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História Fae - Capítulo 3


Escrita por: scarlet-lp

Notas do Autor


Boa noite todos ^^

Cheguei um pouco mais cedo hoje. Quebrando de certa forma meu acordo de um por dia. Estou att mais cedo
a pedidos.

~lumyie <3

Gostaria de agradecer mais umas mil vezes a minha beta ~anynn que tem se desdobrado pra dar conta de ler e corrigir os capítulos, ficando até tarde com eles. Te amo <3

Boa Leitura!

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Fae - Capítulo 3

A noite seguia tranquila, Sehun ainda estava desperto, embora a madrugada já assumisse o relógio sobre a cômoda. Se sentia muito angustiado naquele dia, pensava no que teria que fazer no dia seguinte e um peso se acumulava em seu peito. Ele não queria fazer aquilo, furtar era algo de que desgostava completamente, mesmo que fosse apenas comida. Mas era por Kyungsoo, precisava alimentar o garoto de quem cuidava. Muitos amigos de vadiagens de Sehun costumavam perguntar o porquê de um rapaz ainda tão novo assumir uma criança pequena; eles jamais entenderiam, é claro.

 Não era uma obrigação, na realidade ele nem poderia ter a tutela da criança e caso fosse denunciado o fato de seu pai estar sumido, tirariam de perto de si o irmão mais rápido do que as contas se acumulavam. Ele queria manter o irmão, era tudo para ele, por Kyungsoo ele havia lutado muito mais do que qualquer jovem que ele conhecia na idade dele, enquanto os amigos gastavam seus parcos salários de meio período em tênis e cigarros, Sehun se dividia em dois, às vezes três empregos para dar conta de tudo.

Agora não era mais estudante e embora não fosse exatamente um aluno ruim, não tinha muita perspectiva sem ter dinheiro para estudar em uma faculdade, assim vivera de bicos até então, um aqui e outro ali, mantendo constante apenas o trabalho de entregar leite durante as manhãs e o bico de entregador de comidas durante todos os sábados. Naquele mês isso não seria o suficiente, mal dava para a água, a luz e o gás e ele sabia o que teria que fazer. Olhou pela janela do pequeno apartamento de três cômodos no qual vivera desde que se lembrara; o pai havia deixado aquele lugar para trás, junto aos próprios filhos e um bando de credores à sua procura.

 

Seu olhar voltou-se ao céu, era raro se sentir derrotado, mas naquele dia se sentia. Uma ânsia tomava seu peito como se naquele dia em especial se desse conta de que não tinha muitas saídas. O céu estava límpido e sem estrelas, somente a lua se encontrava cheia e brilhante reivindicando toda a atenção para si. Fugazmente detectou um brilho passar rapidamente cruzando o céu como se estivesse muito, muito perto. O rapaz de cabelos castanhos e expressões infantis não acreditava em estrelas cadentes, não depois de pedir a mais de uma para que sua mãe voltasse, não depois de ver toda magia de sua infância perder-se na dor de se ver abandonado, ele agora era irmão e ao mesmo tempo pai e tudo isso com apenas vinte anos. Suspirou fundo tentando não se entregar ao sentimento terrível de derrota, tinha medo de fraquejar, de se tornar alguém que um dia Kyungsoo pudesse se envergonhar. E então pela primeira vez em muitos anos, ele fez um pedido. Para aquela luz que se movia perante o céu, tão perdida quando ele, um desejo ele fez. Esperança.

 

 

* * *

Um barulho alto acordou Kyungsoo deixando-o um pouco assustado, era como um baque surdo muito próximo a sacada. Sentou-se rapidamente arregalando os olhinhos arredondados; esfrego-os por reflexo com medo de a visão embaçada prejudicar sua capacidade de se mover dentro da casa. Seu coração estava acelerado de medo. Ele temia os homens maus de quem sabia que teriam que correr dia após dia. Mesmo que não entendesse muito bem o porquê.

Colocou ambos os pés ainda descalços no chão, arrepiando-se com o contato frio. Ele não tinha sequer tempo de procurar os calçados, tinha que correr ao pequeno quarto do irmão Sehun e o avisar que precisavam fugir ou algo assim. Abriu a porta fazendo o mínimo de barulho possível, medo tomando sua mente infantil, como se de repente algo muito monstruoso fosse pular sobre si. A sacada não era muito longe, a pequena casa tinha dois quartos divididos pela sala que também era a cozinha, defronte para a vila onde viviam estava voltada a única visão limpa do céu que poderiam ter, a única ainda não completamente entravada de outras casinhas similares a dele, mesmo em pleno segundo andar.

Uma luz forte chamou sua atenção e ele pôde perceber ela esmaecer lentamente diante de seus olhos infantis. Kyungsoo sabia que deveria correr, mas seu corpo pequeno não parecia conseguir comunicar-se apropriadamente com sua mente apavorada, aproximou-se sem pensar direito ainda abismado com os contornos que lhe lembravam muito o de uma pessoa. Tomou coragem de seguir adiante e ver ele mesmo do que se tratava, mesmo olhando mais vezes do que o realmente necessário para a porta do quarto de Sehun, sua mente infantil tentava calcular de alguma maneira a distância que teria que correr até os braços protetores caso tudo desse errado.

 

Um passo e mais um, e então outro e ele viu sua mão segurar a alavanca da portinhola, o vidro transparente tornava claro que realmente havia uma pessoa ali, uma silhueta delicada e um tanto reluzente que tanto o intimidava quanto o encantava. Inseguro abriu a porta e se aproximou do que agora sabia tratar-se de uma pessoa. Suas duas mãos foram ao encontro da boca como para prender um grito de puro susto. Havia um rapaz muito similar aos anjos que ele vira nas igrejas. Passou os olhos pela figura um pouco constrangido sem conseguir de fato registrar o porquê daquilo. E então resolveu chamar o irmão de qualquer maneira, seja quem fosse, estava em um segundo andar, adormecido ao relento. Poderia estar machucado, mas seu coração puro intuía que não era mal. Não, o desconhecido definitivamente não era mal, ele podia sentir.

 

* * *

 

O mais velho dormia a sono solto, depois de muito tempo conjecturando sobre escolhas que ele sabia não ter, e de ter se sentido bobo por pedir algo a uma estrela, acabou por adormecer. Foram apenas alguns minutos, mesmo assim Sehun acordaria se sentindo como se houvesse sido horas. E assim foi, pois um afoito Kyungsoo o balançava continuamente enquanto murmurava um “hyung, por favor acorde! ”, os olhos do rapaz se abriram repentinamente e então ele encontrou o pequenino perto de si, descalço, aparentando estar assustado e pálido.

 

— O que você faz fora da cama, Kyunggie? Pesadelos? Quer dormir aqui com o hyung? — Perguntou sorrindo de forma doce. Adorava aquele garotinho. Em algum lugar de sua mente ele imaginava que Kyungsoo definitivamente teria puxado a mãe, afinal ele mesmo era a cópia do pai e o garoto em nada se parecia com eles dois.

— Não é isso. Tem um anjo caído na sacada, Hun. Ele parece sentir frio, ele deve estar machucado. Você precisa ajudá-lo! — A voz saiu desesperada, embolando-se entre a agitação das mãozinhas delicadas que gesticulavam para que o maior se levantasse mais rápido.

 

— Ei, ei, calma! Você provavelmente está sonhando, Soo. Quer que eu te leve ao quarto? — Perguntou um pouco incomodado. O irmão era um garoto muito quieto para a idade e às vezes ele se sentia culpado imaginando se viver na miséria consigo não fizera o menino perder toda a vivacidade que teria se uma família completa cuidasse dele.

 

— Não é nada disso! — Fez um bico adorável se permitindo bater os pés no chão de forma irritada, pés que Sehun observou estarem descalços.

— Ok. Eu vou verificar com você, está bem? Mas se não houver nada, me prometa que vai dormir, sim? Você tem aula amanhã cedo. — Respondeu de forma branda.

— Não estou errado. — O garotinho revirou os olhos como o próprio Sehun costumava fazer.

 

Sehun riu.

 

* * *

 

Aceitando a mão do mais velho, Kyungsoo o guiou ainda afoito, imaginando que o anjo poderia ter se resfriado por ficar lá fora como estava. Ele não sabia bem como se pegava um resfriado, mas sabia que sempre que estava mal agasalhado, o irmão o mandava entrar para que não pegasse um.

O garoto deu um riso vitorioso quando os olhos pequenos do irmão mais velho se abriram em susto. Realmente havia um rapaz ali. Um lindo rapaz. Alguém com a pele mais pálida e delicada que o mais velho jamais vira, cabelos em tons de um castanho claro que lhe caiam pela face bem desenhada. Estava um pouco de lado, adormecido como se fosse o lugar mais confortável do mundo. Mas a desconcertante beleza da criatura não fora o que chocara Sehun. Ele estava abismado, assustado e, principalmente, incomodamente excitado.

O rapaz lindo. O anjo, como chamara seu irmão. Estava completamente nu.

 

Sua voz parecia não sair de maneira nenhuma, enquanto, Kyungsoo apenas se permitia admirar o rapaz adormecido em toda sua gloriosidade, coçando a nuca às vezes, por conta do irmão ainda assim deixar o ser deitado no chão frio. Após alguns segundos tentando concentrar as palavras certas a algum lugar mais útil do que sua mente caótica, Sehun finalmente se fixou no rosto do irmão que neste instante estava com a testa franzida em impaciência.

 

— Kyung, por favor... pe-pegue um lençol do meu quarto. — Pediu de modo automático, fazendo o garotinho correr tropeçando um pouco pela pressa para buscar o que lhe foi solicitado.

 

O mais velho se ajoelhou lentamente ao lado do rapaz. A Sehun ele pareceu mais e mais surreal à medida que o rapaz se aproxima. Corando um pouco ele vira lentamente Yixing de frente, forçando as pernas do rapaz que estavam sobrepostas a se separarem ligeiramente, tornando mais fácil passar os braços por baixo do corpo longilíneo para o suster nos braços. A intimidade do estranho pendia chamando os olhos de Sehun, o rapaz negou com a cabeça tentando não olhá-lo daquela maneira, mesmo que sua vista tornasse de novo e de novo a procurar a pele acetinada e a nudez desconcertante.

 

— Está aqui, hyung! — Kyungsoo chamou um pouco alto, fazendo o rapaz adormecido resmungar um pouco e se agarrar à coxa de Sehun sorrindo um pouco e novamente se ajeitando para dormir. O rapaz mais velho, por ser surpreendido, acabou por levar ambas mãos até a intimidade do fae cobrindo-a um pouco das vistas da criança. Respirando fundo e se sentindo um tipo de abusador por o estar tocando ali, Sehun pediu que o irmão se virasse, finalmente cobrindo o corpo do ser adormecido de forma a protege-lo das vistas de ambos. Soprou para fora a animosidade e, por fim, o carregou levando-o rapidamente até o sofá da sala. Conveniente que fosse um sofá cama que o próprio Sehun usava quando menor, já que o pai ocupava o quarto de casal que dividira com a mãe até não mais que seus dezesseis anos. Kyungsoo que até então era um bebê muito pequeno ocupara o quarto menor que o mais velho fizera questão de ceder.

 

* * *

 

— Ele é muito lindo, hyung. Podemos ficar com ele? — O mais novo perguntou de forma inocente, fazendo com que o irmão tivesse um grande acesso de tosse nervosa.

Contemplou por um instante o rapaz adormecido abrir os olhos negros como a noite e olhá-lo por alguns instantes e então sorrir de forma doce. Dos lábios avermelhados cujo inferior era levemente mais cheio, palavras suaves surgiram e ambos ouviram o desconhecido apenas permitir escapar um “te achei...” e tornar a dormir.

— Ele não é um filhote de cachorro, Kyungsoo! — Murmurou ao irmão em um tom um pouco mais contido.

 

— Mas..., mas... ele parece sozinho, hyung. Abandonaram ele como abandonaram a gente? — O menino perguntou de forma inocente, cortando o coração do mais velho em pequenos pedacinhos.

— Ei... você tem a mim, ok? Eu nunca, nunca, nunca vou te deixar. — Sehun falou carregando Kyungsoo no colo e depositando um beijo na tez clara. Sabia que não poderia substituir uma família inteira, mas como dizia a si mesmo: “Dane-se, nada me impede de tentar”.

 

— Ele vai ficar aqui até acordar. Honestamente, ele parece exausto. — Respondeu ao irmão. Depois eu falarei com ele e descobrirei como ele veio parar no segundo andar de uma vila. Nu. Completou em pensamento.

 

— Ele vai ficar aqui na sala? Parece frio, hyung, aquele aquecedor portátil ainda funciona? — O menor perguntou ainda preocupado com o estranho. Sehun, no entanto, só conseguia sentir o peito retumbar assustadoramente forte contra as costelas, pensando em como tudo aquilo era possível e, principalmente, o que o rapaz quisera dizer com “te achei”. Nem ao menos sabia o que dera em si para o trazer para dentro de casa ao invés de acordá-lo e o mandar andar como faria a qualquer doido comum que do nada lhe aparecesse despido. Se isso fosse uma situação ao menos comum, é claro.

 

— Vou primeiro vesti-lo, Soo. Não se preocupe. Vá dormir, sim? Já passou da hora. — Respondeu dando uma pequena bronca repentina e soltando o pequeno no chão para que este corresse então para o seu quarto a fim de buscar roupas para seu “problema”. Um lindo, angelical e adormecido problema.

 

Após vestir o estranho com todo cuidado como se temesse que suas mãos pegassem fogo a cada segundo em que tocava a pele alheia. Sehun finalmente o cobriu e se direcionou ao próprio quarto para tentar — só tentar — dormir. Ele não pegara fogo fisicamente, mas dentro de si outra chama ardia. O estranho lhe atraía completamente, como nada e ninguém nesse mundo havia feito. Isso o perturbou.

 

 

 

 


Notas Finais


E como estamos neste cap hein? E esse fooofo do Kyungsoo ...*-*


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