História EVOLUTION: Alpha - Parte Um - Capitulo Nove - Mia

I
AUSTIN – 2016
    - Não... – Mia falou, sentada naquele mesmo banco no qual sentava todos os dias, ao lado de sua amiga Jéssica.
    - Pois é... – Jéssica falou, olhando para baixo.
    - Por quê?
    - Meu pai conseguiu um emprego lá... E, de qualquer jeito, eu já estou me formando. Nós não íamos nos ver tanto...
    - Para de falar besteiras, Jé. – Mia ri, mesmo disfarçando a tristeza. – Vai... vai ser bom para você. Sidney é linda. E não é como se nós nunca mais fossemos nos ver, ainda existe a internet. E quem sabe, algum dia, você venha para cá ou eu vá para lá... 
    - Sim! Viu? Não vai ser tão ruim. 
    - Vai sim. – Então o sino do colégio bateu. O horário do almoço tinha acabado. Mais três aulas... E as férias começaram. Mais uma semana... E Jéssica ia embora. – Vamos, temos que voltar para as aulas.
    Mia se levantou, mas Jéssica segurou seu pulso. – Por que voltar? Já estamos com o nosso material mesmo, vamos embora. Ninguém vai sentir nossa falta.
    - Certamente Helena vai sentir falta de mim. Como ela vai sobreviver sem a pessoa que ela ama insultar. – Mia riu e puxou Jéssica. – Vem, vamos embora. Não aguento mais todas essas pessoas.
II
    As duas amigas estavam andando em direção a casa de Mia, um longo caminho com o sol queimando suas cabeças. 
    - Será que... Nós somos as únicas com... isso?
    - Duvido. Não faria sentido, tipo, só nós duas... ah, sei lá. Pouco me importa também. Quanto menos pessoas, melhor. Até hoje isso não me trouxe nenhum bem. E mais uma maldição...
    - Acho que nós não teríamos isso se não fossemos usar. 
    - Não.
    - Não? Por que não?
    - Nós não temos isso por que vai nos ajudar a nos livrar de problemas. Se não tivéssemos isso, nem teríamos os problemas em si. Eu nunca teria precisado sair de Los Angeles, e você nunca teria precisado fugir de Nova Iorque.
    - Mas então por que temos?
    - Quem sabe somos tudo uma experiência do governo que deu errado. Ou fomos expostos a altos níveis de radiação. 
    - Ou simplesmente somos mais evoluídos que os demais.
    - Eu pensava que quando nós atingíssemos um nível maior de uso do cérebro iriamos ser mais inteligentes e não ser caçados o resto da vida por que acidentalmente matamos alguém.
    - Para de ser tão pessimista. Você não foi presa até hoje, não é agora que vai.
    Mia parou de andar, e logo Jéssica parou em sua frente.
    - Isso que eu nunca entendi. Eu matei cinco crianças na minha casa, e depois minha família fugiu sem pensar duas vezes. E isso nem apareceu no jornal. 
    - Quem sabe, alguém escondeu essa tragédia. Alguém com interesse em você, ou pelo menos, em manter sigilo pessoas como nós.
    - Sim, isso sim. Essa sempre foi a minha primeira resposta. Mas... E a família delas? Avós, tias, primos... eles eliminaram eles também? 
    - Por que você tá me perguntando isso? Eu lá vou saber?
    - Não foi bem uma pergunta, foi mais um pensamento feito em forma de pergunta.
    - Eu acho que você faz perguntas demais...
    - Minha mãe diz o mesmo.
    E então retomaram seu caminho, andando lado a lado, mas dessa vez em silencio, até que Jéssica resolveu quebrá-lo.
    - Realmente, é estranho.
    - O que?
    - Essa história que você estava contando. Se realmente foi alguém... não, não acredito que foi simplesmente alguém. Deve ter algo muito mais poderoso envolvido nisso. Uma pessoa não conseguiria fazer tudo isso. 
    - Então, o que você acha?
    - Eu acho... que essa história ainda não acabou.