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História Faithfully - Coquetel


Escrita por: Kalish

Capítulo 4 - Coquetel


Estava em casa, me arrumei como Ino mandou, coloquei o vestido todo em renda preta, costa nua até a metade da coxa, um sapato meia pata da mesma cor do vestido e com o solado vermelho que foi o valor do meu salário, senão ainda mais caro. Meu cabelo estava levemente ondulado, maquiagem leve nos olhos e um batom vinho. Eu estava desconfortável com o tamanho do vestido, estava apavorada em ter que participar de uma "reunião" descontraída, chamada de coquetel. Eu não teria só que escutar e anotar, alguém poderia pedir minha opinião, meu ponto de vista e então eu falaria um monte de besteiras, eu estava pirando quando meu celular tocou.

-Alô?!

-Estou aqui embaixo. - Era Sasuke. Fiquei meio paralisada por alguns instantes.

-Estou descendo. - Desliguei e olhei alguns segundos pro celular. Peguei a pequena bolsa e sai em direção ao elevador do prédio. Quando cheguei a portaria lá estava ele encostado em seu carro, uma lamborghini preta, estava de terno escuro e mais lindo que nunca.

-Vai ficar me olhando assim até que horas? Estamos atrasados. - Dei mais alguns passos, ele abriu a porta pra que eu entrasse, meu rosto queimava com os meus pensamentos.

-Onde está o Jorge?

-Hoje não temos espaço para o motorista. - Ele foi frio, mas posso jurar que vi um sorriso malicioso em seus labios.

O caminho todo foi um silencio total, porém logo percebi um Sasuke fora de sua concha, estava mais espontâneo e menos ranzinza.

Chegamos a um hotel luxuoso no centro da cidade. Logo percebi que também era propriedade da família Uchiha. Chegamos a cobertura do edifício, era um grande salão tão luxuoso quanto o saguão do hotel, repleto de artigos em ouro. Senti Sasuke puxar a minha mão, para que eu continuasse andando, porém eu não sai do lugar.

-O que foi?

-Eu não consigo descer essas escadas, olha o tanto de gente, olha o tamanho desse vestido, eu estou horrorosa e com um perfume barato.

-Você não esta horrorosa, está até aceitável. -Ele tinha um sorriso divertido. - E outra, o cartão da empresa era exatamente para você 
comprar um perfume decente. -Ele deu de ombros.

-Sasuke! - Falei um pouco mais alto, o bastante para atrair olhares. - Por favor me deixe ir embora, eu estou apavorada, não posso descer e simplesmente conversar com pessoas da alta sociedade, eu não sei como fazer isso...

-Senhorita Haruno, estava aguardando a sua chegada. -O pai de Sasuke se adiantou e pegou em minha mão me fazendo descer as escadas. Forcei um sorriso e olhei para trás como um pedido de sorroco a Sasuke, ele apenas sorriu. Como sempre se divertindo com a minha desgraça. Idiota.

Depois de algumas horas, muitas apresentações, conversas e flertes desnecessários de alguns velhos eu decidi ir até uma sacada que estava vazia, olhei em volta e para a minha surpresa o meu chefe estava rindo e passando a mão no braço de uma linda morena que ria com malicia da conversa dos dois, senti na hora uma pontada em meu peito, mas resolvi ignorar toda a cena e as batidas do meu acelerado coração. Me voltei para a sacada, a vista era linda e estava tudo muito perfeito, exceto a dor que eu estava sentindo em meus pés e a vontade de arrastar aquela baranga pelos cabelos pra bem longe do Sasuke.

Tirei o sapato colocando os pés no porcelanato gelado. Fechei meus olhos e senti o vento soar bagunçando meu cabelo e me trazendo o cheiro de um perfume diferente. Olhei para o lado e avistei uma figura, um homem alto e com os cabelos ruivos, elegante como todos naquele salão. Ele me olhou e pude ver seus lindos olhos verdes.

-Boa noite. - Ele disse com as mãos no bolso da calça social.

-Boa noite. - Respondi e logo tentei colocar meus sapatos de volta, e como a grande desengonçada que sou me desequilibrei e cai. Ele se aproximou e me ajudou a levantar, pegou meu sapato e o colocou em meu pé. Eu o observava com atenção a cada toque delicado. -Eu sou muito desastrada...obrigada.

-Não por isso, e usar esses saltos realmente deve dar um grande trabalho. - Ele sorriu e não contive um riso vergonhoso. -  Gaara. -Ele estendeu a mão.

-Sakura! - Peguei em sua mão e ele logo a encostou em seus lábios.

Conversamos por um bom tempo, ele era formado em direito e era um dos advogados de uma multinacional. Falei das minhas vontades nos estudos e um pouco da minha jornada até o momento. Fomos interrompidos por uma imagem que apareceu de repente por trás de nós.

-Sakura?! - Era Sasuke. Reconheceria essa voz vendada em qualquer lugar no mundo. Nos viramos. - Está na hora, amanhã temos trabalho.

-Amanhã é sábado Sasuke. - Ele olhou para Gaara com desdém.

-Sei que dia da semana é amanhã Gaara, e também sei quando os meus funcionários trabalham, principalmente minhas assistentes.

-Tudo bem, estou indo. - Respondi interrompendo aquela cena confusa.

-Eu posso te levar pra casa Saku...

-Estou te esperando no saguão. - Ele virou as costas e começou a andar lentamente.

-É melhor eu ir, não quero problemas com a minha promoção. - Sem dizer nada, Gaara me deu um longo beijo no rosto. E comecei a andar em direção ao Uchiha. Saimos do salão com uma pose impecável. Quando o elevador fechou em nossas costas mostrei minha indignação.

-Qual é o seu problema Uchiha?

-Não sei do que está falando.

-Temos trabalho amanhã? Que tipo de trabalho posso saber?

-Não é da sua conta no momento.

-Ah, você me tira de uma conversa interessante com um cara legal para depois me dizer que não é da minha conta?

-Na verdade te fiz um favor ao te tirar de perto daquele traste.

-Traste muito legal, gentil e educado. Muito diferente de você. Na verdade me faria um favor se me deixasse continuar com a conversa produtiva que eu estava tendo em vez de estar aqui discutindo com você.

-Respira pra falar. Quantas vezes já te falei isso? - Ele me olhava. - E porque aceitou vir comigo Sakura? - Ele se virou e ficou de frente pra mim, seu corpo estava tão perto do meu que pude sentir o perfume amadeirado que emanava de sua pele. -Você tinha carona, porque está nesse elevador comigo?

-Você praticamente me obrigou a estar aqui no momento Sr. Uchiha. Até cheguei a pensar que já estava alguns andares abaixo, num quarto qualquer.

-Agora realmente não sei do que está falando. - Ele se afastou e voltou a postura em que havia entrado no elevador. Aquela situação me devolveu a pontada no peito.

-Você é o tipico homem de negócios, bem vestido e cheio de sí. Que acha que pode ter qualquer mulher em sua cama, sai seduzindo qualquer uma por onde passa com esse sorriso de galã rico dono de empresas...Você é prepotente, arrogante e acha que o mundo gira ao seu redor, acha que seu status vai te fazer conquistar o mundo, mas você está enganado Sasuke Uchiha, pode até acontecer materialmente, mas emocionalmente você nunca estará completo. Dinheiro, luxo e fama não é tudo. - A porta do elevador abriu e sai em passos rapidos em direção a saída.

-O carro está aqui.

-E quem disse que vou entrar nesse seu carro idiota? -continuei andando pela calçada. Eu já havia me afastado do hotel quando percebi o carro vindo em minha direção, me acompanhou e abaixou o vidro.

-Entra no carro e para de ser irritante. - Continuei andando como se não tivesse o visto ali. - Para de ser mimada Sakura. É perigoso. - Meus passos ficaram ainda mais rapidos, vi o carro passar por mim, abaixei minha cabeça e diminui a velocidade.

Na verdade não entendia o motivo da raiva que eu estava sentindo, mas já estava cansada de aguentar as implicâncias do Uchiha. Pela primeira vez eu estava me divertindo em meses e não só correndo de um lado para outro para fazer as vontades do meu chefe idiota enquanto ele ficava jogando charme para a executiva gostosa. Eu queria entender qual era a minha, porque na maioria das vezes eu queria estar no lugar delas.

Balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos que atormentavam minhas noites, ele nunca olharia pra mim como mulher, ele sempre me chamou de menina, para ele eu era apenas isso, uma menina mimada.

Naquela hora senti vontade de chorar, e isso não era mais novidade quando o assunto era Sasuke Uchiha. Naquele instante percebi que não tinha conseguido separar as coisas e que àquele ciúmes era uma leve paixonite que eu tinha desenvolvido pelo meu chefe. Levantei um pouco a cabeça e esbarrei em alguém.

-Descul...O que tá fazendo aqui ainda Uchiha?

-Vou te levar pra casa. Agora.

-Eu já estou indo você não vê?

-Sakura, pelo menos uma vez deixa de ser teimosa e orgulhosa, não discuta e entre no carro.

Tentei voltar a andar e senti seus braços me envolvendo, Sasuke meu pegou no colo sem nenhuma esforço e me levou em direção ao carro. Me jogou, exatamente jogou, no banco do passageiro e antes que eu pudesse protestar ele já estava sentado em seu banco e arrancando com o carro.

-Você tem noção do quanto mimada está sendo no momento? Olha essas ruas e imagina você andando sozinha por ai, no que podia te acontecer. Para de ser impulsiva e agir como se tivesse cinco anos. - O tom de voz dele estava elevado e ele parecia bem nervoso e mesmo assim o ritmo de sua voz era calmo.

-E porque está tão preocupado? Porque tinha coisa melhor pra fazer do que aguentar uma menina mimada e impulsiva numa noite de sexta feira.

Ele acabou não me respondendo o que me deixou com mais raiva. Senti a velocidade diminuindo, já se passavam das quatro da manhã e as ruas estavam desertas, o carro parou em frente ao meu prédio, sai do carro o mais rápido possível e quando dei por mim já estava na porta do meu apartamento.

Aquela noite deveria ser esquecida e eu devia me lembrar que coquetéis não eram lugar de assistentes. Que definitivamente Fugako estava me exibindo como uma de suas acompanhantes, no momento não quis interpretar dessa forma, mas com a cabeça no travesseiro e colocando todos os fatos da noite em ordem, cheguei a essa conclusão. E que Sasuke sentiu ciúmes e depois se arrependeu. E Gaara era realmente lindo, mas não conseguia me ver tendo mais que uma conversa com ele. Definitivamente preciso dormir por umas 72 horas.



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