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História Existe amor em Londres - Who are you today?


Escrita por: Keroulsfc

Capítulo 15 - Who are you today?


Camila encontrava-se em um lugar inédito, no meio de uma floresta extremamente bonita. Inspirou o frescor da natureza, e observou sua mão entrelaçada a de uma outra pessoa. Seu coração acelerou porque ela tinha quase certeza de quem estava ao seu lado. Seu estômago revirousse e por alguns segundos ela não quis levantar o rosto para não acabar com a expectativa de quem estava ao seu lado. Obrigou-se a levantar os olhos e o mundo congelou por breves segundos como uma cena em pause. Os olhos verdes a aconchegaram cheios de carinho e seu sorriso foi sincero, sem dores ou acusações. Ameaçou abrir a boca para falar tudo o que estava preso em sua garganta, mas o zagueiro colocou o dedo indicador sobre os seus lábios e a silênciou com um toque demorado nos lábios. Cah teve a impressão de que seus pés tinham saído do chão e a qualquer momento ela poderia sair voando. Ah, como ela estava com saudade daquele toque...não soube quanto tempo ficaram com os lábios grudados sob um bolha particular que ela não queria que estourasse nunca mais, até foram interrompidos por leves puxadas na barra de sua blusa. David sugou o lábio de Camila ao finalizar o beijo, Cah respirou com o sorriso bobo e encostou a cabeça sobre o peito do jogador e olhou na direção do pequeno ser que os olhava com grandes olhos verdes curiosos e sorriso travesso.

- Mamãe, para de beijar o papai, ele é meu! - o ser loiro tinha seus três anos de idade e tinha os olhos de David, já o sorriso era similar ao de Camila, era loira, com o cabelo de cachos bem definidos. Era o reflexo de Cah. A garota colocou as duas mãos na cintura e fechou o semblante provocando uma risada verdadeira e alta no casal a sua frente...PI PI PI.

Camila abriu os olhos assustada e encarou o despertador que gritava ao seu lado, deslizou o dedo na tela do celular para dar fim ao barulho irritante e deitou a cabeça mais uma vez no travesseiro, encarou Conrado quase imóvel ao seu lado e respirou fundo enquanto seu corpo absorvia o gosto amargo da decepção ao perceber que ela havia sonhado com David e nenhuma parte do sonho tinha sido real. O rosto da ilusória filha com o jogador invadiu sua mente e ela olhou de imediato para a sua barriga. E indagou a si mesma se aquilo havia sido um presságio. Seria ela mãe de uma linda menininha dentro de alguns meses? Encarou o namo...Mari... O que sei lá era o Conrado e riu de forma sincera ao imaginar o músico tendo de lidar com o fato de ser pai de uma garota, aquilo seria no mínimo interessante. Já que o garoto havia aproveitado a sua vida de solteiro muito bem, será que ele iria ser ciumento com a garota por medo de sua própria filha deparar-se com Conrados pela vida? Colocou a mão na barriga e como um flash lembrou-se da primeira vez em que contou para seu primo, que tinha como irmão, que estava namorando com Conrado Grandino.

[ Flashback on - Março de 2006]

Camila, que na época tinha o cabelo repicado que iam até o meio das costas e franjinha que caia de lado, encarou a porta branca a sua frente do quarto que Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, estava instalando em sua casa. O músico e seus outros três amigos e companheiros de banda haviam decidido mudar para São Paulo para correrem atrás do sonho de ganharem a vida através de sua música. Rosana Lancelotti, irmã da mãe de Lucas, como uma boa madrinha apoiou o sonho do garoto e lhe convidou para morar em sua casa o tempo que fosse possível para o garoto se instabilizar em casa. Camila e Giovanna adoraram a ideia de primeira, e Pietro como padrinho presente e forte figura paterna na criação do sobrinho também deu seu apoio para a experiência. E por mais radiante que a primogenita dos Lancelottis estivesse de ter o primo, que tinha como o irmão mais velho que nunca teve, naquele momento encontravasse em um estado de nervos. Havia cinco minutos que encarava a porta do mais novo quarto do gaúcho sem conseguir dar o próximo passo para conversar com Lucas. Ela tinha a missão de contar ao primo que estava nada mais nada menos do que namorando com o baixista da NX Zero, o mesmo garoto que por sinal era amigo de circuito underground musical de Lucas. E para piorar a sua situação, do mesmo modo em que ela o tinha como um irmão mais velho, o garoto a tinha como a irmã mais nova que nunca teve e junto deste sentimento vinha um ciúme e proteção exagerada. Lembrou-se das tantas vezes em que Lucas havia espantados seus pretendes só pelo simples fato de não os acharem bons suficientes para ela baseado em cinco minutos de conversa. Timão, seu cachorro de estimação e de Tainá, apareceu ao seu lado e começou a latir pedindo carinho e acabou denunciando a dona em frente a porta. Camila respirou fundo, arrumou a ponta da franja num reflexo de nervosismo e deu três batidas sobre a porta. 


- Entra! - a voz de Lucas fez-se ouvir dentro do quarto e a adolescente fechou os olhos e inspirou firme, abriu a porta com cuidado e encontrou o primo sentado sua cama coçando a cabeça enquanto analisava seu Nintendo 64 que seria futuramente instalada na televisão do seu mais novo quarto.

- Hey, Lu. - a voz de Camila saiu fraca e o os olhos castanhos do gaúcho pousaram sobre a prima mais nova. A garota estava pálida e com o sorriso congelado. Entrou no quarto acompanhada de Timão, mas ao em vez de fechar a porta, deixou entreaberta na esperaça que se Lucas ficasse muito bravo alguém poderia ouvir seus gritos a tempo de salvá-la do acesso de raiva do mais velho. 


- Estás tudo bem, Cah? - o músico ingagou e uniu as sobrancelhas num sinal claro de dúvida. Lucas era mais velho que Camila oito anos, logo conheceu a garota desde da época em que a paulista a sua frente era apenas um feto na barriga de sua tia. Acompanhou o crescimento da garota, desde o começo sempre se sentiu como um irmão mais velho da menina. Por isso, conhecia cada mínido detalhe, podia dizer se Cah estava bem apenas com um olhar. E a imagem que estava interpretando a sua frente era definitivamente de que havia algo de errado, e que em breve iria tirar da garota a verdade para poder ajudá-la. Seu instinto protetor entrou em ação e toda sua atenção saiu de cima dos fios do video game para a sua "irmã mais nova".

- Sim, é só que preciso te contar uma coisa... - a garota falou de supetão, sentou na cama do primo e tentou dar um sorriso que saiu mais como uma careta sofrida.


- Tem certeza? Por que você está com uma cara péssima... - o músico colocou a mão sobre a testa da mais nova para verificar sua temperatura. Tinha impressão que a qualquer momento a menina iria desmaiar a sua frente. A pele gelada da mais nova contra sua pele o respondeu que não era febre, porém sua preocupação aumentou ao perceber o quão gélida estava a pele alva de Camila.

- Não estou com uma cara péssima! - a voz da mais nova saiu um pouco esganiçada e Timão pulou sob a cama e roçou a patinha duas vezes na perna descoberta de Lucas em um pedido de carinho - É só que eu preciso te contar uma coisa, mas eu preciso que você me escute e tenha muita calma. - o gaúcho começou a fazer carinho no pequeno bolo de pêlo que havia se esparramado em seu colo para aproveitar o afago.


- Bah, tu estás me assustando, Cah. - o primo exclamou e ela inspirou com pesar e mordeu o canto do lábio.

- Bem, Lu, você sabe né... eu meio que estava ficando sério com o Caco do NX, né? - a mais nova cemiserrou os olhos e esperou Lucas respirar fundo e assentir com o semblante impassivel na esperança de conseguir ler alguma reação do primo. Porém, o músico manteve o rosto neutro, o que aguçou o nervosismo dentro da barriga de Camila.
-

Sim, sei... - o garoto assentiu e a incentivou a continuar o seu racioncínio.

- Enfim, e bem... nós estamos nos encontrando sempre e eu estou gostando muito dele e ele de mim... - um sorriso apaixonado escapou pelos lábios de Camila e Lucas levantou uma sobrancelha começando a mostrar sinais preocupantes. 


- Ham... - falou curto e grosso e fechou a mão que não estava fazendo carinho no cachorro em punho.

- E que bem... ele me pediu em namoro ontem... e eu aceitei... - ela fechou um olho e fez uma careta medrosa. Lucas levantou num rompante e pôs-se na frente de Camila. O rosto do primo começou a tingir com tons cada vez mais escuros de vermelho.


- Você o que?! - Lucas gritou a pleno pulmões, e naquele momento a mais nova soube que ela tinha despertado a fúria do gigante que habitava o músico, o garoto cruzou os braços e a encarou de forma mortífera.

- Eu aceite o pedido de namoro dele, Lu. Eu estou apaixonada por ele e ele por mim... - Cah encoleu as duas pernas para cima da cama e as abraçou com seu braço sem interromper o contato do seu olhar com o de Lucas que queimava sobre sua pele.


- CAMILA, PORRA! Você tem 15 anos e ele 18 anos! Que merda vocês acham que estão fazendo? - o músico levou as duas mãos ao cabelo e deu dois puxões fortes. Olhou em direção a parede bufando enquanto imaginava formas diferentes de socar o rosto do amigo.

- E daí, Lu? Não é como se eu não soubesse o que estou fazendo... - a garota invocou o pouco da coragem que havia sobrado em seu corpo para enfrentar o primo.


- E não sabes mesmo! BAH! Tu é uma criança, e ele é um marmanjo, muito malandro por sinal. Que só quer transar com você! - o garoto colocou as duas mãos sobre o ombro da prima e começou a sacudir energicamente - você vai terminar com ele imediatemente e nunca mais olhar para a cara desse moleque! Eu vou acabar com a raça desse piá idiota. Como ele ousa! - Lucas começou a dar socos contra a palma de sua mão e Camila o encarou sem reação por alguns segundos. Como o primo ousava falar a ela que o músico por quem estava perdidamente apaixonada tinha lhe pedido em namoro porque só queria transar com ela? Esse não era Conrado, Lucas não tinha direito nenhum de dizer tal absurdo. A garota levantou num rompante após receber um choque de coragem e encarou o primo com os braços cruzados.

- O Conrado não é assim, Lucas! Ele está apaixonado por mim e nós estamos namorando, aceite! - os olhos castanhos queimavam descrença sob a pele morena de Lucas.


- Cah... - o garoto fechou os olhos e respirou fundo e abriu os olhos e encarou a prima e falou num tom mais controlado - tu és muito nova, não tens malícia nenhuma... o Con vai usar e abusar de você e depois vai te descartar e você vai sofrer... porque eu sei que ele vai quebrar seu coração, e eu não quero que ele brinque com você, Panda. Eu falo pro teu bem, eu sei como a cabeça de um homem funciona, eu sou um. E não quero que ninguém brinque com a minha irmã. - o músico passou as duas mãos pela cintura da prima que continuou com os braços cruzados.

- Lucas, eu não sou mais uma criança. Eu vim te comunicar que estou namorando e não pedi sua permissão. Eu tenho que viver e você tem que parar com essa mania enlouquecedora de querer me proteger. Não chegarei a lugar nenhum assim, nem viverei nada. Talvez eu quebre meu coração ou talvez não, mas para saber eu preciso experimentar. - o músico respirou vencido ao perceber a determinação da prima, e por mais que sua voz de irmão mais velho gritasse dentro de si que aquilo era uma grande cilada, ele percebeu que Camila realmente tinha pontos válidos, e resolveu unir-se ao "inimigo"


- Tá bom, guria teimosa! Mas quero conversar sério com Conrado e dar regras a esse namoro. - vocalista da Fresno falou num tom firme e deu um beijo terno na testa da prima que abriu um sorriso agradecido.

[Flashback off ]

Os lábios risonho de Camila seguraram a risada que queria sair por todo o quarto ao lembrar da época em que teve de contar para seu primo mais velho sobre o namoro com o pai de seu futuro bebê. Anotou mentalmente de que em breve também teria de contar a Lucas sobre a sua gravidez, e depois de seus pais, a conversa com o vocalista da banda Fresno seria a mais díficil. Porque mesmo com o passar dos anos o músico não havia perdido o instinto protetor com as primas mais novas. Principalmente com Camila, que sempre havia sido mais do que uma irmã, os dois sempre compartilharam de uma conexão especial entre eles. E naquele segundo ela conseguiu imaginar o garoto assumindo o posto de tio nerd do bebê depois do susto que iria ter ao saber que sua querida irmã mais nova que sempre seria uma criança indefesa em sua cabeça seria responsável pela vida de um ser humano. Cah olhou para sua barriga e sentiu uma vontade de enorme de contar para o ser que crescia dentro de si sobre o tio figura que ele teria.

- Bom dia, bebê. Não vejo a hora de você poder conhecer nossa família maluca. - ela sussurrou para não acordar Conrado, o músico ficava de péssimo humor quando era acordado. Colocou o pé sobre caperte ao ficar acordada e coçou os olhos forçando a memória para lembrar as suas tarefas do dia. Uma onda de preocupação congelou seu corpo ao perceber que era o dia em que ela e Conrado haviam combinado de contar para seus pais sobre a novidade. Sandra Grandino não seria problema algum, inclusive sabia que a mulher ficaria em estado radiante de felicidade, porém com os Lancelotti seria completamente diferente. Tinha medo de sua mãe pegar um avião no dia seguinte apenas para gritar pessoalmente o quão irresponsável ela tinha sido.
Seus olhos caíram sobre o celular e sentiu uma pontada de esperança de ter tido ligações perdidas de David. Pegou o aparelho ansiosa e ao verificar suas notificações sentiu a garganta secar. A vontade de chorar lhe invadiu e ela levantou num rompante em direção ao banheiro. Por que ele tinha simplesmente desistido dela com tanta facilidade? Cah inspirou o máximo de ar por seus pulmões e caminhou em direção ao banheiro afim de fazer sua higiene matinal.

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O silêncio dominava a cozinha da casa dos Emboabas, Oscar observava de forma atenta a mulher passar manteiga em sua torrada com os olhos tristes, encarou a cadeira que Camila costumava sentar e soltou um suspiro sôfrego. Não sentia-se nada confortável com a ideia de sua melhor amiga morar ao lado de um músico irresponsável e drogado. Se dependesse dele Conrado seria extraditado do país e seria proibido de chegar perto de Cah. 


- Droga! - sussurrou ao deixar leite quente cair sobre a calça de moletom preta do uniforme de frio do Chelsea.

- Isso não está certo. - Tainá resmungou com os olhos sob a tentativa de limpar de Oscar.


- Eu sei...chega a ser frustrante...- o camisa onze pegou um guardanapo e o levou até a calça.

- Sabe...acho que deveríamos dar um jeito de juntá-los. - a morena tinha o olhar vago sob a parede atrás do marido enquanto mexia sua colher sob a xícara de leite com toddy.


- No que está pensando? - Oscar levantou os olhos de sua calça em direção a mulher.

- Podíamos dar um jantar aqui em casa para os nossos amigos...- a brasileira mordeu o canto dos lábios.


- Hum...disserte mais sobre isso...- o meia atacante abriu um sorriso de lado com os olhos faiscando de esperança.

- Bem, nós praticamente acabamos de nos mudar para Londres e nunca fizemos um Open House oficial, não é? - o jogador do Blues abriu um sorriso de lado extremamente esperançoso. Levantou o corpo e curvou-se para frente e deu um selinho demorado sob os lábios da mulher.


- Eu já disse que você é a melhor do mundo? - Oscar sugou devagar o lábio inferior de Tainá encarando seus olhos de forma intensa.

- Pode me dizer sempre que quiser. - ela piscou marota e levou sua caneca até a boca. 


- Devíamos deixar bem claro no convite para a Camila que é só para ela vim. - Oscar entoou ao sentar de novo em seu assento.

- Bom, eu acho que o traste teria bom senso de não vir até a nossa casa. - a brasileira disse em meio a uma careta exagerada.


- É, mas pode também fazer drama pra ela não vir. - Oscar entortou a boca.

- Hum...mas relaxa que Tainá Emboaba entrará em ação. - a morena piscou e pegou o celular que estava sob a mesa para ligar para amiga.

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Conrado desceu as escadas do sobrado com um sorriso genuíno que ia de uma ponta a outra do seu rosto. Aquele era o primeiro dia da realização de um sonho que começou a construir desde que colocou seus olhos pela primeira em Camila. Ele sabia que era ela a sua garota especial, a mãe de seus filhos, a mulher com quem queria dividir a vida e conquistar sonhos juntos. Ele não conseguia acreditar que realmente a tinha de volta, depois de tantos obstáculos, finalmente, ele podia dizer que Camila Lancelotti era sua garota novamente. Ao chegar na cozinha de mogno encontrou Camila com seu blusão vermelho e uma calça moletom cinza da nike, seu coração se encheu de felicidade. Era verdade, ela realmente tinha aceitado viver ao seu lado. Tinha de coletar todas as provas possíveis de que não estava sonhando com a sua nova realidade. O cheiro dos ovos mexidos que a sua garota fazia na frigideira invadiu suas narinas e ele não se conteve em ir até ela e abraçá-la por trás. Cah deu um pulo assustado, estava dentro do mundo de seus pensamentos e nem tinha notado a presença do pai de seu filho. 


- Bom dia, gordinha! - o músico depositou um beijo carinhoso na cabeça da brasileira.

- Dia, gordo. - ela respondeu de modo educado e virou de forma rápida dando um breve silêncio. 


- Dormiu bem? - ele iniciou um carinho em sua cintura sem pressa alguma e a garota deu um aceno breve de cabeça.

- Sim. - ela falou ao desligar o fogão, e abriu o melhor sorriso que conseguiu dar - Quer ovo mexido também? 


- Pensei que nunca iria perguntar... - o garoto falou em um tom brincalhão - Claro que quero, estou morrendo de saudade do seu tempero... - depositou um beijo na curva do pescoço de Cah causando um arrepio em sua pele. Afinal, ela ainda tinha sentimentos pelo músico e era uma erupção de hormonios. Não tinha virado uma múmia para não ter seu corpo correspondendo as provocações do garoto.

- Que dramático. - Cah riu e deu um selinho rápido no músico. 


- Eu ainda nem comecei o drama com o tamanho da saudade que estou de você. - a mão habilidosa do garoto subiu por dentro do casaco e da blusa que a garota vestia dando um pequeno choque excitante sobre sua pele.

- Falando assim parece que não nos vemos há mais de meses. - Cah riu e o garoto pressionou mais a mão contra sua barriga. 


- Mas para mim esses dois dias foram quase como meses mesmo... - Conrado virou Camila com um gesto firme em sua direção e olhou dentro dos seus olhos cheio de carinho e sinceridade - eu pensei que eu nunca iria escutar seu sim... foram dias torturantes. Eu te amo, Cah, e quero que sejamos uma família de verdade, e mesmo sem um termo perante a justiça assinado eu já me considero seu marido e quero que isso seja reciproco. - Cah engoliu seco e sentiu seu corpo ser dividido entre duas reações. Um lado seu queria corresponder as expectativas de Conrado, e sabia que era melhor para o bem maior da situação que correspondesse, enquanto que o outro lado queria sair correndo atrás de David Luiz para dizer que havia cometido um erro e que era ao seu lado que queria estar.

- Desculpa, Con, ter demorado um pouco no meu silêncio...mas eu simplesmente precisava... eu estou uma bagunça por dentro e preciso que você tenha paciência comigo. Porque eu também quero que dessa vez tudo dê realmente certo entre nós, e eu realmente estou tentando esquecer todas as cicatrizes do passado. - os olhos castanhos de Camila exalavam sinceridade e Conrado concordou com um aceno de cabeça compreensivo.


- Eu vou ter toda a paciência do mundo em que você teve comigo e mais um pouco, e olha que eu reconheço que não foi pouca. Eu te amo, gordinha, você é a mulher da minha vida. - o músico colou seus lábios sobre o da estudante e iniciou um beijo calmo e compreensivo. Cah abraçou o músico de forma firme, extremamente agradecida por sua atitude. Surpreendeu-se de uma maneira extremamente positiva com a atitude madura do menino, a primeira atitude adulta depois de tanto tempo que via vindo do pai de seu filho.

- Obrigada. - sussurrou contra os lábios de Caco ao finalizar o beijo com um selinho carinhoso.


- Eu te amo. - ele respondeu com um sorriso terno.

- Eu também, ou eu não estaria aqui. - ela piscou para seu novo "marido" e repreendeu a careta ao sentir seu corpo invadido pela seriedade do termo. A ficha havia caído e não tinha mais como dar um passo para trás: ela e Conrado agora viviam e haviam se conectado como marido e mulher. Essa era a sua realidade e cabia a si dar o seu melhor para a família deles fosse feliz, por mais que sentisse aquela sensação o tempo todo de que algo estava faltando. Elas simplesmente teria de se acostumar com a ausência de David Luiz em sua vida como ela desejava. Ela precisava encarar o luto por seu relacionamento que nem aconteceu com o zagueiro para poder seguir em frente ao lado do músico que estava disposto a fazer dela a esposa mais feliz e amada do universo.

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Camila e Conrado estavam sentados um de frente ao outro na mesa de madeira que ocupava um lugar no canto da cozinha em frente a janela enorme que clareava o ambiente quando o celular da brasileira começou a tocar. Ao engolir um gole de café e levar a caneca de volta para o seu lugar ao lado do prato observou o nome da melhor amiga no visor. 


            - Oi, amiga! - a futura mamãe falou num tom animado.

- Oi! Você está bem? - a voz de Tainá soou receosa do outro lado da linha. 
             - Sim, estou ótima e você? Já está com saudade da minha bagunça pela casa? - Cah riu e Tainá soltou um lamúrio alto.

- Estou! Você não sabe a falta que faz. - a mais nova confessou e Cah obrigou-se a manter o sorriso no rosto, por mais que por dentro estivesse quebrada.

 - Ah, eu também sinto saudade do seu bafo matinal e do Oscar. - brincou, não queria voltar para a bad que tinha a assolado na hora em que acordou.

- Ei, eu não tenho bafo matinal, nem o Caio, mocinha! - a Emboaba resmungou e Cah conseguiu visualizar suas sobrancelhas enviesadas acompanhadas de um bico birrento.


            - Você diz isso porque não sente ele. - ao terminar a piada Camila gargalhou sob o olhar atento de Conrado.

- Sua idiota! - Tainá resmungou e Camila aumentou o volume da risada - Mas mesmo assim eu quero saber se nosso passeio está de pé? 


            - Sim, com certeza está! - Cah sorriu ao lembrar que ela e Sra. Emboaba haviam combinado de começar a fazer compras para o bebê.

- Eu estou tão animada! - a morena falou num gritinho estridente.


          - Eu também! Vai ser engraçado ter de comprar coisas sem saber o sexo ainda. Sei lá, estou bem ansiosa...acho que ficarei imaginando a possível cara do bebê quando ver as roupinhas...

- Eu também! Isso é tão excitante, eu nem acredito que isso está realmente acontecendo. 


          - Nem eu, é simplesmente surreal... E empolgante. - Cah mordeu o canto do lábio e olhou em direção a Conrado. O garoto lhe deu um sorriso incentivador e colocou sua mão sobre a sua e iniciou um carinho em círculos com seu dedão.

- Então, passo para pegar em uma hora, tá? - Tainá concluiu ao analisar o relógio de seu pulso.
            - Okay, até mais tarde. - Camila desligou com um sorriso no rosto e olhou em direção a Conrado.

- Compras com a Tainá? - as duas sobrancelhas do músico levantaram e a brasileira confirmou com um aceno de cabeça.
          - Acho que depois que eu chegar das compras podemos começar a nossa missão do dia. - Cah encheu as bochechas de ar e deixou seu olhar ser tomado pela apreensão sobre a reação de seus pais.

- Como achar melhor, gordinha. - Con piscou e curvou o corpo para frente e deu um selinho demorado nos lábios da estudante - Não esqueça de se agasalhar bem, não quero meus dois bens preciosos passando frio nessa cidade congelante.

- Okay, sir. - Cah sorriu de forma fofa, seu corpo derreteu-se com a preocupação meiga do músico. Ela estava amando essa nova versão responsável e cuidadosa de Conrado Grandino.

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Os olhos verdes de David encararam a fachada do café e sua mente gritou para correr dali. Sara não merecia ser um plano de escape, e o que ele estava preste a fazer não era nem um pouco justo. Porém, contrapôs a si mesmo que ele estava preso a uma situação complicada e medidas drásticas eram precisas. Ele não parava de pensar em Camila, e no que ela poderia estar fazendo ao lado de seu mais novo companheiro. Ele recusava-se a dar qualquer outro nome afetivo em relação a Conrado perante Camila. Toda vez que tinha vontade de correr atrás da brasileira e dizer que tinha tido um momento de loucura quando a deixou na sala dos Emboabas a voz de William surgia em sua mente e tudo se clareava mais uma vez. Ela não tinha espaço para ele em sua vida da forma em como ele deseja, era preciso seguir em frente, mesmo que isso significasse regredir alguns passos. Já que Sara era uma ex namorada que definitivamente deveria ficar no seu passado. E como uma luz em meio a escuridão a garota ressurgiu em sua vida, no momento mais escuro dos últimos tempos. Aquilo havia de ser um sinal do universo, não é? Balançou a cabeça numa tentativa infantil de clarear seus pensamentos. Suspirou fundo e deu os passos que faltavam para colocar a mão na porta do café e entrar no ambiente quente por causa do aquecedor do local.

- Vi! - o sotaque carregado da portuguesa chamou a sua atenção e ele seguiu o som até encontrar a garota de pele morena bronzeada e de cabelos lisos castanhos com um sorriso brilhante nos lábios. Abriu um sorriso sem mostrar os dentes para não parecer indelicado e caminhou até a mesa em que a mesma estava sentada. Deu um beijo em seu rosto e sentou na mesa a sua frente. 


        - Sara. - ele falou educado e analisou o local em que estavam. Fez um bico rápido e reparou na portuguesa a sua frente com atenção. A garota era linda, ele não podia negar, mas seu corpo continuava calmo como na hora em que entrou no restaurante. Sem coração acelerado, sem vontades urgentes de tocar sua pele, e tudo que ele conseguia pensar era em como Camila estava naquele exato segundo. Argh! Gritou consigo mesmo, por que tinha de se torturar tanto?

- Como estás? - a morena falou de forma espevitada e lhe deu um beijo demorado na bochecha. O brasileiro colocou um sorriso artificial bem congelado no rosto.


           - Estou bem...e você? Que bons ventos lhe trazem para Londres? - fingiu entusiasmo na voz e cruzou as mãos.

- Eu vim por causa de um congresso de odontologia. Aproveitei o dia de folga para colocarmos a conversa em dia. - a portuguesa piscou e colocou a mão sobre as do zagueiro.
            - Eu adorei sua ligação. - o camisa quatro disse de forma automática - Irá ficar quantos dias?

- Cinco. Quem sabe não marcamos um jantar? 
           - Com certeza. Podemos ir no japonês que adora. - David forçou o sorriso.

- Ótima ideia! Estava sentido falta de conversar com você, Vi! - a portuguesa abriu um sorriso malicioso e curvou o corpo em direção ao do zagueiro e roubou um selinho demorado do jogador do blues.

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Tainá businou de forma rápida para avisar a Camila que havia chego. A mais velha levantou do sofá em que estava deitada nos braços de Conrado e deu um selinho demorado no músico.


            - Até mais tarde, gordinho. - Cah falou contra os lábios de Conrado, o garoto abriu o sorriso e a abraçou forte

- Até mais. Boas compras, meus amores. - o garoto colocou a mão sobre a barriga da brasileira.


           - Pra você também, gordo. - a garota deu outro selinho rápido e levantou-se e andou em direção a porta após pegar sua bolsa sobre a mesa da sala de estar.

Cah abriu a porta e respirou aliviada ao colocar o pé para fora de casa. Prometeu para si mesma que iria tirar David Luiz de qualquer maneira de seus pensamentos na tarde de compras ao lado de sua melhor amiga. 


                - Bom dia, amiga! - a Emboaba disse animada e abraçou Camila de forma firme.

    - Bom dia, amiga! - Cah respondeu no mesmo tom entusiasmado.
            - Como você dormiu? - Tatá analisou a amiga de forma clínica atrás de sinais corporais que pudessem dizer se a brasileira estivesse escondendo algo.

- Até que bem...- Cah inspirou fundo e confessou de forma sincera. A estudante mordeu o canto do lábio e fez uma careta engraçada - Sei lá, foi diferente. E eu sonhei com o David, acredita?


- Ah, é? O que você sonhou? - a morena abriu um sorriso incentivador e manteve os olhos firmes sobre a garota ao seu lado.

- Sonhei que estávamos juntos. - Cah fez um bico infantil e seus olhos vacilaram tomando um brilho triste sob eles.


             - Não vai ser fácil, né? - Tatá colocou a mão sobre a de Cah e a futura mamãe balançou a cabeça concordando com a cabeça.

- Mas vamos mudar de assunto. Não quero mais falar sobre isso. - a mais velha endireitou a postura ereta da coluna sobre o banco do carro e encarou a paisagem a sua frente - Pra onde vamos?


           - Fazer compras na Kings Road. - o sorriso da morena aumentou e ao entender o recado da amiga Tainá deu partida no carro - Hoje o dia de compras será longo.

- Eu estou tão empolgada, fico imaginando duas possíveis carinhas para esse bebê. - o olhar de Camila derreteusse e o sorriso se tornou abobado. Não conseguia acreditar que iria começar a comprar os pertences de seu futuro filho/filha. Era extremamente surreal, o frio na barriga subia de uma forma gostosa e extasiante por seu corpo. Seu corpo se enchia de alegria só de imaginar que em breve um neném feito por ela e Conrado iria vestir os pedaços de pano que ela e a amiga iriam comprar. E por mais nervosa e insegura que estivesse com toda a nova situação de ser mãe, era de uma forma boa extremamente surreal. Ao notar que seu pela primeira vez em seu dia sentiu-se extremamente afim de fazer algo de todo o seu coração, entendeu que aquela era a solução que estava atrás. A maternidade tinha de ser seu foco e era com isso que pretendia focar suas energias. Afinal, em breve aquele pequeno ser iria lhe ensinar o que era o amor incondicional, e nada mais iria importar no mundo, desde que aquele pequeno ser fosse extremamente feliz.

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Ao descer da Mitsubishi Outlander preta que transportava Camila e Tainá pelas ruas de Londres, a mais velha sentiu sua boca salivar ao colocar os olhos sobre um café aconchegante. O sorriso da garota aumentou e ela virou para amiga com o olhar pidão.

- Amiga, pelo amor de Deus, eu preciso tomar um café. - Cah apontou para o estabelecimento que lembrava um bistrô francês.

- Okay, não quero ter terçol. Não irei te negar nada. - a Emboaba brincou e as duas deram as mãos para caminharem até o local simpático.

Ao entrarem pela porta de madeira Camila sentiu todo o seu corpo congelar quando seus olhos foram atraídos como imãs em direção a mesa em que um cara alto e de cabelos cacheados trocava beijos com uma morena de cabelos lisos. Tainá sentiu a mão da mais velha enrijecer e direcionou os olhos para onde as púpilas negras e aflitas da melhor amiga estavam concentradas. Arregalou os olhos no segundo em que reconheceu David Luiz trocando beijos calorosos com Sara Madeira.


Notas Finais


E aí, lindezas!!!!

Tem alguém viva? Porque eu acho que não estou :O

Mas meu fantasminhas camarada voltou após esse final de capítulo para convidá-los a conhecer o meu blog:

mundodacaputo.wordpress.com

Querem barganhar spoiler ou xingar a Camila, Conrado ou David? Entra lá na ask:

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Você é fã do Bernard, do Alexandre Pato, do Lucas Piazon, do Oscar Emboaba ou do William Borges?

Então, te convido para ler a minha nova fanfic com esses craques e outros mais em:

https://www.wattpad.com/story/48448679-leave-my-heart-out-of-this ou

https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-aaron-taylor-johnson-saga-halo--leave-my-heart-out-this-3891758

Um grande beijo e até a próxima pra quem sobreviver!


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