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História Fae - Capítulo 6


Escrita por: scarlet-lp

Notas do Autor


Boa noite! Estou aqui novamente com att xD Já enjoaram de mim? lol

Pois bem... >.<

Boa Leitura!

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Fae - Capítulo 6

Sunshine descansava sobre uma clareira, sua tez amorenada se colorira com um cansaço incomum, havia passado o dia a preparar um banquete juntamente a outras faes, pois graças aos laços de casamento entre Growlland e Promisillian por meio de Aeobi e Yuwo, os dois reinos costumavam ter um grande afluxo de faes entre eles.

 Os dias estavam difíceis e a garota preocupada. O povo do reino estava sobre o alerta verde, três cores antes do vermelho, pois o sistema em reinos faes eram baseados nas sete cores visíveis do arco íris. A pequena fae sentia medo, medo não somente por nunca ter presenciado em seus mais de duzentos anos uma presença tão grande de feulifaes por perto — na verdade eles nada mais eram do que uma menção que sua mãe fazia quando era ainda uma criancinha de trinta anos —, mas também pela mesma ausência de notícias que atormentava aqueles dias a sua Rainha, somando ao fato de que ela era parcialmente responsável por tudo.

 

— O que se passa em seus pensamentos hein? — Minseok aproximou-se da fae sentando-se ao lado dela no gramado.

 

— Eu temo por Yixing — Exclamou sincera. A muitos dias a garota revelara que ajudara o melhor amigo na fuga que este empreendeu ao mundo humano. Embora esperasse algumas broncas por parte dos faes mais velhos e do conselho, Yuwo sorrira-lhe e então Yunan, uma das faes mais antigas do conselho havia a chamado para ser uma Sezart, as faes que eram especialmente treinadas para ajudar outros faes na transição mundo humano e mundo fae. Sunshine ficara feliz por acreditarem em seu talento mágico e ficava tocada por achar uma posição para si no reino.

 

Faes embora fossem seres livres tinham seu papel quando dentro de reinos, alguns defendiam a natureza e ajudavam animais em perigo, sobretudo em casos preocupantes como incêndios. Não poderiam é claro impedir a caçada de animais uns pelos outros ou se meter no balanço e equilíbrio comum ditado pela natureza, mas pequenos préstimos em casos de risco eram de seus costumes. Alguns faes se dedicavam a cuidar de jardinagem, tornando cada reino bem cuidado e seus dias alegres, alguns cuidavam dos quitutes que os faes adoravam, geralmente coisas doces e todas extraídas da natureza, outros cuidavam da defesa e da magia do véu que cobria cada reino, os conselheiros eram faes mais velhos que se arriscavam a sair ao mundo e cuidar do contato entre reinos sempre ajudando faes a trocar presentes e préstimos bem como conduzindo jovens faes em busca de consortes em outras sociedades que não fossem a dentre reino. Haviam também os representantes que no mundo humano seriam os reis e rainhas, mas estes não tinham de fato posse de nada além de sabedoria infinita dada por milênios de existência e uma linhagem fae com talento para a liderança e que não se aborreciam demais com o que no mundo humano se chamaria política. Algo que francamente poderia fazer uma fae dormir.

 

Tenderian era um reino especializado em artes e Sunshine gostava especialmente daquele povo, fora conhecê-los a alguns anos atrás, dançarinos, e atores eram o que mais tinham ali. Eles tinham o papel de contar as lendas antigas dentre os faes por meio da expressão e oralidade, sempre tornando vivo dentre os povos suas origens e seu poder e pendor. Sua preocupação com o melhor amigo revelava seu medo em seu papel agora no mundo. Tinha uma responsabilidade, mas tudo que queria era fugir para o mundo humano e ajudar a Yixing.

 

— Ele deve estar bem. — Minseok dissera com muito mais confiança do que o comum fazendo a fae o olhar um tanto desconfiada.

 

— Como você pode saber? — A garota perguntou arregalando os olhos.

 

— É difícil explicar Sun, mas meu destino é meio ligado ao deles. Eu sonhei algumas vezes, ele está bem. — O ruivo disse com sinceridade.

 

Minseok estava ansioso, somente ele sabia por que, afinal não se atrevera a dividir com mais ninguém aquele segredo. Mil anos, levou mil anos de qualquer maneira. O que seria um pouco mais?

— É se algum feulifae o pegar na volta? E se ele não achar seu consorte? — Sunshine começara a chorar um pouco.

 

— Ele o achou. Confie em mim Sun. Agora está nas mãos do Yixing. — Afirmou em tom solene.

 

* * *

 

Quando o rapaz achava que estava se acostumando com a vida naquele lugar, algo vinha lhe provar que ainda teria muito a aprender. O fae de cabelos castanhos claros não tinha a menor ideia de onde provinha sua paciência infinita para lidar com cada coisa que aprendia ou descobria saber. Naquele dia durante o trabalho havia conversando com uma grande quantidade de estrangeiros que adentraram a loja, ganhando olhares muito estranhos do chefe e da menina com quem trabalhava. Mais tarde os dois explicaram de forma abismada que ele havia falando não somente o coreano que estava habituado, mas também chinês, inglês e algo que soara como francês.

Yixing até então nem sequer sabia que o nome da língua que usava com Sehun se chamava coreano. Como poderia então dominar mais três sem nem se dar conta? Na realidade nem notara a diferença, apenas escutara a tudo como se fosse uma língua só e respondera de acordo, em nenhum momento se sentindo diferente ou perdido sobre aquilo.

Durante a tarde outro incidente o havia envolvido. Mesmo sendo um novato ganhara rapidamente a confiança das pessoas da loja, tanto que havia sido encarregado de depositar os ganhos, no lugar de Hwang Lee, a filha do dono. Conseguira chegar sem problemas ao banco e seguira as instruções à risca com medo de fazer alguma besteira. Gostava daquele trabalho e os ganhos o ajudavam a comprar a comida e manter a casa em que agora vivia com os rapazes que julgava ser seus tesouros. Porém pegara o ônibus errado na volta, mal notando isso até estar bem longe das paisagens que estava habituado a ver.

Com um olhar de pânico abordara o motorista, completamente afoito por não ter ideia de onde se encontrava ou para onde seguia. Explicou esbaforido onde trabalhava, através muitas vezes de gestos para descrever algumas coisas como o pequeno monumento da praça perto a loja ou a área comercial que cercava os arredores. O motorista rira de si várias vezes por um homem adulto parecer tão confuso e fora então que lhe dissera que nem memórias da própria vida tinha e que praticamente tivera que reaprender tudo de novo. O homem lhe lançara um olhar simpático e até mesmo preocupado, se encantando como de costume pelo pequeno fae. Calmamente explicou ao rapaz que o trajeto era um pouco longo, mas que poderia deixa-lo bem perto de onde Yixing trabalhava.

 

Foram duas horas circulando por diversos pontos de Seul, uma profusão de novas paisagens a sua vista, e sua mente embora tentasse concordar com os olhos que fitavam tudo com admiração quase infantil, fugiam com frequência para o rosto de Sehun, ou as confusões em que se via como a coisa mais assustadora que acontecera consigo ainda aquela manhã. Mais assustador para si do que se perder de ônibus. Ele precisava contar isso a alguém, precisava ser a Sehun.

Já havia dialogado com o mais alto em sua mente algumas vezes, o rapaz mais alto parecia sempre achar diferente o fato de Yixing gostar de conversar consigo e o percebera corar quando ele dissera àquela frase que lhe soara tão natural.

“É que quando penso em alguém. Só penso em você...”

 

 Conseguira chegar a salvo no local certo, e passara o dia ouvindo as piadas do senhor Hwang e de Lee que era uma das poucas garotas que conhecia que não parecia inclinada para ele além do conveniente. Ficando feliz ao fim da tarde ao se deparar com Sehun. Apressado se despedira de um rapaz que por ali sempre aparecia para vê-lo. Yixing já lhe havia dito que não poderia aceitar atenções dele. Afirmara naquele dia com tanta certeza a esse estranho que gostava de alguém, que nem estranhou quando ao seu olhar se cruzar com o do mais alto do outro lado da rua o corpo lhe reagir levando ao martelar do coração retumbante. O coração bate para que você viva. Lembrava-se Yixing da lição que Sehun lhe havia dado. Naquele dia sentia vontade de dizer. Ele bate bem mais, perto de você.

 

 

 

* * *

— Hunnnnn... o que foi que eu fiz? — Yixing ia atrás do mais alto por todo o apartamento parecendo uma criança abandonada, chamando o nome do mesmo de forma infantil e ao mesmo tempo íntima.

— Nada Yixing. É só que.... Por que você tem que ser tão lindo? É irritante ver tantas meninas babando sabe? — Pronunciou sem pensar colocando a mão na boca.

— Isso é ciúme? Não é? — O menor perguntou um pouco feliz. Tinham muitos sentimentos que não entendia completamente, talvez por que precisavam ser vivenciados para fazerem algum sentido. Andava pensando demais neles, pois se tornava confuso a cada dia toda aquela...ansiedade.

 

Desde o dia em que Sehun recusara abertamente a receber chocolates de outra pessoa em seu local de trabalho e eles quebraram o silêncio a respeito da “luz” que ocorria quando estavam mais próximos os rapazes se sentiam um pouco menos reservados. Yixing abertamente se tornara mais apegado a Sehun, o procurando para conversar em diversos horários do dia ou da noite conforme se encontrassem em casa. Demonstrava claramente como pensava e como sentia, tentando obter o mesmo em troca.

 

— Claro que não! — Alegou sentindo-se um pouco sem graça. A verdade era que Sehun se sentia ciumento. Todos os dias passara a buscar Yixing após voltar do emprego. Sempre vendo que o menor recebia bastante atenção dos clientes. Isso fora o deixando um pouco apreensivo. Afinal se Yixing era mesmo especial ele um dia iria embora, mas se o rapaz encontrasse alguém, enquanto ainda estivesse vivendo consigo, talvez fosse ainda mais difícil. Difícil esquecer e não se machucar.

 

 — Não minta! Eu posso sentir uma mentira. — O mais baixo retrucou. Não sabia por que o podia de fato, mas percebera isso ao encarar alguns clientes da loja e mesmo fornecedores que tentaram entregar produtos de qualidade inferior, ajudando tremendamente o chefe daquela loja que lhe ficou agradecido e lhe prometera uma bonificação. Era bom em detectar mentiras e começava a perceber que era bom em desvendar Sehun.

 

— Não estou! É melhor você ir dormir, deve estar cansado e alucinando. — Troçou se sentido quase desnudo pelo olhar penetrante que o outro lhe lançava.

 

— Podemos conversar primeiro? Eu me acostumei a isso. — Pediu olhando o rapaz mais alto com o que pareceria adoração, caso este notasse. Foram interrompidos, no entanto por Kyungsoo que entrara na sala coçando os olhos, alertado pelo barulho da sala.

— Hyung, eu quero um abraço... — Pediu a Yixing, fazendo com que Sehun risse um pouco. Desde que o outro chegara na casa o pequeno aprendera a dividir a atenção com os dois e por algum motivo o irmão mais velho do garoto se sentira bem com aquilo. O mais baixo pertencia a ali. Algo em que tentava muito não pensar, principalmente quando estava em sua cama durante a noite e por algum motivo algumas imagens de Yixing persistiam por detrás de suas pálpebras. Para abri-los e vez ou outra o encontrar ali. Memórias eram curiosas e algumas pareciam tatuadas sob sua retina. O dia em que o encontrara completamente nu como se fosse uma escultura em gesso, as horas que tivera que passar explicando-lhe as regras mais básicas da sociedade coreana, e finalmente a demanda para que o rapaz ficasse alerta, afinal os credores do seu pai sempre sumiam por um tempo, até resolverem procura-los novamente.

 

—Você deveria estar dormindo Oh Kyungsoo. Eu sei que a Soojin ahjumma ficou com você o dia todo e lhe pôs para dormir com uma história. Não seja manhoso. — Chamou atenção do mais novo em tom de brincadeira. Sehun era muito sortudo que Soojin e Jonghyun, um casal simpático da vila que viviam próximo, aceitassem ajuda-lo.

 

— Senti falta de vocês. — O garoto retrucou fazendo um bico contrariado, “escalando” Yixing que imediatamente começou a lhe cantar uma música que nenhum deles conhecia. Nem Yixing reconhecia de fato, mas que costumava botar Kyungsoo para dormir brevemente. Imagine como o fae se sentiria se soubesse que recitava na realidade uma magia do sono para o pequeno.

 

Levaram o garoto para sua cama quente, e fora difícil desenlaçar os braços deste do pescoço do mais baixo, mas eventualmente ele conseguiu.

 

— Ainda quer conversar? Está um pouco tarde — Sehun pontuou olhando para o relógio que mantinha no pulso.

 

— Eu preciso. — O outro respondeu de maneira simplista.

 

Encaminharam-se ao quarto lentamente, passo a passo. Sehun achava que nunca se acostumaria a ter o rapaz dentro daquele ressinto humilde, ele parecia não se encaixar ali, como se fosse muito mais. Muito mais do que ele tinha a oferecer inclusive.

 

— Bem ...— Iniciou de maneira nervosa. Tem algum tempo que estou vivendo contigo e... Eu me sinto bem aqui Sehun eu não quero ir, mas eu estou tão confuso. Têm coisas acontecendo comigo que me assustam. — Confessou um pouco angustiado.

 

— Que tipo de coisas? — Perguntou de forma apreensiva. Tinha já um sentimento de perda em relação à convivência de ambos aqueles dias. Como se um dia a mais fosse também um dia a menos. Gostaria de estar em companhia daquele “ser” que a cada dia se convencia mais que Yixing era.

— Eu já...sai do chão trabalhando Sehun, simplesmente saí do chão. Sei que vocês não fazem isso! Eu brilho quando te toco, mas isso não acontece se eu tocar a mão de mais ninguém. Eu constantemente consigo sentir o humor das pessoas ao menos o suficiente para saber se estão sendo sinceras ou não. Eu sinto angustia de usar essas roupas pesadas no dia a dia como se eu sempre utilizasse algo mais leve. E.…. Eu tenho ciúmes de você — Fez uma expressão um pouco sentida. Não conseguiria esconder aquilo por muito tempo.

—Você está me dizendo que pode voar? Peraí, você tem ciúme de mim? — Falou de forma confusa tentando absorver todos os fatos de uma vez. Yixing só assentira duas vezes de forma que Sehun supôs como um “sim” as duas perguntas que fizera ficando secretamente feliz.

 

— Consegue me mostrar? — Perguntou sem explicitar direito a que se referia e antes que se desse conta Yixing juntou sua boca carnuda a sua em um beijo que, embora fosse para ser um selar delicado culminou em um roçar de línguas por conta da expressão chocada de Sehun.

 

O mais baixo se afastou imediatamente como se um raio lhe atravessasse o corpo de uma vez e então desmaiou.

 

Sehun nem teve tempo de coordenar os pensamentos ou fôlego para explicar que queria na realidade que o mais baixo lhe mostrasse que voava. O beijo fora bom, maravilhoso. Até o menor apagar.

 

— Acorde Yixing! Não seja assim, por favor! — Pedia sacodindo o rapaz de maneira afoita sem nem ter tempo de se recuperar do choque. Seu corpo começava a acender lentamente como sempre fazia quando sua pele tocava a do mais baixo, mas estava preocupado demais para se importar com este “pequeno” detalhe do contato entre eles.

 

Os olhos negros foram se abrindo lentamente, Yixing conseguia ouvir a voz do mais alto embora estivesse compenetrado demais, fronte as imagens mentais que lhe assomavam todas de uma vez. Estava finalmente se lembrando, de cada detalhe de sua vida, de cada decisão, cada golpe mágico, cada feitiço, sua família, os doze reinos, a sensação de perda e falta que começara a o tomar, as conversas ao fim da tarde com Sunshine sobre como seria o mundo lá fora, as brincadeiras infantis que travara com seu amigo Luhan e os demais faes de sua geração. E então as demais coisas um tanto mais preocupantes; os feulifaes, a decisão de fugir e buscar seu destino e finalmente a luz. A luz que ele finalmente tinha encontrado. Ele havia achado seu consorte.

 

— Eu estou bem. — Afirmou sentando-se. Yixing sabia que parte de sua atitude mudaria um pouco e estar um pouco diferente do que Sehun conhecia o deixara preocupado. O mais alto parecia gostar dele esquecido, inocente e sem nenhuma lembrança. Porém agora o rapaz sabia de tudo, tinha trezentos anos de experiência de vida fae, não importava qual versão dele estava ali, se a versão inconsciente nascida da pureza de sua essência ou o fae guerreiro que saíra de Promisillian, todas as partes de si amavam Sehun, mas poderia ele conquistar o humano? Arregalou os olhos ao notar a voz de pânico do mais alto.

 

—Y-Yixing, por favor nos ponha no chão... sério bebê nos ponha no chão! — Pedia assustado. Estavam sobrevoando a cama já a quase um metro. O mais baixo ainda estava em seus braços e Sehun tinha medo de soltá-lo e cair de qualquer jeito, tinha um medo irracional de que Yixing caísse também e pudesse eventualmente se machucar.

O rapaz mais baixo sentou-se no ar rapidamente olhando para o consorte que agora poderia dizer com certeza que era mais novo que ele mesmo e arriscou se afastar de Sehun. Embora o mais alto tivesse entrado em pânico, nada aconteceu. Ninguém despencara no ar como temiam que acontecesse e o fae mal poderia acreditar. Era um pouco demais para processar.

 

Yixing estava certo afinal, finalmente havia achado seu consorte, mas Sehun não somente era o humano mais adequado para ele ficar, e agora o rapaz que ganhara seu coração como era um tanto comum de acontecer, não era somente isso o mais novo era muito mais especial do que supunha e o rapaz nem conseguia imaginar com iria explicar tudo àquilo a ele. Respirou fundo ainda tentando organizar os pensamentos, não poderia deixar o ser que amava assustado e era exatamente dessa maneira que Sehun estava.

— Me escute, por favor. —Disse com um tom nobre, muito diferente de como soara durante aquelas semanas ali. — Sehun eu preciso que se acalme, respire devagar e pense que quer descer lentamente até a cama. — Pediu de forma pausada.

 

— Mas...Mas não é você que precisa nos descer? — Perguntou ainda um pouco desconfortável, algo no olhar do outro mudara, mas acima de tudo não fazia sentido que ele precisasse descer a si mesmo do ar.

 

— Faça o que peço, por favor! — Insistiu o príncipe fae um pouco aturdido e triste.

O mais novo o olhou novamente como se buscasse a calma que precisava no outro e então desejou descer concentrando-se em de preferência não cair de bunda no chão.

 

Pouco a pouco ambos alcançaram o colchão macio e por alguns breves segundos Sehun se permitiu relaxar, ao menos até olhar para a postura de Yixing.

— Você se lembrou, não é? – Perguntou.

 

 

* * *

 

Yixing apenas saíra do quarto correndo.

 

Ele não saberia como explicar a grande loucura que aquilo seria para Sehun. Ignorara todo o bom senso naquele momento, partindo para o céu ao invés de pela porta. Ainda avistara o mais alto com os cabelos escuros a serem soprados pelo vento e no meio do ar ainda conseguiu sussurrar um “eu volto” em resposta aos pequenos olhos aflitos de Sehun e então voou.

 

Por tanto tempo quanto conseguiu.

 

Era já alta madrugada e ainda se sentia perdido. Como explicar a um humano o que era? Agora após viver no mundo humano por tanto tempo sabia que não era algo fácil para eles entenderem, magia era nada mais do que um truque bem ensaiado a ser apresentada em palcos. E amor um tempo curto no tempo espaço em que duas pessoas estavam juntas, nem sempre sendo eterno. Não como o amor fae de consorte costumava ser. Como faria Sehun o amar daquela forma? O Sehun que tinha uma vida toda construída no mundo humano, o rapaz que tinha um irmão pequeno provavelmente tão especial como ele.

 

Se Yixing ao menos soubesse. Se tivesse suas lembranças antes de tocar os lábios alheios pondo todo seu amor ali. Por que seus lábios e seu elas sem consciência haviam reivindicado o mais novo para si. Ele havia entregue seu amor de consorte sem nem ter ideia de que o fazia. Havia despertado em Sehun os poderes que o rapaz nem sequer tinha ideia possuir até que as bocas se juntassem no contato mais importante para o fae.

 

O rapaz, o belo príncipe fae estava perdido. Era cedo, muito cedo para que Sehun o amasse de volta, ao menos cedo demais para que ele entendesse o que significava realmente ser o consorte de um fae.  Como iria conquista-lo? Sua consciência retornara, finalmente poderia responder a toda enxurrada de perguntas que sabia que o mais novo teria para si assim que atravessasse a soleira da porta, ou no seu caso a da janela da sacada.  Como se chega a alguém e diz: “Você nasceu para ficar comigo”? No fim das contas, o mais novo tinha uma escolha e agora Yixing sentia-se triste por ter tomado parte dela para si.

 

Sentou-se no alto de uma arvore, de maneira pouco cômoda, era acostumado ao seu tamanho normal e ser quase um “gigante” não era nada divertido como os contos sobre humanos sugeriam. Lembrara-se então das histórias de seu pai, as que contavam quando ainda era uma criança realmente pequena.

 

“— Papai, como nós achamos um consorte? — Perguntara de forma inocente a Yuwo que agora o botava para dormir.

— Nós não o achamos Yixing, algo mágico nos atraí para ele, e então nós simplesmente sabemos e estranhamente parte de nós já os ama, ou ao menos é completamente atraído para ele. É quase irresistível para um fae. O mais velho lhe dissera de forma alegre.

 

— E ele sempre vai nos amar de volta?  Tornou a verbalizar os pensamentos.

 

— Depende, ele tem uma inclinação para ser mais abertos para nós, mas ele pode tomar caminhos diferentes, nos aceitar é uma escolha dele entende? Eles podem já ter se casado com um humano, meio-fae ou um fae diferente, e decidir viver sua vida com essa pessoa. Um amor não tão encaixado ou “perfeito”, mas ainda assim amor.  Podem escolher jamais amar, como alguns guerreiros escolhem se devotando apenas a segurança. No caso dos humanos é complicado, eles precisam abandonar o mundo deles e vir para o nosso para se “transformar” em algo fae, afinal vivemos mais, mas se formos aceitos por nosso consorte não podemos viver sem eles então precisamos que vivam mais.  É um sacrifício muito grande meu querido, seres humanos são lindos por terem uma realidade especialmente curta, são mais esperançosos e mais imaturos.

 

— E os meio-faes papai? Eles perdem muito também? — Continuou o diálogo.

 

— Bem, eles têm decisões difíceis também, já possuem poderes e se nascerem entre nós são como qualquer fae, porém se do mundo humano forem, tem tanto a perder quanto os humanos. Acrescido de por ter poderes contidos, se entrarem em contato mais profundo com um fae esses poderes são despertos e aí suas escolhas se tornam limitadas.

 

— Contato...íntimo? Como assim? — Indagou, fazendo com que o rei sentisse que aquele seria um longo interrogatório.

 

— Um beijo ou algo mais. Como costumo dar em sua mãe — Explicou. Se o fazem com um fae comum ele tem seu poder despertado, nem precisa ser o próprio par e a partir de então se tornam também seres mágicos, mesmo no mundo humano, seus descendentes também serão assim e também serão despertados por contato, porém se este fae for o consorte é quase um caminho sem volta, um beijo vindo de um fae a quem o outro pertence é uma proposta, algo do tipo “viva comigo para sempre”, é uma das formas mais puras de propor alguém em casamento. Mas o consorte seja humano ou fae ainda pode dizer não e isso, machucaria muito um fae.

 

— Machucaria o quanto? — O garoto fae que Yixing fora, perguntara arregalando os olhos.

 

— Muito, à ponto de o fae em questão desejar estar morto. — Yuwo pronunciou-se de maneira séria como se pensasse em algo distante. Quando teve medo de que sua Aeobi não o aceitasse.

 

— Então eu nunca vou beijar ninguém! — Yixing dissera de maneira decidida.

 

Yuwo riu, caiu nas gargalhadas fazendo cocegas no pequeno filho.

 

— Um dia você vai.

 

 


Notas Finais


Eu sei que não foi um beijão de novela e tal...mas isso chega...né? >.<
O que acharam do cap?


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