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História Experiment Inimeg - Jikook; Taeyoonseok; Namjin (REVISANDO) - Capítulo 31


Escrita por: SoloLunar

Notas do Autor


Oi, oi, oi! Como vocês estão? Espero que bem! Estavam ansiosos para a atualização de hoje?

Tá! O. Que. Foi. Essa. Apresentação. De. Hoje. Do. MMA? Aí olha- todos os meninos estavam perfeitos, os prêmios foram mais que merecidos e a dança dos Jikook em Black Swan? Misericórdia, passo mal de tanta perfeição.
Eu estava no meio da minha aula online, assistindo. Quando vi os Jikook se apresentando em Black Swan eu berrei, gritei, quase caí da cadeira e me arrepiei toda. KKKKKK difícil essa vida de ARMY.

Gente, uma leitora fez duas fanarts de Experiment Inimeg e espero que vocês dêem uma olhada. Está postada lá no meu twitter (@/lunar_solo). Sigam a artista e dêem todo amor a essa pessoa maravilhosa porque ela merece. ❤️ O insta dela estará nas notas finais.

O capítulo ficou longo, espero que possa recompensar vocês e também espero, de coração, que gostem! ^^

Enfim, sem mais delongas, bora para o capítulo. Desculpe por qualquer erro que passou despercebido. ❤️☕

Capítulo 33 - Capítulo 31


Fanfic / Fanfiction Experiment Inimeg - Jikook; Taeyoonseok; Namjin (REVISANDO) - Capítulo 31

Cinco anos atrás

A van se locomovia com rapidez na estrada. Woong comemorava com um sorriso enorme ao ver o carro de Kim explodir, junto com seus colegas e funcionários. O homem se levantou e foi até o amigo que tinha jogado a bomba, apertando o seu ombro enquanto comemorava gritando.

Vitória!

Eles tinham conseguido matar Kim Namjoon, pegar Park Jimin e também Min Yoongi após se comunicarem com um dos homens. Os outros eles pegariam mais para frente, o importante é que tinham conseguido dois dos experimentos e com eles, conseguiriam muitas coisas. A mulher, enfermeira, que até então estava sentada ao lado da maca onde a pequena criança estava deitada, se levantou, tirando o seu cinto também com um grande sorriso no rosto, indo até woong e se atirando no mesmo enquanto comemorava.

Park, que estava quieto e tentando lutar com o próprio veneno que circulava por suas veias, observou o cinto no banco e sorriu de canto, respirando com dificuldade. O motorista se sentiu estranho, piscando os olhos com dificuldade, tendo a visão turva, balançando a sua cabeça enquanto passava a mão no rosto para ver se aquilo passava. Entretanto, Woong, que estava atrás do mesmo cantando e gritando, se calou ao ver que a van se acelerou muito e isso o fez olhar para o motorista, estranhando sua ação.

— Chul??? — se segurou com tudo no banco do motorista, tentando se manter em pé, quando o carro se acelerou ainda mais, fazendo curvas extremamente perigosas na estrada não tão deserta. Ele notou que o homem sequer olhava para si, só olhava para a estrada sem expressão alguma, segurando no volante com força e sem tirar o pé do acelerador. — Mas que porra! Vai devagar!!!

O homem observou que Chul não tinha intenção de bater em outros carros ou causar um grande acidente com os mesmos, mas mesmo assim parecia querer virar aquela van com tudo, arriscando a vida de todos. Ele estranhou o comportamento do colega e franziu o cenho, arregalando os olhos logo depois para então olhar a criança na maca.

— O Par... — parou de falar imediatamente quando a parte da frente da van pareceu bater em algo, fazendo a mesma voar para cima e rodar, girando, parando muitos metros de onde eles estavam. Jimin se segurou na maca com toda a sua força, tentando não se machucar, mas acabando por cair enquanto o veículo girava, sentindo uma dor aguda e ardente em seu olho até a sua bochecha, assim como o resto de seu corpo, protegendo seu rosto com os braços enquanto era jogado para os lados. Ele ouvia gritos e gemidos de dor antes do silêncio se espalhar com ele caído no meio dos destroços, com seu corpo completamente machucado e dolorido, assim como sua cabeça.

A van pegava fogo e estava completamente acabada, amassada em todos os lugares, arregaçada. Os destroços estavam espalhados por todos os lugares e os corpos de quem estava naquele veículo, estavam espalhados pela estrada fria e sem cidades por perto.

Woong abriu os olhos com dificuldade, sentindo dor em seu corpo inteiro, começando a tossir sangue quando quase se engasgou com o mesmo. Mesmo com a visão turva, ele conseguiu enxergar a enfermeira morta com partes do corpo rasgados e quebrados, um pouco longe de si. Ele se apavorou com aquela cena e tentou virar seu rosto, procurando por Jimin. O antes citado ainda estava dentro da van virada de cabeça para baixo, caído no teto, olhando para os dois falecidos no banco da frente e bem machucados, quase sendo esmagados pelo metal.
Park tossiu, levando a sua mão trêmula até sua boca, vendo sangue na mesma, ficando ainda mais apavorado. Ele viu o veneno verde pingando do soro e rapidamente tratou de sair dali, querendo se afastar daquele lugar. Jimin tinha consciência que estava todo machucado, levaria um tempo para se recuperar, mas ele não poderia ficar parado ali caso quisesse salvar seu pai e a sua família.

Ele se arrastou para fora do veículo, gemendo dolorido enquanto lutava com toda a dor insuportável em seu corpo inteiro. Ele se sentia cansado, fraco, podia ainda sentir o líquido verde circular por suas veias e aquilo era ainda mais agonizante para o garoto. Quando saiu da van, gritou de dor assim que sua cabeça latejou, levando as mãos para lá, puxando seus cabelos com força enquanto mais lágrimas se acomulavam em seus olhos.

— M-Merda... — ao ouvir a voz baixa de Woong, Jimin levantou seu rosto ensanguentado e machucado para o mesmo, surpreso de que o homem tinha sobrevivido, por mais que não desse mais de um dia para o mesmo por causa da situação de seus machucados. O menor sentiu o sangue das suas veias se esquentarem novamente e forçou seus braços no chão, se levantando aos poucos, ignorando seus instintos de que deveria ficar quieto para se recuperar.

Ele olhou em volta e viu um pedaço grande de metal, com a ponta afiada e foi até ela, a pegando enquanto se arrastava para o corpo do homem já que uma de suas pernas estava dolorida, mal conseguindo encostar no chão direito. Woong, quando olhou para Jimin, arregalou os olhos e tentou inútilmente se arrastar para longe da criança. Park se sentou no peito do mais velho, ouvindo seu gemido de dor que era melhor do que música para o pequeno. Ele analisou bem o rosto do homem e sorriu enquanto suas lágrimas faziam sua visão ficar cada vez mais embaçada.

— O p-papai... — sua voz era demasiado baixa, quase inaudível. — e-está... vivo... — mal tinha forças para falar, mas admitir aquilo em voz alta ao ter a certeza que o mais velho estava bem era como um peso sendo tirado de suas costas. Ele estava aliviado, muito aliviado. Woong encarava Jimin com a expressão dolorosa e assustada, ofegante, procurando algum pedaço de vidro para matar o mais novo. Seria contra tudo que estava seguindo naquele momento, mas não queria morrer por causa de um experimento sem valor algum. — E-Ele tá bem...

— M-Merda...! - Jimin sorria grande, entre lágrimas. Woong o observava apavorado, não entendendo como aquela aberração podia ter empatia pelos outros, pensando em outra pessoa ao invés de si mesmo. Aquele menino estava acabado, cheio de machucados e com um machucado enorme em sua pálpebra do olho direito que ia até sua bochecha e ele sequer ligava para isso, estava mais preocupado em saber do homem que o criou.

A criança parou de chorar quando focou nos olhos do mesmo, esse que jurou que aquele seria seus últimos momentos de vida. Jimin arregalou os olhos, piscando algumas vezes, com dificuldade, ficando assustado com algo que soubera do homem. Mas então, levantou suas mãos enquanto segurava o pedaço da van que tinha pego, abaixando com tudo e enfiando aquele metal na garganta do homem, o matando instantaneamente. O menino olhou para o homem perdendo a vida em questão de milésimos de segundos, não sentindo nada mais do que alívio e o medo se esvaindo de seu corpo de pouco em pouco. Park se jogou ao lado do corpo, sentindo sua cabeça doer como nunca tinha doído antes. Conseguiu escutar mais carros vindo, mesmo que estivessem muito longe do local do acidente. O menor se levantou com dificuldade e começou a correr para longe dali, andando no canto da estrada enquanto tentava respirar normalmente.

Ele não sabia para onde ir, seu corpo estava cansado e todo machucado, sua mente parecia que iria explodir. Ele sentia que a qualquer momento iria perder a consciência, mas lutava consigo mesmo para, pelo menos, sair daquele lugar e ir o mais longe possível. Iria se encontrar com a sua família, por mais que isso demorasse.

[...]

Já estava amanhecendo, o corpo do garoto ainda vagava pelo canto da estrada. Os carros não paravam para ajudar a pobre criança por ser apenas um menino sujo. Ficavam com medo por causa de seu sangue, muitos apenas ligavam para a polícia, avisando que tinha um garoto vagando por aí todo machucado e ensanguentado. Os policiais procuravam uma pessoa desaparecida já que investigavam o local onde o acidente ocorreu, constatando com quatro mortes, mas uma com certeza era assassinato. Tinham muitas suspeitas de que tinha mais alguém naquele veículo e que fugiu do local.

Jimin mancava enquanto andava. Seus olhos estavam quase fechados e ele sabia que não aguentaria por muito tempo se continuasse naquele estado. O veneno estava acabando com seu corpo e sabia que, se não parasse para descansar, iria acabar morrendo a qualquer minuto. Ele tentava se curar, mas falhava, isso o deixava ainda mais acabado por usar tanto os seus poderes que precisavam da sua energia. Mas, mesmo com tudo isso, ele ainda tinha esperanças que voltaria para ver a sua família ou que eles iriam achá-lo a qualquer momento. A visão que teve antes de matar Woong estava o perturbando e Jimin não conseguia acreditar naquilo. Como um homem pode ser tão desumano?

Cansado e totalmente esgotado, Jimin simplesmente caiu de joelhos no chão, levando a mão trêmula para seu pescoço enquanto puxava o ar com força, tentando se manter consciente. Sabia que aquele poderia ser seu fim, mas lutava contra isso, entretanto, mesmo fazendo de tudo para se manter acordado, sua visão ficou turva e tudo que ele enxergou foi apenas a escuridão depois disso.
Uma mulher que andava por ali com um carrinho cheio de papelão e coisas velhas, arregalou os olhos ao ver a criança desmaiar no canto da estrada. Olhando para os dois lados, atravessou e se agachou na frente do garoto, se desesperando ao ver o estado que o menino se encontrava.

— Ei, criança? — se preocupou ainda mais ao ver como ele estava muito machucado e parecia bem fraco, respirando rapidamente e baixinho. Com certa pressa e desespero, pegou a criança em seu colo, mal se importando de se sujar com o sangue do mesmo, deixando seu carrinho para trás apenas para levar o menino a cidade em que morava. Não estava tão longe e morava perto da estrada, então quando chegou lá, abriu a porta e andou em passos apressados para o seu quarto, deitando o menino na cama. — Meu Deus, o que aconteceu com você?! — perguntou preocupada e negando com a cabeça. Ela deu meia volta e foi até o banheiro para encher a banheira de água, pegando um pano e deixando a água esquentar para limpar o menino e tratar de seus machucados da melhor forma possível.

Jimin abriu os olhos minimamente, observando a moça de costas para si, dentro de outro cômodo que ele não se preocupou em pensar o que era. Ele mirou seus olhos no quarto em que estava, sentindo dores horríveis em sua cabeça, o que o fez gemer de dor e fechar os olhos novamente, sem força alguma para falar, se mexer ou processar alguma informação naquele momento. Estava acabado.

— Eu irei te ajudar. — ouviu um sussurro de uma voz feminina ao seu lado. Uma voz doce e que o acalmava, então apenas se permitiu sentir a textura molhada de algum pano em sua pele sem protestar, abrindo a boca apenas para gemer quando sentia dores. Jimin tinha simplesmente apagado um tempinho depois, novamente.

A moça olhava para a criança preocupada, encarando o seu corpo pequeno e os diversos machucados que tinha. Se questionou do porquê o garoto estava tão machucado daquela forma porque não foi uma agressão física, com certeza não foi isso. Ele estava bem fraco e sabia que se não chamasse alguém para olhá-lo, não iria conseguir ajudá-lo.

— P-Papai... — parou de limpar seus machucados quando ouviu seu sussurro baixinho. Ele estava dormindo, falando enquanto dormia. Apertava os olhos parecendo que estava tendo um pesadelo e quando a morena levou a mão para a sua testa, se assustou ao ver como ele estava quente.

— Céus!! — rapidamente se levantou e foi atrás do seu celular, achando em cima da cômoda em frente a sua cama, ligando para sua melhor amiga enquanto não tirava os olhos do pequeno garoto. Ela observava seus machucados com grande preocupação e sabia que precisava ajudá-lo, não importando o que gastaria com aquilo.

Alô? — a voz feminina fez presente do outro lado da linha, trazendo a mulher para a realidade. — Mina?

— Dahyun? Eu preciso da sua ajuda! — falou desesperada, levando seu olhar para a criança em cima da sua cama novamente, com seu coração disparado, determinada a ajudar aquele garoto.

[...]

Duas vozes femininas eram escutadas enquanto mantinha seus olhos fechados. Jimin sabia que não estava em um ambiente conhecido e muito menos com pessoas que conhecia. Tinha noção de que estava, provavelmente, na casa da mulher que viu antes de apagar na cama depois de lutar tanto para se manter acordado. Seu corpo doía e ele sentia uma vontade imensa de vomitar e até então, sua cabeça não tinha parado de latejar em nenhum momento. Ele se sentia fraco demais para fazer qualquer coisa, mal conseguia mexer alguma parte de seu corpo sem precisar de tanto esforço.

Ele abriu seus olhos lentamente, piscando com certa dificuldade, percebendo a sua respiração demasiada fraca. Olhou em sua volta e confirmou que ainda permanecia naquela casa e quando mirou sua atenção na porta, viu, no corredor, duas mulheres discutindo e uma delas era justamente a que tinha levado ele para aquele lugar. Ele observou como uma tinha feições mais novas apesar de parecer extremamente séria e brava naquele momento. As duas discutiam por algo, mas suas vozes estavam abafadas e Jimin estava focado demais na recuperação de seu corpo e em sua família que sequer se preocupou com aquilo naquele momento.

— Leva ele para alguém que possa cuidar desse caso, Mina! Você não tem condições de ajudar esse garoto agora. — Dahyun batia o pé no chão, indo contra a amiga que queria continuar com aquele absurdo de ajudar o menino.

Se assustou quando chegou na sua casa e viu um garoto ensanguentado e quase sem vida em sua cama. Ela logo tratou de ajudá-lo mesmo sem pedir por explicações da amiga, fazendo curativos em seus machucados mais graves e também o forçando a beber algo para a dor, observando a sua febre que abaixava aos poucos. Depois de ajudá-lo a melhorar, pelo menos um pouco, exigiu explicações da mais velha e o que ouviu foi absurdo. Achar um garoto desamparado e todo machucado e levá-lo para sua casa ao invés de um hospital? Mina com toda a certeza tinha atingido o pico da loucura.

— Eu não posso levá-lo! Você sabe que eles não darão a devida ajuda para esse menino, Dahyun. Você sabe disso! Farão o mesmo que fizeram comigo! — apontou para a porta de seu quarto sem tirar os olhos da amiga que a olhava preocupada e sem acreditar. — Eu não vou deixar esse garoto. — disse em um sussurro.

— Mina, eu te entendo completamente, mas... — respirou fundo e levou a mão ao seu rosto. — Eu não posso deixar que você fique com um garoto desconhecido aqui. Uma criança, Mina. Uma criança! — deu ênfase. — E os seus pais? E se estiverem procurando por ele? — disparou um monte de perguntas.

— Se estivessem procurando esse garoto, não acham que já teriam aparecido?! — a mais nova se calou. — Eu encontrei esse menino andando no canto da estrada com machucados horríveis, Dahyun. Só Deus sabe o quanto esse garoto deve ter andado e, por Deus, ele parece extremamente esgotado!! — sua voz se alterou um pouco, puxando o seu cabelo para trás, estressada. — Esse menino não tem condições de ficar sozinho, Hyun. — a mais nova suspirou, levando as mãos a sua cintura. — Você sabe que a polícia não vai ajudá-lo. — disse firme. Sabia como as pessoas da sua cidade eram podres, principalmente o governo e os oficiais. Não podia confiar em ninguém depois do que aconteceu consigo.

— Tá bom, Mina! — cansada de insistir, apenas aceitou aquilo, não querendo mais debater sobre aquele assunto. — Mas você tem que entender que eu preciso de dinheiro também. Não posso fazer meu trabalho de graça, Mina e você não está em condições de me pagar para ajudar esse garoto. Olha como está vivendo! — eram tantos problemas que, por mais que não fosse a melhor escolha deixar aquele menino a mercê de pessoas não confiáveis, seria a única decisão racional ali. Ela não podia simplesmente aceitar que aquele garoto ficasse ali do nada sem dar um banho de água fria em sua amiga.

— Eu não me importo! — esbravejou, levantando suas mãos. — Eu realmente não me importo. A vida e a segurança desse garoto está em minhas mãos e eu quero ajudá-lo. Sei que irei ficar lhe devendo mais do que já devo, Dahyun, eu tenho noção disso, — a amiga suspirou, abaixando os ombros, simplesmente desistindo de tentar mudar a decisão da melhor amiga. — mas eu não vou voltar atrás. Por favor, nos ajude! — pegou nas mãos da Kim e implorou, olhando bem em seus olhos. — Hyun, eu preciso de você. - sussurrou.

A mulher apenas negou com a cabeça e suspirou, se dando por vencido. Se algo ruim acontecesse, ela não teria culpa e também não ficaria com peso na consciência já que tentou avisar a mais velha e nada mudou sua decisão.

— Tudo bem. — Mina sorriu e Dahyun direcionou seu olhar para o quarto, arregalando os olhos quando viu o garoto loiro acordado, olhando para as duas. — Ele acordou. — Mina franziu o cenho, confusa, olhando então para o quarto e arregalando os olhos também, correndo até lá, mas desacelerando seus passos ao ver como o menino parecia assustado.

— Ei, tá tudo bem. — sorriu acolhedora, não tocando na criança. — Eu estou aqui apenas para te ajudar, não vamos te machucar. — olhou para a amiga e viu a mesma também se aproximando lentamente e com cautela. — O meu nome é Mina Sharon Myoi, mas pode apenas me chamar de Mina.

Jimin observava as duas quieto, não sentindo o seu corpo e apenas tentando controlar a dor em sua cabeça sozinho, sem deixar transparecer o quanto doía. Aquele veneno estava o matando e seu corpo, como proteção, estava tentando se salvar enquanto combatia com o mesmo. Era, literalmente, uma batalha interna e Jimin não podia fazer nada além de ter que suportar aquilo. Queria viver para encontrar sua família e salvá-los. Ele ainda precisava se casar com Jungkook, ver a praia, dar um cachorrinho para seu irmão, voar com o anjinho e também ver as máquinas que Yoongi construía com sua mente brilhante. Ele precisava continuar com seus pais, com sua família. Precisava voltar para eles.

— O meu nome é Kim Dahyun, mas pode apenas me chamar de Dahyun. Sem formalidades. — sorriu doce para o garoto que apenas a observava em silêncio, analisando a mesma. Jimin não conseguia entrar em sua cabeça, ele não conseguia fazer uso dos seus poderes. — E o seu, pequeno? — mais uma vez, silêncio, deixando ambas desconfortáveis.

— Eu irei fazer algo para você comer e lhe trazer água, tudo bem? — Mina disse preocupada, um pouco mais próxima da sua cama onde Jimin se encontrava. — Está tudo bem. Você está seguro. — ela não pôde ouvir, mas Park soltou um suspiro aliviado vendo a mesma dar as costas para si, provavelmente indo para a cozinha.

— Você se lembra de quem é? — perguntou em um tom calmo e baixo, não querendo assustar o garoto. O menino levou seu olhar para Dahyun e encarou a mesma intensamente, sem dar uma resposta, apenas um leve aceno com a cabeça. — Ótimo! — sorriu, aquilo era um progresso. Dahyun se sentou na ponta da cama e olhou para o loirinho, sorrindo pequeno enquanto encarava sua cabeça enfaixada, assim como outras partes de seu corpo. Ele ainda estava sujo de sangue e sendo assim, tinha sujado todo o lençol da cama, mas Mina não parecia se importar com aquele pequeno detalhe. — Você sabe o que aconteceu com você? — mais uma vez um aceno com a cabeça e Dahyun concordou, pegando um caderno de sua bolsa e começando escrever algo ali. O garoto não respondia, apenas acenava com a cabeça e sabia que teria que ir com calma para descobrir o porquê disso estar acontecendo.

— Voltei. — Mina voltou com um copo de água em uma mão, trazendo consigo também uma jarra cheia até a metade, com água. Ela colocou a jarra na cômoda ao lado de sua cama e aproximou receosa do menino, o olhando como se pedisse permissão para se aproximar e o ajudar a beber água. Assim que viu o mesmo parecer permitir, olhou para a amiga, pedindo ajuda para tentar levantar um pouco a sua coluna para ele poder beber a água. — Sua garganta deve estar seca, tadinho... — disse preocupada, mordendo o lábio inferior quando ouviu o menino gemer alto de dor enquanto Dahyun o levantava aos poucos.

— Esse menino precisa de cuidados profissionais, Mina. Olha o jeito que ele está! — olhou para a criança que bebia água com dificuldade, chorando de dor e gemendo muitas vezes, sem conseguir aguentar engolir todo aquele líquido. Seu corpo queria expulsar qualquer coisa que ele ingeria naquele momento. Estava passando muito mal.

— Você é uma profissional, pode me ajudar! — pediu desesperada, com os olhos arregalados. — A sua clínica!! — olhou para a mais nova enquanto ela deitava o loiro no colchão novamente, com cuidado, checando mais uma vez a sua temperatura. — Podemos levá-lo a sua clínica!!

— Mina... — olhou para a mais velha e negou com a cabeça. — Precisamos avisar a polícia, Mina! — Jimin olhou para a mais nova entre as duas com os olhos arregalados e tentou levantar sua mão trêmula, tentando pronunciar algo enquanto apenas gemidos dolorosos saiam de sua boca.

As duas olharam preocupadas para a criança e foram até ele o mais rápido possível, se ajoelhando na frente do mesmo enquanto tentavam entender o que ele queria dizer naquele momento, para elas.

— Shh, com calma. — Dahyun pediu baixo, passando a mão em seu cabelo. O menino olhou para a mesma e negou com a cabeça, com a visão turva por conta das lágrimas que se acomulavam ali e a fraqueza.

— N-Não... — disse quase inaudível, com uma voz tão fraquinha quanto o seu corpo aparentava estar. As duas mulheres se olharam surpresas, talvez pelo fato dele falar ou de negar a ajuda de oficiais.

— Você não quer que chamemos a polícia? — perguntou Dahyun, surpresa com aquilo, mas seu rosto se tornou confuso ao ver o menino assentir com a cabeça, piscando lentamente, como se lutasse para ficar acordado. Ela direcionou seu olhar assustado para Mina. — Algum motivo deve ter. — sussurrou.

— Temos que confiar na criança, Dahy. — implorou a amiga. — Ele não negaria ajuda deles por nada. — Mina também sussurrava.

A mais velha sabia muito bem como a maioria das pessoas simplesmente ignoravam as crianças, seus comportamentos, seus pedidos de ajuda achando que era apenas algo bobo. Ela não negaria, estava ali para ajudar o garoto e por mais que não soubesse do motivo, seguiria em frente com a confiança de que um dia saberia daquilo.

— Por favor... — pegou em uma das mãos de Kim, olhando profundamente em seus olhos, implorando a mesma. — Por favor, Dahyun. — a de cabelos rosados apenas suspirou e olhou para a criança, sentindo seu coração apertar com o olhar que ela direcionava a si, como uma súplica cheia de dor e melancolia.

— Tudo bem. — soltou o ar de seus pulmões, vendo Mina sorrir grande e o garoto suspirar. — Não precisa me pagar pelo tratamento dele. Eu também quero ajudá-lo. — olhou para a amiga, vendo a mesma quase chorar em sua frente, com as mãos em seus lábios. Dahyun levou sua atenção para o garoto e sorriu pequeno, passando a mão levemente em sua bochecha que não estava com um curativo.

[...]

— Com cuidado, nós não vamos tirar sua peça íntima! — falou Mina para o menino loirinho, o qual tinha descoberto se chamar Park Jimin. Tinha se passado um pouco mais de dois meses e desde que ela tinha o resgatado, cuidava do mesmo junto com sua melhor amiga. O pequeno não falava muito, apenas acenava com a cabeça e vivia na cama; ele comia com muito esforço assim como dormia.

Park Jimin dormia com Mina, já que a mesma não tinha dinheiro o suficiente para comprar outra cama, mas nenhum dos dois achava isso incômodo. O menor se sentia seguro com aquela mulher e vice-versa. Todos os dias Dahyun aparecia ali para checá-lo, ajudar a alimentá-lo e também o levar a sua clínica, escondido das demais pessoas.
A criança precisava de ajuda para tudo: se vestir, se alimentar, tomar banho, andar, e também, muitas vezes, para dormir já que tinha pesadelos horríveis e as duas mulheres faziam de tudo para cuidar do mesmo.

— Isso, garotão. — Dahyun disse orgulhosa, ajudando o menino a andar até a banheira. Park estava com a respiração descompassada, suava frio e sentia suas pernas trêmulas e sem força alguma. Estava mais magro do que antes, mas felizmente muitos machucados já estavam cicatrizando. Graças a Deus os machucados mais leves estavam sumindo aos poucos, mas, infelizmente, isso era por conta do esforço que Jimin fazia inconscientemente enquanto dormia, acabando por deixá-lo ainda mais doente no dia seguinte. Dahyun não sabia o porquê daquilo, não entendia e muito menos a sua amiga.

— Vamos lavar seu cabelo novamente como da outra vez, tudo bem? — o menino, que permanecia de cabeça baixa sempre, tentando respirar melhor, apenas assentiu com a cabeça, não vendo o sorriso pequeno de Mina antes de começar a cuidar de seu cabelo. A aparência de Park estava mil vezes melhor do que o dia em que encontraram ele, quase irreconhecível. Era um garoto bonito e muito fofo.

— Trouxe alguns doces não tão exagerados no açúcar para você, Ji. — Dahyun disse sorridente, vendo os olhos cansados do garoto se levantarem para olhar em sua direção. — Mas irá comer apenas depois de se alimentar direitinho, ok? Trouxe comidas bem gostosas hoje. — Mina sorriu fechado, sem olhar para a amiga, mas ouvindo a conversa e achando aquilo fofo.

— Você vai conseguir comer sozinho hoje, não é? — olhou para o garoto, indagando. Jimin tinha dificuldades até mesmo para segurar uma colher por conta das mãos trêmulas que Dahyun não sabia o que era e nem a sua causa, então por isso buscava entender aquilo por mais que fosse deveras estranho. Jimin tinha conseguido comer sozinho três vezes até então, e nem era por um longo tempo pois rapidamente precisava da ajuda de uma das duas. Pelo menos, ele falava algumas coisas às vezes. Jimin sabia que não poderia abusar, estava muito frágil.

Park apenas assentiu com a cabeça, respondendo sua pergunta de forma silenciosa. As bochechas coradas denunciavam a sua timidez e mostrava o quanto o garoto se sentia envergonhado em tomar banho com duas mulheres o ajudando, mas não podia fazer nada, ele tinha noção de que precisava delas e sem as duas, sabia que teria tido um fim trágico.

— Pronto. Vamos! — Mina disse alegre, ajudando Jimin a se levantar cuidadosamente e então enrolando o mesmo na toalha, esperando que o pequeno tirasse sua própria peça íntima enquanto Dahyun foi em busca das roupas do menor. Como tinha dinheiro, comprou algumas roupas para o pequeno e diferente de quando tinha o visto antes, tinha um sentimento bom quando olhava para o mesmo e, como um instinto materno, cuidava do garoto com muita delicadeza, sem esperar nada em troca, se preocupando com o mesmo a cada segundo do seu dia.

Assim que se secou, o menor colocou, com muito cuidado e dificuldade, a sua peça íntima para as duas mulheres então o ajudarem a colocar o resto da vestes. Dahyun e Mina nunca ultrapassaram os limites impostos por Jimin e sempre respeitavam o mesmo quando ele estava colocando peças íntimas ou coisas do tipo, não olhando quando ele se vestia com a cueca para cobrir o seu sexo. Jimin realmente não se sentia confortável, mas confiava nas duas moças e sabia que nenhuma delas machucaria o mesmo.

— Está limpo! — Mina falou sorrindo já no quarto. Park estava sentado na cama enquanto Dahyun voltava a fazer os curativos e também dava uma olhada em seus machucados, principalmente nos mais profundos. A mais velha colocou a toalha para secar e então voltou ao quarto, chegando perto dos dois. — Como estão?

— Bem... - suspirou. — Felizmente está tudo certo, mas certeza que essa cicatriz aqui será permanente. — apontou para o machucado na pálpebra direita da criança que ia até sua bochecha. Queria saber como foi feita, mas o menor não contava nada e apenas observava as duas em silêncio, como sempre.

— Esse é o menor dos problemas. — sorriu e passou a mão levemente na cabeça do garoto, o vendo gemer de dor e fazer uma careta. — Ah, me desculpe, Jimin! Eu esqueci. — foi em busca do remédio para dar ao garoto. Park tinha dores frequentes em sua cabeça e ele ficava muito mal com aquilo, ficando, muitas vezes, febril.

— Mina é desatenta, Jimin. — Dahyun riu e ajudou o garoto a tomar seu remédio com cuidado. — Vamos comer agora? — ao receber um aceno com a cabeça do outro, ajudou o mesmo a se levantar. Jimin não podia ficar parado na cama sem movimentar o corpo, precisava fazer seu sangue circular e também isso impediria que seu estado piorasse. Então, por mais que fosse difícil, doloroso e preocupante fazê-lo andar enquanto geme de dor e, algumas vezes, chorar, Dahyun sabia que precisava fazer aquilo.

— Tome. — sorriu ao deixar a tigela com comida em frente ao mais novo que agora se encontrava sentado na cadeira da mesa, olhando para o alimento. — Vou precisar voltar para o trabalho. Tudo bem, Jimin? — Dahyun olhou bem nos olhos do garoto, vendo o mesmo mover sua mão com muita lentidão para a colher e assentir com a cabeça sem olhá-la. Ele estava mais focado no objeto e também em conseguir segurá-lo com firmeza. Hyun sorriu e endireitou a postura, olhando para Mina. — Qualquer coisa é só me ligar. — disse a amiga que assentiu com a cabeça antes de vê-la sair.

— Como está se sentindo, Minnie? — Mina se sentou a mesa também, vendo a colher não parar na mão trêmula do garoto. A mais velha sorriu triste e o ajudou. — Você está melhorando muito, acredite. — Park a olhou esperançoso e com os olhos brilhando.

— E-Estou bem. — Jimin disse com dificuldade, mas sorriu, voltando a comer. A mulher assentiu com a cabeça e fez carinho em uma das mãos do garoto, o observando se alimentar.

— Isso é bom, pequeno. — se levantou e então pegou a sua comida, para se juntar ao mais novo já que viu que o mesmo conseguia se alimentar sozinho. — Vi que você dormiu bem. Sem pesadelos nessa noite, hein! — disse feliz e aliviada, ainda de costas para o mais novo. Jimin parou de comer e encarou a mesa por longos minutos, ficando absorto em seus próprios pensamentos.

— Uhum. — apenas murmurou quando voltou a realidade. A mulher estranhou o comportamento duvidoso do mais novo e se sentou ao seu lado, olhando para o mesmo.

— O que aconteceu? Está tudo bem? — estava mais uma vez preocupada com a criança. O menor parou de comer e deixou a sua colher na tigela, levantando seu olhar para Mina e assentindo minimamente com a cabeça.

— S-Sonhei com m-minha família. — Mina arregalou os olhos e sentiu seu coração se apertar ao ouvir o menino falar, pela primeira vez, da sua família. Ela parou de comer apenas para prestar atenção no mais novo, esperando que ele falasse mais algo, como uma informação de onde estavam ou o que aconteceu com os mesmos, mas nada, como sempre. Jimin sempre foi muito vago e parecia ficar perdido em seus pensamentos facilmente, muito calado.

— Eles estão bem? — arriscou perguntar. — Você sabe onde eles estão, Jimin? — o menor negou com a cabeça e apertou seus dedinhos, desviando o olhar ao sentir o nó em sua garganta e o coração apertado. Mina se desesperou ao ver como Park estava e prontamente se levantou, ajoelhando-se ao lado do menor e pegando em suas duas mãozinhas, com delicadeza. — Ei... tá tudo bem. Não precisa chorar. — levou a sua mão para o rosto delicado do menino e limpou suas lágrimas, deixando um beijinho nas costas da sua mão esquerda. — Não precisamos tocar nesse assunto se você não estiver pronto, Minnie. Me desculpe por isso. — o menor olhou para a mulher e negou com a cabeça, apertando a sua mão. A mais velha sorriu terno para o mesmo, vendo que o garoto tinha entendido que suas intenções não eram ruins. — Tá tudo bem, pequeno.

[...]

Dois anos. Tinha se passado dois anos desde que Mina tinha encontrado Jimin na estrada, sujo, e muito machucado. Desde então, passou a cuidar do mesmo com a ajuda de sua amiga e ele foi se recuperando, aos poucos, mas mesmo assim era uma melhora bem significativa, pelo menos para o adolescente. Agora, com seus quinze anos, Jimin ainda tinha marcas daquele acidente e também se sentia mais acolhido que dois anos atrás. Não precisava se esconder já que em um dia, acabou cometendo um deslize e mostrando seus poderes para as duas mulheres, o que acabou causando o desmaio de Mina e uma Dahyun gritando pela casa toda preocupada enquanto surtava.

Depois disso, o garoto ficou com medo de ser levado para os oficiais ou simplesmente ser mandado embora. Não queria ser usado e nem nada do tipo, entretanto, felizmente não foi isso o que ocorreu. As duas ficaram sem saber o que pensar e, claro que não reagiram bem da primeira vez pois ainda estavam absorvendo aquela informação. Contudo, foram se acalmando á medida que Park contava sua história sem saberem que o mesmo omitia algumas coisas, mas era para a própria segurança de ambas. Demorou para se acostumarem com aquilo tudo, mas apenas aceitaram com muitos questionamentos e, por mais que Jimin achasse engraçado como Mina parecia animada com aquilo enquanto Dahyun parecia estar em outro planeta, teve calma em responder todas as suas perguntas.

Não usava seus poderes, estava limitado por causa daquele veneno que ainda estava em seu corpo. Ele não conseguia encontrar sua família com eles nem que quisesse, estava machucado demais. Sentia dores fortes em sua cabeça e parecia que ela explodiria até mesmo seus olhos. Tinha uma grande cicatriz no olho direito e o menor ficava encarando a mesma por longos minutos se deixassem, lembrando de tudo o que tinha passado e principalmente o homem que matou. A verdade o corroía e ele não sabia o que faria quando encontrasse sua família.

Park Jimin felizmente tinha conhecido duas mulheres que tinham mudado o rumo de sua vida, o dando mais uma chance para viver porque ele queria viver. Tinha engordado mais um pouquinho e por mais que ainda tivesse que ser medicado e ir a clínica de Dahyun, estava saudável e pelo menos conseguia andar sozinho, comer sozinho, falar e até mesmo dançar algumas vezes já que tinha se tornado a sua paixão. Ele sempre passava por cima das suas limitações, quebrando barreiras e mostrando que nada era invencível para si. Mesmo não podendo andar por uma longa distância ou ir a viagens, Jimin cada dia luta para se recuperar e está indo bem, mesmo que de pouquinho em pouquinho ele faça progresso.

— Noona, olha isso aqui! — Jimin disse sorrindo, com um passarinho em suas mãos. Era inverno e estava realmente muito frio naquela cidade, então, Dahyun não de importou de comprar roupas mais quentes para Jimin, junto com toucas, luvas e cachecóis. Ele realmente parecia uma bolotinha todo coberto já que não tinha crescido tanto. — Ele está machucado... — fez bico e suspirou, vendo a fumaça sair de sua boca, fazendo-o sorrir enquanto observava.

— Meu Deus, tadinho... — a mais velha se aproximou com cuidado e passou o indicador levemente na cabeça do pássaro que estava sendo mantido aquecido pelas mãos cobertas por luvas de Park. — Deve ter caído do ninho. — o mais novo apenas murmurou "uhum" para a mais velha enquanto assentia com a cabeça.

— O que aconteceu? — Mina chegou até os dois com dificuldade, por conta do chão estar escorregadio por causa da chuva que teve na noite anterior. — Um passarinho, que fofo! — Jimin riu, confirmando com a cabeça. — O que aconteceu com ele?

— Acho que ele caiu do ninho e Jimin o ajudou. — respondeu Dahyun. A mesma olhou em volta vendo como estava frio e como tinha mais pessoas na rua do que o habitual. — Vamos entrar? — olhou para os dois sorrindo fechado, com as mãos nas costas de Jimin.

Depois de saber o risco que Jimin corria, percebeu o porquê ele não queria e nem deveria ser levado aos oficiais. Temia que aquele garoto fosse encontrado, assim como Mina. Agora as duas cuidavam do mesmo assim como o protegem.
Sobre a família do garoto, as duas sempre tentaram encontrá-los já que o menor parecia cada vez mais melancólico a cada ano que se passava. Sabiam que ele sentia falta da família e estava preocupado com os mesmos e nem imaginam como deve estar sendo para o pequeno loirinho que, além de ter que enfrentar tudo longe da família, tinha uma saúde fragilizada e também dores horríveis todos os dias. Querendo que aquilo mudasse, começaram a procurar pelos pais de Jimin incansavelmente, não desistindo em nenhum momento e continuariam a procurar mesmo que se passasse anos.

— Agora sim. Aqui está quentinho. — Mina disse sorrindo e olhou para Jimin que ainda encarava o passarinho em suas mãos, parecendo pensativo. — O que foi, Minnie?

— Ãnh? — olhou para a mesma com os olhos levemente arregalados já que voltou a realidade naquele momento. — Ah, nada. — respondeu baixinho, sorrindo pequeno. Sua voz era sempre tão baixa e tão fraquinha, sua pele estava pálida e seus olhos sempre estavam tão cansados... aquilo doía nas duas mulheres.

Jimin observou o passarinho mais uma vez e percebeu como o mesmo lhe trazia uma sensação familiar. Aquele pássaro o lembrava. Ele estava fora do seu ninho, longe da família, machucado e fraco. Definitivamente Jimin se via como aquele passarinho perdido que era abrigado e aquecido pelas mãos de um estranho.

— Bom, — Dahyun suspirou ao ver o clima estranho e sorriu, querendo acabar com aquilo. — vamos por esse pássaro em algum lugar mais seguro para ele se esquentar? Depois o libertamos. — Jimin assentiu com a cabeça, ainda mantendo os olhos no passáro e foram até a cozinha.

Mina e Dahyun prepararam um tipo de caminha para o pequeno animal enquanto Jimin apenas observava, sentado na mesa, fazendo carinho no pequeno enquanto balançava as suas pernas. Assim que terminaram, Mina pegou o pássaro e o colocou ali e quase que imediatamente o mesmo se acomodou naquele lugar. Jimin sorriu orgulhoso, sabendo que ele estava feliz e então, olhou para as duas mulheres e confirmou com a cabeça uma vez, vendo o sorriso nos lábios das mais velhas surgirem.

— Agora ele vai ficar bem, Minnie. — Mina sorriu e olhou para o garoto que descia da mesa calmamente. — Vá tomar um banho quente, está muito frio. — o menor concordou com a cabeça sorrindo e então seguiu para as escadas, mas parou assim que sua visão ficou turva e seu corpo fraco. A dor de cabeça voltou ainda mais forte e ele foi de encontro ao chão enquanto gritava de dor, tentando mexer o seu corpo.

Mina e Dahyun olharam preocupadas e assustadas para Jimin e correram até o garoto para tentar ajudá-lo. Era mais um dos episódios que ele tinha todos os dias por conta dessas dores infernais. Jimin estava cansado, estava doente, estava fraco e precisava da ajuda de seu irmão.

— C-Calma, Jimin. Nós vamos te ajudar. Lembra-se? Respire fundo. — o menor chorava enquanto olhava para Dahyun, procurando fazer o que ela mandava. Demorou para o mais novo acalmar e então desmaiar ali no chão como sempre acabava acontecendo, mas isso era um sinal de que as dores tinham passado e isso era um alívio para Mina e Kim. Elas pegaram o pequeno e o levaram, com cuidado, para o quarto da dona da casa, o deixando dormindo ali enquanto cuidavam do mesmo e certificavam se ele estava quente.

— Eu não sei mais o que fazer com essas dores, Dahyun. Tenho medo dele não aguentar. — disse Mina, com a mão na boca, parada na porta do seu quarto. Dahyun estava sentada ao lado do garoto, acariciando seu cabelo loiro enquanto olhava para seu rosto que parecia tão sereno, um verdadeiro anjinho dormindo.

— Nós vamos encontrar ajuda para ele, mas precisamos encontrar os seus pais primeiro. Jimin nos disse que somente sua família poderia ajudá-lo e infelizmente não podemos levá-lo a outro lugar e nem confiar em qualquer desconhecido. — Dahyun se recordou, levantando seu olhar para a melhor amiga, suspirando logo em seguida. — Ele vai conseguir, Mina. Não se preocupe, o Jimin é forte. — a mais velha sorriu e concordou com a cabeça.

— Sim. Ele vai conseguir. — sorriu grande, olhando para o loiro.

Atualmente

Jimin, agora com seus dezoito anos, andava pelas ruas um pouco movimentadas da cidade em que morava com Mina. Ele usava um capuz na cabeça enquanto chupava um pirulito, encarando a loja de conveniência no final da rua. Era de noite e o menino sequer se importava de estar andando sozinho nessas horas na rua. Não temia qualquer ladrão ou coisa do tipo, tinha enfrentado e enfrentava coisas piores do que aquilo.

Ele passou por um beco, vendo uns caras fumando e olhando para o mesmo. Desviou o seu olhar e entrou na loja de conveniência, ouvindo o sininho tocar com a sua entrada. Ele encarou o vendedor que também o encarava de volta, com uma cara fechada. Jimin se afastou do mesmo e foi até as prateleiras, procurando o que queria naquele momento. Quando achou os lamens, pegou quatro potes, também pegou remédios para dor, chicletes e alguns doces a mais já que amava em demasia. Foi para o caixa pagar e deixou as coisas ali, vendo o vendedor, ainda com a expressão brava e séria, começar a passar os produtos na máquina. O menor olhou para trás e encarou algumas coisas que Mina realmente gostava de comer, mas que não podia comprar por conta da falta de dinheiro, então foi até lá e pegou o que queria para então voltar ao caixa.

— Cinquenta e cinco. — disse o valor, fazendo o menor olhar para si surpreso enquanto já estava com o dinheiro na mão.

— Tem certeza, senhor? Os preços não eram tão altos ass... — parou de falar quando o mais velho o interrompeu rudemente.

— Estamos em crise. Se não tiver o dinheiro, caía fora! — o menor cerrou um dos punhos e respirou fundo, levando seu olhar para as coisas que tinha comprado. Não tinha como deixar algo para trás, não queria. O velho encarou a cicatriz no menor, curioso, esperando o que ele faria em diante.

— Tsc. — Park estalou a língua no céu de sua boca, levantando seu rosto e então encarando o velho. O antes citado simplesmente sentiu sua visão ficar escura, não vendo mais nada e sequer tendo controle de seu corpo. — Desculpe, mas eu preciso levar tudo isso. — sussurrou o menor, controlando o outro enquanto pegava as coisas com pressa e colocando tudo na sacola, deixando o pouco dinheiro que tinha no caixa. Park saiu de lá às pressas, mas não sem antes olhar para a câmera e apagar qualquer registro de que esteve ali para não dar problemas para si. O menor correu, indo em direção a sua casa, segurando o capuz em sua cabeça para ele acabar não caindo. Quando parou de controlar o velho, ele já estava em uma distância consideravelmente bem distante da loja de conveniência.

O vendedor piscou os olhos assim que a sua visão voltou e olhou para os lados, tentando procurar o jovem que estava ali. Quando olhou para baixo, encontrou o dinheiro e suspirou falho, pegando o mesmo e saindo da sua loja com raiva, tentando procurar pelo ladrão. Mas de nada adiantou. Jimin não estava ali.

— Mina, cheguei! — gritou assim que chegou em sua casa, tirando seus sapatos e deixando a jaqueta jogada no sofá, indo até a cozinha para deixar as compras ali. Ele olhou para a escada e viu a mulher enrolada no cobertor com uma expressão cansada e doente. — Você melhorou? — perguntou preocupado, quase caindo quando suas pernas vacilaram. Ele não deixou isso transparecer para a mais velha pois sabia que a mesma ficaria brava e bem preocupada já que isso significaria que tinha usado seus poderes para algo.

— Um pouco. Estou me recuperando. — tossiu seco, com a mão em sua boca. — O que comprou? — se aproximou sorrindo, se sentando na cadeira para ver as compras.

— O nosso jantar. Farei uma sopa bem gostosa para você. — sorriu e deixou um selar na cabeça da outra, sentindo uma tontura repentina. — Eu... vou no banheiro.

— Tá tudo bem? — olhou para o mais novo, preocupada. Jimin apenas assentiu com a cabeça, sem responder, sorrindo fechado. — Ok... Vou estar na sala, caso precise de mim é só... — foi cortada pelo mais novo.

— Tá tudo bem... — disse baixo e então seguiu até o banheiro. Quando subiu as escadas, se escorou na parede, sentindo sua respiração desregulada e o corpo quente. Ele suava e sua cabeça doía como todos os dias. Ele odiava ter que suportar aquela dor infernal, odiava não conseguir usar seus poderes, por ser tão fraco, por aquele veneno ainda estar nele e fazer tantos estragos em seu corpo e mente. Quando entrou no banheiro, fechou a porta com tudo e foi de encontro ao chão, levando as mãos trêmulas para a sua cabeça enquanto chorava e cerrava os dentes.

O menor sentiu lágrimas e mais lágrimas descerem por suas bochechas, contorcendo todo o seu corpo e se segurando para não gritar, levando a sua mão a sua boca, tentando, de uma forma inútil, fazer aquela dor parar ou apenas ficar mais fraca e menos intensa como sempre. Mas, nunca melhorava. Ele nunca conseguia.

Park optou por apenas ficar quieto, tendo que suportar aquela dor até passar. Perdeu a noção do tempo quando ouviu as batidas na porta do banheiro e logo a voz de Mina se fazer presente. Ela estava preocupada com o menor por ele estar a um bom tempo dentro daquele cômodo, em silêncio e trancado.

— Jimin? Você está bem? — indagou, ficando em silêncio apenas para tentar escutar algo, colada na porta.

O menor olhou para a porta com o rosto banhado em lágrimas, vermelho e com algumas marcas das suas unhas espalhadas por sua pele exposta. Seu corpo ainda sofria com as dores e ele se sentia tonto, mas mesmo assim se obrigou a responder para tranquilizar a mulher, fazendo a melhor voz que conseguia naquele momento.

— E-Eu tô bem... — disse, mas fôra baixo demais para Mina entender.

— Como? Eu não ouvi. — o menor apertou mais seus olhos por ver que teria que fazer forças para falar mais alto, se xingando internamente já que iria sentir mais dores.

— E-Eu tô b-bem. — agora dessa vez falou alto, mas a mais velha franziu o cenho ao perceber sua voz estranha.

— Mesmo, pequeno? Abre a porta para eu te ajudar, hum? — disse com a voz calma, por mais que em seu interior ela estavivesse louca para entrar ali e ajudar o seu menino, com medo de que algo tivesse acontecido. O menor sorriu pequeno, deixando mais lágrimas caírem ao ouvir novamente ela o chamar de pequeno, por mais que estivesse um pouquinho mais alto que a mesma.

Jimin tinha tanta sorte de ter Mina e Dahyun ao seu lado.

O menor encarou a porta e decidiu que realmente precisava de ajuda, notando, mais uma vez, que não precisava enfrentar tudo sozinho e fazer tudo sozinho. A porta se destrancou e Mina entrou às pressas, se desesperando ao ver o mais novo caído no chão. Assim, o puxou para se sentar, com muito cuidado, enquanto limpava seu rosto, por fim o abraçando enquanto acariciava seu cabelo e deixava beijinhos reconfortantes em sua testa.

— Eu tô aqui. — repetia sem parar e o mais novo, por mais que não conseguisse falar, agradecia a mulher mentalmente, fechando os seus olhos e relaxando enquanto era envolvido pelos braços quentinhos da mesma. — Tô aqui, pequeno. — sussurrava para confortá-lo, o que realmente estava funcionando.

Jimin foi perdendo as forças lentamente e sabia que acabaria apagando ali mesmo, como sempre. Apesar daquela dor insuportável em todo o seu corpo, ele não estava arrependido de ter usado um pouco dos seus poderes para poder comprar comida para a mulher que cuidou de si desde seus treze anos e o salvou de um final trágico. Ele não se arrependia de usar seus poderes todos os dias para tentar encontrar sua família e mesmo que seu esforço não fosse o suficiente, ele continuaria tentando porque queria vê-los novamente e ter a certeza de que todos estavam bem. Queria se sentir em casa.

Assim, Park Jimin apagou enquanto era abraçado por Mina, que fazia carinho em seu cabelo e ainda deixava beijos carinhosos em sua testa. Ele sonhou com sua família novamente e enquanto dormia, seu corpo lutava com o veneno sem parar uma vez sequer, tentando curar o garoto. Ele estava, literalmente, a anos, lutando para sobreviver a aquele veneno que fôra injetado em si. Por mais que fosse deveras difícil aguentar e passar por tudo aquilo, ele não iria desistir até encontrar sua família.


Notas Finais


Finalmente o Jimin apareceu!!! Nosso bebê está tão fraquinho. :((

Esperavam por isso? O que acharam do capítulo? Gostaram? O que acham da situação do Jimin e das duas personagens maravilhosas que apareceram pela primeira vez?

Esse capítulo foi feito só para o Jimin e espero que tenham gostado. ❤️

Gente, eu logo, logo irei publicar uma One de Vmin e espero que vocês possam dar amor para a mesma. Foi feita com muuuito carinho e é bem fofo. ❤️

Eu queria agradecer a grande artista Lulu que fez duas fanarts (inclusive essa mídia do capítulo) para Experiment Inimeg!!
Sigam a mesma em seu Instagram e acompanhem seus desenhos incríveis: @/mariagalanteluisa

Desculpe qualquer erro.
Não esqueça de me seguir: @SoloLunar

Até o próximo capítulo!
Amo-te infinitamente. ❤️


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