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História Extasiada - Uma surpresa para você, Caroline.


Escrita por: ThaiSignorelli

Notas do Autor


Boa noite, depois de três meses de hiatus e sem inspiração, EXTASIADA está de volta para vocês, aproveitem e um beijo no coração.

Capítulo 45 - Uma surpresa para você, Caroline.


Poderiam dizer que sou louca por deixar a minha filha com o meu ex noivo que por acaso está com outra, mas eu não tive escolha, eu ele tirava ela de mim por bem, ou por mal. Cada dia naquela casa era mais solitário que o outro, quando eu podia e tinha tempo, sempre ia a um barzinho beber uma cerveja. Hoje seria um desses dias, cheguei do trabalho e fui direto para o banho, quase toda sexta-feira era assim para mim. 

Entrei no banheiro e encostei a porta, pendurei a toalha no cabide e comecei a me despir. liguei o chuveiro e enquanto a água esquentava, eu tirava a maquiagem que estava usando, não era "pesada" mas estava com bastante rímel para disfarçar o cansaço.

A água estava bem gelada, mas não o bastante para relaxar o meu corpo, ultimamente, nada parecia o bastante para saciar qualquer sensação que eu vinha a sentir, tudo era pouco, até mesmo o muito era pouco. 

O que eu queria era me afundar em um porre, um bem fodido, para falar a verdade, só para esquecer a maldita angustia que veio me atormentar nesse momento.

*** 

Já havia acabado de me arrumar, estava com um vestido azul-marinho florido, uma sandália de salto não muito alta e um casaco preto; minha maquiagem era suave, apenas com um bom e velho batom vinho bem escuro, meus cabelos estavam soltos e com poucas ondas. 

Peguei as chaves do meu carro e saí de casa. 

*** 

Passavam-se das 23h e eu já estava um pouco bêbada, peguei o cigarro de um amigo e dei algumas tragadas, tentando "relaxar".

Meus amigos estavam um pouco “chapados” já, mas como eu sempre soube o meu limite, me continha um pouco, afinal, não é nada legal sair dando vexame, fazia o máximo para sempre me controlar, para que sempre que estivesse começando a ficar ruim, parar.

Era sempre assim, alguns colegas começavam a dar vexame e a vontade de ir para casa só aumentava, mas eu continuava ali, tentando me divertir. Pedi ao garçom mais uma caipirinha, e a esperei conversando com algumas meninas que estavam na mesma mesa que eu. O assunto corria solto, e as gargalhadas não paravam, principalmente quando algum cara passava pela mesa e mexia com alguma de nós.

Terminei de beber a minha caipirinha e decidimos pedir uma rodada de tequila para darmos uma animada a mais, e então assim que a bebida desceu pela minha garganta queimou um pouco. Logo eu estaria um pouco mais zonza, mas tudo bem, não passaria do meu limite.

***

A noite era sempre muito vaga, feita apenas de momentos, e quando chegava em casa eu sabia que eles já haviam se acabado e talvez a tristeza acabasse voltando junto com a ressaca do dia seguinte. A alegria que eu  tinha pela noite se esvaía assim que o dia chegava, era tudo uma farsa, uma felicidade momentânea que eu sabia que não valia a pena, mas mesmo assim, eu precisava nem que fosse desse resquício de felicidade para me animar um pouco, assim como qualquer pessoa.

Cheguei em casa, joguei as chaves do carro em cima da mesa da cozinha e fui para o meu quarto, tirei a roupa e fui dormir de maquiagem mesmo.

Logo pela manhã acordei com alguém tocando a campainha de casa, gritei o habitual “Já vai” e corri para o banheiro para escovar os dentes, coloquei o roupão por cima da meu pijama – que por um acaso eu nem lembro como o vesti pela madrugada.

Ao abrir a porta me deparei com um Daniel, meio desconcertado com a Claire em seu colo dormindo.

— Posso entrar? –ele questionou fixando seus olhos nos meus.

Já fazia muito tempo que eu não tinha um conversa com ele, qualquer que seja, o máximo de palavra que dirigíamos um ao outro era um “oi” sem a mínima vontade e ou sobre a Claire.

— Pode sim. –respondi forçando um sorriso.

— Preciso conversar com alguém...

— E o que te faz pensar que esse alguém sou eu? –perguntei o olhando sem entender.

—Porque você me entende, na verdade, sempre me entendeu, Caroline.  –seu tom de voz ficou um pouco rouco.

—Se você diz. Bom eu até converso com você, mas você poderia esperar eu me trocar?

— Tudo bem, Caroline.

Subi as escadas pensando em que roupa eu colocaria, estava meio apreensiva, mas coloquei uma calça jeans e uma blusinha preta bem básica, fiz um coque e desci.

—Vem aqui na cozinha, vou preparar um café para podermos conversar.

Ele me acompanhou até a cozinha e se sentou em umas das cadeiras me observando fazer o café.

Enquanto a cafeteira terminava o seu trabalho, fiz duas torradas e assim que ficaram prontas coloquei na mesa junto com o café.

—O que está acontecendo, Daniel? –o olhei de relance por cima da minha xícara de café.

—Eu ando confuso, não sei mais se estou certo de que quero estar noivo e casar com a Mariana. –ele suspirou e bebericou um pouco do café que estava na sua xícara.

— E por que essa confusão a essa altura do campeonato? –não estava entendo mais nada, essa era a verdade. Não via um sentido de ele vir aqui e me dizer isso, tudo bem que eu era amiga dele antigamente, mas agora... Se ele queria me deixar perdida, olha, ele fez certinho.

— Não sei se estou fazendo o certo, não sei se estou realmente feliz, sempre sinto que algo está faltando, e quase o tempo todo que estou longe dela me questiono se gosto ou amo mesmo ela. – seus olhos fecharam e ele baixou a cabeça. – Sabe Caroline; essa dúvida não é fácil, eu não estou feliz de verdade, e ficar com ela desse jeito não dá, machuca a mim e a ela.

— Olha Daniel, o meu conselho para você é esse ”Se você continuar vivendo assim, não estará vivendo, estará apenas existindo e só existir não vale a pena! Só valerá a pena se você estiver atrás da sua felicidade, mas para você encontrar a sua felicidade você precisa viver e não apenas existir. Sendo assim, vivendo assim, nessa dúvida inconstante, você nunca será feliz.”. –suspirei e beberiquei mais um pouco do meu café.

— Depois de tudo o que aconteceu, Caroline a minha felicidade está bem longe, mais do que você imagina. E eu nem me imagino ir atrás dela. Eu não sei o que fazer me ajuda?!

—Te ajudar nesse caso, é bem difícil. Mas você tem que ir atrás do que você acha que é o melhor para você. – ênfase no você. – O que realmente vai te fazer feliz; e isso é só você quem sabe.

—Vou pensar mais um pouco e ver o que eu faço, mas obrigado Caroline! Você ajudou muito, e nem imagina. – ele agradeceu e sorriu.

— Não precisa agradecer. –sorri de volta. – Que horas você vai buscar a Claire amanhã? –perguntei com uma enorme dor no coração ao saber que no dia seguinte ela já iria embora.

— Esqueci-me de te falar, na verdade, de te dar a surpresa e do motivo mais importante para eu estar aqui hoje, logo cedo.

Meu coração começou a acelerar, meu Deus, me ajuda. Mantive a minha voz calma e o questionei.

— Que surpresa, Daniel?

—Primeiramente, eu não deveria ter tirado a Claire de você, na hora eu não pensei em como você se sentiria, só pensei em mim. E depois de um tempo percebi o que tinha feito, e eu precisava reparar isso, porque só eu, apenas eu sei a conexão que vocês duas tem, então, hoje eu vim aqui, para deixa-la com você, hoje, amanhã e o tempo que você quiser, estou passando a guarda da Claire para o seu nome, só não te disse antes porque estava correndo com a papelada. Desculpa-me, Caroline, de verdade!

— Você está brincando comigo? – as lagrimas corriam soltas pelo meu rosto, não conseguia e nem queria contê-las.

—Não brincaria com isso nunca. Contanto que eu possa vir visita-la e a pegar nos fins de semana, tudo ótimo.

— Perfeito!

Levantei-me e o abracei em forma de agradecimento, ele retribuiu o abraço e afagou os meus cabelos, o choro aumentou, eu juro que eu tentei controlar, mas não dava; e cada soluço ele me abraçava mais na tentativa falha de acalmar-me, ele deu um beijo suave e rápido no topo da minha cabeça e nesse momento o meu coração se despedaçou por inteiro. Segurei o choro o mais forte que pude e me afastei.

— Eu ia tentar tirá-la de você.

— Imaginava que você faria isso mesmo, mas para poupar você desse estresse, já cuidei disso.

—Mais uma vez, obrigada Daniel!

— Desculpa qualquer coisa e obrigada pelo conselho! Se cuide tá? –ele pediu e estava prestes a sair quando eu o chamei e ele se virou para mim.

—Se cuida também, pense bem na sua decisão. E volte sempre que precisar. – sorri.

Ele fez que sim com a cabeça, sorriu, balançou a cabeça e fechou a porta.

Minha cabeça estava uma confusão que só, a Claire estava no sofá e a peguei em meu colo, subi as escadas com ela e a deitei na minha cama, enquanto ela dormia, decidi tomar um banho bem quente, pois além de estar frio, eu estava um pouco tensa. Deixei o chuveiro ligado enquanto eu me despia.  Assim que a água ficou bem quente entrei em baixo dela, e lá fiquei cerca de uns dez minutos, terminei de tomar o meu banho, me sequei e coloquei um conjunto de moletom cinza. Quando voltei para o quarto me deparei com a Claire sentada na minha cama chupando a chupeta e quietinha, quando ela me viu, tirou a chupeta da boca e abriu um sorriso. E logo o som da sua linda voz preencheu o meu quarto.

— Mamai, mi mamai. – ela disse toda dengosa, puxando o cobertor para si.

Meus olhos marejaram e as lagrimas começaram a rolar, só Deus sabia a alegria que ela me dava, o quanto ouvir ela me chamando enchia o meu coração de amor e paz.

—Oi meu bebê, a mamãe estava com tantas saudades de você aqui.

— Putê voxê tá cholando, mamai?

— Porque eu queria muito dar um abraço nessa menina linda que está sentada na minha cama.

Ela abriu os braços e quando eu me aproximei dela ela suspirou e falou.

— Agola voxê pala de chola tá? – ela passou os seus pequenos dedos em minhas bochechas tentando secar, sorri com o ato e ela também.

Parei de chorar, me deitei com ela na cama e ficamos assistindo desenho até a hora do almoço.

Na hora do almoço deixei a Claire escolher o que ela queria comer e para a minha surpresa ou não, ela pediu miojo, fazendo aquela manha que eu não resistia. Coloquei-a sentada na bancada e comecei a preparar o miojo.

Depois de almoçarmos, voltamos para o quarto e ela ficou pedindo por “tetê” e desenho, coloquei no desenho e preparei o leite dela. Ela estava deitada coberta vendo o desenho quando cheguei com o leite dela, ela deu um sorrisinho e me chamou para ficar junto dela.

Ela tomou o leite e se agarrou em mim e ficou assistindo o desenho até dormir, o dia estava tão preguiçoso que acabei dormindo junto com ela, tudo cooperou, o frio, ela ali, abraçada a mim, a felicidade de estar com ela, nada superava.

****

Na manhã seguinte tudo correu bem, graças a Deus. Claire foi pra creche e eu para o trabalho, tudo lá era sempre muito tranquilo. Conversei com as meninas do trabalho e as avisei que a Claire havia voltado a morar comigo, e elas se alegraram junto, combinamos de marcar de sair para comemorar a volta da Claire.

Terminei tudo o que tinha para fazer, esperei dar o meu horário, passei na creche buscar a Claire e fui para casa.

Fiz o jantar para nós duas comermos, dei um banho na Claire e aproveitei e tomei um banho também, a comida já estava pronta, descemos para jantar e ficamos na sala um pouco vendo televisão. Como ela estava cansada acabou dormindo ali mesmo, peguei-a em meu colo e a coloquei na minha cama, me deitei ao seu lado e fiquei assistindo o noticiário até pegar no sono também. 

 

CONTINUA....


Notas Finais


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