[•Point Of View: Lucas Amaral (Void)•]
— É realmente uma excelente ideia.
Observei atentamente as ações do grupo a minha frente, flutuei ao lado de Alan com a feição emburrada, o mesmo me ignorava de todas as formas possíveis e existentes. Fiquei acima de sua cabeça e coloquei meu rosto de cabeça para baixo de frente com o seu. Sorri de canto, meus olhos ficaram vermelhos. Seu rosto mudou para assustado, logo se recompondo e voltando a prestar atenção em seu amigo que falava.
Olhei de canto e notei que um outro demônio moreno de olhos verdes me encarava, sorri de modo macabro em sua direção. O moreno devolveu o sorriso com uma maior intensidade, ambos encaramos outro ponto quando um barulho se fez presente, franzi o cenho ao ver um garoto de cabelos encaracolados e olhos castanhos logo atrás de Rafael, o mesmo massageava o ombro do loiro calmamente, uma enorme força negativa emanava de si.
— Partimos quando, então? — Rafael sorriu de canto e eu revirei os olhos, era tão doce que daqui a pouco todos a sua volta ficariam com diabetes.
— As aulas já acabaram, então dá pra irmos depois da manhã. — Tarik suspirou, recolhendo os papeis que havia distribuído sobre a mesa e sorrindo. — Se vocês quiserem nós podemos chamar o Guaxinim.
— Não! — Sussurrei irritado, me virando e encarando Alan.
— É uma ótima ideia. — Alan me ignorou, sorrindo para Tarik.
O encarei de modo que questionasse silenciosamente sobre que porra ele estava fazendo, seu sorriso entregava que estava apenas me provocando. Os três se despediram, voltei a minha posição original e comecei a seguir Alan, que andava cantarolando em direção a sua casa. Sorri de canto, fiz com que um hidrante estourasse, Alan soltou um grito baixo ficando encharcado. Acelerou o passo, entrando em sua casa e trancando a porta, me deixando para fora, como se fosse adiantar isso.
— Você sabe que isso não adianta nada, não é? — Bocejei, entrando direto em direção ao seu quarto.
Parei de andar e engoli a seco, Alan tirava sua camisa, sua calça estava aberta e estava descalço. Sorri de canto, eu ia provoca-lo.
— Você está fazendo isso para me seduzir? — Perguntei me aproximando de si, passando a ponta de minha língua sobre meus lábios.
— Isso o que? — O menor perguntou confuso, se virando em minha direção.
Minha boca salivou, segurei seu rosto com força e seu olhar se tornou ainda mais confuso.
— Você, hm... — Sussurrei o olhando de cima a baixo, o mesmo tentou se soltar vendo do que eu falava, sorri de canto, deixando a mostra meus dentes afiados. — Você está pedindo para eu deixar uma marca enorme nessa tua bunda, não é?
O corpo de Alan se encolheu minimamente, o menor desviou os olhos para outro canto do quarto e logo sua feição mudou, ele estava irritado, ao mesmo tempo envergonhado.
— Eu tenho que arrumar as minhas coisas. — Falou enquanto se soltava do meu aperto sobre suas bochechas, revirei os olhos e me joguei em sua cama. — Será que você pode se levantar dai e me ajudar, por favor? Eu estou um pouco cansado, entende? Não estou a fim de ficar brigando com você hoje, ainda mais por estar bagunçando minha casa.
E por incrível que pareça, eu me levantei e comecei a ajudar a arrumar suas coisas.
•Quebra de Tempo: Dia da Viagem•
[•Point Of View: Tarik Pacagnan (Pac)•]
— Finalmente o dia da viagem chegou, Mikaé! — Falei enquanto saltitava até o maior, Mike sorriu de canto e segurou minhas mãos. — Vai ser algo tão diferente! Você vai ver, não é apenas o manicômio lá, tem algumas lojas e tal. É uma minicidade, mas um pouco mais macabra que o comum.
— Eu fico feliz só de te ver feliz. — Mike sorriu de canto, fiquei nas pontas de meus pés e depositei um selinho em sua boca. — Agora é melhor irmos, os outros estão nos esperando na van. Os cinco devem estar irritados.
— Cinco? — Franzi o cenho. — Ah é, tem o Guaxinim. Você não achou estranho o Alan querer a presença dele na viagem?
— Uhum, mas suponho que ele apenas estava provocando o garoto que anda com ele, o demônio na verdade.
Coloquei minha mochila em meus ombros e segurei sua mão, saindo do apartamento.
— O Alan não é de provocar ninguém, amor. — Afirmei com absoluta certeza, conhecia o meu amigo muito bem para saber que não era desse tipo de coisas.
— Se você visse a cara do amigo dele não falaria isso. — Mikhael sorriu vitorioso e pendeu sua cabeça um pouco para o lado, paramos em um lugar onde nossos amigos não conseguiriam nos ver para conversar. — Entenda, Pac... Eu só consegui simpatizar de verdade com o outro garoto que acompanha Rafael, não parece ser um demônio tão maléfico assim, ao contrário do que acompanhada seu amigo Alan.
— Eu encontrei a Helena no mercado. Ela comentou comigo que já é a segunda vez na semana que Alan vai lá pra comprar copos e pratos, sendo que ele tem o maior cuidado com tudo que possui. — Confessei, tomando cuidado para que ninguém nos visse. — Mike, essa história está muito confusa. Eu não acho que demônios começam a seguir pessoas do nada, sem nenhum motivo aparente.
— Acredite em mim, Pac. Eles seguem sim.
Soltei minha mão da de Mikhael e caminhei em passos rápidos até a van, já havia deixado meus amigos esperando durante muito tempo ali. Cumprimentei todos e me sentei no meio de Alan e Guaxinim, recebendo um sorriso discreto de Alan em resposta. Um silêncio aterrorizador se formava entre nós, enquanto o motorista acelerava o automóvel.
Foi quando Rafael decidiu que ele teria que quebrar aquilo.
— Tarik roubou pão na casa do João, Tarik roubou pão na casa do João. Foi você? — O loiro começou a cantar animadamente, fazendo com que déssemos risada da situação.
— Eu não.
— Então quem foi?
Algo me chamou a atenção na estrada. Uma mulher de cabelos vermelhos e um vestido branco, que por algum motivo estava respingado de sangue. A mesma sorriu de um modo macabro e logo desapareceu, sem mais, sem menos. Tentei colocar em mente que aquilo havia sido apenas alguma coisa da minha cabeça, mas eu simplesmente não conseguia.
— Foi o Guaxinim.
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