Eu gostava de olhá-la dormir, tão calma e quieta, muito diferente de quando estava acordada. Olívia não parava quieta, sempre procurando alguma coisa para fazer. Esse seu jeito furacão de ser, enchia nossa casa de alegria. A alegria só aumentou depois que ela descobriu estar grávida. Nunca a vi tão radiante, fazia vários planos, desde como seria o quarto do bebê até os nomes.
Até que uma noite, Olívia me acordou desesperada, acordei meio zonzo, mas assim que vi nossa cama cheia de sangue eu soube: Olívia estava perdendo o bebê.
Corri para o hospital com ela, talvez ainda houvesse uma chance de salvar aquela criança, mas foi em vão. Não havia nada que os médicos pudessem fazer.
Eu não soube lidar muito bem com a situação. Olívia não soube lidar com a perda.
Eu a via ficar cada dia mais e mais angustiada. Ela não possuía mais aquela alegria de viver, passava os dias no quarto, chorando e dormindo. Eu estava vendo aquela que eu amava morrer aos poucos e nem ao menos era capaz de ajudar.
Me senti impotente. Olívia se isolava mais e mais a cada dia, e eu me sentia cada vez mais excluído de sua vida. Se tornou cada dia mais difícil olhar para ela, tão diferente, indiferente. O tempo passava e a cada volta do ponteiro eu me sentia mais e mais impotente. Eu a olhava deitada, mergulhada num mundo de sofrimento e auto isolamento. Sozinha.
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