- Nossa, isso aqui está mesmo uma delícia.
- Eu não te disse - Digo o fazendo sorri.
- Me desculpa - Henrique insistiu, talvez pela trigésima vez.
- Para com isso... E daí dor de cabeça?
- Até que não - Vou ainda com a boca cheia, juntou as mãos deixando os cotovelos apoiados em cima da mesa
- Então.. termina aí e vou arrumar a cama pra você.
- Nati eu fico no sofá.
- Nada disso... você vai pra minha cama e eu vou pra cama da Flávia... até porque você é muito grandinho pra cama da minha filha, não é - Digo tirando um riso rápido dos seus lábios.
Fui para o quarto e logo que terminei de trocar a roupa de cama e coloquei as cobertas em cima da cama Henrique apareceu.
- Lavei a louça que sujei, só deixei lá porque não sei onde você guarda.
- Henrique não precisava fazer isso.
- É o mínimo... - Ele sentou na cama e suspirou - Depois de tudo - Encarou o chão.
- Ei. - Me ajoelhei na sua frente - O que passou, passou. Você tem que pensar agora em se regueer, mas na verdade amanhã só. Hoje você descansa.
- Por que Mari fez isso comigo? - Ele se perguntou encarando o teto agora - Acho que na verdade eu mereço... nunca vou me perdoar por ter perdido você.
- Henrique - Resmungo fazendo-o me encarar - Já te disse, esquece o que você perdeu ou deixou de ganhar. Pelo menos hoje, agora, só descansa.
Deixei Henrique ali depois de pegar uma roupa pra dormir e fui para o quarto da minha filha... adormeci em meio aos pensamentos, preocupada com Henrique na verdade, apesar de tudo eu não desejava o mal a ele e era nítido como não estava bem, a fraqueza, como emagreceu, a feição triste... Mas realmente eu não sabia o que fazer...
...Apesar de ter muita vontade eu não iria até aquele quarto, tirar a minha roupa e dar uma foda boa só pra satisfazer o meu ego ou ve-lo bem...
Quem é que em sã consciência pensa em transar em meio a uma crise dessa?
Acordei no susto ao ouvir um trovão.. como assim gente? Acendi a tela do celular que marcava 3 horas da manhã... levantei e acendi a luz, porém sem resultado... Ótimo até a luz foi embora... então ouvi um barulho na cozinha e pensando ser Ana Clara fui até lá.
- Henrique?
- Nati? - Henrique virou-se assustado. - Te acordei?
- Não. Na verdade acordei com esse tempo. Tá sem luz.
Sempre essa luz quando estamos juntos
- Pois é... perdi o sono e vim tomar uma água.
- Insônia? - Ele assentiu escorando de costas na mesa...
Não sabia o que dizer a ele, apenas o encarava mordiscando os lábios.. sabia que ele não podia ver por culpa do escuro e as luz do meu celular já havia se apagado.
Pelo silêncio só se ouvia a respiração funda de Henrique e a fungada no nariz.
- Eiii. Você tá chorando de novo? - Não respondeu e depois de um soluço o abracei - O que te aflige tanto Ri?
- De um lado eu tô aliviado por ter finalmente me libertado dela Nati... você não faz ideia... Mas por outro eu penso no meu filho, e nossa... Eu tava tão acostumado com a ideia de ser pai de novo. Você sabe, eu tenho um sonho de ter menina desde adolescente.
- E quem disse que você não vai ter mais uns 5 filhos? - O abracei ainda mais forte, rindo - Mas pra isso não precisa ser a Mariana né...
- Você tem razão - Ele disse depois de um tempo em silêncio.
- Você vai conhecer alguém que te ame como merece - Digo sendo surpreendida por um beijo na testa...
E nesse momento a luz simplesmente voltou, me peguei encarando seus olhos castanhos pequenos, e era recíproco.
- Henrique...
- Que? - Henrique perguntou rouco, seu rosto ainda molhado e seus olhos presos nos meus.
- Tá ficando frio, e acho que podemos dormir mais um pouco...
- Sim.
- Então me solta - Sussurro após ter soltado meus braços dele, mas os dele me prendendo firme...
...Henrique o fez, e com muito sacrifício dei as costas na intenção de voltar para o quarto mas Henrique me puxou pra si e me prendeu no seu corpo quente, me assustei com a ação e a minha respiração estava funda e alta, diferente da dele, nos encaramos por longos segundos em silêncio e então finalmente Henrique me beijou...
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