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História Faíscas do Passado - Faíscas do Destino


Escrita por: Ggukiechu e Shinegguk

Notas do Autor


Oi, Manuuuuu @chittaphrr!!!
Desculpe a gente por não termos postado no dia do seu aniversário, mas aqui está o seu presente! <3
Como tínhamos que fazer algo especial pra você, não tinha como fugir do bombeiro, né? Será que agora você para de pedir fic com JK bombeiro? kkkkkk

Pensamos na história com muito carinho e acho que você vai poder encontrar traços de nós três nela.
E os gatos têm um papel muito importante na história, já que você também ama gatos. <3

É provável que a fic seja uma three shot.
Nós esperamos que você goste.
Te amamos muito, ômega safada. 💜

Boa leitura a todos.

PS: ainda não foi betado.

Capítulo 1 - Faíscas do Destino


Há momentos na vida que são impossíveis de esquecer. Acontecimentos que deixaram uma marca tão profunda, que os levaremos sempre conosco, lembranças que jamais serão apagadas. Me recordo perfeitamente daquele dia, do desespero que senti naqueles que pareceram os minutos mais longos de toda a minha vida. Ainda consigo sentir o calor e o medo me envolvendo enquanto me encolhida apavorado, tentando transmitir aquele serzinho em meus braços a segurança e amparo os quais eu mesmo necessitava, o protegendo enquanto eu mesmo estava indefeso e completamente desprotegido, esperando que alguém pudesse nos salvar.


Era uma quinta-feira à tarde, meus pais haviam saído por alguns minutos e eu estava sozinho em casa com o meu gatinho, aquele o qual estava sempre junto e era o meu maior companheiro. Eu tinha apenas dez anos, mas sempre gostei de animais. Pode parecer que meus pais eram responsáveis por deixarem uma criança sozinha em casa, e talvez realmente tenham sido um pouco, porém, eles haviam apenas ido até a casa dos vizinhos, agradecê-los por terem vigiado a nossa casa enquanto estávamos fora, já que havíamos viajado para Busan para visitar meus avós. Eles sempre foram pais cuidadosos, contudo, como se tratava apenas de alguns minutos e somente iriam na casa dos vizinhos e eu estava cansado pela viagem, não acharam que teria problema e aconteceria aquilo tudo o que aconteceu e que, apenas alguns minutos, seriam o bastante para proporcionar o momento mais aterrorizante das nossas vidas até então e que nos deixariam marcas das quais jamais conseguiríamos nos esquecer. Se eles pudessem, tenho certeza que voltariam no tempo para não me deixar sequer um segundo sozinho naquele dia.


Enquanto os meus pais haviam ido falar com os vizinhos, aproveitei para brincar com o Pintadinho, o meu gato tricolor — o que é raro para um gato macho e que, naquela época, ao menos soubesse disso. Eu estava na sala, contente por estar novamente em casa e me sentir tão à vontade, mesmo que amasse meus avós e adorasse passar um tempo na casa deles. Estava brincando com o Pintadinho com os brinquedos dele por toda a casa e, enquanto brincava com a varinha e ele tentava pegar a pena que havia na ponta dela, foi quando tudo aconteceu.


Não lembro bem como tudo ocorreu, pareceu tão rápido, apenas lembro das chamas começarem a se alastrar no momento em que o Pintadinho esbarrou em um dos "candelabros" antigos que minha mãe gostava de deixar em cima da mesa de jantar para decoração. Assim que chegamos, ela havia colocado velas novas nele e um pouco antes de sair para casa dos vizinhos, havia ascendido para deixar tudo para o jantar e, no momento em que o meu gato pulou em cima da mesa ao que eu corria atrás dele, ele esbarrou no candelabro e acabou o derrubando, fazendo com que as velas acesas caíssem sobre o pano que cobria a mesa de jantar e logo começasse a incendiar toda a casa enquanto eu apenas observava aquilo tudo apavorado em um estado de choque, sem saber o que fazer e temendo inocentemente pela bronca que receberia dos meus pais, não pela minha própria vida.


Quando o incêndio se espalhou pela cozinha e vi meu gato correr para a sala, fui atrás dele, e só quando notei que as chamas começavam a se fazer presentes ali também e a consumir tudo e bloquear a passagem de saída da casa, foi que me dei conta da gravidade da situação e temer pela minha própria vida, assim como a do Pintadinho. Por isso, a única atitude que conseguir ter, foi correr até o meu gato e o segurar com força de forma protetora, enquanto seguia até os outros cômodos da casa onde as chamas ainda não haviam chegado, gritando pelos meus pais a todo o momento. Foi quando me escondi no quarto do casal, que ouvi os gritos dos meus pais do lado de fora e, poucos minutos depois, o som do carro de bombeiros chegar.


Ouvi os gritos desesperados dos meus pais do lado de fora e choro repleto de agonia da minha mãe, assim como ouvi quando meus pais disseram que iriam entrar para me salvar, mas foram impedidos por aqueles que estavam com eles. Lembro do som da água que usavam quando começaram a tentar controlar as chamas e, pouco tempo depois, um forte estrondo. Depois disso, ouvi passos pela casa e alguém chamar pelo meu nome enquanto me procurava. E, assim que vi aquele homem adentrar o quarto dos meus pais e sorrir ao me ver encolhido ao lado da cama abraçando fortemente aquele pequeno ser de quatro patas em meus braços e logo vir até mim e me estender a mão, foi que finalmente me senti aliviado e protegido.


— Olá, Jimin — ele disse, assim que chegou até mim, estendendo a mão em seguida. — Vim ajudar vocês — declarou, apontando para o gatinho no meu colo.


— Obrigado — ditei, segurando sua mão prontamente, logo recebendo sua ajuda para me levantar.


Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida, ou até o mais marcante, pois foi quando a minha vida foi salva, assim como a do meu gato, e tivemos a chance de continuar a viver. Nunca me esquecerei do momento em que, assim que me estendeu sua mão, subi o olhar até o seu rosto e, mesmo com os seus equipamentos de proteção, pude ver bem  os cabelos negros que eram visíveis e os seus olhos brilhantes e redondos que me transmitiam tanta confiança e bondade; assim como não me esquecerei do nome que vi assim que deci meu olhar até o crachá que havia em seu uniforme, sobre o seu peito, o que se tornou o nome daquele o qual serei eternamente grato: Jeon Jeonghyo.



(...)



Muitos podem pensar que depois do que ocorreu eu me tornei uma pessoa assustada, ou com algum trauma, mas não, apesar de algumas lembranças ainda surgirem, eu não fiquei com algum trauma ou medo do fogo, pelo contrário, depois do meu salvamento eu passei a admirar ainda mais as pessoas que se colocam em risco para salvar as outras, nutri em mim um sentimento de gratidão e comecei a desejar fazer o mesmo algum dia, tanto que me voluntariei para auxiliar em queimadas recorrentes, ajudava tanto em casos de queimadas naturais, na vegetação, quanto nas acidentais, principalmente quando envolvia algum animalzinho. Desde sempre gostei muito de animais, tanto que meu pensamento era sempre proteger meu gatinho de qualquer perigo que aparecesse, então não seria má ideia proteger outros animais que estivessem em apuros, e eu estou muito empenhado nisso.


Pego a mochila e uma maçã para comer durante a minha caminhada, saio de casa ouvindo minha mãe gritar no quanto eu estava magro e precisava me alimentar direito, e que uma maçã não servia como café da manhã, não, eu não como pouco, ela quem exagera muitas vezes. Acontece que eu sempre fico nervoso quando realmente há incêndios, tenho medo de fazer algo errado e acabar piorando a situação, só em pensar nisso já fico receoso e consequentemente, não consigo comer muita coisa, já que penso nessa situação muitas vezes, não me julguem, em algum momento tenho certeza que já passaram pelo mesmo. Ando em passos calmos até a faculdade que ficava bem perto do meu bairro, conhecia quase todo mundo lá, já que poderia me considerar um veterano, exceto os que haviam sido encaminhados transferidos, isso aconteceu por conta das inúmeras queimadas que ocorreram do outro lado da cidade, então uma parte dos alunos foram realocados nas faculdades desse lado, e pelo que meu supervisor falou na semana passada, os novos alunos chegariam hoje, então meu nervosismo aumenta um pouco mais já que são pessoas que não conheço. 


Adentro os grandes portões segurando uma alça da minha mochila, cumprimento o porteiro, como sempre fazia e me dirijo para a sala principal, era grande e acomodava muitas pessoas que trabalhavam na parte da secretaria da faculdade. Ao entrar a minha sala percebo que já há muita movimentação, ali estavam os alunos da minha turma, já bem conhecidos por mim, mas também, outros que eu nunca vira na vida, todos conversavam animadamente, deixo minha mochila em um canto da sala e sento em uma cadeira para esperar as instruções do que faríamos durante o dia, não costumávamos ter muitas tarefas para fazer, minhas manhãs costumam ser bem tranquilas, o que torna meus dias mais interessantes é de fato ter me tornado um voluntário árduo, sempre que eu podia ajudar em algum incêndio, lá estava eu, nem que seja segurando um pequeno balde com água. 


Fico olhando em direção a baderna que a sala estava virando, as vezes eu me perdia em pensamentos e não conseguia prestar atenção em nada que ocorria em minha volta, não recomendo muito, pois já passei vergonhas absurdas, aquelas com direito a ficar com o rosto da cor de um tomate, ou então ser o motivo de risos da sala inteira, ou até mesmo, as duas coisas. Minha mãe diria que isso faz parte da vida de um jovem, mas eu digo que nasci para passar vergonha, já que é o que eu mais faço nessa vida. 


Depois de um dia tranquilo na faculdade, volto para casa, hoje teríamos um jantar que mamãe inventou de última hora, já que passou o dia tentando fazer uma receita nova, e como o bom Park que sou, já sei que será um desastre como na vez que ela tentou algo novo, nem mesmo o Pintadinho se atreve a descer as escadas nesses dias, porque ela faz até uma ração “mais nutritiva” para ele, e ele odeia, não o culpo. 


Ao caminhar pela calçada deixo minha visão vagar pelo ambiente, é fim de tarde, o céu está em um misto de cores, laranja, azul, rosa, sem dúvidas é lindo de se ver, o sol se escondendo para dar lugar a formosa lua. É estranho, pois dentro de mim há uma sensação de que algo vai acontecer, e eu não sei explicar o motivo de eu estar sentindo isso, é assustadoramente intrigante. 


Entro em casa já sentindo um leve cheiro de queimado e ouvindo os resmungos da minha mãe da cozinha, acabo rindo ao subir as escadas indo até o meu quarto, ao chegar lá vejo o Pintadinho deitado em um de meus travesseiros, brincando com sua bolinha de lã, me aproximo acariciando seu pelo de coloração variada, somos muito próximos, ele parece que entende o que eu sinto, quando estou triste ele sempre vem me consolar, então, temos um elo muito forte, ainda mais depois do que aconteceu anos atrás. Pintadinho é o meu companheiro de aventuras, mesmo que elas não saiam de dentro do meu quarto.


Depois de um banho muito bem tomado, desço as escadas arrastando o Pintadinho comigo, ele miava de puro sofrimento e drama, mas se eu teria que comer aquela comida, ele também comeria a ração, tudo em nome da irmandade. Não seria tão ruim assim, não é? Pelo menos eu esperava que não. Adentro a cozinha já vendo a mesa posta, mas antes de me sentar, pego meu celular que havia acabado de emitir o som de uma notificação, era do grupo de voluntários que eu participava, as mensagens diziam que uma grande casa antiga onde funcionava um abrigo para animais de rua havia pegado fogo por conta de um curto circuito, e que precisam de toda a ajuda que conseguissem para tirar os animaizinhos de lá e conter as chamas. Ponho o Pintadinho no chão rapidamente, pego meu casaco e saio de casa em disparado ouvindo os gritos confusos da senhora Park, mas agora eu não tinha tempo para explicar.


Ao chegar em frente à grande mansão antiga de cor acinzentada vejo o caminhão de bombeiros ao lado, e enquanto tentavam conter as chamas outras pessoas iam tirando os animais das áreas que ainda não haviam sido afetadas pelo fogo, me dirijo até lá com rapidez e vou ajudando os demais, eles estavam tão assustados, meu coração apertou ao ver os olhinhos brilhantes e amedrontados daqueles pequenos e indefesos serzinhos. Depois de aparentemente tirar todos de lá, fico olhando os jatos de água indo em direção às grandes janelas, estava próximo a porta e por um momento ouvi um miado vindo de dentro do lugar, chego mais perto para ter certeza, e novamente ouço o mesmo miado, no mesmo instante a imagem do meu gatinho passou pela minha mente, e em como ele estava assustado no meio de labaredas vermelhas, eu não podia deixar que aquele gatinho ficasse lá, então movido por uma onda de coragem eu simplesmente entro na casa sem me importar com as vozes alteradas chamando pelo meu nome do lado de fora. 


O calor era absurdo e a fumaça impedia que eu conseguisse respirar direito, por todos os lugares que eu direcionava o olhar, me deparava com a madeira rangendo, faíscas soltas e móveis deformados, com uma mão cobrindo parcialmente a boca e nariz vou seguindo o som que o gatinho emitia, entro em uma sala e lá estava ele, encolhido em um canto miando desesperadamente. Seguro-o em meus braços fortemente e viro para sair dali, mas uma parte do teto acaba desabando e tapando a única passagem que eu tinha, dou passos para trás a medida que as chamas iam se aproximando, um pânico vai tomando meu interior, o mesmo que senti quando era apenas um garotinho, novamente eu me encontrava na mesma situação, sem saída, com medo, encolhido em um canto segurando fortemente um gatinho em meus braços, mas dessa vez, não sabia se haveria um herói para me salvar, ao menos, naquele momento eu não sabia.  



Minha tosse se intensificou e eu mal conseguia abrir os olhos, deixo lágrimas escorrerem a medida que a esperança de sair dali ia se esvaindo, olho novamente para a passagem tapada e por trás dos escombros noto a silhueta de um homem, no minuto seguinte a passagem foi reaberta e ele se aproximou de mim, meus olhos se prendem a outro par de olhos, mas que estranhamente me eram familiares, segundos depois me veio um choque carregado de lembranças, pois ali, diante de mim, estava um garoto com os mesmos olhos que transbordavam brilho e bondade que eu havia visto no dia do incêndio da minha casa, além da mesma cabeleira escura, não podiam ser a mesma pessoa por questão de idade, mas eu tinha certeza, eram os mesmos olhos, só que agora, mais cativantes e intensos, mais escuros e fortes, mais jovens e curiosos. Não sei o que deu em mim, eu simplesmente não consegui desviar o olhar, ele estendeu a mão para mim.


— Você é o Jimin, certo? — Assenti, ainda assustado, porém, aliviado ao vê-lo ali. — Vamos, está na hora de sairmos daqui. — sua voz doce e melodiosa foi o bastante para me acalmar e fazer com que meu corpo se mexesse. 


Fui guiado por ele até finalmente me ver livre daquelas paredes, fomos recebidos com aplausos e suspiros de alívio, entrego o gatinho para um dos cuidadores e percebo que o rapaz continuava ao meu lado, nos dirigimos até o enorme e vermelho caminhão do corpo de bombeiros de Seoul, seguro no ferro lateral na entrada para conseguir subir nele, até sentir duas mãos em minha cintura dando o apoio que eu necessitava para entrar na enorme caixa de ferro, não consigo reagir muito bem, então acabo sorrindo sem graça e agradecendo em um tom baixo, em troca, recebo um sorriso doce e incrivelmente fofo, me deixado até surpreso em como ele pode ter feições tão fofas e acolhedoras. 


— Obrigado, se você não tivesse aparecido, não sei o que teria sido de mim. —  Finalmente tenho coragem para o agradecer devidamente. 


—  Você foi muito corajoso, Jimin. E eu não deixaria que um rapaz com tamanha coragem ficasse sozinho lá, eu iria até você. —  Novamente fico sem palavras ou reações. 


—  E como devo chamar o meu herói? 


—  Jeongguk, Jeon Jeongguk — E foi aí que tudo pareceu fazer sentido na minha mente.  


Não podia ser uma coincidência, não ao meu ver, provavelmente era o destino brincando comigo e mostrando que talvez um raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar, mas de formas diferentes. Quais as chances de eu ser salvo duas vezes em meios às chamas por pessoas que, além de possuírem o mesmo sobrenome, ainda possuíam os mesmos olhos que brilhavam tão intensamente quanto as chamas? E os seus sorrisos  eram tão acolhedores, e o de Jeongguk, em particular, parecia me fazer ainda mais aquecido. Só poderia ser o destino brincando comigo enquanto colocava a minha vida e a de um gatinho em risco. Talvez, fosse para me mostrar que mesmo em momentos extremos, nunca devemos perder as esperanças. E que por trás de um momento terrível, podemos encontrar algo acolhedor, como as mãos que me foram estendidas em ambas as vezes. Assim como aquele fatídico dia de minha infância não havia saído da minha mente e nem aquele que me salvara, eu tinha certeza que o que havia acontecido neste dia também não sairia, e Jeongguk já estava em minha mente, assim como o seu sorriso que não deixava minha mente; e talvez esse fosse ainda mais difícil de esquecer.


(...)


Depois do ocorrido, voltamos para a base do corpo de bombeiros da cidade. Os outros voluntários e eu viemos juntos para o caso de haver outro chamado naquele dia. A maior parte de nós estávamos na mesma faculdade e éramos estudantes de Medicina Veterinária, e vínhamos principalmente para ajudar algum animalzinho que precisasse de nossa ajuda, além de também estarmos dispostos a ajudar qualquer um que precisasse de nossa ajuda. Mas, quando havia algum animal envolvido e este de machucava e não possuía tutor, os bombeiros os capturavam e levavam para abrigos onde eram tratados por veterinários, porém, agora, nós podemos iniciar os tratamentos antes que fossem levados até lá, sobretudo algo mais sério que precisasse de atendimento imediato.


O gatinho que havíamos resgatado naquela tarde era um desses animais que pareciam não possuir tutor, já que ninguém se manifestou ao retirarmos do local do incêndio e por estar sozinho. Suponho que ele tenha entrado na casa em busca de abrigo ou alimento quando tudo aconteceu. Até agora ele parecia aterrorizado, estava tremendo muito e com os olhinhos arregalados, se assustando com qualquer tipo de aproximação que fazíamos no transporte em que se encontrava. Felizmente, ele não estava fedido, contudo, ainda queria examiná-lo para ter certeza de que estava bem. Ele havia inalado muita fumaça e isso poderia ter afetado um pouco os seus pulmões. Eu estava preocupado, por isso, decidi ir verificar enquanto os bombeiros e os outros voluntários cumprimentavam o Jeon por seu bom trabalho. Realmente nunca havia o visto antes e, ao que parece, aquele havia sido seu primeiro trabalho na equipe. Olhei em sua direção e o via sorrir satisfeito por seu desempenho, ao mesmo tempo que também se mostrava sem graça pelos elogios. Ele parecia ser alguém tímido, e eu não pude deixar de achar aquilo extremamente fofo.


Mas, não era hora de eu ficar pensando no quanto ele era bonito e no quanto seu sorriso era adorável e, sim, checar se o outro gatinho estava bem. Digo, o único gatinho que estava ali. 


Acho que ter inalado tanta fumaça também não me fez bem.


— Oi, bebê. Como você está? — pronunciei, assim que cheguei em frente ao transporte em que o bichano estava, em cima de uma mesa no canto esquerdo da grande sala. — O titio Jimin vai olhar você para ver se está bem, pode ser? — indaguei, enquanto abria a portinha do transporte com cuidado.


Assim que a abri, o gatinho se encolheu ainda mais, bem no fundo do transporte, estava realmente apavorado, tadinho. 


— Não precisa ter medo, não vou te fazer mal — disse com a voz mança, adentrando minha mão direita no interior do transporte vagarosamente, com cuidado para não assustá-lo ainda mais.


Deixei minha mão parada por alguns segundos em frente ao felino, para que ele pudesse sentir meu cheiro e se familiarizar com ele, também para que ele notasse que eu não tinha intenção de machucá-lo. E, assim que percebi que já não estava tão assustado com a minha aproximação, levei minha mão até sua cabeça, o acariciando lentamente. Quando percebi que estava se sentindo bem com o meu carinho e estava aceitando bem o meu contato, o peguei com cuidado e o retirei do transporte para examiná-lo.


Era um gatinho preto e branco, de porte pequeno e muito bonito. Fiquei alguns segundos o admirando antes de retirar alguns de meus instrumentos da mochila e começar a examiná-lo minuciosamente. Ele parecia bem e o pulmão dele aparentemente não havia sofrido muitos danos, porém, também não parecia completamente limpo, o que era normal na situação em que havia o encontrado. Suas narinas também estavam bem sujas, outra consequência de toda aquela fumaça. Contudo, não era nada grave e logo ele estaria completamente bem.


— Como ele está? — Ouvi uma voz perguntar atrás mim, ao que terminava de limpar o focinho do gatinho.


Virei para trás e vi Jeongguk parado enquanto me observa com o gatinho e, assim como eu estava antes, ele parecia preocupado.


— Ele está bem. Ele inalou muita fumaça, mas, felizmente, não o suficiente para afetar verdadeiramente os seus pulmões. — ditei, ao que o moreno me escutava com atenção. — Logo ele estará bem, não é mesmo, bebê? — ditei, sem perceber que havia feito uma voz  infantil ao me dirigir ao gatinho em meu colo. 


Olhei para o Jeon e o vi soltar uma risada silenciosa, o que me fez ficar constrangido no mesmo instante. No entanto, antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele se pronunciou, parando ao meu lado e focando sua atenção no gatinho em minhas mãos.


— Fico feliz por saber disso — comentou, acariciando o queixo do animal com seu indicador. 


O gatinho estendeu a cabeça, deixando o pescoço mais visível para ele, mostrando que havia aprovado seu carinho e queria mais, deixando Jeongguk contente com sua atitude. Ele sorria enquanto dava mais carinho ao bichinho, e eu não saberia dizer qual dos dois estava achando mais encantador. Mas não tenho culpa, o bombeiro também era muito bonito e seu sorriso era lindo, ainda mais de perto. Entretanto, ao mesmo tempo, me senti um pouco enciumado pelo fato de o gatinho tê-lo aceitado tão fácil e pelo moreno ter conseguido conquistar sua confiança tão rápido, eu demorei um pouquinho mais!


— Acho que ele poderia ser nosso mascote — Jeongguk comentou, me deixando um pouco confuso.


— Como assim? Meu e seu? — questionei, incerto, ao que o observava continuando a acariciar o gatinho enquanto eu possuía um grande ponto de interrogação tomando conta de toda minha expressão.


— Não, do corpo de bombeiros — rebateu, levantando o olhar para me encarar, rindo.


Como eu já havia mencionado antes, estou sempre passando vergonhas, principalmente com caras bonitos, por isso, aquele momento seria apenas mais um na minha lista. Minha vontade era de entrar no transporte em que o gatinho estava antes, fechar a portinha e me esconder lá de tanta vergonha. No entanto, eu não poderia, e teria que lidar com meu constrangimento e tentar agir como se nada houvesse acontecido.


— Ah… — proferi, sem graça, pensando em algo para dizer. — Seria uma boa ideia. Mas eu também gostei muito dele.


— Hmm, então devemos mesmo pensar em uma guarda compartilhada — brincou, me deixando ainda mais envergonhado. Só pude rir para tentar disfarçar minha vergonha. — Você já está sendo muito disputado, está vendo só? — proferiu, se direcionando ao gatinho e fazendo carinho em sua cabecinha. 


De certa forma tê-lo tão perto enquanto brincava com o gatinho em meu colo me deixava nervoso. Ainda mais vestindo aquele uniforme e com o cabelo um pouco longo e bagunçado caindo sobre seus olhos enquanto o fazia. Talvez eume sentisse um tanto atraído por bombeiros, ainda mais aquele em especial.


— Antes nós precisamos espalhar panfletos para ver se ele realmente não possui tutor, depois podemos decidi o que faremos — declarei, tentando afastar aqueles pensamentos e tentar agir racionalmente, precisávamos fazer as coisas corretamente, não poderíamos ficar com ele se ele já tivesse um lar.


— Tem razão — Jeon concordou, parando de brincar com o gatinho para arrumar sua postura e me encarar, ficando mais sério. — Posso te ajudar com isso, se quiser.


— Eu agradeço. — Sorri, realmente agradecido. Toda ajuda era bem-vinda para ajudar um bichinho, e gostava de saber que ele se importava com o gatinho assim como eu.


Jeongguk parecia ser uma boa pessoa, e isso me agradava ainda mais nele. E eu jamais poderia esquecer o que ele havia feito por mim naquela tarde.


— Jeon, obrigado mesmo pelo que fez por mim — comecei, porém, logo olhei para o gatinho e tratei de reformular minha frase —, digo, por nós, hoje. Serei sempre muito grato a você.


— Não precisa agradecer — rebateu, sorrindo.


E, naquele instante, ficamos ambos sorrindo por segundos um para o outro sem nem ao menos nos darmos conta e tendo como o único telespectador daquele momento o gatinho que estava no meu colo e que estava a presenciar o surgimento de algo ainda mais intenso e de uma nova vida que nós três viveríamos juntos a partir dali, mas a qual já estávamos destinados a viver.



Notas Finais


Depois que você disse que o gatinho da capa se parecia com o seu, decidi aproveitar o novo gatinho que a Vih colocou para representar o seu e o meu que são preto e brancos. 😔💜
Em breve vamos explorar o lado sexy do JK bombeiro, como você queria. q kkkkkk
Os títulos ficaram bregas do jeito que você gosta, viu só? Vih e eu sofremos. huaehuaehua
Esperamos que tenha gostado, Manu. 💜

Viu como a capa que a Vih fez ficou linda? 😔💕

Obrigada a todos por lerem e até o próximo capítulo. <3


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