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História Fake - 18. Fura olho?


Escrita por: porquINO

Notas do Autor


Oooooooi meus amores! Que saudade, eu nem demorei taanto assim, ne?

Enfim, rotina difícil pra escrever mas aos poucos os capítulos saem

Eu to me esforçando muito pra manter a escrita de sempre, mas parece que to tropeçando então me avisem se eu fugir do clima de sempre da história.

Sem enrolação, boa leitura.

Capítulo 18 - 18. Fura olho?


 

P.O.V Hinata Hyuuga

 

A luminosidade da casa me fez tapar os olhos que ardiam e xingar baixinho. Passar a manhã inteira num quarto fechado e escuro tinha me feito fraca a luz solar.

 

Tirei as mãos do rosto para descer as escadas sem causar nenhum acidente e assoei o nariz no lenço de papel antes de enfiá-lo novamente no bolso e abrir a porta de casa.

 

— Boa tarde, Hinata.

 

— Hum… Bom dia… Naruto? — Franzi o cenho confusa com o garoto loiro parado em minha porta com um sorriso no rosto, um papel escrito “enfermeiro” colado na camiseta branca e umas sacolas nos braços.  

 

Seu olhar despendeu do meu rosto horroroso depois de uma noite acordada e desceu pelo moletom rosa de gatinho, a calça legging roxa com flores e as meias de oncinha por cima da legging que eu usava. Meu rosto esquentou ao ser vista no meu pior momento  com o cabelo num completo ninho, com certeza.

 

Abriu um sorriso voltando a olhar nos meus olhos.  

 

— Você está uma gracinha da moda. — O tom de humor era claro e se fosse possível eu teria enrubescido ainda mais.

 

— Quer entrar? — Perguntei dando espaço para ele entrar assim que ficou de costas para mim passei a mão no cabelo colocando aquela desordem no lugar.  Levei alguns segundos para notar que em suas costas havia um papel colado e escrito “substituto”. — Substituto?

 

— É, fico aqui até a Tenten chegar e cuidar de você. — Virou-se com um lindo sorriso no rosto que fez meu peito se derreter. — Espero que não seja difícil te dar remédio.

 

— Só vou tomar os que tiverem gostinho de morango. — Avisei fechando a porta e caminhando até a cozinha.

 

— Temos um problema, então. — Dei uma risada abrindo a geladeira.

 

— Pode se sentar, quer tomar alguma coisa? — Perguntei retirando a garrafa de água da geladeira. — Água, um suco, uma cerveja quem sabe.

 

— Se está boa pra fazer piada deve estar para ir a aula também, né? — Levantou uma sobrancelha e coloquei a mão na boca fingindo uma tosse. — Aceito um suco, por favor.

 

Coloquei a garrafa de água em cima da mesa próxima a algumas sacolas e peguei a caixa de suco tendo certeza que Naruto seguía meus movimentos.


 

— Espero que a garrafa de água seja para outra pessoa na casa porque você não vai tomar água gelada.

 

— Você está mesmo substituindo a Tenten. — Revirei os olhos colocando a garrafa de água de volta na geladeira e fechando-a.

 

Peguei dois copos e enchi um com água e outro com suco, estendendo o segundo para o rapaz. Me sentei na cadeira e acenei com a cabeça para que ele fizesse o mesmo.

 

— O que tenho que tomar? — Tentei alcançar uma das sacolas mas antes que conseguisse, Naruto afastou-as de mim. Franzi o cenho.

 

Ele mexeu em uma das sacolas e tirou uma caixa pequena com um pequeno aparelho que notei ser um termômetro. Ele iria medir minha temperatura.

 

Estendi a mão, que foi ignorada,  para que me entregasse o aparelho e aos poucos o Uzumaki se aproximou olhando no fundo da minha alma.  Parou a uma distância muito, muito pequena que me fez pensar que caso eu não estivesse sentada seu rosto estaria muito próximo ao meu.

 

Sua mão desocupada tocou meu rosto com as pontas dos dedos gélidas e eu senti minha pele quente estremecer.

 

Neste momento, notei que hoje  seus olhos azuis transmitiam certa melancolia que era ofuscada pelo grande sorriso e mais uma vez senti a necessidade de descobrir tudo que ofuscava o brilho natural que o rapaz loiro transmitia.

 

A ponta do termômetro se aproximou do meu rosto então entreabri os lábios dando espaço para que o objeto entrasse.

 

As costas de sua mão tocaram minha testa antes que ele fizesse uma adorável careta confusa.

 

— Acho que você ta quente,  não faço a ideia de como medir isso. — Riu afastando suas mãos de mim e eu senti a falta do curto período do seu toque.

 

— Ótimo enfermeiro substituto. — Minha voz saiu esquisita por causa do termômetro na boca e ele riu novamente sendo acompanhado pelo barulho do termômetro.

 

Tirou-o de minha boca olhando e eu me inclinei para frente tentando enxergar quase caindo da cadeira como a pessoa cuidadosa que sou. Suas mãos agarraram meus ombros impedindo que eu fosse direto no chão.

 

— Opa. — Me segurei na mesa, ajeitando-me e então ele me soltou. A culpa não é minha se a vida insiste em me fazer de idiota na frente do rapaz bonito. — 36, tudo certo.

 

— Oba.

 

O garoto se afastou guardando o termômetro na escola e voltou após alguns instantes com um comprimido em mãos e um copinho com xarope rosa. Balancei os ombros e tomei os dois fazendo uma careta logo em seguida.

 

— Boa garota. — Elogiou me  fazendo revirar os olhos antes de tossir. — Então, como ficou assim? Se me lembro, ontem você estava maravilhosamente bem. — Perguntou se sentando e tomando um gole de suco.

 

— Não levei a chave de casa e quando voltei estava chovendo, precisei esperar Hanabi voltar da escola  — As lembranças da chuva forte de ontem invadiram minha mente me fazendo xinga-la outra vez pela noite em claro.

 

— Poxa, Hina, acho que não sou mais tão fã da sua irmã. — Franzi o cenho estranhando o apelido. Todo mundo me chamava assim, mas Naruto nunca fizera.

 

— Hina?

 

— Prefere “amorzinho”?

 

— Eu… — Arregalei os olhos notando o sorriso de canto cínico em seus lábios e as covinhas no rosto. Que momento da minha vida eu perdi pra ele flertar tão descaradamente comigo? — Não sei.— Respondi minha próprias pergunta e bati com a mão na testa, idiota. — Não, não… Quero dizer, acho que Hina parece bom.

 

Naruto tombou a cabeça para trás gargalhando e eu sorri pelo papel de idiota outra vez.

 

— Acha? — Questionou retoricamente. — Você é tão engraçada.

 

— Nossa, que bom que me acha uma palhaça. — Revirei os olhos tomando a minha água para acalmar.

 

— Que exagero, acho muitas coisas de você, mas palhaça não é uma delas.

 

— Espero que sejam coisas positivas.

 

— Algumas coisas sim.

 

— Por exemplo? — Arqueei uma sobrancelha.

 

— Ganho alguns pontos se eu disser que te acho bonita? — Franziu o cenho fingindo certa dúvida e eu prendi a respiração, um pouco surpresa. Não por suas palavras, mas por sua ousadia. Eu não esperava nada disso em um dia gripada.

 

Limpei minha garganta pronta para mudar de assunto.

 

— Seu suco vai descongelar. — Apontei para a caixinha de suco na mesa e mordi os lábios.

 

— Claro, o suco é mais importante. — Revirou os olhos e eu me senti pronta pra desviar o olhar e me perguntar do que eu tanto me esquivava.

 

Eu conhecia muito pouca da pessoa que Naruto era, sem ser pelo que os outros diziam dele. Se ele era a pessoa que me fazia corar igual uma adolescente idiota e meu coração acelerar eu deveria conhecê-lo melhor.

 

Lambi os lábios ouvindo o som do copo ser colocado na mesa antes de sentir um anseio e me preparar para o pouco que minha coragem permitia.

 

— É, não acho que vai querer estar com sede quando  me beijar. — Olhei apenas por uns segundo para o loiro antes de voltar o olhar para a mesa. Ele tinha um sorriso no rosto e os brilhavam de humor.

 

Logo em seguida ouvi sua risada que denunciava que ele tinha gostado.

 

Não me arrependi da tentativa, pelo contrário, senti um grande alívio.

 

— Sendo assim acho melhor tomar mais um pouco de água. — Piscou um olho e eu sorri antes de me levantar, pegar meu copo com a água em temperatura ambiente e terminar de bebe-lo, colocando o copo na pia. — Quais seus planos pra hoje?

 

— Passar o dia inteiro enrolada na cama assistindo filme. — Juntei as coisas em cima da mesa guardando-as em seu devido lugar antes de abrir um armário e retirar alguns salgadinhos e besteiras. Olhei para o loiro que me seguia com os olhos. — Alguma recomendação de filme?


 

Um sorriso travesso tomou seus lábios antes de se levantar e me seguir.


 

Ao entrar no meu quarto bem arrumado, se não fosse pelos lençóis espalhados na cama, me lembrei que fazia muito tempo que eu não trazia um rapaz aqui. Eu nem lembrava a última vez que Kiba tinha estado ali, sentado na minha cama como Naruto estaria.

 

Não pude evitar o sentimento confortável que me invadiu de repente.

 

— Fica a vontade. — Sentei sobre a cama puxando o notebook para meu colo e abrindo o site com filmes.

 

— Espero que não se importe caso eu fique de box, então. — Olhei para ele, que tinha uma expressão de humor no rosto. Desci meu olhar por seu corpo apenas pensando na possibilidade e rapidamente meu rosto incendiou, desviei o olhar.

 

— Você que sabe. — Me arrumei deitando nos travesseiros confortavelmente em dúvida entre um lado que torcia para que ele tirasse tudo e o outro que ele permanecesse vestido. De repente um calor subiu e eu senti muita vontade de arrancar meu moletom, esses hormônios.

 

A cama afundou com Naruto deitando-se ao meu lado vestido, mas sem sapatos. Deixei o notebook em suas pernas puxando minha coberta para cobrir nós dois.

 

— Pode escolher.

 

Enquanto o rapaz se aventurava entre as várias opções de filme me perdi em pensamentos com o que eu escreveria no relatório na sexta, talvez um “Oi, seu filho cuidou de mim quando eu estava doente, espero que não se importe.” não fosse a melhor opção.

 

Assoei o nariz outra vez no lenço e me perguntei como ele realmente se sentia, não o que parecia sentir sempre sorrindo mas o que era a melancolia por trás de seus olhos. O Uzumaki era uma pessoa linda, disto eu não tinha dúvida, mas não significa que ele não sofresse por mais que não merecesse.

 

Ele ainda carregava o peso do transtorno nas costas e por mais que Kushina não houvesse sido exatamente específica, o motivo dos relatórios parecia machuca-lo.

 

Soltei um suspiro atraindo sua atenção e sorri indicando que estava tudo bem. Ele já havia escolhido o filme.

 

Me ajeitei novamente na cama desta vez deitando e deixei o  notebook apoiado em nossas barrigas enquanto me aconchegava aos lençóis. Seu braço deslizou por baixo de mim e eu paralisei deixando-o puxar meu corpo para mais perto do seu, abraçando-o em seguida. Após alguns instantes tentando formular seu abraço apoiei minha cabeça em seu peito e inspirei profundamente para sentir o cheiro de amaciante da sua camiseta e a fragrância de perfume que ele costumava usar.

 

Ele apertou o play para o filme começar e relaxou ao meu lado, me deixando a vontade para ouvir as batidas compassadas de seu coração martelando ao seu peito.

 

Ali, em seus braços, eu percebi que era emocionante ter sentimentos por Naruto e só não era melhor que estar perto dele.

 

Involuntariamente eu sorri.

 

— O que foi? — Sua voz saiu um pouco rouca mais acima de mim.

 

— Acho que estou gostando de ficar doente. — Naruto riu beijando o topo da minha cabeça e provavelmente se concentrando no filme. Eu deveria agradecer Tenten por ter mandado ele aqui.

 

Uns instantes de choque finalmente me tocarem ao perceber que era proposital o Uzumaki estar aqui. Tenten, claro, se preocupava comigo quando eu estava, porém nunca o suficiente para mandar alguém ver como eu estava. Fiquei em duvida em xingá-la ou agradecê-la, droga.

 

Eu não havia comentado nada com ela sobre o dia no carro mas não porque eu não quis, só não parecia ideal. Ela estava feliz demais por ter retornado a amizade com Neji e eu não quis atrapalhar o momento “melhores amigos desde sempre” em que eu não  estava inclusa.

 

Parecia que as poucos eu estava pendendo a melhor amiga e isso não me deixava bem. Claro, eu estava feliz pela amizade deles mas não queria perder a minha com ela.

 

Mordi o interior da boca com o objetivo de afastar esses pensamentos e me concentrar no filme que eu já tinha perdido boas cenas.

 

— Por que escolheu esse filme? — Perguntei após um longo tempo de silêncio apenas assistindo. Não chegou uma resposta.  — Naruto? — Olhei para cima encontrando-o com a boca entreaberta, olhos fechados e a cabeça encostada no travesseiro cochilando.

 

Soltei um risinho, ele deveria não ter dormido a noite. Ajeitei a coberta em si e selei seu rosto carinhosamente em um gesto que sua mãe faria ou gostaria que eu fizesse voltando a prestar atenção no filme.



 

Após o filme acabar, lentamente me levantei tentando fazer o mínimo de barulho possível. Coloquei o notebook na cômoda, desligando-o e colocando para carregar e voltei para a cama me deitando outra vez lentamente.

 

— Hinata? — Ouvi sua voz e olhei-o me xingando. Seu rosto estava um pouco amassado e os olhos azuis pareciam fazer muito esforço para se manterem abertos. Ele sempre haviam sido fofo ou estou louca?

 

— Desculpa, pode voltar a dormir.


 

— Não, tudo bem. — Bocejou sentando-se. — Eu apaguei, desculpa. Vem cá. — Chamou e me aproximei um pouco. Suas mãos tocaram meu rosto afastando a franja tentando notar minha temperatura.

 

— Eu tô bem, Naruto, relaxa. — Revirei os olhos e ele riu.

 

— Só pra ter certeza. Não quero a Tenten me chamando de péssimo substituto.

 

— Você perdeu o filme inteiro. — Avisei e ele balançou os ombros abrindo um sorriso travesso que exibia duas covinhas.

 

— Vai ter que me convidar de novo pra assistir o filme. — Arqueei uma sobrancelha desviando minha atenção em seguida para o relógio.

 

— Minha irmã deve estar chegando.

 

— Hanabi? Senti falta dela.

 

— Nada de histórias constrangedoras pra você. — Semicerrei os olhos apontando o indicador. Naruto arqueou o cenho.

 

— Existe algo mais constrangedor do que te ver vestida assim? — Arregalei os olhos dando um tapa bem fraco em seu braço.

 

— Que horror! Seus pais não te ensinaram como tratar uma garota? — Cruzei os braços.

 

— Claro que sim, me ensinaram a não mentir para elas. — Piscou um olho. Ri antes de me ocorrer a facilidade de enxergar Kushina ensinando-o coisas assim.

 

— Você não dormiu bem a noite?  — A dúvida apareceu de repente e resolvi perguntar. Naruto piscou  algumas vezes e sorriu com tranquilidade.

 

— Fiquei até tarde estudando.

 

— Eu te entendo completamente! A faculdade acaba aos poucos com a gente, ainda bem que tenho Shion para me ajudar. — Me arrependi em seguida por pronunciar o nome da garota.

 

Apesar de falar frequentemente com a Shion, nunca soube como tudo foi resolvido e se houve algo entre os dois. O sentimento de pavor tomou conta de mim, Naruto teria coragem de flertar descaradamente comigo estando com outra pessoa?

 

Burra, você deveria saber esse tipo de coisa antes de beijar um cara.

 

Uma confusão se formou entre medo e ciúmes. Olhei para o Uzumaki, que parecia impassível com seu sorriso.

 

Eu preferia acreditar que ele não teria essa coragem, não depois de tudo que ouvi dele.

 

— Vamos descer, hum? — Já em pé perguntei e ele franziu o cenho confuso, se levantou, calçou os sapatos e me seguiu para o sofá.

 

Não me atrevi a falar nada nem depois que Hanabi chegou, fez piadinha sobre ele estar aqui e se afundou em uma conversa que eu não quis participar.

 

Não seria justo com Shion nem comigo.

 

Tenten chegou logo em seguida, com um sorriso no rosto e perguntou como o dia tinha sido.

 

— Foi bom. — Respondi simplesmente e considerei a resposta fria demais, até que eu tivesse certeza não deveria tratar ninguém desta forma. — Naruto não é um enfermeiro substituto ruim.

 

— Obrigada, vou por isso no meu currículo. — O loiro riu se levantou. — Preciso ir, assume meu turno. — Piscou para Tenten. Me levantei e o acompanhei ate a porta, abrindo-a.

 

— Muito obrigada, Naruto, foi muito bacana da sua parte me dar uma força. — Sorri por breves instantes sendo acompanhada por ele, suas covinhas fizeram meu interior se esquentar e derreter lentamente.

 

— Que nada, não foi esforço nenhum. — Deu um passo em minha direção se aproximando o suficiente para sua respiração bater em meu rosto e tocou-o com os dedos frios que fez minha pele se arrepiar.

 

Prendi a respiração cheia de ansiedade percebendo apenas naquele instante o quanto eu queria que ele me beijasse, e assim fez, selando seus lábios nos meus por breves segundos que me fizeram derreter e  afastando-se em seguida com um sorriso brilhante que refletia em seus olhos e cegavam até minha alma.


 

— Se precisar novamente, é só chamar. — Deu um passo para trás, virando-se e caminhando em direção ao seu carro deixando a sensação quente e deliciosa de seus lábios presos nos meus.


 

Mesmo após o carro ter se afastado continuei na porta durante um bom tempo, até encostá-la e virar para dentro.

 

Tenten tinha nos lábios um sorriso pra la de malicioso.

 

— Perdi alguma coisa? — Arqueou uma sobrancelha e eu suspirei lambendo os lábios.

 

— Qual a chance de eu estar sendo fura olho?


Notas Finais


Alguns passos pra frente e outros pra trás, o que acham? Me contém tudo!


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