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História Faithfully - Capítulo 5


Escrita por: sofiamoonn

Notas do Autor


Uma fotinho do Erik para alegrar o capítulo <3

Capítulo 7 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Faithfully - Capítulo 5

Era um domingo ensolarado, apesar da época do ano, final de outono, o dia estava quente, o que para Manuel era uma dádiva, já que o frio aumentava consideravelmente a dor em seu tornozelo. Era um ótimo dia para um almoço em família, tal qual ele fazia.

            A família de seu irmão tinha convidado para almoçar em sua residência, um típico encontro onde as crianças corriam pela casa e faziam barulho enquanto brincavam. Doutzen e Maria, esposa de Marcel, estavam na cozinha preparando o almoço, enquanto isso Manuel e seu irmão desfrutavam da vista da varanda da casa.

– Você está bem? - Marcel perguntou após um longo período de tempo em que ele e seu irmão não trocavam nenhuma palavra.

            Manuel não tinha sequer vontade de responder, apenas acenou um sim com a cabeça, era o efeito devastador que Nina causava. Ele não conseguia parar de pensar nela, queria se socar por causa disso. Ela não merecia nenhum pensamento vindo dele, ela não queria o seu bem, era egoísta, só pensava nela própria.

            Faziam 15 dias, mas, ele não esquecia nem um segundo do encontro que tiveram. Ele ficava repassando na sua cabeça novamente e novamente. Estava cansando de pensar naquilo, mas não podia evitar, não fazia de propósito. Ele e Nina tinham uma história, não era fácil esquecer tudo que viveram.

            Mas ele não pensava somente no que eles tiveram, em como Nina tinha a mesma aparência de 10 anos atrás, mas também lembrava-se perfeitamente de tudo que a professora falou sobre seu filho. Ele odiava ela. Ela não tinha o direito de falar de seu filho. Não tinha o direito de dizer que tinha algo errado com seu filho, ela não o conhecia, ela sequer conhecia Manuel de verdade.

– Manuel, conte. - o irmão pediu novamente.

– Eu não quero falar. - o loiro resmungou, se afundou ainda mais na espreguiçadeira e suspirou.

– Aconteceu algo que eu deva saber? - novamente o mais velho tentou em seu típico comportamento quando queria tirar algo de Manuel. Ele sabia que o caçula era fechado demais, mas com certa insistência e com sorte, ele conseguia tirar algo do irmão.

– Nina. - o goleiro se cansou de fugir do irmão e o respondeu. Um longo silêncio preencheu o local. Um simples nome, uma simples palavra fez Marcel se calar.

            Manuel não falava de Nina, nem sua esposa sabia acerca de sua ex-namorada. A professora era um assunto estritamente proibido por aqueles que a conheceram. Quando Nina rompeu o relacionamento deles, ele foi enfático ao declarar para todos os amigos e familiares que Nina havia morrido para ele, que ninguém deveria falar sobre ela perto dele.

            Mesmo que os dois tivessem os mesmos amigos, Manuel nunca tinha tido qualquer notícia sobre ela ou sequer encontrou a mesma. A verdade era que o goleiro evitava visitar sua cidade natal, com medo que alguém sem querer contasse algo sobre ela. Ele precisou desse distanciamento, ele precisava esquecer que ela existia, senão ele era capaz de tê-la procurado e implorado para que ela voltasse para ele.

– O que? - Marcel perguntou assim que conseguiu falar alguma coisa.

– Eu vi a Nina. - Manuel respondeu.

– Como? Como isso aconteceu? - o mais velho perguntou perdido, já não estava mais encostado na espreguiçadeira, tamanho era seu espanto, havia se sentado de frente para o irmão.

– Ela é a nova professora de Erik. - o caçula respondeu sem emoção.

– Oh meu Deus, Manuel! Como isso foi acontecer? Essa mulher… Será que ela não está te perseguindo?

– Ela não seria capaz disso, Marcel. - Manuel respondeu, apesar de todos os xingamentos que eram dirigidos para Nina, o goleiro sabia que ela não o perseguiria, ela teve dez longos anos para fazer isso, não seria agora que ela mudaria tal situação.

– Você falou com ela? - Marcel perguntou.

– Não, não falei com ela. - o goleiro mentiu, se ele falasse a verdade teria que dar todos os detalhes para o irmão e ele não queria fazer isso. Ademais, não queria que Marcel se preocupasse com aquilo, era melhor mentir.

– Sinto muito, irmão. Espero que você não a veja novamente.

            Manuel apenas meneou com a cabeça, novamente fechou os olhos, tentando não pensar em nada, mas poucos segundos se passaram até ele ouvir um grito desesperado.

            O grito era estridente e constante, vinha de dentro da casa e ele sabia que o autor do grito desesperado era seu filho, no mesmo segundo Manuel saiu correndo para dentro de casa. Quando estava quase chegando no quarto de onde vinha o grito, escutou os passos apressados da sua esposa.

            Assim que adentrou no quarto a cena era apavorante. Erik estava deitado no chão, gritando e se debatendo. No canto distante do quarto estavam os dois primos menores de Erik, ambos olhavam assustados demais para a cena.

– Erik! Erik! - Manuel gritou para o filho a fim de fazê-lo parar, mas não obteve resultado, o menino continuava a se debater, a qualquer momento ele poderia se machucar.

            Doutzen estava sem reação, no mesmo momento que viu o filho naquele estado longas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela sequer conseguia se mexer.

            Manuel se abaixou e pegou o menino do chão, tal ato não fez o menino parar, pelo contrário, ele se debatia cada vez mais em seu colo. Ele olhou para Doutzen, mas a mesma estava petrificada, não conseguiria ajudar.

            O goleiro saiu apressado pela casa, encontrou o irmão no corredor e resmungou para ele que levaria Erik para casa. O rapaz não parou até chegar no carro, sabia que o filho se acalmaria quando estivesse em casa, quando tivesse em contato com o seu quarto e seus objetos milimetricamente arrumados de um jeito que só Erik arrumava.

            Ele colocou o garoto na cadeirinha e rumou para a casa, era difícil dirigir com os gritos do filho, mas tentou o seu melhor e não demorou para estar dentro de casa. Durante todo o momento Manuel dizia ao filho que estavam chegando em casa, que estavam perto, que tudo estava bem, mas não adiantava, Erik continuava desesperado.

            Manuel levou o filho para o quarto, quando o garoto se deu conta onde estava ele começou a gritar para o pai.

– Me ponha no chão! Me ponha no chão! - Manuel cumpriu o que o filho pedia o mais rápido que pôde, em seguida o garoto foi correndo até a sua cama, onde se deitou e virou-se para a parede, onde não tinha contato visual com o pai.

– Erik? - o pai chamou, mas o garoto não respondeu – Precisamos conversar, você não pode fazer isso na casa dos outros, Erik. - Manuel esperou por alguma resposta, mas ela não veio, o menino estava em silêncio, parecia que nem o escutava. - Erik?

            O garoto não respondeu. Manuel bufou. Era um típico comportamento do filho: fugir do contato visual e não responder quando chamavam por ele.

            Erik já tinha feito algo do tipo anteriormente, mas nunca de se jogar no chão e se debater, Manuel sabia que tudo aquilo era porque o filho queria ir para casa, ficar sozinho. O goleiro ficou assustado quando viu o menino se debater tão fortemente, sua primeira reação foi de sair correndo com o filho temendo que o mesmo se machucasse. Ele sabia que se mandasse Erik parar não adiantaria, ele só pararia quando estivesse em casa.

            Manuel encarou o filho por mais um tempo, ele continuava na mesma posição, quieto, apenas se movimentava com a respiração. O goleiro suspirou, Erik não falaria com ninguém agora. Ele saiu do quarto, foi até a sala onde se sentou no sofá a espera de Doutzen que certamente viria de táxi, visto que Manuel veio embora sozinho.

            Ele esperou pacientemente até que viu a porta da casa se abrir. Doutzen chegou sem falar nada, ela não parou até chegar no quarto deles, nem mesmo o marido sentado no sofá fez ela parar. No caminho para o quarto ela viu o filho deitado e após continuou seu caminho.

            Manuel se irritou com a esposa, mas foi atrás dela, precisavam conversar.

– Doutzen! Espere aí, precisamos conversar. - ele disse adentrando no quarto, Doutzen estava sentada na cama, com o celular em mãos, parecia mexer em algo.

– Conversar sobre a sua cena? - ela perguntou irônica, sem tirar os olhos do celular.

– Cena? - o goleiro riu sem vontade – Erik estava tendo um ataque, Doutzen, será que isso importa pra você? - ele cruzou os braços em frente do corpo enquanto esperava uma resposta da esposa.

– Você me deixou sozinha! - ela acusou irritada, finalmente tirando os olhos do celular por alguns segundos.

– Oh me desculpe se eu estava mais preocupado se Erik poderia se machucar, não tenho culpa se você ficou lá parada. - ele respondeu irônico.

– O que você está querendo dizer com isso? Está dizendo que sou uma mãe ruim? - ela gritou para ele e ele rolou os olhos.

– Eu não estou dizendo nada, quem está dizendo isso é você! - ele respondeu irritado.

– Eu estava assustada! - ela gritou para o marido, a loira se levantou da cama e jogou o celular em qualquer lugar.

– Eu não estou acusando você de nada, Doutzen! - ele novamente disse, mas Doutzen não se acalmou, ela rumou a passos largos para o banheiro do quarto onde fechou a porta com força. Manuel tentou segui-la, mas a mesma tinha trancado a porta.

– Doutzen, abra a porta, precisamos conversar sobre Erik! - ele pediu – Doutzen, por favor! - ele tentou novamente assim que não obteve resposta. - Doutzen! - ele bateu à porta.

– Saia daqui! Eu não quero falar com você! - ela gritou de lá de dentro.

            Manuel suspirou cansado, encostou a testa na porta do banheiro e esperou que logo Doutzen se cansasse do seu jogo e abrisse a porta, mas tal ação não aconteceu. Cansado com a atitude da esposa, ele rumou até a sala.

 

-X-

 

            Manuel ficou o resto do domingo e os próximos dois dias pensando no que fazer. Tudo que ele fazia era lembrar da conversa que teve com Nina, ela tinha falado em autismo. Ele se recusava a acreditar, mas depois do último acontecimento, ele buscou algumas informações na internet e talvez fosse a hora dele deixar seu orgulho de lado e conversar com Nina, ela entendia do assunto.

            Mas era difícil passar por cima de seu orgulho. Até porque, ele ficou anos fugindo de Nina, era desconcertante buscar a presença dela agora. Ele sabia que ela poderia ajudá-lo, ela poderia indicar um médico confiável e dar todas as características de Erik na escola. Por conta disso, lá estava ele, de pé em frente a escola esperando o sino bater, algo que ele evitou nos últimos dias com medo encontrar Nina.

            Ele preferiu usar a desculpa de buscar o filho para conversar com Nina, dessa forma Doutzen não desconfiaria de nada, ele não queria conversar com ela dentro do colégio, sabia que assim as chances da esposa ficar sabendo que ele estava conversando com Nina eram grandes e ele não queria causar alarde.

            Assim que o sino tocasse todos os alunos sairiam, acompanhados de suas professoras que ficavam na frente do colégio esperando os pais pegarem as crianças.

            Ele estava nervoso, tinha que admitir, a presença de sua ex-namorada era desconcertante. Ele tentou, o mais paciente que pôde, esperar o sinal bater e quando o fez, as suas mãos começaram a suar.

            Os primeiros alunos a saírem seriam os menores, sendo assim, Erik seria um dos primeiros a sair. Ele agradeceu por isso, já que não demorou muito para ele avistar o filho caminhando até a saída.

            Logo atrás de alguns alunos com a mesma idade de Erik, vinha uma sorridente Nina, repentinamente, Manuel sentiu as suas mãos suarem, ele estava nervoso. Ela não o viu, ela ficou no portão da escola, cuidando dos alunos enquanto esperava os pais chegarem, Erik estava ao lado dela, parado com as mãos no bolso, ele ainda não tinha visto o pai, normalmente ele ia até o carro, mas hoje Manuel havia dito para Erik que o pegaria no portão.

            O jogador caminhou até a entrada da escola, não poderia evitar aquilo por mais muito tempo. A professora não o viu, assim que ele estava bem próximo pôde ver a expressão de espanto dela, ela não falou com ele, temeu que se o fizesse poderia irritar Manuel, então ela apenas cochichou para o garoto:

– Erik, seu pai chegou. - imediatamente o menino foi até o pai e quando estava junto dele o mesmo se abaixou até ficar na sua altura.

– Você pode me esperar aqui? Preciso falar com a sua professora. - o garoto apenas acenou positivamente enquanto o pai se encaminhava até Nina.

            Em poucos passos ele estava de frente para Nina, com ela o olhando sem entender o que ele fazia.

– Oi. - ele a cumprimentou, em resposta, viu ela franzir as sobrancelhas, estranhando aquela atitude.

– Oi. - ela o respondeu incerta.

– Eu preciso falar com você. - ele disse sem jeito, talvez se sentisse mal por seu comportamento da última vez que se viram.

– Ahn… - ela coçou a cabeça, aquilo era muito estranho para ela – Claro, pode falar.

– Não aqui, em outro lugar. - ele disse – Poderia ser no mesmo lugar que nos vimos da última vez? - ele sugeriu, na verdade, era um ótimo lugar, era discreto, aconchegante e vazio e mesmo que os frequentadores o reconhecessem ele sabia que dificilmente falariam com ele.

– Eu acho que sim. - ela soou um pouco perdida, de fato, estava sem entender tudo aquilo.

– Quando você pode? - ele perguntou e ela quase riu tamanha diferença de comportamento havia ali, da última vez ele estava dando o horário e agora ele perguntava qual o melhor horário para ela.

– Eu não sei, eu estou livre daqui a uma hora. - ela o respondeu.

– Ótimo, eu vou em casa levar Erik e voltarei para te encontrar. Até mais.

            Ela ficou sem reação com aquilo, sequer o respondeu, apenas assistiu enquanto ele dava meia volta e dava a mão para Erik. Aquilo era estranho, definitivamente. Ela suspirou, sequer sabia como se sentia com aquilo, mas, não teria muito tempo para pensar, em poucos minutos teria uma conversa com Manuel.


Notas Finais


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Para spoilers e mais informações da história: https://www.facebook.com/groups/1488944141323557/
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