História Faker's - Geração Falsa - Punição

Olho para os lados em busca de sair desse local, mas tudo aqui parece estar trancado e então penso se é normal eles prenderem pessoas na casa.
- Ahn... Por que estão fazendo isso? Não fizemos nenhum mal a vocês - Digo tentando esconder o nervosismo na voz, o que parece ser inevitável.
Apesar da tamanha crueldade que estão fazendo, todos os três estão bem passivos.
- A resposta é bem simples, meu jov... - Diz Damis, mas eu o interrompo falando que meu nome é Guilherme e deixo ele seguir.
- A resposta é bem simples..."Guilherme" - Ele faz aspas no ar enquanto vira seu rosto para Marcos dando um sorriso malicioso para ele - Vocês arruinaram nossas terras, nosso sustento, tudo que tínhamos de valor.
Por um lado me sinto culpado, mas ainda não entendo por que nos acorrentar por isso.
- Desculpe, senhor, jamais tivemos a intenção de causar isso ás terras pertencentes a você, nem mesmo sabemos as causas da queda do helicóptero, nos daremos dinheiro para que tenham novas terras. - Mais uma vez é inevitável esconder a voz nervosa que sai de mim, mas talvez isso nos ajude a terem dó.
- Nada disso, jamais sairemos dessas terras e iremos restaura-las para que termos uma boa e longa vida, esquecer que isso um dia foi quase interrompido por dois moleques - Todos estão com os rostos voltados para Rôse quando ela diz isso, acredito que até mesmo seu esposo, Damis, tenha ficado surpreso.
- O trabalho de vocês começa hoje depois do café da manhã, terão de retirar toda terra infértil que as chamas deixaram e depois arar todas as terras, terão o tempo que for preciso, mas quero que sejam rápidos ou trabalharão para nós o resto de suas vidas - Ele complementa a fala de Rôse como se tivessem ensaiado isso a muito tempo.
Compreendo o quanto eles estão revoltados, mas não acho certo que eles nos façam de escravos, literalmente.
- Desculpem, mas trabalho escravo já acabou faz tempo e existem leis que impedem que você façam isso - Tento ter moral na voz enquanto vejo Marcos se remexer na cadeira tentando se livrar das cordas e da mordaça em volta da sua boca.
- Aqui não existe lei, somos pobres, não existe leis para nós, a sociedade não sabe que existimos e jamais saberão que estão fazendo isso, se ninguém contar - Ele dá uma gargalhada e Rosê acompanha e ambos começam a rir, exceto Davison que permanece calado e sério, apenas observando a palhaçada que seus pais estão fazendo.
- Vamos, café da manhã acabou pra vocês, demos a chance de comer e não aproveitaram - Diz ele com uma espingarda na mão apontando para meu quadril - Hora de trabalhar.