- Tá aqui. - Ana Clara entrou pela porta do quarto de Hotel e me entregou o teste. - Vai lá fazer.
- Eu só vou fazer pra você ver que eu não estou grávida.
- Tá, agora vai - Ordenou.
Fui e em poucos minutos já estava de volta.
MEU DEUS
- Pela cara deu positivo - Ana diz e senta na cama então sentei ao seu lado.
- Eu tô perdida - Digo antes de cair no choro.
- Para, não é o fim do mundo. É uma criança e você não fez sozinha, só que agora vai precisar contar pro Henrique. Além do mais, sei que você ama ele é ele te ama, só precisam aprender a esquecer o passado e pensar pra frente.
- Ele nunca mais vai querer olhar na minha cara.
- Isso não é verdade - Aninha segurou minhas mãos - E por falar nisso, você não vai atender? Já é a terceira vez que ele tá ligando.
Respiro fundo e decido atender
- Oi Ri.
- Oiii sumida - Henrique diz num tom alegre.
- Você que sumiu.
- Precisava de um tempo pra mim, desculpa.
- Entendo.
- E aí, tá fazendo o que de bom?
- Estamos em Vitória. - Respiro fundo engolindo o choro - Tive um problema na Bamesco e tive que vir as pressas.
- Ana me falou. Mas e aí, quando volta?
- Na segunda. Vou precisar antecipar a volta... E você está bem?
- Ótimo... em 20 dias voltamos pros palcos.
- Que maravilha - Tento parecer o mais empolgada possível mas no momento só essa gravidez que estava na cabeça.
- Espero que o público aceite e seja tranquilo.
- Vai ser. Você vai ver.
- Eu liguei mesmo pra te convidar pra jantar aqui em casa. Eu e você.
- Claro - Minha amiga que estava ouvindo tudo por estar no viva-voz fez sinal - Estou precisando mesmo falar com você.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. - Sorrio como se ele tivesse me vendo - Nada de mais. Não se preocupa.
- Tá certo, quando fica bom pra você?
- Pode ser na quarta? Vou chegar tarde segunda e queria descansar na terça.
- Claro. Combinado então. Beijos linda.
- Beijo Ri.
- E se ele não quiser saber? O que eu vou fazer?
- Para Nati - Ela segura meus ombros - O Henrique é ótimo. Não vai te deixar na mão. E cara, ele te ama. Esse amor por você foi grande causa dele adoecer, isso tava prendendo ele de certa forma. Vocês dois vão se entender amiga. Tenha paciência.
- Tomara que sim. - Digo e suspiro.
- Precisamos antecipar a passagem.
- Sim - Concordo. - Vou conversar com Cristian pra organizar tudo pra mim antes de ir. E você vai marcar a nossa volta pra segunda.
- Claro amiga...
~~♡~~
Assim que voltamos, corri buscar a minha filha, mas como havia saído com pai, pedi para sua mulher dizer pra deixá-la em casa mais tarde... Aliás, muito simpática ela por sinal...
Ao chegar em casa, tomei um banho rápido, organizei as minhas roupas e então fui surpreendida com um homem na porta tocando a campanhia incansavelmente... entregador de flores com um enorme buquê de rosas vermelhas e amarelas... HENRIQUE.
- Obrigada moço. - Ele apenas concordou com a cabeça, olhando para os meus cabelos ainda enrolados na toalha me fazendo rir.
Ia fechar a porta com o pé mas ela foi aberta antes que pudesse se trancar.
- Mamãe - Ouvi o gritinho da minha filha e senti seus braços em mim.
- Meu amor, que saudade de você. - Me abaixei no seu tamanho e abracei ela forte.
- Eu também mamãe - Me apertou nos seus braços.
- Mamãe trouxe uma coisa pra você. Corre lá no quarto ver. - Ela o fez sem falar nem tchau pro pai.
- Aconteceu alguma coisa? Voltou antes.
- É... Queria conversar com você Rodrigo. Tem tempo?
- Claro.
- Vou passar um café. Vem.
Enquanto passava o café no filtro falava sobre as ideias e a viagem para Rodrigo, que ficou bem empolgado por mim.
- Mas o que eu tenho pra falar é mais sério. - passo sua xícara e senti de frente pra ele que me encarava - Tô grávida.
- É o que ? - Soltou a xícara na hora. - Como assim Nati? - Baixei a cabeça - O cantor? - Assinto. - Ok. E ele já sabe?
- Não. Tenho medo de contar. Medo de como Flávia vai reagir.
- A nossa filha é muito inteligente e vai ficar empolgada por ter um irmãozinho.
- Tudo bem pra você?
- Ei - Segurou minha mão na sua enquanto estragava meus dedos - Nós dois passamos momentos incríveis, e o tempo que tivemos juntos eu fui muito feliz Natália, pode ter certeza disso.
- Eu também Ro, te amei do fundo do meu coração, ainda te amo, só que de forma diferente, afinal você é pai da minha filha.
- Me sinto um cara honrado por saber disso antes dele - Rimos - Falando sério, quantos casais terminam como nós? Amigos? A grande maioria torce pro outro ir pro fundo do poço. Mas eu não, nós não... A gente se amou muito, fomos felizes no nosso tempo, e você me deu o maior amor da minha vida que é a Flávia. E eu fico muito feliz por ter o seu gênero, braba, estressada e cafinhosa - Ri derrubando uma lágrima - Mas convenhamos né Natália, todo mundo vê que esse cara é o amor da tua vida. Confesso que tive um ciuminho quando ele apareceu, por isso até te beijei mas eu quero que você seja feliz.
- Eu sei, e eu desejo o mesmo pra você.
- E eu sou. Pode ter certeza. Mas acho que você precisa falar pra ele o mais rápido possível, ele tem o direito de saber.
- Eu sei, quarta vou jantar com ele e vou contar.
- Ótimo - Rodrigo beijou minhas mãos. - E se ele te machucar é só me ligar que eu resolvo.
- Já disse que você é incrível?
- Já. - Rodrigo diz convencido - Mas eu gosto de ouvir.
- Henrique tem ciúmes de você - Faço beiço.
- Claro, até eu teria.
- Rodrigo - Estapeio seu braço - Você se acha sabia.
- Ele não precisa disso.
- Eu sei, mas a relação dele com aquela nojenta é bem diferente. As pessoas não estão acostumadas com relações como a nossa.
- Vão ter que acostumar, porque somos uma família só.
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