1. Spirit Fanfics >
  2. Faísca (hiatus) >
  3. Garotinha

História Faísca (hiatus) - Garotinha


Escrita por: soturn0

Notas do Autor


Aviso atualizado: A história seguia sendo uma introdução de "Chama Acesa", mas agora tenho tomado uma decisão séria e resolvi modificar alguns fatos aqui (claro, não afeta nada no que escrevi em "Chama Acesa"), só irei adaptar melhor ^=^


Honestamente, não quero que passem a lê-la com o único objetivo de ver ceninhas hot's, a sério, tem pessoas decentes aqui, OK? U_U
E sim, providenciarei pontos de vistas diferentes em decorrer da história, somente porque quero deixar tudo, dessa vez, esclarecido, já que não tive essa chance enquanto escrevia a outra história ^=^


E por fim, assim como em Chama Acesa, aqui também terá quase as mesmas abordagens de lá, eu digo, temáticas pesadas demais para serem tratadas com descasos. Ou seja, nada de ver o que projetarei aqui como dramas, OK? Eu nunca, em momento algum, irei banalizar temas sensíveis e, claro, deixarei sempre um alerta para esse tipo de abordagem. O que mudará mesmo é o fato da história não ter toda a narrativa "dark" que a original tinha, tendo em vista que narrarei com o Castiel a partir daqui.




Qualquer dúvida, opiniões, críticas, podem deixar esclarecidos. Menos ofensas ou ataques gratuitos, pois vou ignorar com prazer ( ꈍᴗꈍ)


Beijinhos ( ˘ ³˘)♥

Capítulo 1 - Garotinha


Haviam explosões em mim que se o vento soprasse virava pó e eu tentava permanecer no meu canto para não ser visto por maus olhados, no entanto, somente quando eu encontrava um abrigo era que eu corria até lá como forma de me esconder do mundo, enquanto uma ventania forte batia em meu rosto, me dando esperança de que o dia seria bom lá fora. Às vezes, isso era em vão, porque sempre caía uma chuva após, e eu me via aos prantos, sem rumo e exausto. E tudo se tornava vasto e aguado. Tudo me oprimia e evaporava feito a brasa do meu cigarro.

Suguei a fumaça para dentro de mim até senti-la circulando pelas veias que iam até os meus pulmões e a soprei lentamente para o alto, ignorando as pontadas fortes fechando meu coração. Era a melhor maneira que eu encontrava para relaxar toda a tensão e sobrecarga de estar sozinho mais uma vez, já que meu único fiel amigo havia desistido de sair comigo numa noite como aquela. Não que fosse a melhor coisa a se fazer ou que eu estivesse desconsiderando o fato de ter uma amiga também, mas eu não acreditava que ela abriria mão de sair com suas amigas para passar uma noite num bar cheio de marmanjos e bêbados nojentos. Não, Ambre estava fora de ser a pessoa que aguentaria permanecer num lugar fedido como o Ibiza Club.

O cheiro forte de Montilla chegava a arder meu estômago, mas não se comparava a descida sanguinária e infernal que fazia para o mesmo quando eu ingeria o primeiro gole; ardia feito a lava vulcânica. Se é que lava vulcânica ardesse... O fato de ter meus dezoito anos não impedia que Max pedisse minha identidade, para comprovar que eu realmente podia usufruir de qualquer droga contida naquele lugar mesquinho. Olhando bem para as poucas mulheres que para ali iam, até que poderia partir para o princípio básico de saídas noturnas de bebedeiras; alimentar a fera em mim também era uma das minhas metas, pois não?

A quem eu queria enganar, afinal? Eu nunca fui para cama com nenhuma garota mais após aquela diaba da Debrah. E não que não houvesse oportunidades, contudo, a simples ideia de ter que acordar na manhã seguinte com um enorme vazio de sempre não valia a pena. Por que eu faria isso? Essa merda não me levaria a lugar algum de qualquer forma. Eu só gastaria meu tempo, meu apartamento e meu corpo não estava para ser usado por uma qualquer ou um qualquer. Quer dizer... Credo!

“Senhoras e Senhores, uma salva de palmas para...”

Fui desviado da atenção do anunciante para a ligação que recebi.

Como anda o meu bolinho de cenoura favorito?

Virei o resto de rum do meu copo antes de dar uma revirada de olhos.

— Bolinho de cenoura? Quantos apelidos me dará em menos de um ano?

Ambre riu e soltou um gritinho de reclamação quando, provavelmente, uma de suas amigas lhe puxou pelo braço.

Quer que eu te faça companhia? Lysandre me contou que você foi ao bar... — ela disse pausadamente a palavra bar e eu odiava quando Ambre fazia isso. — Oh, por favor, não ligue para a Debrah.

— Não vou ligar. Por que eu ligaria? Eu estou bem! Não vou ligar!

Você repetiu duas vezes a mesma frase ou seja; você vai ligar. Estou indo para aí.

— Ambre, não! — soltei, mas foi em vão quando ela já havia encerrado a ligação.

Um suspiro longo me escapou enquanto eu me encolhia no assento e meus ouvidos eram alarmados pela melodia sombria de uma música. Os contrastes da guitarra elétrica eram arrepiantes, aliás. Minha cabeça virou para o palco, porém, eu não consegui ver nada conforme as inúmeras cabeças do pessoal que se instalava na frente deste, curiosas para ver a performance de sabe-se lá quem. Somente quando fui despertado pela voz mais angelical que já ouvi na minha vida e doce feito caramelo, foi que eu quis matar minha curiosidade para saber quem estava por trás daquele show todo.

Uma garota com, mais ou menos, um e sessenta, ou por aí, de altura cantarolava como se fosse a estrela do Heavy Metal, embora suas roupas a desviassem para o caminho do Grunge. A pele parda feito um pôr-do-sol mais belo que já avistei não era nada quando seus olhos de girassóis mágicos se iluminavam para algum ponto fixo. Os cabelos longos metade azul bebê e a outra roxeada combinavam com a fofura da sua voz, apesar da sua braveza ser apercebida pela maneira como ela encarava o público à sua frente e revirava os olhos a cada vez que um babaca gritava um palavrão.

Contudo, foi na frase à seguir que nosso olhar se cruzou pela primeira vez e isso foi o bastante para o meu coração querer soltar da minha boca, logo, inevitavelmente, não pude conter o engasgar com a bebida que ainda circulava pela minha garganta.

E todo mundo cantou o refrão junto com ela, como se já houvessem outras ocasiões como aquela, cantando aquela mesma música melodramática desconhecida por mim. Era admirável o seu talento na guitarra pelo fato da garota tocá-la de forma insana e descontraída, como se não desse bola para nada além do Rock ou como se estivesse massacrando qualquer guitarrista que existia ali e, bem, eu era o único naquele círculo fervente.

— Ãhn, me serve uma cerveja — ela apareceu ao meu lado quando terminou seu pequeno show e eu achei que fosse morrer com a falta de oxigênio no cérebro. Por sinal, seu perfume era agradavelmente bom. Parecia ter sido feito para realezas de tão puro e marcante que era, tal como Jasmim.

— Não servimos bebidas para menores — Alison, a garçonete, murmurou.

A garota deu uma revirada profunda de olhos antes de bufar.

— Qual é, Alison! Eu cantei de graça, não? Mereço uma recompensa — ela justificou, fazendo um beicinho engraçado.

— Desculpa, Olívia. São as regras da casa.

— Certo! Lembrarei disso quando me chamarem para tocar de novo! — Olívia exclamou, ajeitando a guitarra para ir embora e eu fui rápido ao chamar sua atenção para mim.

— Bonita camiseta — aquele foi o comentário mais idiota que fiz sobre sua camisa do Iron Maiden e me arrependi amargamente disso ao ser alvo do seu arquear de sobrancelha. — É... Você manda bem nessa Ibanez.

— OK, tchau.

— Quer tomar uma bebida comigo? Por minha conta.

Ela parou os passos e ponderou um pouco.

— Seja direto — pediu, se voltando para mim.

— Eu sou Castiel e moro há uns quatro quarteirões daqui.

A garota sorriu e, minha nossa! Era o sorriso mais espontaneamente bonito que já avistei um dia, onde covinhas profundas se saltavam ao redor. Algo parecido como batidas de asas chegou até meu estômago. Oh, merda.

— Sem chances, garanhão. Estou para vender minha virgindade, no momento — num cruzar de braços sobre o peito, notei sua maneira curiosa de esperar os meus argumentos. Eu estava perdido, certeza.

Fiz uma pausa, repensando num jeito mais argumentativo de persuadi-la, mas de forma brincalhona o possível.

— Não foi um convite. Você não faz o meu tipo.

Olivia inclinou a cabeça para o lado enquanto olhava para o chão. Não me parecia ofendida pela forma que falei a minha primeira mentira da noite. Menos mal, menos mal...

— Deixa eu adivinhar... Você toca, tem um gato e gosta de filmes de terror. Quer que eu vá até sua casa para a gente beber e, depois, você... Ãhn — ponderou, os olhos esverdeados brilhando. Era isso, esse era o meu fim. — Sei lá, talvez um sacrifício se enquadra aqui, não?

Foi a minha vez de rir. Ou mais do que isso; eu simplesmente gargalhei com sua resposta.

— Tenho um cachorro e sou emancipado. A parte do sacrifício... Hum, estava pensando se poderia me rejuvenescer, tipo como Garoto Infernal... — dei de ombros, esperando não parecer tão tirano e desesperado, e fiquei atônico quando a risada dela eriçou os pelos da minha nuca com minha referência. 

— Gosto desse filme... E de cachorros — ela fez uma careta fofinha, seus lábios se erguendo preguiçosamente num mais novo sorrisinho. O tipo que me faria rastejar facilmente aos seus pés.

— Oi, meu bolinho de cenoura! Cheguei! — Ambre surgiu do nada, jogando os braços ao redor do meu pescoço ao passo em que se esticava para beijar minha face. — Quem é essa? — ela perguntou para a Olívia, que nos olhava como se prendesse o riso.

Tinha que aparecer justo agora, Amby?

— Uma amiga — respondi num resmungo irritado, mal percebendo a rouquidão da minha voz.

— Oi, prazer, eu sou Ambre! — ela estendeu a mão para a garota que recusou erguendo suas mãos num sinal de “sem ofensas, mas nada de toques”.

— Vou indo nessa. Até mais, Casty — Olívia foi embora, deixando Ambre e eu para trás.

Afastei a minha amiga de mim, aborrecido por ela ter deixado no ar que éramos namorados e por, principalmente, ter espantado a garota que tinha tudo para ser... Foda-se! O que eu estava fazendo? Por que eu queria esquecer a Debrah com a primeira que me aparecesse? E, no entanto, ela me parecia tão insubstituível...

— O que foi, Cas? Está triste pela garota ter ido embora?

Voltei para o lugar que eu estava anteriormente para pedir outra bebida. Eu precisava relaxar mais um pouco. 

— Deixa para lá — pedi, verificando se ela tinha ido mesmo embora. Não era pela garota, quer dizer, talvez até fosse. Contudo, achava estúpido da minha parte acreditar que poderia ser ela; a minha salvadora. — E você? Está bem? Não devia ter abandonado suas amigas por mim.

Ela suspirou e se acomodou no banco ao lado de mim.

— Você precisa parar de achar que eu não faria o mesmo que você faz por mim. Vamos lá; ânimo. Tente se divertir um pouco e tira o nome “Debrah” da sua lista mental — Ambre pediu, fazendo uma cara de nojo para tal nome. — Por que você não vai atrás daquela garota? Ela parecia ser legal. Além disso, ela toca guitarra pelo que vi. Pode ser interessante para você. Me deixaria feliz saber que alguém conseguiu tirar a demônia lá, do seu coração.

Ambre estava mentindo em algumas partes naquele seu discurso. Se tornou padrão ela acrescentar o “me deixaria feliz saber que alguém...” em qualquer texto que ela recitava usando a minha ex namorada como referência do que ela me fez e de como nós terminamos. Ambos sabíamos que não era bem assim que ela ficaria, ambos sabíamos que ela era quem queria ser a pessoa que preencheria o vazio do meu peito, porque ela ainda era apaixonada por mim. Entretanto, era bom saber que tinha o apoio dela para esse tipo de coisa, que apesar de tudo ela ainda continuaria do meu lado sem esperar nada em troca ou um pouco de afeto amoroso. Ambre era uma boa amiga, afinal, e foi só por saber que teria, não só ela, como o Lysandre para dividir uma bebida e ouvir meus lamentos, caso eu me decepcionasse de novo, que eu decidi ir atrás da Olívia.

Eu só não esperava encontrá-la com Simon Madison.

— Tarde demais — sibilei, amuado, enquanto encolhia meus ombros.

— Ei, Castiel — o rapaz chamou, com a Olívia nas costas. — Debrah me contou sobre vocês.

Eu já imaginava o que viria a seguir, portanto, dispensei as condolências ou seja lá o que aquele cara queria dizer.

— É — desviei os olhos, acenando educadamente uma única vez.

— Está afim de ir numa festa na minha casa? Bebida é por conta da casa e pode levar sua amiga bonitinha aí também — ele disse, apontando para a Ambre atrás de mim. — Vamos nessa, Lilou?

Olívia rolou novamente os olhos para o apelido que recebeu e bateu no braço do seu amigo num incentivo claro para que ele prosseguisse. E os dois saíram na frente com o rapaz chacoalhando a garota nas costas e lhe tirando boas gargalhadas, inclusive.

— Acha que eles são namorados? — perguntei para a minha amiga.

— Vá lá e descubra — ela me aconselhou, dando duas batidinhas no meu ombro.

E eu fui mesmo, totalmente desgostoso e por pura estupidez.

Simon nos levou em seu carro até a casa dos seus pais que, por coincidência, era situava próximo ao prédio em que eu morava, mas em comparação ao meu apartamento, a mansão deste era triplamente enorme e bem jeitosa. O ambiente em si tinha um ar gótico, coberto por esculturas medievais e pinturas tenebrosas que podiam ser facilmente confundidas com um monumento de uma família vampiresca. No estilo do rapaz mesmo, aliás, suas tatuagens falavam por si só. Ele era bem o tipo de cara que moraria num lugar como aquele.

Olívia e ele adentraram no cômodo aos berros quando uma música agitada e agressiva tocava no som alto, ao tempo em que alguns adolescentes dançavam, eufóricos, pela casa. Já Ambre e eu, entramos com cautela e meio receosos de estarmos participando de alguma espécie marcante de ritual satânico ou coisa parecida. Foi assustador.

— E aí, vocês bebem o quê? — Simon nos perguntou, ao se acomodar ao meu lado no sofá.

— Água.

— Rum — Ambre e eu disséssemos ao mesmo tempo, trocando olhares intrigantes um para o outro.

— A loirinha não bebe? — o rapaz se inclinou para mim para olhar para minha amiga com um sorriso de raposa.

— Não tenho dezoito anos ainda.

— Oh! — ele acenou e gritou na direção da Olívia: — Lilou, traz uma água e Montilla para o casal.

A garota lhe mostrou o dedo do meio antes de o ignorar e voltar para o que fazia.

— Eu vou buscar. Onde fica? — Ambre se ofereceu e Simon lhe indicou o caminho certo.

— Então, estão saindo? — ele apontou para a garota depois que ela se foi, mais em específico para a bunda dela... Logo, eu concluí que a Olívia estava livre, ou talvez estivesse num relacionamento aberto com ele, o que era bem estranho, por sinal.

— Você namora a Olívia? — fui direto, sem tirar meus olhos da nova performance dela ao tocar About A Girl do Nirvana. Era isso, ela me lembrava o Kurt Cobain com aqueles cabelos coloridos e as calças bastante desbotadas e rasgadas.

— Ah! Espertinho! Está de olho na Lilou! — Simon sorriu com malícia e colocou seu braço ao redor de mim para conversarmos mano a mano. Achei aquilo desconfortável, mas não quis entrar numa discussão sobre “limites”. — Olha só, se está interessado nela, eu te aconselho a ir fundo, porque ela é uma boa garota, ótima amiga e ainda por cima, toca guitarra como ninguém. Mas, não vá com a ideia de querer se apaixonar, não, porque... — ele riu e se aproximou mais de mim para sussurrar alguma coisa: — Olívia é bem desapegada, sabe? A última pessoa que ela namorou cometeu suicídio uns anos atrás e ela ainda está de luto, portanto, não mexa com os sentimentos dela, cara. Você não vai gostar de descobrir o que tem por trás daquele revirar de olhos.

Nesse mesmo momento, a garota fez um sinal para que eu fosse até ela e eu, idiota e fora do juízo normal, fui.

— Tarde demais — ainda disse quando me afastei do seu amigo cabeludo.

— Quer ver algo lá encima?

Fiquei boquiaberto, mas não demonstrei tanta surpresa assim pela sua proposta indecente. Fomos buscar algumas bebidas antes de seguirmos para as escadas.

— Bom, se o convite for para vermos um filme do exorcista enquanto o pessoal daqui se ajeita para começar o ritual, eu aceito. Agora, se for para você usar do meu corpinho irresistível como se fosse a melhor droga que você já experimentou na vida e depois, descartar... Eu também aceito, Liv — sorri e ela também sorriu, mas depois caiu na gargalhada jocosa.

— Você é sadomasoquista, por acaso? — Olívia ergueu uma sobrancelha e semicerrou os olhos logo em seguida ao esperar por uma resposta.

— Sempre quis saber como era ter o coração quebrado por uma guitarrista metida a Kurt Cobain.

— Certo. Vamos lá, Till Lindemann; mostre seu talento como Bad Boy sarcástico.

— Ei! Quem é esse? — perguntei ao segui-la para a escada enorme que havia no fundo da sala.

— Vocalista do Rammstein, a banda que tocava quando chegamos. Sua voz é bem parecida com a dele.

Agitei a cabeça, pensando se aquilo era ironia sua ou não.

— Essa casa é enorme. Onde estão os pais desse cara?

— Viajando, ou pelos menos é o que parece. Na verdade, Simon gosta de se convencer de que seus pais tem coisas a tratar fora do país, mas todos sabemos que cada um deles estão visitando sua segunda família. Poliamor que se chama, não é? Não é como se o meu amigo ligasse para isso quando se tem uma irmã prestativa como a dele — ela me contou enquanto caminhávamos lado a lado com algumas latas de cerveja na mão.

Entramos no quarto do Simon e prosseguimos para a casa de banho imensa que ali havia.

— É aqui que você bebe o meu sangue como início do ritual?

A garota levantou o olhar para o céu.

— Cale a boca, Cast! — sorriu levemente ao empurrar uma bebida para o meu peito e ir até a hidromassagem vazia. — Aqui é melhor para conversar — acrescentou, suas sobrancelhas se arrebitaram de uma maneira muito sugestiva e ousada.

Abanei a cabeça ao sorrir para a tamanha bobagem que pensei com aquela sua cantada indireta e fui me sentar de frente para ela. Abrimos, os dois, uma lata de cerveja e ficamos conversando sobre coisas aleatórias por um considerável tempo ao passo em que, vezes ou outras, trocávamos olhares cúmplices de sarcasmos.

— Se importa se eu colocar música? — ela perguntou depois de um período. Seus olhos já demonstrava o cansaço da noite, embora ela me parecesse muito animada para aquilo. Neguei com a cabeça como um incentivo para que ela colocasse o que quisesse. Eu não estava me importando mais com nada além dela ali, da sua companhia exclusiva. — Então, você costuma chegar assim para todas as garotas?

— Só com as de nariz empinadinho como o seu.

Ela bateu na minha mão e tapou a boca ao rir com o fato de ter quase derrubado o resto da minha bebida.

— Desculpa, eu... Ah, merda! Estou um pouco alterada! — a garota riu de si mesma e me encarou com seus olhos grandes. — E você está?

— Um pouco, mas não pelas cervejas. Tomei umas três doses de Rum antes de vir para cá.

— Eu vi — sibilou, lambendo os lábios avulsamente ao passo em que se via absorta. — O que acha de brincamos de “Eu nunca”?, mais com novas regras, já que não temos mais bebidas...

— Se isso não for um motivo que encontrou para tirar aproveito de mi...

— Cale a droga dessa boca, Cast! — ela gritou alto ao ponto de não perceber ou se importar. Tampouco eu liguei, pelo fato que estava ocupado demais a segurando em meus braços quando ela se jogou para cima de mim com tudo para me beijar.

Seu beijo era amargo, quente e lento por conta de termos consumido cerveja, mesmo que poucas, contudo, ao longo do tempo se tornou algo previsível a um sabor especial, algo que eu não esqueceria nem mesmo numa outra vida. Parecia que eu estava apreciando a textura dócil de uns lábios revestidos a algodão doce de tão leves que eles eram e, ao mesmo tempo, era fervente feito cappuccino, que me fazia prender um grunhido animal a cada vez que sua língua atrevida tocava a minha. Aparentemente, ela mostrava se divertir com isso e eu não me importava nem um pouquinho, no entanto, isso, não facilitava que eu reprimisse o meu desejo de sugar fortemente seu lábio inferior de uma vez para moldar sua boca na minha, antes de passar minha língua por entre seus lábios molhados, sentindo mais uma vez o gosto caramelizado da sua saliva.

No tempo em que nossos lábios se derretiam um no outro, puxei-a para o meu colo, deixando que Olívia torneasse suas pernas ao meu redor.

E foi aí que tudo começou; a troca mútua de olhares, as reviradas de olhos a cada comentário inútil que eu fazia e todo o sarcasmo de um compactuando com o do outro, sem contar na sua risada, que era como uma canção lenta tocada por Corey Taylor em Stone Sour e aquelas suas covinhas maravilhosas espelhando o seu sorriso — o melhor e mais lindo que já encontrei na minha vida —, só me incitava a querer mais. Mais conhecê-la e encontrar todos os motivos para ser somente seu.

Era ela, tinha que ser ela; a minha garotinha.




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...