História Explicit Line - Nova Parceira

Point Of View – Justin Bieber

Estava na minha sala quando bateram na porta. Será que ninguém mais podia trabalhar em paz?

Fazia meia hora que havia voltado da cena no crime. E os fatos ainda rondavam minha mente.

Como eu não respondi, bateram mais uma vez. Bufei irritado e como quem quer que seja não continuou insistindo resolvi ceder.

- Entre.  - Disse secamente.

- Justin? Pensei que havia morrido - A voz de Claire soou pelo escritório.

- O que foi Claire?

- Ih, já vi que está de mau humor, então volto depois acho que não vai querer saber as... - Ela começou a fechar a porta para ir embora.

- Me desculpa ok? Esse caso, essa mulher...

- Assassina. - Claire corrigiu.

 - Assassina... está tirando meu sono - completei.

 - E pelo visto seu humor também - Ela riu e eu lancei um olhar torto para a mesma – desculpe.

- Mas então veio aqui me falar as novidades.

 Quando ela não respondeu fiz um sinal com a cabeça impaciente.

- Ah, sim. Soubemos da sua aulinha de minutos atrás e te pergunto: onde estava com a cabeça? Aqueles caras são do FBI, poderia perder seu emprego em um estalar de dedos.

Ela me encarou séria.

 - Veio me dar sermão? – A vi engolir em seco. - Aqueles caras são patéticos, não sabiam de nada, e quando digo NADA, realmente é nada. Estou investigando o caso da beleza há mais de dois meses! – Exclamei, um pouco irritado.

 - Eu sei. - Ela sussurrou.

- É, então sabe também que não vão ser dois idiotas do FBI que irão me fazer jogar dois meses da minha vida, sem dormir, passando horas no escritório no ralo.

Levantei-me e andei em sua direção e quando estava perto o suficiente para sentir sua respiração em meu rosto, completei:

 - Então se for para me dar mais sermões... Pode se retirar.

Claire me encarou. Seus olhos castanhos escuros estavam focados no meu. Com certeza estava tentando ler minha expressão, mas não tinha muito que ler. Claire me conhecia. Sabia como eu era e que não iria desistir e muito menos dar de bandeja. Quando assumia um caso, ia até o fundo. Às vezes até ficava obcecado.

Mas esse caso... Era diferente. E ela sabia. Era algo que eu precisava resolver e iria.

 - Então... - Ela falou e o sorriso que surgiu em seus lábios me fez querer sorrir também. - Você tem 5 minutos para pensar em uma boa razão para continuar com o caso. O chefe e o FBI querem te ver na sala deles. Agora!

- O.., Que? - Perguntei perplexo.

- Pois é Bieber - Ela deu de ombros. - Pouco depois de você chegar, o FBI chegou também. Conversaram com o chefe e depois me chamaram. E como sou a segunda no comando daqui, que por acaso sugiro que tenha mais respeito da próxima vez, - Ela arqueou a sobrancelha - disse que você era o mais eficiente para conduzir o caso...

 - Não acredito.

 Eu estava sorrindo tanto que minhas bochechas estavam começando a doer.

- Acredite Bieber. Pedi para que te dessem uma chance. Você é eficiente, bem qualificado e o mais esperto daqui... Você pode conseguir - Ela sorriu de canto.

 - Meu deus, eu poderia te beijar agora! – Exclamei, extasiado demais para me preocupar com o que dizia.

 - Quem sabe me pagar as quatro primeiras rodadas de Tequila hoje a noite no Scream's? - Ela sorriu cúmplice.

- Hoje por você? Qualquer coisa. - Fui até minha mesa pegando a papelada sobre o caso.

- Não é nada garantido Bieber, estou te dando a chave, cabe a você conseguir entrar pela porta certa. - Ela disse virando as costas e indo embora - Ah.. Mais uma coisa, você tem três minutos para pensar realmente em um argumento bom para te manterem no caso.

- Obrigado, muito obrigado Claire.

 - Dois minutos e cinquenta segundos, Justin... – E então ela virou-se, saindo finalmente da sala.  

Meus pensamentos estavam a mil. Ela havia me dando a chance. A chance de assumir o caso e ter todos fazendo o que eu digo sem ninguém para me atrapalhar.

Era agora... Agora ou nunca.

Point Of View – Edline Lawrence

Minhas emoções estavam totalmente fora de controle. Sua presença despertava algo em meu interior, algo que fazia minha mão coçar, minha cabeça latejar e meu corpo tremer.

Saber que ele estava tão perto de mim e não poder fazer o que desejava se tornava uma tortura indescritível. Minha mão queimava. Tentei respirar fundo, mantendo o controle do meu corpo e dos meus pensamentos.

Só havia três pessoas na sala, contando comigo. Aquele idiota do chefe e seu braço direito. Havíamos conversado e decidimos que ele poderia assumir o caso, mostrou competência e sua chefe disse que ele era o melhor que eles tinham. Pelo modo que ela falou, ela não parecia ser só sua chefe.

Minha paciência estava se esgotando. Odiava esperar, mas a pressa sempre foi inimiga da perfeição...

 A porta se abriu e ele entrou. Meu impulso foi dar um passo a frente.

Ele estava ali, perto o bastante para fazer o que desejo faz um mês. Mas eu sabia que colocaria tudo a perder. Passei dias tentando entender como ele conseguia me rastrear, ninguém... Ninguém havia conseguido tal coisa. Ele era... Intrigante. E eu iria descobrir como. Mas trabalhei muito para planejar fazer o que eu tanto anseio.

Iria analisar seu comportamento de perto, ver como ele trabalha, como faz, como pensa... Tudo. E era exatamente por isso que eu estava ali.

Ele olhou ao redor e seu olhar encontrou o meu, pude sentir um leve reconhecimento, mas mesmo assim não falou nada.

 Quando estava num completo silêncio sua chefe entrou e ele a olhou.

 - Nossa que caras de velório, quem morreu? - Justin lhe lançou um breve olhar.

 - Então... O que decidiram?

 - Estávamos esperando a senhorita dar o ar da graça. – John, o supervisor, falou.

 - Então podemos começar. - Ela lhe sorriu ignorando seu comentário irônico.

- Bom... - Justin começou e sua voz me deu arrepios - Pelo que sabemos a Beleza Negra está cada vez mais perto, sabemos até agora que suas vitimas são homens, jovens, velhos, não importa. Sempre são homens. Pelo que estudei de seu comportamento até agora, ela deve ter algum trauma de infância isso deve ter desencadeado...

O interrompi, um pouco irritada.

- Isso é mesmo necessário? – Perguntei e todos me olharam, inclusive Justin.

- O que quer dizer agente Lawrence? – Bill, o chefe do FBI, perguntou.

 - Sabemos que você sabe e se for para dar algum relatório, prefiro ler com meus próprios olhos o caso e tirar minhas próprias conclusões. - Pude sentir o olhar de Justin fixo em mim, mas não hesitei, apenas retribui. – Não me leve a mal. - Sorri de canto o mais discreta possível.

- É você tem razão. Justin pode enviar uma cópia das suas anotações para meu e-mail o mais rápido possível. - Bill disse. - Sabemos que é o mais qualificado para o caso, mas...

- Mas, - A chefe do Justin voltou a falar. - terá ajuda de um dos nossos.

 Meu coração palpitou. Esse era o começo.

- Um dos seus? - Justin voltou seu olhar para Bill.

- Sim, não podemos simplesmente deixar o caso somente em suas mãos. Terá ajuda de um dos nossos ou nada feito.

Ele pensou por um momento. Uma rápida olhada para sua chefe e depois passaram lentamente pelas pessoas da sala, parando diretamente em mim.

 - Eu aceito, mas a pessoa terá que fazer do meu jeito.

 - Isso eu já não garanto. - Bill alertou e um sorriso surgiu em seus lábios - Esse agente tem sua própria maneira de trabalhar.

- E quem é esse cara? - Justin disse rispidamente.

- Cara? Quem disse cara? - Bill perguntou. - Justin, conheça Edline Lawrence. Nossa agente e sua mais nova parceira.

 Justin me encarava incrédulo. E sem aviso prévio dei uns passos a frente do jeito que esperei o dia todo. Parando a sua frente e lhe encarando quase da mesma altura.

- Será um prazer trabalhar com você. - dei o sorriso mais caloroso que tinha e estendi a mão para cumprimenta-lo.

Sentindo seu cheiro natural tão profundamente que aquilo seria suficiente para me enlouquecer. Poderia pegar ele hoje mesmo, mas tinha um plano a seguir.

Ele seria todo meu. Pegar, estudar e matar.