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História Exclusivo (Romance Gay) - Eu não te amo


Escrita por: Pandamon

Notas do Autor


Espero que goste da história! Abraço.

Capítulo 19 - Eu não te amo


A noite anterior havia sido ótima. Acordei hoje de manhã me sentindo bem ao lembrar de Izi e dos beijos que trocamos. Rolei na cama feliz por um tempo antes de ter que me levantar pra me arrumar pra faculdade. Enquanto eu arrumava meus materiais na mochila Felipe me olhava curioso.

- A noite de ontem parece ter sido boa. - Ele diz em som de deboche. Dou uma risadinha no meu canto do quarto e o encaro maliciosamente.

- Acho que você não vai querer saber. - Eu digo. Ele concorda com a cabeça e isso me faz dar ainda mais risada. 

- Pelo jeito o Luca está fora de jogo. - Felipe fala. Sinto a cabeça girar. Eu ainda não tinha pensado em Luca nessa manhã mas agora ele preenche minha mente. Forço um sorriso pro geek atrapalhado a poucos passos de mim e ele parece se convencer. Coloco a mochila sobre os ombros e rapidamente partimos em direção a faculdade. 

(...)

Chego dentro de sala essa manhã e logo noto Izi em seu lugar de sempre. Vou em direção a ele e me sento do seu lado. Ele me olha com um sorriso encantador e eu retribuo um pouco envergonhado.

- Bom dia. - Ele fala animado. - Respondo com as mesmas palavras um pouco mais contidas e desvio o olhar de seus olhos brilhantes.

Bem na carteira a minha frente, um cabelo liso e comprido se arrasta sobre minha mesa. Nicolete usa seu rabo de cavalo justo e alto e parece concentrada em alguma coisa logo a sua frente. Na carteira a direita dela (que também é a de frente a de Izi) Beatriz responde rápidas mensagens em seu celular e eu vejo um sorrisinho no canto de sua boca. André por sua vez se encontra na carteira atrás de mim e nesse exato momento ele troca algumas palavras com Izi.

Repentinamente Nicolete vira a cabeça em minha direção e dá um sorrisinho esperto. Retribuo com o mesmo gesto.

- Estou pensando em formar um grupo de estudos e queria que você participasse. - Ela fala me encarando. Dou uma boa olhada em seus olhos verdes como os de Izi e noto alguma coisa a mais em seu interior. Algo nela me lembra Bárbara mas eu não sei bem o que é. Antes de responder meus pensamentos fogem pra garota ruiva que eu deixei também para trás. No natal eu deixei uma mensagem para Bárbara no direct do Instagram dizendo que eu a perdoava e que sentia muito também. De qualquer forma acho que ela não recebeu porque nunca fui respondido.

- Claro. Vou pensar sobre isso. - Respondo. A garota com os óculos refinados e modernos então esboça um sorriso convencido e se vira novamente pra frente. Seus cabelos loiros fazem um pequeno movimento como se varressem minha mesa.

Poucos minutos depois a aula se inicia. O professor de empreendedorismo discursa sobre várias técnicas usadas no mercado hoje em dia eu eu tento prestar o máximo de atenção mesmo sendo tudo muito chato. Escuto meu celular vibrar encima da mesa e o pego com um movimento ligeiro.

Izi: Eu adorei a noite de ontem.

Leio a mensagem que me faz dar uma pequena risada e olho pro garoto rosado com o celular nas mãos a minha direita.

- Você poderia ter falado diretamente pra mim, estamos perto. - Digo baixinho pra que somente ele possa ouvir. Izi então volta a digitar no celular como se ignorasse minhas palavras. Segundos depois recebo a resposta no aparelho em minhas mãos.

Izi: Mas qual seria a graça? 

Dou uma risadinha do seu jeito humorado e digito rapidamente.

Oliver: Tem razão! hahaha

Noto pelo canto do olho quando ele ri do meu lado. Finjo prestar atenção nas palavras do professor quando a próxima mensagem chega.

Izi: Vamos repetir? 

Meu corpo fica animado com o que acabo de ler e já sei sobre o que ele se refere. Estar com Izi é uma sensação muito boa. Lembro da noite de ontem e sei que não poderia recusar. 

Oliver: Pode ser

Viro o meu rosto  e nossos olhares se encontram. Desviamos rapidamente quando o professor levanta a voz logo a nossa frente. Coloco o celular de volta sobre a mesa e volto minha visão para frente. Continuo a ouvir a explicação mesmo sem entender mais nenhuma das palavras que o homem fala.

(...)

Assim que as aulas de hoje terminam, eu e Izi saímos juntos da faculdade como sempre. Passo perto da sala de Felipe mas não o encontro então resolvo prosseguir sozinho. Os cabelos rosas de Izi estão ainda mais chamativos hoje e eu sinto vontade de passar a mão entre eles. 

- Quem sabe a gente não pegue um cineminha sexta a noite. - Ele fala descontraído. Miro seu rosto om meu olhar um pouco malicioso e damos risada. Concordo com a cabeça enquanto falo:

- Provavelmente isso irá acontecer. - Izi passa a mão rapidamente pelos meus ombros e nos despedimos. Sigo direto o caminho de volta pra república já pensando em que filme poderíamos ver. "Não é com o filme que você está animado" O pensamento cruza pela minha cabeça e eu me sinto ridículo pelas palavras serem verdadeiras.

Chego na república e rapidamente vou para o terceiro andar. Contemplo a porta com o "15" bem na minha frente e a abro. Paro repentinamente de me mover com a imagem que eu vejo. Felipe esta sentado em sua cama com um livro e uma caneta em mãos. Logo abaixo dele, sentado no chão com as costas escoradas na parede Luca se encontra. Os olhos dos dois se voltam para mim e eu tento disfarçar a surpresa. Olho diretamente para Luca e ele revida com aqueles olhos azuis que parecem me penetrar. "Ah não" Penso.

- Oli. - Felipe fala animado. - Eu e o Luca saímos mais cedo da aula hoje e resolvemos estudar juntos pra um seminário que temos daqui uns dias. - Felipe completa sorridente e despreocupado voltado para mim. Luca apenas me olha um pouco indiferente.

- Ah, tudo bem. - Falo. Retiro a mochila das costas e a coloco sobre minha cama. "Isso é tão estranho" Penso. 

- Vai sair com o Izi hoje de novo? - Felipe fala como quem não quer nada. Droga! Luca não precisava saber disso. Mas porque eu me importo? Olho rapidamente pro rosto do garoto que já me beijou a alguns passos de mim e ele parece desviar o olhar nervoso apressadamente. 

- Não. Na verdade tenho algumas coisas pra estudar também. - Falo no meu melhor tom casual. Felipe assente com a cabeça e se volta para o livro grosso no seu colo. Me dirijo pra minha escrivaninha perto da cama e me sento. Abro o notebook que já fica por cima da mesa e digito uma pesquisa feita na aula de hoje. 

De repente Felipe se levanta da cama e fala que precisa ir ao banheiro. Ele caminha ao lado oposto de sua cama e entra pela porta que fica dentro do nosso mesmo quarto. Sinto o clima imediatamente mudar. É estranho ficar sozinho com Luca no quarto silencioso. Leio sem prestar muita atenção a matéria a minha frente. 

- Você tinha razão, sabe. - Escuto a voz de Luca e sinto o arrepio percorrer minha espinha. Como que por extinto eu me viro lentamente em sua direção. Encaro o garoto com um olhar firme sentado no chão e faço uma cara de dúvida.

- Sobre o que? - Falo tentando não parecer alterado. Nossos olhares agora se encontram e uma onda de choque cai sobre mim.

- Aquele dia na sua casa, quando eu falei que achava que te amava. - Ele começa e eu já sinto o suor frio se formar na minha testa. - Eu apenas estava perdido, como você mesmo disse. Eu não te amo. - Ele termina a frase de forma fria. Encaro seu rosto por mais alguns segundos e desvio o olhar. Me sinto realmente abatido pelo que ele acabou de dizer. Eu não deveria, mas me sinto. No mesmo instante Felipe ressurge pela porta do nosso banheiro.

- Tô de volta. - Ele fala com seu jeito atrapalhado. Aceno como se dissesse "entendi" em direção a Luca e vejo seus olhos azuis se abaixarem. Me volto pra tela do notebook mas nem sei mais o que estava lendo. A única coisa que passa pela minha cabeça são as palavras "Eu não te amo" que eu acabei de ouvir do garoto que obviamente ainda estou apaixonado.

(...)

Na manhã seguinte desperto mais cedo. Com a cabeça ainda pesada resolvo me arrumar e ir pra faculdade sozinho. Deixo Felipe ainda dormindo no quarto quando saio pela porta. Sinto o vento matinal frio contra o meu rosto enquanto caminho lentamente até meu destino. Penso em Luca e nas suas palavras que tiveram um efeito tão forte sobre mim. De alguma maneira a culpa também era minha. Eu sabia dos meus sentimentos por ele quando resolvi me envolver. 

Vislumbrei a faculdade aparecendo a minha frente e não encontrei nenhum movimento em volta. Eu era o primeiro a chegar, pelo que parecia. Entrei pelas portas e resolvi dar uma volta pra conhecer melhor o lugar. Andei por alguns minutos pelo local ainda desértico e reparei várias coisas que eu ainda não tinha me dado conta. Quando as pessoas começaram a aparecer e o celular já apontava pouco tempo pras aulas começarem me dirigi a minha sala.

Quando entrei dentro dela haviam apenas uns 4 alunos que eu não conhecia. Fui pro meu lugar de costume e sentei com a cabeça repousada sobre os braços agora na mesa. Fiquei nessa posição por alguns minutos até sentir um pequeno toque em meus cabelos. Levantei o rosto um pouco assustado e meus olhos encontraram Nicolete ainda de pé com sua bolsa elegante em uma das mãos.

- Oi. Chegou bem cedo. - Ela disse com seu rosto inabalável de sempre. Ela se sentou em seu lugar a minha frente e se virou para mim.

- Tem alguma coisa errada? - Ela perguntou. Seus olhos agora continham um pouco de preocupação por trás dos óculos. Resolvi dar de ombros e sorrir gentilmente para ela.

- Não, não é nada. Só estou um pouco cansado. - Falo. Ela me olha com uma cara de desconfiança e eu desvio o olhar. De repente ela passa um braço sobre minha mesa e encontra uma das minhas mãos sobre ela. Fico um pouco nervoso mas não desfaço nosso encontro. Nicolete me olha com um rosto tranquilizador e fala:

- Tudo bem Oliver, pode confiar em mim. - Suas palavras são calmas. Fito os olhos da menina que me encara com atenção. Eu já errei bastante julgando as pessoas pelo que elas aparentam. Nicolete era sim bonita e inteligente mas eu não deveria não confiar nela por isso. Meu peito pesa com todas as preocupações que estão se criando ali. Eu sinto uma vontade enorme de conversar com alguém então resolvo dar o primeiro passo.

- Tudo bem. - Começo. - Primeiro você tem que saber que sou gay. - Falo nervoso. É difícil pra mim dizer essas palavras em voz alta mas por algum motivo é mais fácil pra uma pessoa que eu não conheço direito. Os olhos de Nicolete se enchem de espanto por um curto período de tempo mas logo em seguida ela esboça um sorrisinho gentil e aperta ainda mais minha mão.

- Entendo. Você é muito corajoso em confiar isso a mim. - Ela fala. Sinto uma pontada no estômago com as suas palavras mas confirmo com a cabeça. Conto pra ela que estou em uma situação complicada com um cara que eu já me envolvi mas que por outro lado um outro garoto está entrando na minha vida. Ela escuta tudo atentamente e faz pequenos sinais de afirmação com a cabeça. Quando eu termino minhas palavras um pouco demoradas Nicolete me questiona.

- E por acaso eu conheço algum desses garotos? - Sua expressão é doce. Penso em Izi mas não seria capaz de entrega-lo a alguém, mesmo que seja uma menina de boa intenção. Nego com a cabeça e uma expressão meio desapontada surge no rosto da garota que me encara. Ela então abre a boca mais uma vez e me fala:

- Vai ficar tudo bem. Eu já me envolvi algumas vezes com alguns garotos e também já passei noites acordadas me atormentando. - Tento me sentir melhor com suas palavras mas não consigo.

- Nessa sala tem muitos caras que com certeza são gays. Se não der certo com esses você ainda vai encontrar alguém legal aqui. - Ela fala maliciosamente. - Você é bem mais bonito que a maioria. - Ela completa. Dou uma risadinha forçada de suas palavras e agradeço rapidamente o apoio. Não era bem isso que eu queria escutar mas já é um começo. Os outros alunos começam a preencher a sala então Nicolete se vira em direção ao quadro. Dou uma olhada na parte de trás da garota a minha frente e fico feliz que finalmente comecemos a nos entender.

Vejo Izi aparecer pela porta de entrada da sala e caminhar em minha direção. Ele fala um "oi" amigável com Nicolete e a mesma se volta pra retribuir. Ele então se senta na carteira ao meu lado e eu percebo quando a garota que eu acabei de me confessar dá uma olhada rápida na direção de Izi e depois para mim. Sinto um calafrio percorrer pelo corpo e começo a pensar que estou ficando paranoico. O cara rosado ao meu lado então estica o rosto em minha direção e fala baixinho pra que somente eu possa ouvir.

- Não vejo a hora de sexta-feira chegar. - Ele se volta rapidamente pro seu lugar e um sorriso charmoso se forma em seu rosto. Retribuo o sorriso meio preocupado e as palavras "Eu também" são dubladas pelos meus lábios sem que nenhum som saia deles. Olho pro professor que acaba de entrar dentro de sala e sussurro baixinho pra mim mesmo:

- E lá vamos nós de novo. 

Continua ...


Notas Finais


Olá turma! Deixo aqui o cap 19 pra vocês. Amanhã tem cap novo por volta do mesmo horário. Bjão! <3


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