História Everything is blue - benji - Doente de amor; cap unico.

Kenji não sabia exatamente o que sentia em relação a Ben. Tudo bem que seu coração acelerava todas as vezes que o olhava, que suas pernas bambeavam quando ele sorria e que sua respiração falhava sempre que o tocava. Eram mínimos detalhes, e ele não compreendia o que sentia. De certo modo, era estranho e bom. Nunca havia se sentindo assim antes, era novo. Estava aflito, com medo, esses sintomas o preocupava. E se estivesse doente? Era grave? Teria cura? Estava confuso! Se não estivesse preso naquela maldita ilha prestes a qualquer momento ser devorado por um dinossauro, poderia pesquisar na internet o que era, em seu belo netbook de última geração. Bufou, se jogando na cama improvisada que Darius havia feito, para logo, ouvi um som de "crack". Ótimo, tinha quebrado a cama.

- Que merda, eu sou rico - se levantou, irritado - era 'pra eu esta na minha cama confortável agora, não nesse maldito lugar. 

Se praguejou, enquanto andava em passos lentos para fora. Se sentia inútil ali. Na verdade, ele é um inútil. A única coisa que sabia fazer era dizer piadas sem sentidos em relação a ser rico e ameaçar um dinossauro com a faca de manteiga enquanto tremia de medo. Sentou-se no chão de madeira pregada na árvore, apoiou suas mãos no chão levando seu corpo para trás e suspirou. Seus sentimentos ficaram ainda mais confusos quando achou que Ben tinha morrido. Oh céus, a vontade de chorar batia somente ao lembrar. Lembrava-se como foi mais uma vez, inútil. Quando Darius segurava a mão de Ben para que ele não caísse do trem em movimento. Ele não fez nada. Porra nenhuma para salvar Ben. Simplesmente paralisou. Suas pernas não se mechiam mesmo sob ao seu comando. E isso o destruiu não só por dentro, mas por fora também. Porque enquanto ele apenas observava a cena sem fazer merda nenhuma, Ben caiu do trem e logo após, levado por pterodáctilos. 

Somente as estrelas sabe o quanto ele chorava todas as noites lembrando dele, lembrando como não pôde salva-lo.

Não acreditava em forças divinas, mas ele orava/rezava todas as noites para que o acastanhado estivesse bem. 

Lágrimas cairam sem permissão e um suspiro inaudível saiu diante seus lábios. Seu coração se apertava ao pensar em perder Ben novamente. Droga, agora estava chorando por um garoto magricela que é viciado em higiene. De novo. 

- Por quê 'cê 'ta chorando, mauricinho? - uma voz atrás de si se fez presente. Kenji não percebeu, mas o garoto estava o observando a alguns minutos. Se perguntava o que estava o preocupando pois des dê que voltou, notou que ele agia estranho, principalmente consigo. Porém, não teve brecha para perguntar, até o momento. - Você está bem? 

O moreno se xingou mentalmente, ele era a última pessoa que queria ver, ainda mais agora em seu estado "frágil". Rapidamente, secou os olhos com a manga da blusa para se arrepender logo em seguida. Estava fedendo. De algum jeito, lavaria suas vestes, mesmo que tenha que ficar pelado na frente das garotas.
Eh, definitivamente não era uma boa ideia. 

- E-eu não estava chorando. - disse, virando o rosto para que ele não visse. - E sim, estou bem. Porque não estaria? Eu-

- Você é rico e blá, blá, blá. - cortou a frase do outro revirando os olhos em seguida. - Cara, isso já saturou.

- Desculpa. - era seu mecanismo de defesa, o que poderia fazer?

Não poderia dizer se o silêncio que pairou ali era confortável ou desconfortável, apenas normal. Observavam as estrelas que pareciam brilhar mais intensamente aquela noite. Kenji costumava conversar com elas quando se sentia sozinho ou triste. 

             - O que você tem? - ouviu Ben murmurar baixinho, ainda fitando o céu. 

           Kenji o olhou, suspirando em seguida antes de responder:

           - Eu a-acho que estou doente.

            - Doente?! - seus olhos capturaram a imagem de um Ben confuso e preocupado. - C-como assim doente? - se ajoelhou ao seu lado, e pós a costa da mão em sua testa. - Você não esta com febre... - franzido as sobrancelhas em desentendimento, percebeu que estava próximo de mais ao rosto alheio, se afastou.

        Kenji estava vermelho de vergonha e Ben não estava diferente.

              - Eu sei, mas... - suspirou - Estou tendo uns tipos de sintomas estranhos. 

                - Que sintomas? 

             - Sinto que meu coração erra as batidas as vezes, m-meu rosto esquenta, palpitação e frio na barriga. 

         - Ok... - o mais novo murmurou, não parecia ser nada grave. - Des de quando vem ocorrendo esses sintomas?

     "na primeira vez que lhe vi" ele quis dizer. 

             - Des de que chegamos aqui.

Ben pareceu pensar um pouco, sua mão apoiada no queixo enquanto balançava as pernas no ar ajudava a pensar.

- Você por acaso, sente isso quando está perto ou quando pensa em uma pessoa específica? - sorria.

         -  Sim, como você sabe? - questionou - Você sabe o que é? Por acaso tem cura?

             - Talvez sim, querido Kenji - Ben soltou uma risada, somente não ria mais alto para não acordar o pessoal. Se divertia com a confusão alheia.

              - Qual é a graça? Eu posso morrer e você está rindo de mim? - perguntou irritado e confuso, sua confusão aumentou ainda mais quando ele começou a cantar.

              - Doente de amor, procurei remédio na vida noturna... - cantarolou.

           - Ben, é sério. 

- Tudo bem, tudo bem. - revirou os olhos - Você está apaixonado.

                 O mais velho demorou para assimilar. Apaixonado? Como não havia percebido isso antes?

             Ben estava intrigado, como aquele garoto poderia ser inteligente para certas coisas e quando se tratar de amor não saber de absolutamente nada?

          - Eu não posso está apaixonado! Não é o meu estilo.

             - Rico? - novamente, revirou os olhos. 

        - Isso ai! - se no momento não estivesse tão preocupado, ele piscaria para o outro e fazeria "arminha" com as duas mãos. 

            - Tirando o fato que em sua opinião ricos não podem se apaixonar... - murmurou.

             - Eu não disse isso. - protestou.

-... Qual das garotas?

            Kenji piscou. Uma. Duas. Três vezes. 

                 -  O que? 

         - Qual das garotas? - perguntou novamente, como se fosse o óbvio.

               Para si, Kenji parecia ser um hetero top que costuma postar coisas sem sentido no tiktok somente para biscoitar. 

         - Nenhuma. - disse Kenji.

- Nenhuma? Ent- iria questionar se era pela monitora, o que seria bem estranho. Mas então, foi cortado.

E surpreendido.

- É você. E-eu estou apaixonado por você.