo, até segundos nos ajudariam. – Eu só queria ter aceitado a proposta do Ediee. Talvez eu estivesse bem.

– É, e morrendo de saudade de nós, senhor 'eu sou o que sou por causa de mim'.  – Respondi à Renjun depois de o ouvir dizer aquelas palavras, sem um pingo de paciência ao sair do rio jogando água para todos os lados.

– Ah, amor, com certeza não estaria desesperado para salvar seres humanos. – Ele retrucou, saindo pelo outro lado sem olhar para trás.

– Talvez isso seja bom para acabar com o seu ego gigantesco. – Colocando ênfase e alongando os "o's", respondi de novo. Ele nem olhava para mim, sabia que era o auge do quanto Renjun estava com raiva.

– Dois minutos, é disso que nós precisamos. – Jeno interveio, como um controlador de ânimos. – Brigar agora não vai nos ajudar. De qualquer forma, o destino deles e o nosso seria horrível se continuássemos parados. Façam o favor de se controlarem, eu quem sou o caçador de confusão aqui. – Dito e feito, amigos.

Renjun voltou à dimensão Y, trouxe Hyuck e Jisung para Erépt e eu jurei que o Park iria bater no Jeno. Ele claramente estava triste e com raiva, e eu nem imaginava como era sentir aquele forte sentimento de frustração.

Bom, pelo bem da nossa sanidade mental, conseguimos chegar mais cedo no local da dominação. Cinco minutos, era suficiente para chegar perto dos Victorians. Suficiente, claro. Nós teríamos que fazer passo à passo com perfeitas ações. A ideia era ótima, já a execução, foi uma merda.

Eu percebi o momento que Jisung saiu de perto de nós e Renjun foi atrás dele. Deveríamos ficar todos juntos, esperar até que avistássemos o primeiro Victorian, era simples, de qualquer forma. Vi o momento em que eles sumiram, provavelmente viajando por um portal interdimensional. Era isso? Nós íamos ficar ali e esperar morrer?

Okay, eles foram cruéis. Aquelas nossas versões, cada uma formada com o que nos levou até ali, morreram. Naquela exata dimensão, naquele exato espaço-tempo, naquele exato universo. E aqui, eu digo como isso se resolveu.

Renjun e Jisung voltaram para Erépt, para o momento em que todos nós estávamos lá. E eu sabia de tudo porquê consegui reconhecer o tudo de Jisung, que exclamava temeroso por ajuda. Huang era maluco, e tinha alguém que confiasse no que ele falava. Era a equação do caos.

Eles não disseram muitas coisas ao simplesmente nos levar à força para a dimensão Z, no universo que estávamos antes. A ideia era fazer uma revolução, palavras do próprio Renjun. Deu certo. Nós fomos para o momento no passado onde as primeiras espécies de ser-humano começaram a andar pela Terra.

Segundo o meu namorado nascido em Plutão, tudo teria dado errado quando o ser-humano começou a existir. Ele explicou para as primeiras espécies, com uns grunhidos estranhos e muitos gestos manuais, que eles precisavam ajudar uns aos outros, e só isso. Depois ele nos levou para a época onde a Antiga Roma começava a se erguer, falou por quatro horas sobre a importância de 'não pensar apenas em si mesmo e o porquê de espetáculos que resultam na morte de outras espécies ser prejudicial' e simplesmente criou um portal na frente de todos os humanos chocados que não entendiam o que estava havendo antes de nos empurrar para dentro com a ameaça de cometer um assassinato.

As vezes eu não o entendia, era complicado. Em seguida, nós viajamos até 1492 e ele destruiu todas as informações que levariam os holandeses à América. Mais uma viagem e chegamos à 1885, segundo ele, o nosso último destino. – Ali, ela se chama Klara Hitler. – Baixinho e em um quase sussurro, apontou discretamente com o queixo para uma mulher que andava calmamente pelas ruas, provavelmente voltando para casa. Ela era bonita, tinha um rosto muito jovem e aparentava ser muito forte, tanto mentalmente quanto fisicamente.

– A mãe de Adolf Hitler. – Jisung comentou como quem não queria nada, sem prestar atenção no que Renjun falava. Ele não parecia se importar com nada daquilo.

– Exato. – Confirmando e escondendo as mãos nos bolsos de um casaco futurista demais para ser usado naquela época, Huang continuou a falar. – Ela está indo para casa, após um dia de trabalho. Este que é na casa de Alois, um parente que seria seu marido daqui alguns anos.

– Você pretende impedí-los de casar e, consequentemente, impedir o Adolf de nascer? – Mark interrogou, com a expressão de quem achava aquilo um absurdo.

– Sim. Olhe e aprenda. – Aí, ele saiu andando até ela, um passo na frente do outro, como se estivesse desfilando. Eu sentia que aquilo iria dar muito errado. Tocou em um lado dos ombros dela e, para a surpresa de todos nós, inclusive dele mesmo, recebeu um soco muito bem dado no nariz. Aquilo tinha doído, com certeza. Claro, Renjun era mais forte que isso. – Muito bom, onde aprendeu isso?

– Com minha mãe. Não sabes que não pode abordar alguém assim? – Voltando as mãos para trás do corpo, Klara respondeu ao encarar Renjun, que não parecia ter se abalado com o soco dela.

– Me desculpe, senhorita. Não vou voltar a incomodar. – E aí, simplesmente voltou para perto de nós. Confesso que entendi nada. – Viram? – Era engraçada a cena de nós seis olhando perplexos para ele, totalmente perdidos, vendo-o limpar o nariz cheio de sangue com as costas da mão. Claro, exceto Jisung, já que ele parecia indiferente.

– O quê... – Mark foi o primeiro a dizer algo, por mais que aquilo parecesse apenas um grunhido. Olhava para Renjun e para a mulher indo embora sem olhar para trás e abria e fechava a boca diversas vezes.

– Falar sobre quatro horas e usar três dessas horas para falar o quanto mulheres são importantes influenciou em pensamentos. Provavelmente a maioria das pessoas agora enxerga mulheres com maior respeito. Ela não vai se casar com o Alois, pensa que ele é um idiota sem escrúpulos ou qualquer dignidade. – E sorriu. Ele provavelmente tinha lido o tudo dela para ver aquilo. Tinha mudado a humanidade, em um universo inteiro. – Isso também cabe à negros, membros da comunidade LGBT, como vocês chamam, e mais um monte de pensadores que, segundo a maioria dos humanos, estragava a humanidade.

– O que mais? – Jeno perguntou ao ver que ele não tinha terminado de falar, mas estava em silêncio.

– Todas as outras espécies são tão importante quanto eles, inclusive os irracionais, que agora têm grande evolução graças à colaboração dos humanos. – Parou de falar de novo, e nos chamou com a mão para encerrarmos o que começamos.

– Espere, por que ela te bateu? – Chenle perguntou para ele no momento em que Jeno cruzou o portal, com total expressão de confusão.

– Pode ser que a forma de os humanos se defenderem ao se assustar seja a violência. Mas, não tem como saber ao certo o motivo. – Dito isso, empurrou o Zhong para dentro do portal e sinalizou para que eu também entrasse.

– Você está estranho. E isso não faz o menor sentindo. – Comentei e recebi um olhar quase que raivoso dele. Só faltavam nós dois para encerrar a viagem, ele provavelmente estava nervoso com aquilo.

– Ele está chegando. – Renjun me deu as costas e atravessou o núcleo negro cercado por partículas cósmicas. Nós tínhamos feito aquele portal numa espécie de espelho d'água, era a primeira vez que eu vira algo daquele tipo acontecer.

Eu não sabia ao quê ou à quem Renjun estava se referindo, ele parecia preocupado. Mas, ignorando essa parte por um tempo, conseguimos impedir os Victorians de dominarem a Terra. Tinha funcionado. Nossa última viagem seria para o planeta Glinq, na dimensão A, do universo A, no espaço-tempo número 1. Lá era onde tudo tinha se originado, o primeiro resquício de vida foi criado lá. Jeno queria levar os outros para conhecer o primeiro planeta existente e, com a permissão deles, passaríamos a viver todos lá.

Após uma longa conversa com um dos exemplares dos Victorians, Jeno se voltou a nós, sorrindo e dizendo que tudo tinha dado certo.

Desde o início desta história, tudo o que parecia ter dado certo se mostrou errado. Primeiro, Chenle ao achar que poderia fugir com Jisung. Isso nem sequer aconteceu em nossa realidade, mas ainda assim é terrível. Depois, Mark, ao pensar que poderia manter um relacionamento com Hyuck, mesmo estando à uma distância de incontáveis espaços-tempo. Jeno, que pensou que... bom, Jeno pensou em várias coisas que deram errado.

Jisung, que achou que tudo estava finalmente dando certo pra ele e para Chenle, uma das pessoas que ele mais amava. Hyuck, que realmente viu 'aceitar a proposta de um ser interdimensional que dizia ter nascido em Netuno', como uma boa ideia. Renjun, que projetou uma ótima forma de me trazer de volta, mas infelizmente foi capturado por Victorians. E agora, eu digo, eu só queria que nossa última chance de um bom plano acontecesse da forma certa.

– O que merda vocês pensam que estão fazendo? – O portal já estava ali, aberto por um espelho que tinha sido colocado delicadamente no chão por Mark, pronto para ser atravessado. Só mais um passo e nós iríamos para Glinq e viveríamos felizes para sempre.

– Jura? Ediee? – O cabelo tão vermelho quanto sangue e a altura de uma criança de treze anos eram as características principais do líder dos Victorians. Eu só sussurrei, mas sabia que ele tinha escutado. Levantando poeira ao sair de outro portal, bateu nas próprias roupas intergalácticas e brilhantes antes de nos encarar.

– Ah, mas eu jurava que ele tinha morrido. – Renjun sussurrou de volta ao lado de Jeno e deu um sorriso falso na direção do recém-chegado no lugar onde estávamos, que era no meio de uma floresta, afastada das cidades.

– Muito bom ver que o seu amor por mim só cresce. – Ediee ironizou e levantou uma das mãos. O portal que nós tínhamos criado se apagou e o espelho desapareceu. – É por isso que eu não saio de casa. – Comentou, batendo mais um pouco nas roupas enquanto se aproximava de nós.

– Criar um portal não é simplesmente um toque para nós, sabia? Por que está aqui, Didie? – Jeno interrogou, tendo total atenção dos outros quatro que provavelmente nem estavam entendendo o que nós estávamos falando. Mas talvez sim, eu não sei.

– Sei, me desculpe por tê-lo destruído. – Pediu ao parar em minha frente, olhando em meus olhos. – Vocês não podem mais viajar por dimensões, universos e espaços-tempo. – Contou, parecendo ter grande pesar ao dizer aquelas palavras.

– Por quê? – Renjun perguntou, exalando impaciência.

– Vocês criaram sessenta e um portais, viajaram sessenta e uma vezes e ficaram, pelos cálculos entre espaço-tempo e dimensão, sessenta e um séculos juntos. – Balançou o cabelo com as próprias mãos, encarando o chão antes de voltar os olhos para Renjun. – E eu nem contei todas as vezes. Sabe o que isso significa, não é?

– Eu deveria ter contado. – Huang murmurou, e sorriu tristemente.

– Deveria, mas isso não é culpa sua. Deveriam ter conversado mais, entrado em um consenso e viajado juntos. – Ediee falou, focado nas expressões de Renjun. – Eu sinto muito, mas vocês não podem mais ficar juntos, Injun.

– O quê? – Jeno sussurrou, eu não conseguia formular frases ou sequer palavras. Minha garganta estava seca e parecia que tudo tinha sido em vão.

– Quando eu recebi a proposta de me mudar para a dimensão Victoriana, aprendi que determinados seres só podem ficar juntos por um tempo determinado. Se viajarmos mais uma vez, juntos ou separados, vamos fazer todos os espaços-tempo entrarem em colapso. – Explicou, falando na língua dos humanos que prestavam atenção em nós.

– Sim. Segundo os cálculos e as estatísticas, o tempo de vocês acabou. – O tempo acabou. Frase engraçada, não? Que merda. – Mas...

– Puta que pariu, jura que tem um "mas"? – Pela primeira vez eu me pronunciei, achando muito estranho aquele sorriso dele.

– Sim. Vocês não podem mais viajar interdimensionalmente, mas conseguem ler facilmente o tudo uns dos outros. De qualquer forma, vocês têm apenas duas opções. – Começando a falar na língua coreana a partir da última frase, continuou: – Ou resetam o tudo e permanecem juntos, mas sem a capacidade de se lembrar dos sentimentos, ou usam os poderes finais para voltar no tempo e torcer para se encontrarem, pois os sentimentos permaneceriam e as memórias apareceriam no momento em que lessem o tudo uns dos outros.

– Eu quero a última opção, pode explicar melhor? – Jisung se precipitou, muito empolgado e extremamente interessado.

– Claro, como quiser. – Ediee continuou sorrindo ao responder, mas eu sabia que não poderia haver uma forma de que tudo fosse bem. – Os prós são que vocês são como cartas marcadas uns para os outros. Ou seja, podem se encontrar através do tudo quando finalmente estiverem por perto.

– Eu sinto que os contras vão me fazer desistir. – Chenle comentou, cruzando os braços.

– Os contras são, assim que voltarem no tempo, vão ser separados. – Eu ouvi um "ah" um pouco triste vir de cada um dos humanos e tudo o que senti era que aquela era nossa melhor opção.

– Acho que deve ser esta nossa melhor alternativa. Vocês estão de acordo? – Jeno perguntou, se virando para nós e alternando o olhar entre todos.

Assentimos, um por um, tendo total noção de que era aquilo, o fim. Ediee também assentiu e pediu para que usássemos todo o poder e energia para pensar e depois, como o grupo forte e insensível que o Jeno juntou, juntássemos as mãos. Nós sete.

Uma grande explosão foi ouvida e um clarão iluminou a floresta. Tínhamos nos despedido, cada um imaginando e se recordando do que tinha nos levado até ali, àquele espaço e àquele momento. Nos abraçamos, muito forte. Eu beijei Jeno e beijei Renjun, sentindo que aquela era a última vez. A chance de nos reencontramos na cidade tão enorme que era Seul eram baixíssimas, mas...

Olha aí, o meu "mas". Adicione aqui um emoji de sorriso e um de coração. E mais um monte de emojis de choro. Eu não vou contar o que aconteceu no final, só...

– Uma coisa que eu jamais teria coragem de falar antes de conhecê-los... – Um homem de aproximadamente um metro e setenta e talvez mais ou menos vinte anos estava falando para uma pequena plateia encima de um palanque, segurando um microfone e exibindo seu nariz pequeno e os pircings espalhados por seu rosto. Eu conhecia aquela voz de algum lugar. Conhecia aquela pessoa de algum lugar. – Sete pessoas perdidas no tempo são capazes de se amar como amigos e, sobretudo, fazer sua história. Obrigado. – Ele se curvou, um flashback se passou por minha cabeça e eu só pude gritar:

História? Sério, Renjun? – Era aquilo...

Nossa história.

Nós fizemos história.


Notas Finais


Obrigado por ter lido essa história, querido. Obrigado por ter chegado ao último capítulo.
Eu sou péssima com finais, tinha notado isso à alguns meses, mas, mesmo assim, aqui estamos nós.
Eu amei narrar todos esses personagens que, modéstia à parte, achei bem incriveis. Mas agora, eu quero agradecer à algumas pessoas muito importantes que foram responsáveis por me fazer continuar com essa história.
Primeiro, aos escritores que fizeram a minha inspiração. Obrigado @knshm, obrigado @comunysta, obrigado @chaootics, e obrigado @baeptae. Vocês são verdadeiros e enormes exemplos para mim e, tenho certeza, que para muitas outras pessoas também.
Segundo, aos artistas que abrilhantaram os títulos dos capítulos e aos que fizeram parte da criação de cada pequeno parágrafo. Obrigado Christina Perri, Ruelle, Sleeping At Last, James Arthur, Yuqi e aos grupos Nct, Ateez e Bts, pelas músicas, que são algumas das minhas favoritas. E agora, Jão e Nct, nem tenho o que falar, obrigado por existirem, mesmo que vocês não estejam à ler isso aqui.
Gabriel e Maria Luiza, obrigado por me ouvirem falar por horas sobre essa história, vocês são incríveis. É de vocês que eu me lembro sempre que sorrio. E por último, e o mais importante, obrigado leitor. Por ter lido a história, favoritado e chegado até aqui. Vou ser eternamente grata à todos vocês.
Muito obrigado!!!


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