História Faculdade do Sonhos (L3ddy & Guba) - Desculpa papai

~T3ddy P.O.V.~~
Tudo o que Júlia havia dito tinha me deixado sem chão. Não entendo como uma pessoa que ela mal conhece poderia ter mudado tanto sua cabeça, eu nem sei como reagir ou o que falar quando a vir de novo. Será que ela vai querer conversar?
-E agora? Minha filha me odeia e o homem da minha vida está no hospital. –Sento-me no sofá colocando a mão sobre meu rosto. –Já não bastava ter perdido meus pais? Agora também minha família.
Ouço o som do meu celular tocando, era uma mensagem de Carminha.
-Kéfera me contou o que aconteceu, estou indo para aí.
-A porta vai ficar aberta.
-Fecha isso! Foi assim que pegaram a Juju. Nunca fui com a cara daquele garoto.
~~Luba P.O.V~~
Acordei um pouco zonzo da última anestesia, essa realmente me derrubou. Pelo menos o T3ddy deixou meu celular em cima da mesa. Fiquei impressionado com tantas notificações, elas acabaram se acumulando.
Noto uma mensagem de um número desconhecido no meu whatsapp, ela dizia “Estou chegando à cidade, quero te ver.”
Ouço logo em seguida baterem na porto e ignoro a tal mensagem, eram Kéfera e Juju. Elas estavam estranhas, Kéfera preocupada e Júlia com raiva. Mas logo Juju se anima e vem correndo me abraçar.
-Que bom ver você aqui filha, quero ver esse sorriso sempre. –Noto a cara preocupada de Kéfera. –Está tudo bem?
-Não, a chata da tia Keh veio me trazer pra fazer exames só porque eu saí pra passear com o meu pai!
-Ele não é seu pai! –Kéfera se exalta.
-O que foi, Keh? –Pergunto confuso.
Ela olha para mim e logo em seguida novamente para Júlia, dizendo:
-Gustavo entrou na casa de vocês hoje à noite, levou Júlia para sair, disse que era o verdadeiro pai dela e que se você está assim era por causa do T3ddy. –Virou-se para mim frustrada. –E agora ela acredita.
-Isso é verdade filha?
-É papai. –Disse abaixando a cabeça.
-O tio Gusta nunca foi seu pai, e se estou aqui foi por descuido meu. O papai T3ddy te ama tanto e sofre por você. –Abraço Júlia e ela retribui. –O tio Gusta só está com raiva de nós e quer fazer mal para a gente.
-Ele é tão legal. –Ela insiste.
-Eu sei meu amor, mas eu o conheço há muito tempo. Vou ligar para o papai e você vai pedir desculpas. –Sugiro.
-Tudo bem.
~~T3ddy P.O.V.~~
Estou aliviado agora que ela me ouviu, ou melhor, o Luba. Só vou esperar a Carminha chegar para irmos ao hospital.
Não demorou muito, só o tempo para eu beber uma água. Abro a porta e vejo Carminha e Otto. Eles nem entram, descemos e pegamos o carro direto para o hospital, aviso-os que Júlia havia pedido desculpas e eles se tranquilizam.
-Liguei para o médico que atendeu Lucas, ele disse ter ótimas notícias. –Carminha parece contente.
-O que ele disse? – Otto questiona.
-Me parece que ele já sabe como reverter o quadro do Luquinhas. –Responde ela ainda um pouco desconfiada.
-Não acho que seja tão simples assim, mas vamos ter que conversar melhor. Sou médico, mas só sou um oftalmologista.
***
Chegando ao hospital encontro Júlia e Kéfera nos esperando na porta, ela vem correndo e me dá um abraço. Kéfera sorri com isso.
-Papai, eu prometo nunca mais te dizer aquilo. –Diz ela parecendo estar muito arrependida.
-Tudo bem filha. –Digo acariciando seu rosto.
-Eu vi o médico, ele me explicou a situação do Luba, está esperando por vocês para contar para ele. Diz Kéfera pegando algo em sua bolsa.
-É grave? –Carminha pergunta.
-Acho melhor ele mesmo explicar. –Responde se despedindo.
-Aonde vai? –Pergunto ao ver ela indo em direção ao carro.
-Colocar as coisas em seu devido lugar...
***
Entramos Júlia, Carminha, Otto e eu no quarto e vemos Luba no Telefone.
-Melhorou querido? –Pergunta Carmen se aproximando da maca. –Estava tão preocupada.
-Oi gente, só estou meio cansado. –Assente ele passando o olho por todos nós. –Cadê a Keh?
-Saiu e não explicou onde foi. –Explica Otto.
O médico entra no quarto com uma prancheta na mão e estava relativamente sério. Ele se vira para nós e observa Juju conosco. Chama a enfermeira no corredor e a pede para levá-la para ir tomar um suco.
-Já tenho uma forma de reverter o quadro do senhor Lucas. –Se aproxima da cama observando o nível do soro que havia acabado. –Creio que o sangue dele é um tanto quanto difícil para nós, nosso estoque desse tipo sanguíneo acabou, mas para pedirmos outro vai demorar muito. Suponho sua família tenha um doador compatível.
-Sabia que daria problema um dia. –Resmunga Otto olhando para Carminha.
-Acho que não entendi. –Comenta o médico impressionado.
-O único doador compatível de nossa família é o primo dele de sete anos. –Explica Carminha.
-Vocês têm certeza? –Pergunta ele remexendo os papeis, preocupado. –Ninguém?
-Apenas o... –Os olhos de Otto se encontram com os de Carminha parecendo saberem o que estão pensando.
-Você está pensando nele? –Carminha olha parecendo saber em quem o marido estava pensando.
-Nele mesmo. –Otto confirma o raciocínio da esposa.
-De quem estão falando? –Luba pareceu não entender nada. –Quem é ele?!