História Ex Amor - Agora é minha essa mulher...

NATÁLIA

Acordei com meu celular indicando mensagem, 7 e 43 da manhã, era Rodrigo pedindo pra ficar com Flávia o dia todo, já que não estaria de serviço... me dei conta que estava na hora de ir pra casa. Chamei um uber e sai de fininho pensando que dormiam todos ainda. Ou pelo menos tentei.

-  Fugindo como antigamente, hum? - Sua voz me fez correr um frio dos pés a cabeça porém era doce demais pra fingir que não era comigo - essa época de fugir da sogrinha acabou. - Dona Maria sorriu doce.

- Ah não... não estava fugindo, pensei que estavam todos dormindo.

- Ah sim... me esqueci que na época vocês pulavam a janela pra não vermos. - Ela riu e me fez corar com a lembrança...

...Pois era assim mesmo, muito no começo éramos jovens demais, e pra podermos dormir juntos pulavamos a  janela um do outro, e de manhã cedinho fugiamos pra ninguém desconfiar. Até seu Edson me pegar no quarto do Henrique.

- Posso te dar um abraço? - Dona Maria abriu os braços envergonhada e me deixando ainda mais sem jeito.

- É claro que pode, a senhora não deveria nem pedir...

E que abraço, abraço de mãe... abraço  que não sentia, só eu sei como sofri ao perder minha mãe, já que desde recém nascida meu pai nos deixou, ela era tudo que eu tinha. Só me recuperei por ter Dona Maria como minha segunda mãe, a única pessoa quem me arrependo amargamente por ter deixado tantos anos pra trás.

- Vem, você não vai embora daqui. Muito menos sem café... - Me levou pela mão até a cozinha. Onde estavam Juliano, Mohana e seu Edson.

- Hum... Bom dia - Seu Edson disse e levantou pra me abraçar - Sabia que tinha alguém com Henrique. Mas pensei que fosse a Naja.

- Edson - Dona Maria o repreendeu me fazendo rir.

- O que é mulher? É uma cobra mesmo, todo mundo sabe... Tô até aliviado em ver que é a nossa menina.

- Nossa - Digo ao sentar na mesa... Parecia ser a primeira vez que os via. Como se tivesse conhecendo a família do meu namoradinho de adolescência pela primeira vez... Incrível como depois de tanto tempo, depois de ter errado tanto com seu filho, sim porque eu errei muito em não ficar e ouvir. Incrível, como mesmo assim, eles ainda me tratassem como sua filha. - É tão bom ouvir isso depois de tanto tempo.

- Minha querida você nunca deixou de ser - Maria sentou ao meu lado e segurou  minha mão. - Café com leite? - Assinto. Mania de servir a família toda. Linda!

- O mãe você viu a Natal... Ahhh! Tá aí - Henrique apareceu do nada, cabelo bagunçado, cara amassada. Apenas com calção de jogar bola que dormia.

- Que tipo menino, vai se levar - Mohana disse e ele fez e voltou logo.

- Eu até tentei fugir mas sua mãe não deixou - Digo assim que ele sentou de frente pra mim.

- Não mesmo. Você fica pro almoço né?

- Ou você achou que eles não tinham percebido que você estava aqui? - Henrique franziu a testa - Depois de toda barrulheira. Acordar minha mãe...

- Henrique - O reprimo com toda certeza corando. - Eu até tenho o dia livre, Rodrigo pediu pra ficar com a Flávia já que não está de serviço. Mas eu preciso ir em casa, tirar essa roupa, tomar um banho.

- Olha aí ó. - Henrique disse se divertindo.

- Para - o encarei.

- Já vão brigar? - Mohana riu - Não tenho muita coisa que te sirva, sabe né, sou pequenina - Rimos - mas alguma coisa vamos achar... Mas vem cá, você disse que o pai da sua filha não está de serviço?

- Sim. Ele é delegado em Aparecida.

- Uau - Mohana diz boquiaberta - Tá lascado Henrique. A oposição é forte.

- Eu me garanto, ele tá no papo. É Um cara gente boa, esperto - Henrique diz fazendo todo mundo rir - Mas e aí que papo é esse de que a oposição é forte?

- É Do Couto que papo é esse? - Juliano interferiu e ela riu.

- Claro gente, toda mulher fantasia com um homem bombado, fardado.

- Toda mulher? - Juliano pergunta enciumado fazendo-a rir ainda mais.

- Depois você me conta como é. - Ela piscou pra mim se divertindo.

- Ou - Henrique a encarou e me encarou - Quer saber como é vai procurar um, não precisa ficar lembrando como era com o cara né. - Rimos nós três deixando eles de cara virada.

- Até você mãe - Juliano disse levantando da mesa.

- Vem Naty, vamos procurar algo pra você vestir.

- Ou, o Henrique leva ela, não vão ficar as duas sozinhas não. - Ju a puxou - Ficar de papinho sobre homem fardado, só o que me falta mesmo. Vou comprar uma farda e vou começar a fazer show. Resolvido, já que a mulherada é doida por um homem de farda.

- Não apela né amorzinho...

HENRIQUE

Assim que as meninas subiram a campainha tocou.

- Eu atendo mãe - Disse assim que ela foi pra pia e ao abrir a porta um frio subiu a espinha.

- Mariana? O que tá fazendo aqui?

- Eu tenho umas coisas pra fazer e não queria irritar o Miguel, você fica com ele?

- Claro que fico né - Digo pegando meu filho no colo. - O que você vai fazer? - Pergunto arqueando a sobrancelha e ela franziu a testa sem entender - Ah tanto faz, não me importa.

- Será que eu posso dar um beijo na sua mãe? Tomar um café? - Agora essa... Juntos não chegava nem na porta da casa da mãe.

- A mãe tá meio ocupada - Digo tentando fechar mais a porta ao ver Mohana e Natália descendo as escadas rindo. Impossível não ouvir as gargalhadas e as conversas.

- Tem visita..?

- Sim - Respondi depressa antes que ela terminasse. - Quer dizer, a mãe tem visita, melhor deixa pra outro dia. - Não que fosse da conta dela, e não que eu quisesse esconder, mas sabia que quando descobrisse sobre a Natália ia fazer o maior barraco, até dizer que era Minha amante e tudo que eu queria enquanto eu pudesse era poupar a imagem da Naty...