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História Fairy City - Daddy's Home


Escrita por: Barthoviche

Notas do Autor


Título: O pai está em casa.
Hayes, significa descendente do fogo. Igneel, vem de Ignis, que é fogo. Por isso achei muito bom o nome, mesmo que Hiro nunca o mencionou.
Bom, o capitulo de hoje parece uma corrida de revelações e se algo vos confundir, não hesitem em perguntar. Afinal, quero que compreendam tudo antes que as tretas das tretas cheguem aqui.

Vocês ficariam muito tristes se o Nalu fosse interrompido por meros capítulos?
E perdoem qualquer erro!

Beijos <3<3<3<3<3<3<3<3<3

Capítulo 44 - Daddy's Home


O laço que nos une...

Para além do sangue...

Para além da razão...

É o que somos...

O nosso segredo.

Ano 251 da Nova Terra

Outono em Fairy City

Escritório de Natsu

 

Quadrigémeos.

Igneel, Polluska, Grandiney e Hayes.

Hayes e Grandiney, ambos mortos.

Pelo que Natsu sabia, Hayes, o gêmeo idêntico de Igneel, havia tocado em Aelin (a sua mãe biológica) de forma sexual. E, como era de se esperar, meses antes de nascer, o seu tio Hayes morreu num terrível acidente. Porém, havia uma dúvida que o perseguia toda a noite: seria ele filho de Hayes? Ou de Igneel?

Bom, seria impossível saber. Gêmeos idênticos.

Já Grandiney... esta errou feio com Igneel, arranjando provas dos crimes que ele cometeu durantes todos os seus quarenta anos de vida e ameaçando entrega-las a mídia. E foi ele, Etherious Natsu Dragneel, quem executou a ‘limpeza’.

Ainda pesadelos daquela tarde intragável...

 

 

A noite havia caído na Mansão dos Dragneel.

O seu treinamento havia terminado e andava em direção a casa, saindo do dojo, desejando apenas um banho quente, comida e o descanso merecido.

Quando alcançou a porta principal, notou-a aberta: algo incomum. O seu ritmo cardíaco aumentou, imaginando um os acionistas inimigos havia finalmente contratado alguém para eliminar Igneel e, infelizmente, ele também fazia parte da lista de herdeiros.

Ele jamais ira acreditar numa palavras que sai dessa tua boca nojenta! a voz alta do seu pai ultrapassou a abertura.

Natsu respirou mais calmo, mas intrigado com a pessoa que era agredida por tais palavras. Ajeitou o quimono nos ombros e o pedaço de ferro ao lado do corpo, começando a subir os degraus flutuantes que o levaram ao hall de entrada. Todos os seguranças estavam no espaço, empunhando as Eagles e semiautomáticas de médio porte.

O rosado já sabia do que se tratava. Talvez por causa disso, o sangue no seu corpo pareceu congelar, apesar de estar a correr pelas veias com maior velocidade. E, quando os seus olhos se cruzam com outros igualmente verdes, Natsu fica completamente ereto e curava-se – não em sinal de respeito, como muito pensavam, mas para não fazer contato ocular e escapar para a segurança do próprio quarto o mais depressa possível.

Quando ele dá um passo para o elevador, ficando ereto outra vez, a voz do seu pai barra-o:

Meu filho, espera.

O pequeno rosado volta-se para o adulto. Os cabelos do seu pai, beirando ao rosa, mas quente como o fogo e a segunda diferença entre eles; mas, as sobrancelhas esquias e longas, com um franzir perene, eram iguais em ambos, tal como o nariz estreito e a carga de energia sombria que ele pareciam irradiar. Mas, o formato dos olhos verdes, pertenciam a sua mãe – grandes e repuxados.

Natsu volta o rosto para o outro adulto, uma mulher. Cabelos rosa, olhos carmim e pálida como pétalas de flor de cera. O nariz era igual ao deles e Natsu permitiu-se recuar um pouco, chocado pela visão: a possível irmã do seu pai amordaçada e amarrada num dos pilares, como um cão vadio e com raiva.

Natsu, meu filho... — Igneel começa ajoelhando-se a frente dele, com lagrimas nos olhos e com uma arma nas mãos. Natsu a conhecia, eram as armas da Acnologia e aquela foi feita exclusivamente para Igneel Esta mulher, a minha irmã gêmea, Grandiney, ameaça a estabilidade da nossa família.

A rosada lutou mais contra as amarras, balbuciando palavras desconhecidas através do pano que restringia a sua boca. Natsu poderia fazer o esforço de compreendê-la, mas estava mais alerta pela proximidade e as lagrimas do seu pai. Igneel nunca mostrou outra emoção que não fosse satisfação, quando maltratava alguém, e raiva, quando os planos e as pessoas não seguiam o curso estipulado por ele mesmo.

Natsu avaliou as possibilidades de libertar a mulher, porque, ao contrário do irmão e do pai, ele nunca queria machucar pessoas da família.

A longa lança de ferro fundido ao lado do seu torso, se arremessada com força, poderia atravessar dois homens, a faca no seu cinto poderia cegar mais dois, se fosse ágil o suficiente, e, a arma do pai, poderia acertar mais oito. E sobejavam mais dez homens intatos.

— E como posso ajudar, pai? — o rosado indaga, chegando rapidamente a única saída: uma morte rápida e indolor a mulher, porque todas as saídas viáveis eram falhas e ambos morreriam, da pior forma possível.

Continuou contemplando a mulher, sentada sobre as suas próprias pernas, o seu cabelo rosado caindo sobre ela e os seus olhos machucados. Os braços puxados para trás, amarrados ao pilar. Ela tremia. Mas, os olhos carmim, antes flamejando em direção a Igneel, concentraram-se nele.

Natsu jurou ter visto um pouco de alegria neles.

— Ela não pode escapar, meu filho.

— Zeref não pode ajudar? — o rosado dirigiu os olhos ao irmão, ao lado do seu pai, que fulminava a mulher com sadismo cru. Ele a queria torturar — Ou quer que eu faça o trabalho?

Natsu testou a lança ao lado do corpo.

Igneel sorri para ele, penteando os cabelos do rosado de apenas nove ano e estende-lhe a arma. Branca. Imaculada. Natsu pôde notar o silenciador na ponta e um desenho cavado em vermelho na mesma, em forma de um dragão.

— Não está travada. Ninguém vai ouvir, a não ser os gritos dela... Atira o quanto quiseres. — meteu-lhe a arma entre as mãozinhas.

Natsu sentiu o peso, o frio da arma. Não a temia. Nem tremia. As balas não eram suficiente para matar todos no hall, mas eram o suficiente para Igneel e Zeref. Mas, mesmo assim, ele seria capaz de matar o próprio pai? A própria tia?

Bem, ele não a conhecia...

Natsu, decidido, contorna o pai que já começava a erguer-se nas pernas e aproxima-se da rosada, que o estuda com os olhos dóceis. Ele optou por calcar a ponta da arma na testa dela: rápido e indolor. Porém, ela levanta-se um pouco e faz com que a arma afaste a mordaça da sua boca.

— Tens a alma do teu pai... — ela diz entre sussurrou esforçados, baixo para que apenas ele entendesse — O coração da tua mãe... — ela continua.

— Mata-a logo, seu merda! — Zeref berra, mas Igneel o acerta com um tapa, derrubando-o imediatamente.

— Tento na boca. — disse calmo e voltou os olhos verdes inquisidores para o rosado.

Natsu estudou-os, mantendo os olhos frios e finalmente tendo uma ponta de esperança: Igneel não era o seu verdadeiro pai. Não havia como ele ter saído das bolas daquele monstro.

— És perfeito, Natsu.

Voltou os olhos para a tia, finalmente compreendendo a docilidade naqueles olhos: era amor. Ela o amava, mesmo que fosse a primeira vez que sentava os olhos nele. O Dragneel mais novo teve que fazer um tremendo esforço para não chorar e receber mais um castigo de Igneel.

— P-perdão... — sussurrou para ela.

— Eu compreendo, pequeno... mas não o deixes vencer a guerra. Ele pode até ganhar quantas batalhas forem possíveis, mas não o deixes ganhar a guerra.

Com essas palavras, a rosada força as corretes, arrebentando-as e correndo em direção a Igneel. Um milésimo de segundo depois, dois buracos distintos aparecem nas suas costas, alarmando o rosado. Ela cai com um baque e Natsu jurava ter ficado tão pálido quanto ela.

Um tapa o acerta, mas não derrubando-o pateticamente quando Zeref.

— Termina o serviço.

Igneel cospe, direcionando-o ao corpo caído da mulher.

Ela tosse algumas vezes, espalhando sangue no tapete a medida que voltava de costas, encarando o rosado com aquela carga de sentimentos. Grandiney tosse mais algumas vezes, sorrindo.

O amor.

Natsu sempre achou que amor era baboseira.

E agora, olhando nos olhos dela, descobriu que era tão real que machucava as suas tripas, o seu peito e os seus olhos, que ardiam das lágrimas resguardadas.

Um clique.

Ele perfurou a testa dela.

Os olhos dela perderam o brilho.

O sorriso enfraqueceu um pouco.

E ele soltou a arma, entrando no elevador, duro e frio.

Na segurança do seu quarto, ele chorou até que o dia amanhecesse.

Um pânico frio instalou-se nas entranhas do rosado depois de ter terminado a vida da própria tia. No fundo da sua alma, ele sabia que não tinha feito nada errado, tinha a poupado de sofrer mais.

Não precisou de muito tempo para entender como o seu pai e o seu irmão funcionavam. Porque dias depois do acontecido, Igneel achou por bem começar a treinar a sua obra-prima: Natsu era um assassino nato. Com nove anos ele atirou na testa de uma mulher, da sua família, e a matou sem nem tremer.

Ganhou habilidades.

Uma força a cada ano maior.

E a capacidade de manter-se frio em momentos oportunos.

Um ser desperta o seu instinto, penetrando o seu estado onírico. Rápido como os seus músculos foram treinados, Natsu agarra o punhal, que está sempre ao lado do colchão, e o gira e atira em direção a porta.

— Natsu?

O punhal falha. Natsu sabia que falharia no segundo em que abandonou a sua mão ainda dormente. Por isso, no instante seguinte, já tinha uma arma engatilhada e apontada em direção ao intruso, antes que este sequer acabasse de dizer o seu nome.

Era Gray, de olhos arregalados e com as mãos para cima.

O rosado suspira, abaixando a pistola.

— Onde está o meu filho? — a voz fria e cortante do ser, preenche o quarto.

A voz tão perto da porta que dispara ele e Lucy para a posição vertical. Natsu ainda estava grogue, zonzo pela noitada e nem desconfiava que ela ainda estava ali. Mas, depressa a puxa para a pôr deitada, escondendo a nudez dela entre os mantos.

Gray sorri, levantando as sobrancelhas divertidamente.

— Ele provavelmente foi ao treino. — Gray responde, voltando-se de costas e marchando até a sala quando fechava a porta atrás de si — As cobertas estão num inferno, e sei que isso o incomoda... devemos ir vê-lo no ginásio?

Natsu reconhece a risada sem sal do próprio pai.

— Pelo que eu saiba, devias estar treinando com ele, Fulbuster. — Igneel aponta, fazendo Gray rir também, como se não soubesse que isso poderia fazê-lo ganhar uma balada nas tripas.

— Alguém me parou as seis da manhã perguntando pelo filho. — Gray brincou.

Natsu pôde ouvir o som do tapa distinto do seu pai contra a pele do moreno. Era o mínimo que alguém ganharia depois de insultar a paciência do matulão ruivo, que mataria por muito menos. Depois o som dos passos de ambos para fora do salão.

Suspirando, o rosado cai de costas na cama, ao lado da loira.

— O teu pai?! — a loira pergunta, aproximando-se dele e falando no seu ouvido com a voz mais baixa possível. O rosado sorri e volta o rosto, beijando os seus lábios.

— Lamento... — o sorrido se alarga e ele a beija mais uma vez, antes de sair da cama — Mas o Grande Dragneel finalmente saiu da sua toca e veio puxar o seu estimado filho para a fossa com ele.

Havia mais sarcasmo do que voz na frase.

Lucy estala a língua, a sua mente entendo em combustão quando ela procura estudar o corpo do rosado andando nu pelo quarto, caçando as suas roupas, e estudando uma forma de sair com ele para o outro lado daquele gigantesco planeta. Mas, a primeira opção ganha a batalha: Natsu era fogo vivo!

— Não te cubras... já vi tudo. — ela brinca quando o rapaz pesca uma calça do chão e a veste com pressa, procurando as botas com os olhos e, ao mesmo tempo, lutando para meter a outra perna no orifício da calça.

— Era eu quem deveria dizer isso. — terminou com a calça e voltou os olhos para ela, descobrindo uma deusa loira entre os lençóis negros.

A pele perolada da loira a dava uma radiação especial, mas entre os panos escuros e com aquele sorriso safado, a única coisa que era conseguia de especial era deixa-lo excitado em segundos.

— Pareces um virgem admirando a sua primeira foda!

— Vou fingir que não ouvi tamanho ultraje. — ele ri e encontra as botas, calçando-as rapidamente e correndo para o closet. Uma camisa apresentável, o desafio do rosado.

Depois de caçar uma t-shirt preta, ele parece aceitar a imagem refletida no espelho gigantesco do quarto, até se deparar com a afronta em sua cabeça. O seu cabelo era naturalmente desarrumado, porém, justo naquele dia, parecia que ele havia se eletrocutado durante a noite inteira.

— Cabelo de sexo... — ele ri para si mesmo.

— Há uma primeira vez para tudo, pois não? — a voz da mais nova fala nas suas costa e ela fica na ponta dos pés para acertar um beijo no seu pescoço exposto — E quero que deixes o cabelo crescer.

O rosado volta-se para estudar a musa nua a sua frente. Ele merecia tamanho prémio? A única coisa que ele deu as mulheres foram as duas coisas que ele tinha em abundancia: pênis, vulgo sexo cru e dinheiro (de Zeref), status também servia.

— Agora és minha.

— Correção: tu me pertences, Dragneel!

— Aceito. — inclinou-se e beijou o seu nariz — Veste o meu casaco... — apontou para uma poltrona, que por acaso era usada como cabide — ...tem o meu nome.

Lucy acompanhou o olhar dele, sentando os olhos num casaco old fashion, universitário e com o nome END, em letras garrafais, vermelhar e berrantes, gravadas nas costas. A loira torce o nariz, sentindo que ainda não estava pronta para declarar ao mundo que Etherious Natsu Dragneel era seu. Já tinha muita porra para engolir depois da morte do seu pai – que ainda doía como fogo no seu peito – e não sabia como o fã clube dele iria aceitar tal territorialismo.

— É enorme. — constatou quando a pegou e a abriu na sua largura total.  Sob medida para o rosado, mas o dobro dela...pelo menos agora que ela tinha vinte quilos a menos.

— Não deixes que eles vejam a tua fraqueza... — aproximou-se dela, vestindo-a com a roupa e enrolando as mangas, dando-a liberdade nas mãozinhas levemente calejadas pelos treino puxado com Aquários e as tarefas domesticas, entre outras atividades de engenharia.

Ela logo soube que Natsu não queria que todos soubessem a dramática perda de peso dela, que ela estava ainda com cicatrizes pela morte do pai. Ele e Laylah eram muito protetores, mas Natsu estava ao lado dela e a mãe, bem, já lá iam quatro anos desde a última vez que a viu.

— Não vou deixar que vejam como fraqueza! Talvez eles pensem que quero ser uma modelo e talvez eu faça isso... — sorriu para Natsu, que apenas ficou pasmo com a proposta da loira — Mas, se o casaco irá acalmar esse rio de testosterona, então vou vesti-lo.

— Sim, vais. E agora, minha querida namorada loira, que tal levar essa tua carga de testosterona massiva, digo, estrondosamente quente e terrivelmente lindo namorado, para fora daqui?

— Arrogante.

Ela bufa num sorriso e beija-o, antes que ele se afaste. Ela metia-se nas roupas que havia descartado para que ele a pudesse amar na integral.

— Devo estar... pois é a primeira vez que uma menina perfura as minhas costas.

— Eu não fiz isso... — ela ri, mas logo fica alerta e consulta as unhas — Fiz? — perguntou para elas, tendo Natsu ao seu lado com um enorme sorriso.

Ele engancha o braço nos ombros dela, rebocando-a para fora do quarto. Mas, logo, um pensamento repentino passa pela mente dela: os arranhões eram presente da noite mais quente da sua vida... um presente para Natsu, que alcançou a maioridade. Ou seja, no fim do ano, ele já poderia sair da escola. Com as notas, os elogios dos professores, o fato de Igneel ter voltado, tudo faria com que ele saísse da escola para tomar as rédeas da Acnologia,

Era outono... ou seja, ela tinha apenas o inverno e o princípio da primavera ao lado dele. Não era hoje, nem amanhã, mas a ansiedade de perde-lo repentinamente era impressionante.

— O teu quer levar-te para fora daqui? — os olhos castanhos brilharam para ele e Natsu soube que, por mais forte que ela fosse, ficar sozinha não era uma opção.

— Talvez... — apertou-a contra a lateral do corpo, sorrindo e abrindo a porta com a mão livre — Mas não te preocupes... Eu, bem... Como posso explicar isso sem parecer estranho... — ele suspira e encara o teto por alguns segundos, e depois volta-se para ela, como os olhos semicerrados e um sorriso leve — A tua mãe e o teu pai podem ter se afastado de ti, mas, por mais longe que eu esteja de ti, vou sempre procurar aproximar-me o máximo que eu puder... Nem que eu tenha de raptar-te desta escola.

Antes que ela possa falar, Natsu planta um beijo possessivo e duro nos seus lábios, depois de puxa-la para mais perto.

— Assiste as aulas como se nada tivesse acontecido. — rosnou contra a boca dela e soltou-a, deixando um tapinha amoroso numa das nadegas.

 — Selvagem. — ela cospe, mas sem lutar contra o sorriso que rasga a sua face à medida que ela sai do espaço.

Natsu também sorri, pelo menos até que ela desaparece na porta e fica sério e frio de repente. Ele estala o pescoço e volta-se para trás a tempo de ver Jackal, um dos capangas de Zeref, materializar-se a sua frente.

— O pai do chefe quer conversar contigo.

Ao lado dele, Larcade, o irmão gémeo de August. Sim, Zeref escondia isso de todos, menos de Natsu, que havia descoberto isso muito antes. Ainda não sabia qual era a tramoia por detrás disso, mas desde que Lucy não sofresse, estava se cagando e andando para eles. E, tal como August, Larcade não parecia muito feliz em vê-lo.

Mas o que podia fazer?

O sentimento era mutuo.

— Só dois? — o rosado riu, sombrio — Se eu desse uma merda para isso, acho que eu estaria machucado. Meu pai pensa tão pouco de mim assim?

Porem, Natsu sabia que não era o caso. Pois, no instante seguinte, já derrubava mais dois que surgiram pelas suas costas – Dimaria e Ezel – e faltavam mais alguns. Abaixou a perna que havia usado para chuta-los e observou o resto entrar, já inspecionando o salão com os olhos desconfiados.

— Todos nós somos bons, Mestre, mas são precisos dez para te deter. — Mard Geer, o braço direito de Zeref, entra e põe os olhos brilhando de curiosidade sobre o rosado.

Severo. Silencioso. Perigoso.

Eram as palavras para descrever Mard, mas também ‘pai’. Geer foi o único homem que se aproximou a categoria de pai no coração de Natsu, ensinando-o a sobreviver entre as pequenas torturar, vulgo ‘treinamentos’, de Igneel. Ensinou-o a adaptar-se a pequena família Dragneel, ou morrer tentando. Deixou-o mais esperto, mais forte e desalmado. Todas as suas habilidades natas multiplicadas a enésima potência, e Igneel ainda pensava era o maior professor de todos.

Já ouviu falar de garantias, Mestre? Os dragões e demônios que possuem garantias raramente as utilizam. Aqueles que não possuem merda nenhuma acabam precisando de garantia. Vês aquela flecha? Use-a. Vês aquela faca? Empunhe-a, lance-a, aprenda a fazer o mínimo de esforço possível para provocar o máximo de danos que puder… — era o que o moreno rezava para ele, desde criança.

Natsu era a garantia em pessoa.

Mard o viu matar um homem adulto com mais noventa quilos com as mãos limpas. Havia programado o rosado para pensar e processar situações tal como um computador, e os seus músculos capazes de responder a todos esses estímulos em menos um segundo. Natsu sabia que todos os demônios estavam armados: duas armas na cintura, um nas panturrilhas e outra nas costas. O moreno abriu um sorriso orgulhoso ao contatar que Natsu apercebeu-se disso logo que sentou os olhos neles.

— Podes sair pacificamente conosco, ou bater em cada um de nós, ou quem sabe matar-nos a todos? — Geer sorriu, vendo Natsu soltar Jackal do seu agarre e deixa-lo a segundos de desmaiar e depois empurra-los para cima dos outro.

— O que ele quer desta vez? — Natsu carpiu.

Mard, ao contrário do mais novo, odiava desarrumação. Na verdade, ele tinha um Transtorno Obsessivo-Compulsivo, nem sequer aguentava ver uma agulha fora do lugar. Por isso, a cama desarrumada, mesmo que visível por apenas uma fresta da porta do quarto, deixou-a com uma conclusão nas mãos.

— Eu pedi para que não trouxesses estas putas para este local. Este escritório é para negócios... se queres esporrar em alguém, fá-lo naquele ovo a que chamas apartamento! — Mard rosnou para o rosado, que franziu as sobrancelhas, possesso.

— Experimenta chamar a minha mulher de puta mais uma vez e morrer vai ser o teu maior desejo! — o rosado avisou, mesmo que não pretendesse levar a cabo a ameaça.

— Não te apegues a ninguém! — o moreno enfureceu-se imediatamente, não pela ameaça, mas por outro motivo — Ela pode ser a tua fraqueza. — avisou, sentando os olhos no sorriso doentio de Jackal por apenas um segundo. Aproximou-se do rosado, com a voz baixa e sedosa como mel — O teu pai está doente, ele quer que tomes o teu lugar na Acnoloiga.

— Que Zeref o faça! — rosnou.

— Ele não é um Demônio como tu, Mestre.

— Não pretendendo afundar-me na merda que ele fez!

— Ele limpou os negócios. Sem mais assassinatos. Todos os negócios são estritamente financeiros agora. Não temos mais nenhum inimigo declarado. A companhia é um empreendimento bastante bem-sucedido, e ele quer passá-lo oficialmente para o filho. — Mard declarou, não vendo sequer uma singela mudança na expressão do rosado — Tem o sangue tão frio a ponto de lhe negar seu último pedido?

— O que eu posso dizer? O sangue dele corre nas minhas veias.

Com um sorriso frio, Natsu anda até uma cômoda e saca uma Glock e uma Ka-Bar, metendo-as em todo o lugar acessível no corpo, juntamente com a Eagle.

— Mestre... — aproximou-se outra vez, mas mantendo uma distância de segurança, não querendo ser um novo alvo dos escapes do rosado — O seu pai tem apenas mais alguns meses de vida. Porque acha que ele desapareceu por todo esse tempo? Ele estava à procura de uma cura! De uma esperança!

— Estou surpreso por ele pensar que eu me importaria.

— Pelo mesmo, por favor, assume apenas a liderança da parte militar da empresa. Nós o apoiaremos, seremos leais a ti!

Natsu ergueu as sobrancelhas em descrença, segurando uma gargalhada e cruzando os braços enquanto rodava para ver todos os demônios se aproximando. Ficaram todos a sua frente, agarrando os seus punhais e fazendo um corte profundo nos próprio pescoços.

— Seremos leais apenas a ti!

Mard fez o mesmo e depois, juntamente com os outros, esticaram os pescoços para o rosado,

— Não vou sugar-vos!

— Então morreremos por ti!

O seu rosto não revela nem um por cento do turbilhão que arrastava o gelo pelas suas veias, endurecendo a sua voz.

— Onde está Igneel? — rosnou, aproximando-se de Mard.

— Ele vai para um novo local de uma luta; temos um avião pronto para leva-lo.

Natsu não espera por mais nada e crava a boca no corte de Mard, seguindo depois para o dos outros. Até Larcade o fez. A ligação de sangue os tornava fieis e meio que submissos a ele, porém, o que eles não sabiam era que Natsu já era submisso a Lucy. Era Lucy quem os lideraria, a Fêmea Alfa.

Procurou nos olhos de cada um, certificando-se de que engoliam a ameaça no seu olhar, sabendo que seriam muito cuidadosos com os seus próximos passos, especialmente Jackal – que era o mais problemático. O simples olhar perfurando o de outra pessoa, revelava muito mais do que simplesmente embebeda-la.

Bom, nenhuma das duas coisas funcionou com Lucy.

Mas, ele pelo menos sabia que não podia confiar em nenhum deles. Confiava em Mard apenas o suficiente que conseguia confiar num Buldogue – se com raiva, o remédio seria afasta-lo. Tinham de suar muito para receber qualquer coisa parecida com lealdade ou confiança vinda dele.

— Levem-me até ao velho caquético!

A forma como o sangramento parou no pescoço de todos e o rio de energia que infiltrou-se no seu sangue, era prova mais do que o suficiente de que ele já tinha um mini exército as suas ordens.


Notas Finais


.
.
.
EITA!!!
Desconfiem de Jackal!


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