1. Spirit Fanfics >
  2. Extinct World (Reescrevendo) >
  3. Feelings that hurt

História Extinct World (Reescrevendo) - Feelings that hurt


Escrita por: SenhoraDixon

Notas do Autor


Oi oi,voltei!!!! Meus amores já quero começar agradecendo aos 277 favoritos!!! Vocês são demais,obrigado mesmo a todos que favoritaram e comentaram a fic!!! Amo todos vocês!!!

Bjs amores e boa leitura!!!

Ps: Como vocês estão reagindo ao saber que o ep 8 da série é o último desse ano? Eu não estou sabendo lidar.

Capítulo 46 - Feelings that hurt


Fanfic / Fanfiction Extinct World (Reescrevendo) - Feelings that hurt

Ele nunca se esqueceu do que aprendeu: que amar é destruir e ser amado é ser destruído. 

                         Ivy Dixon

Dor. Era como se cada músculo do meu corpo estivesse em chamas, o ar parecia entrar como ácido em meus pulmões, e por mais que eu tentasse abrir os olhos eles continuavam fechados. Eu ouvia grunhidos e o meu nome sendo pronunciado em tom de desespero, mas eles pareciam tão longe. Forço os meus olhos mais um pouco e consigo abri-los devagar. Minha visão estava embaçada, mas aos poucos foi se estabilizando e então pude ver o que estava à minha frente, um grupo de errantes amontoados e batendo desesperadamente no vidro dianteiro do carro, que estava rachado. Eu sentia o gosto metálico de sangue e a minha cabeça latejava.

 — Ivy?! – Nate me chama. Sua voz estava fraca e sua respiração ofegante. Ele estava embaixo de mim, o carro estava caído de lado no asfalto.

— Estou bem.  – digo fazendo um grande esforço para me levantar e sentido cada músculo do meu corpo se contrair. — E você? – havia sangue de um ferimento do lado esquerdo do seu couro cabeludo escorrendo para seus olhos.

— Não. A minha perna... – ele desvia o olhar para a mesma, piscando de dor. — Acho que quebrei. 

— Precisamos chegar em Hilltop agora mais do que nunca. – digo fitando os errantes á nossa frente. O vidro não aguentaria muito, era questão de tempo até ele quebrar por completo e os zumbis conseguirem invadir. —Temos que sair daqui. 

— Ivy, por favor...

— Não, nem pensar. Nem diga. Eu não vou deixar você aqui. – eu o interrompo já adivinhando o que ele ia dizer.

— O que eu ia dizer é... Por favor, não me deixe. – seus olhos estavam lagrimejando. 

— Eu nunca faria isso. – eu o encaro. Jamais pensaria em abandona-lo. Nate era meu amigo, mais que amigo ele era como um irmão para mim. Ouço um estalo e rapidamente olho o para-brisa, notando que a rachadura no mesmo começou a se abrir e um errante está tentando colocar sua cabeça para dentro do carro através dela.— Droga! – me desespero. — Vamos sair pela porta de atrás. Acha que você consegue? 

— Eu acho que sim...

Assinto e movimento o meu corpo, tentando passar para a parte de trás do furgão, e sinto uma dor insuportável percorrer por ele todo, respiro fundo e com muita dificuldade consigo passar. A rachadura começa a ficar maior e o errante consegue colocar a cabeça e o braço para dentro do veículo e tenta pegar Nate, porém ele não o alcança.

— Meu Deus. Meu Deus. – Nate estende a mão para mim e eu a seguro. Tento puxá-lo, mas ele começa a gritar e a chorar copiosamente. — A minha perna... Ela está  pressa.– ele aperta os olhos. — Dói muito Ivy. Isso dói demais. Eu não vou conseguir. Eu não consigo.

Sinto o desespero tomar conta de mim. Eu não sabia o que fazer, eu preciso ajudá-lo, mas não sei como. Sinto os meus olhos ficarem marejados, mas me mantenho firme. Nate ainda chora e isso deixa os errantes ainda mais agitados. O  zumbi  continua forçando o vidro e isso faz com que ele fique ainda maior. Tento formular um plano rapidamente, mas nada me vem a cabeça, eu estava com medo e não conseguia pensar direito. Aquele zumbi logo iria conseguir entrar e Nate seria sua vítima.

— Eu vou sair e afasta-los. – digo e Nate arregala os olhos. 

— Não. Tem muitos... Você não vai dá conta. – ele diz entre pausas. 

— É a nossa única chance. Eu não posso te deixar morrer. – algumas lágrimas teimosas insistem em descer. — Volto para te buscar.

— Ivy.

— Eu prometo. – olho no fundo de seus olhos. — Eu não vou te deixar.

Nate e eu nos encaramos por alguns segundos e então ele assentiu.  Soltei sua mão devagar e tirei a minha faca da bota, suspirei profundamente e olhei para a porta de trás do veículo, desferi dois chutes na mesma, até que ela se abrir. Logo dois errantes colocam seus braços para dentro do veículo e tentam me pegar. Aperto o cabo na minha faca e cravo na cabeça do primeiro, depois a retiro e enfio na cabeça do segundo. Pulo para fora do carro e vou em direção de onde os outros estão.

— Ei, carne fresca. – grito, chamado a atenção dos zumbis para afasta-los no para-brisa. Logo os olhares  brancos e leitosos são voltados para mim.

Começo a caminhar de costas, enquanto os errantes se arrastam em minha direção. Eram sete no total, eu daria conta. Paro e espero que um deles se aproxime e quando o mesmo estende os braços na tentativa de me atacar, finco a minha em seu crânio e o empurro, fazendo com que seu corpo derrubasse o outro  que estava atrás.  Agarro do próximo e e enfio a faca na lateral de sua cabeça. Sinto uma fisgada na mão e noto que os meus pontos estouraram, ignoro a dor e foco nos zumbis que sobraram. Conforme eles vão se aproximando, eu vou cravando minha faca em suas cabeças antes que eles possam me tocar.  Sinto algo segurar a minha perna direita, olho rapidamente para verificar o que era e vejo o errante que vou derrubado pelo outro. Puxo a minha perna e piso com toda a minha força em sua cabeça, esmagando-a. Volto minha atenção para a última criatura que se aproximava, acerto sua cabeça e solte a faca, deixando-a cravada no crânio do cadáver que agora estava inerte no chão. Apoio minhas mãos em meus joelhos e tento recuperar o fôlego.  Ouço um grunhido e logo um errante me agarra pelas costas.

— Não! 

Tento me soltar de suas garras, mas ele segura o meu casaco. Rapidamente retiro o mesmo, me viro para o errante e chuto uma de suas pernas, o derrubando. Isso faz com que eu perca o equilíbrio e caia sentada no chão. A coisa agarra o meu pé, chuto ele desesperadamente, mas o mesmo não larga. Olho para todos os lados, eu busca de alguma coisa que me ajude a afastá-lo e vejo uma calota um pouco atrás de mim. Começo a me arrastar até ela, estico o meu braço o máximo que posso e consigo pegá-la, me viro novamente para o errante e acerto sua cara com o objeto. O impacto faz com que ele se afaste e isso me dá tempo o suficiente para me levantar. Corro o meus olhos pelos cadáveres no chão, procurando por aquele onde a minha faca está cravada. Quando o encontro vou até ele imediatamente, desenterro minha faca e volto minha atenção para o zumbi que já estava de pé. Espero que ele se aproxime e então agarro seu pescoço e fico a faca em seu olho, fazendo seu corpo perder os movimentos no mesmo instante.  Solto um suspiro de alivio, finalmente minha acabado. Fecho os olhos e respiro fundo. Pego o meu casaco do chão e o amarro na cintura.

— Nate. – digo a mim mesma. Corro rapidamente para a frente do veículo e vejo o zumbi conseguiu passar metade de seu corpo pelo vidro, mas o meu amigo já havia dado um jeito nele com uma chave de fenda. Nate estava com a cabeça jogada para trás, olhos fechados e respiração desregulado. Dou um sorriso, me sentindo aliviada por ver que ele está bem. — Ei? – o chamo e ele abre o olho rapidamente, parecia assustado. — Vou te tirar daqui. – agarro a blusa do zumbi e o puxo, tirando-o do para-brisa.  Seria mais fácil tirar Nate por ali, mas para isso eu precisaria terminar de quebrar o vidro. Faço um sinal com a mão para que ele espero e vou até a calota que usei para afastar o errante, eu a usaria para quebrar o vidro. Pego o objeto e volto para onde estava antes. — Fecha os olhos. – mando e assim ele faz. Seguro a calota com as duas mãos e a choco contra o vidro, que aos poucos vai quebrando. Faço isso até haja espaço para uma pessoa passar. — Pronto. – digo entrando no veículo pelo buraco. Eu precisava ajudar a soltar a perna dele que estava presa.

— Graças a Deus. – ele solta um longo suspiro. Olho para sua perna e vejo que ela está presa entre o vão do banco e o câmbio do carro.

 — Eu vou precisar mexer na sua perna e...

— Não. Não. Não, por favor. Dói muito. – ele fecha os olhos, balança a cabeça em sinal de negação e morde os  lábios.

— Nate, escute. Precisamos chegar até Hilltop, o Doutor Carson vai cuidar de você. Você ficará bem. – tento convence-lo.

— Mas dói muito, Ivy... –Algumas lágrimas escorem de seus olhos. Nate estava sempre alegre e vê-lo chorar partia o meu coração.

— Eu sei, mas isso é preciso. Você é forte. Você aguenta. 

— Eu não sou forte. Você mesmo disse, eu sou um bundão. – ele diz e eu bufo, aquilo não era verdade.

— Você era. Agora você não é mais.  – digo e ele solta uma espécie de risada.

— E o que sou agora? Um homem, um monstro ou só mais um sobrevivente? – franzo o cenho, acho que ele não estava falando coisa com coisa. 

— Você é um humano. Você é meu irmão. – digo e ele sorri. — Pronto? – ele assente ainda hesitante.  — Um, dois... Três. – puxo sua perna e ele grita de dor. — Pronto. Acabou, acabou. – tento acalmá-lo. 

— Isso dói pra caralho. – ele diz e eu solto um riso anasalado.

— Experimenta  levar um tipo e ter que fazer uma cirurgia sem anestesia.  – brinco. — Temos que ir. – saio primeiro para ajuda-lo quando ele descer.  Depois de alguns segundos, Nate sai do veículo, ele mal consegue ficar de pé. Seguro seu braço e o coloco em volta da minha nuca e ombro, dando apoia para ele andar. Vamos caminhando devagar em direção a Hilltop.

[...]

— Falta muito? – Nate pergunta pela milésima vez em cinco minutos.

— Estamos perto.– digo parando de caminhar e olhando ao redor.

— O que foi? 

— Vamos pela floresta agora. 

— Por que?

— Podem haver Salvadores lá. Não podemos arriscar. – digo e volto a caminhar, mas agora em direção a mata.

O percurso pela floresta foi em silêncio. Eu não estava com vontade de conversar, queria pensar um pouco. A verdade é que eu estou chateada, não com o Nate, mas sim com o Carl. Talvez isso não teria acontecido se ele não tivesse saído, não estou o culpando, até por que ir atrás dele foi uma escolha minha. Eu não consigo entender, em um relacionamento tem que ter cumplicidade e confiança, não é? Eu confio no Carl mais do que em mim mesma, mas é ele? É frustrante saber que o seu namorado saiu atrás de outra garota  e que nem se deu ao trabalho de te comunicar. Carl é livre para tomar suas próprias decisões, mas eu sou a namorada dele e o mínimo que ele podia fazer era me avisar, certo? Se a situação fosse invertida, eu avisaria.

— Ai. – Nate resmunga e para de andar.

— O que foi? A dor aumentou? – pergunto, mas não sou respondida. Nate tinha seu olhar focado em algo a frente, a expressão em seu rosto era indecifrável. — Nate o que...– olho para onde ele estava olhando e me deparo com uma cena que acabou comigo. Enid e Carl estavam se beijando.

Ver aquilo foi com receber um soco no estômago e uma facada no coração.  Era como se o meu ar tivesse sido roubado, eu estava paralisada, como se um tsunami acabasse de me atingir. Eu queria chorar e gritar, aquilo era doloroso demais. O garoto que eu amo estava ali, bem na minha frente beijando a menina que eu dia eu chamei de melhor amiga. Fecho os olhos com força e contenho as lágrimas, eu não podia chorar, ele não merecia as minhas lágrimas. Agora eu só conseguia pensar que tudo que vivemos não passou de uma mentira, que cada ''eu te amo'', não passaram de palavras vazias. Eu dei tudo de mim a ele, me entreguei de corpo e alma, eu o amei com todas as minhas forças e no fim das contas ele fez o que disse que jamais faria, me magoar.

— Ivy? – Nate me chama e eu abro os olhos devagar. Carl e Enid não estavam mais parados no mesmo lugar, agora ela se dirigia até os muros de Hilltop e ele ia para o lado. — Você está bem?

Se eu estava bem? Não, não estava. Eu estava destruída por dentro, aquilo me atingiu como uma bomba. Qual era o problema do Carl? Como ele pode fazer isso comigo? Por que com a Enid? Eu não consigo entender. Se ele não estava feliz comigo, então por que me fez prometer que o amaria para sempre? Que tipo de pessoa faz isso? Pessoas não são brinquedos, não se pode brincar com elas e depois guarda-las em caixas.

— Estou. – forço um sorriso e abaixo a cabeça. Ter que fingir que estava tudo bem doeu mais do que um tiro. — Vamos, falta pouco agora. – digo voltando a caminhar.

Eu tinha que me manter firme agora. Tenho problemas maiores para resolver agora, Nate está ferido e precisa de ajuda médica. Não sei como vou encarar Carl e Enid agora, ter que olhar nos olhos deles será a pior sensação da minha vida.

— Ivy, espera. – Nate diz e eu detenho os meus passos. — São Salvadores? – ele aponta para vários caminhões estacionados perto dos muros de Hilltop.

— São. – bufo. — Vamos ter me esperar um pouco, tudo bem para você?

— Eu aguento. – ele sorri de canto.

Os Salvadores estavam carregando os caminhões. Pude ver o desgraçado do Simon conversando com alguns homens e um deles era o carrancudo que roubou a minha bandana, ele ainda estava com ela amarrada testa. Cerro os punhos e balanço a cabeça em sinal de negação, aquilo era meu e ele não tinha o direito de usar. Já estou cansada das pessoas pegarem tudo o que é meu.

Depois de mais ou menos quinze minutos, eles finalmente foram embora e Nate e eu voltamos a seguir o nosso caminho. Quando chegamos até os portões, alguns homens surgiram e apontaram lanças para nos dois. Revirei os olhos, não era a primeira vez que isso acontecia.

— Quem são vocês? – um deles pergunta.

— Ivy e Nathan, de Alexandria. – respondo sem emoção.

— O que querem? – isso é sério? Será que ele ainda não percebeu que estamos ferrados do pé a cabeça? Será que ter machucados pelo corpo inteiro não é o bastante para ele deduzir que precisamos da porra de um médico?

— Precisamos de um médio. – Nate responde.

Os homens se entreolham e eu pude ouvir um deles dizer ''deixe-os entrar, são apenas crianças'', aquilo me irritou profundamente. O portão foi aberto e então Nate e eu entramos, nos dirigimos até o trailer médico, ignorando os olhares curiosos que caiam sobre nós. Alguém já havia avisado o doutor Carson, pois  ele e a menina, provavelmente sua filha, estavam esperando na porta do trailer.

— O que aconteceu? – ele perguntou enquanto entrava no mesmo.

— Sofremos um acidente. O meu amigo machucou a perna. – digo o seguindo. Ajudo Nate a se sentar na maca e olho para o doutor que o examinava.

— Dói? – ele mexe na perna de Nate, que grita de dor.

— Não. Não doutor, faz cocegas. – responde, sendo completamente irônico. A garota solto um riso, mas é repreendida pelo pai.

— Parece que quebrou, mas preciso confirmar com o raio x. – diz ele olhando para Nate e depois para mim. — E você mocinha, como se sente?

— Como você acha que eu me sinto? Pareço bem para você? – falo sem pensar e me dou conta que fui grossa. Me sento mal por isso, eu estava descontando a raiva nele, mas ele não tinha nada haver com o que aconteceu. — Desculpe. – saio as presas dali, eu já não aguentava mais.

Começo a caminhar em direção ao lugar onde encontrei Crystal na primeira vez que vim aqui. Eu queria muito vê-la, ela me faz sentir algo bom e tudo que eu precisava naquele momento era isso. Eu não queria chorar, não na frente daquelas  pessoas, elas iriam perguntar ''você está bem?'', quando na verdade não se importam se estou bem ou não.

— Oi menina. – esboço um sorriso ao  me aproximar de Crystal. — Lembra de mim?

— E tem como esquecer? – Kyle diz saindo de dentro do pequeno estabulo.— Oi.

— Oi. – tento forçar um sorriso, mas nem isso consigo. 

— O que faz aqui? E por que está toda machucada? – ele se aproxima me mim.

— Longa história. – solto um suspiro pesado e ele assente. — Kyle... Você sabe se a Maggie está bem? Ela não estava no trailer médico.

— Carson deu alta para ela. Está tudo bem, tanto com ela, quanto com o bebê. – sorrio. Ouvir aquilo me deixou feliz. — Aquela garota, a tal Enid está com ela agora. – meu sorriso se desfaz quando ouço o nome de Enid.

— Só ela? – Enid e Carl foram para caminhos oposto depois do... Enfim, será que ele também está aqui?

— É. Ela veio sozinha. Por quê?

— Nada. – sinto um aperto no peito. Se Carl não estava aqui, então onde estava? Mas por que eu deveria me importar? Ele não se importou comigo quando estava beijando a Enid.

— Você está bem? – fecho os olhos por alguns segundos. ''Você está bem?'', é o que eu menos queria ouvir agora.

— Estou. – respondo sem olhar para ele.

— Não está não.  – ele diz e eu o encaro sem entender.

— Por que? – arqueio uma sobrancelha.

— Seus olhos...

— O que tem eles?

— Não então brilhando mais. – abro a boca para dizer mais alguma coisa, mas desisto. O que ele disse me deixou sem palavras. As pessoas costumam perguntar se estamos bem apenas por educação, são poucas que percebem quando você está mal.

— Eu acho que... Eu já perdi muito nessa vida, sabe? Perder o brilho dos olhos era algo inevitável. – fito um ponto fixo no chão.

— Você perdeu mais uma coisa hoje, não foi? – ele pergunta e eu assinto devagar. — O que você perdeu?

— A minha melhor metade. –Sinto as lágrimas quentes descerem por todo o meu rosto e morrerem em meus lábios.

— Você já parou para pensar que... Talvez, a sua melhor metade não passasse de uma muleta?

— Do que você está falando? – ergo os meus olhos para encara-lo.

— Bom, vamos usar você como exemplo. Eu não sei o que ouve com a sua perna, mas acho que você teve que usar muletas por um tempo, estou certo? – concordo com a cabeça. — Foi difícil para você depois de tanto tempo usando uma muleta se ver sem ela, não é?. Também será difícil se ver sem a sua ''melhor metade'', como você chama. 

— Você está dizendo que isso vai passar?

— Com o tempo, talvez. Tudo nessa vida passa, até a uva passa. – ele diz e eu solto um riso curto e anasalado. — Piada ruim, né? É a Holy que fica me falando essas coisas.

— Holy? Sua namorada? – volto a fitar Crystal, que estava comendo um monte de feno.

— Não. Holy é a minha melhor amiga. Acho que ela é a pessoas mais idiota do mundo.

— Eu discordo. Você ainda não conheceu o meu amigo Nate, ele tem um senso de humor de outro mundo. 

— Acho que ele e a Holy seriam perfeitos um para o outro.

— É.  – digo sorrindo.

— Assim é bem melhor. – Kyle diz e eu o olho. — Eu prefiro você sorrindo.

— Ultimamente eu não tenho tipo muitos motivos para sorrir. 

— Lembra que eu disse que você podia desabafar comigo?

— Lembro.

— Então a proposta ainda está de pé. – ele dá os ombros.

Olhos ao redor e vejo que estamos cercados por várias pessoa, não ia ser legal falar sobre o que aconteceu e começar a chorar perto de vários desconhecidos.

— Não quero falar sobre isso aqui. – digo.

— Não seja por isso, vamos dar uma volta então. – ele diz indo em direção ao estabulo.

— Uma volta? – eu o sigo.

— É. – ele pega uma sela e a coloca em um cavalo de pelo castanho escuro. 

— Eu acho melhor não. O meu amigo está no trailer médico e...

— Existe um lugar melhor para ele estar? Não vai acontecer nada, o Harlan e a Holy irão cuidar dele. Escolhe um cavalo e vamos.

— Eu não consigo montar no cavalo, Kyle. – faço de tudo para que ele desista da ideia.

— Eu te ajudo. Vamos Ivy, vai ser legal, você vai ver. – suspiro pensativa. A verdade é que seria bem legal andar de cavalo depois de tanto tempo.

— Está bem. – concordo e ele solta um ''eba''. 

— Pode escolher um cavalo. – além do cavalo castanho e da Crystal, havia mais dois animais. Eu não precisava nem pensar em qual escolher, só há um que eu quero montar.

— Crystal. – digo e ele me olha com uma cara de ''tem certeza?''. Afirmo com a cabeça e então ele suspira e vai pegar outra sela.

— Ela não é uma égua muito mansa. – ele diz tentando colocar a sela em Crystal, que não parava de se mexer. 

— Eu vou correr do risco. 

Depois de alguns minutos tentando encaixar a sela, Kyle finalmente conseguiu. Ele juntou as duas mãos e me deu apoio para subir em Crystal. Dou um leve sorriso, eu já havia me esquecido de quão boa é a sensação de estar em cima de um cavalo. Segurei as rédeas e olhei para Kyle, que já estava montado em seu cavalo.

— Pronta? – ele pergunta e eu assinto. — Vamos.

Puxo as rédeas de Crystal e logo ela começa a cavalgar rápido. Aquela sensação era incrível, o vento batia em meu rosto e os meus cabelos voavam livremente. Os moradores de Hilltop sorriam com a cena, assim como Kyle. Os portões foram abertos e então nos dois saímos da comunidade. Aperto minhas pernas no tronco de Crystal e seguro as rédeas firmemente. Kyle estava um pouco atrás de mim e eu ria disso.

— Você é bem devagar, garoto dos cavalos. – digo num tom alto para que ele escute. Ouço sua risada e em um piscar de olhos ele já estava ao meu lado.

— Eu estava deixando você ir na frente. 

— Sei. – digo sarcasticamente.

Aquilo era tudo que um mas precisava hoje, um pouco de diversão. Mesmo que os meus problemas ainda estivessem me assombrando, eles não estavam no centro principal naquele momento. Eu sabia que quando retornássemos para Hilltop, teria que voltar para o mundo real. Sei que as coisas vão ficar cada vez pior porque agora eu não tenho mais a minha âncora.


Notas Finais


Mds, não me matem por isso,please!!! Era preciso que a Ivy visse o Carl e a Enid, isso já estava programado para aconteceu antes mesmo do beijo deles na série. Espero que não fiquem bravos comigo,mas sim com o Carl,porque trocar a Ivy pela Enid. (Até acho a Katelyn Nacon bonita,mas a Ryan Newman supera).

Como será quando eles se encontrarem de novo? Será que a Ivy vai pegar pesado com o Carl?

Carl e Enid andam de patins e a Ivy e o Kyle andam de cavalo,nada mais justo,não é mesmo?
Espero que tenham gostado do cap! Um beijo e até o próximo!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...