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História Família Uchiha Uzumaki - Menma NG - Vamos tentar


Escrita por: MenmaNG

Notas do Autor


Não tenho muitos desenhos que combinam para usar nos capítulos, então estou postando com aleatórios mesmo.
Essa arte foi feita por uma leitora de MenmaNG. <3

Capítulo 2 - Vamos tentar


Fanfic / Fanfiction Família Uchiha Uzumaki - Menma NG - Vamos tentar

Três dias após o aniversário do Sasuke

Pilhas de papel amontoado escondiam o rosto do Naruto quando Shikamaru entrou na sala aquela tarde. Trazia consigo uma prancheta na qual havia a lista de tarefas do dia e se surpreendeu ao perceber que estavam quase todas concluídas.

— Aparentemente vou poder ir cedo para casa. — Se jogou na cadeira em frente à mesa. — A Temari tem planos de jantar fora, então não inventa mais nada por hoje, por favor.

— Não. — Naruto levantou se espreguiçando, vestiu o casaco e caminhou para a porta. — Na verdade eu já estou de saída também.

— A essa hora? Não é possível. — A surpresa de Shikamaru era legítima, embora soubesse bem o motivo dessa mudança repentina de atitude.

Desde que assumiu o cargo há pouco menos de um ano, não teve um só dia em que o Uzumaki tivesse cumprido sua carga horária. Sempre arrumando mais alguma coisa para fazer, acabava sendo o último a ir para casa, isso quando o assistente não o encontrava cochilando na própria mesa de manhã. Shikamaru insistia que isso não podia ser saudável e muitas vezes era arrastado pela demanda exagerada de serviço. Os amigos comentavam sobre a ausência dele nas festas, encontros, momentos de lazer. Nada parecia importar mais a ele e, embora estivesse fazendo um bom trabalho como líder da vila, qualquer um que o conhecesse poderia facilmente dizer que não era feliz.

As coisas começaram a mudar quando Sasuke retornou a Konoha. Como um relógio que ficou muito tempo parado, as engrenagens voltavam a se mover a medida que davam-lhe corda. Essa era a forma como o hokage se sentia. Ainda devagar, com certo receio e muitas questões não resolvidas, mas com uma necessidade crescente de voltar a viver, e isso transparecia em suas atitudes.

— E como vão as coisas na casa nova? — A voz do amigo o alcançou antes que pudesse deixar a sala.

— O quê? Como sabe que me mudei? — Naruto tinha o semblante assustado como uma criança pega no meio de uma travessura.

— Não sabia até agora, mas desconfiava. — Balançou os ombros em deboche da ingenuidade do hokage. — Quando vai me explicar melhor sobre isso? Sasuke na vila depois de seis anos, uma criança supostamente Uchiha, mas que mais parece seu filho do que dele. Sabe que as pessoas já estão comentando, não é?

— Isso foi trapaça! — O bico emburrado o fazia mais parecido com o menino alegre que foi um dia. — Nós vamos conversar, está bem? Só que... É meio novo pra mim. Aproveita seu encontro, amanhã falamos disso.

A porta bateu antes que mais perguntas fossem feitas. Sabia que não poderia evitar aquele assunto para sempre, mesmo querendo guardar segredo da maioria das pessoas, ao menos seu braço direito precisaria saber, até mesmo pela segurança de Menma. Ainda assim era bem complicado explicar como de uma hora para outra era pai, ainda mais de uma criança gerada em condições tão estranhas. Fora que sentia que Shikamaru não gostava muito da ideia de ter o Uchiha ali, o que não facilitava as coisas.

Ao sair do quarto do filho, que já dormia exausto pelo dia de treinamento intensivo — o pai não deu nenhum desconto por ele estar freqüentando a academia ninja agora, pelo contrário, parecia estar exigindo ainda mais dele — Sasuke começou a perambular pela casa. Observava cada canto, tirava o pó das lembranças.

O andar de cima era ocupado por três quartos e um banheiro. Ao caminhar pelo corredor, só conseguia lembrar das palavras de Naruto seis anos atrás: "Você vai precisar um dia. Não quer recriar o seu clã?". Na época aquilo parecia um sonho distante demais para um coração destroçado como o dele. Agora Menma ocupava um dos cômodos e mesmo sem saber quanto tempo permaneceriam ali tratava-o como seu.

Desceu as escadas tentando fugir dos pensamentos nostálgicos, mas o que encontrou foi a porta de entrada lhe remetendo à primeira vez em que esteve ali, logo após a audiência que concedeu sua liberdade, dois anos após o término da guerra ninja. No momento em que deixou a cela não tinha perspectivas de futuro, já que pensava que mofaria naquele lugar até seu último dia, porém lá estava Naruto estendeno a mão, dizendo que era hora de ir para casa. Os olhos ficaram úmidos ao reviver o momento em que a viu — no mesmo lugar que o antigo distrito Uchiha, uma construção nova, adornada com o símbolo de seu clã.

Enxugou os olhos ao ouvir a maçaneta girando. A última coisa de que precisava era ser surpreendido em um momento fragilidade. Endireitou a postura e deu seu melhor olhar desinteressado para o homem que entrava.
— Boa noite, Sasuke.
Um sorriso e tudo desmoronou. Algumas lágrimas escaparam e ele não conseguiu conter a expressão saudosa que surgiu em seu rosto. Em três noites dividindo a casa, era a primeira vez que se falavam sem que o filho estivesse presente ou envolvido.

— Está tudo bem? Sasuke? — Naruto correu para perto do outro que sacudiu a cabeça positivamente. — Ei! Por que está chorando?

— Não seja ridículo, Naruto. Eu não estou chorando, só tem muita poeira aqui. Sou alérgico. — Desviou o olhar e tornou a secar os olhos na manga da blusa. — Está com fome? Tem algumas sobras do almoço se quiser.

— O Menma não vai jantar? — Não entendia muito de crianças, mas achava que tinha saído cedo o suficiente para encontrá-lo acordado.

— Ele teve um dia cheio. Não sabia que chegaria agora, senão não teria colocado ele na cama.

— Ah, que pena. — falou enquanto subia as escadas, deixando Sasuke a sós com seus pensamentos.

No fogão a chaleira apitava pela fervura, falhando em chamar a atenção do homem que refletia sobre algo que poderia mudar sua vida.
Uchihas são conhecidos por amar intensamente e, desde que se lembrava, Sasuke amava Naruto. Não como um amigo, não como um irmão, essas coisas que o outro teimava em lhe chamar, era amor romântico. Sempre soube disso e acreditava piamente que seus sentimentos eram claros e conhecidos pelo Uzumaki, que apenas não era correspondido. Eram fatos com os quais acreditava saber lidar muito bem, porém aquele sorriso de alguns momentos atrás o balançou de tal forma que se pegou perguntando e se não fosse bem assim? Na noite em que se reencontraram, Naruto o beijou numa brincadeira de mau gosto, mas e depois? O segundo beijo não foi um "acidente". Com toda a situação do Menma não puderam conversar a respeio.

Se os esforços da água evaporando não eram suficientes para trazê-lo de volta a realidade, a voz do causador de seus devaneios foi.

— Não gosto dessa gororoba vegetariana que você faz. — Naruto provocou quando bateu a porta da geladeira.

Tinha acabado de tomar banho, os cabelos úmidos, perfumado e com uma roupa que certamente não era para ficar em casa. — Sasuke estreitou os olhos, analisando-o com cuidado.

— Comida saudável, você quer dizer. O melhor para um menino em fase de crescimento.

— Eu já sou bem crescido como você pode notar. Vamos comer algo gostoso pra variar.

— Vamos? — Sasuke ergueu as sobrancelhas.

— Pensei que poderíamos ir ao tio Ichiraku como antigamente. — Outra vez, o sorriso que a tempos só via no rosto do filho. A marca dos Uzumakis que amava.

— Ele ainda está vivo? — Fechou os olhos e sorriu de lado, do jeito que só um Uchiha sabia fazer.

— Isso foi maldade, Sasuke. — Repreendeu, segurando o riso. — Se disser algo assim lá, ele nunca mais vende pra mim.

Apesar dos olhares de reprovação por onde quer que passassem, ambos estavam se divertindo. Entre pequenas provocações e risos. Reviviam os dias felizes da infância, aqueles em que eram colegas de equipe e apenas eles conseguiam entender a dor e necessidade de afeto um do outro. Vez ou outra se pegavam imaginando como teria sido se Sasuke nunca tivesse partido, mas de alguma forma, sem precisar falar nada, sabiam que uma parte muito importante de suas vidas não existiria. Menma tinha o estranho poder de fazer tudo ter valido a pena.

Ao término do jantar, já era tarde o suficiente para que as ruas estivessem calmas. Eles andavam lado a lado, mantendo um silêncio agradável, sem pressa de regressar para casa. Para Sasuke era uma oportunidade de reatar os laços de amizade que tinham e que acreditava ser tudo que poderiam ter. A mão de Naruto que envolveu a sua parecia discordar disso, no entanto. Queria perguntar o que aquilo significava, mas tudo o que conseguiu fazer foi olhar na direção oposta, muito corado. 

— Eu tenho quase certeza de que tinha um banquinho por aqui. — Focado em encontrar um lugar para sentar, não percebia o efeito que estava tendo sobre o Uchiha.

— Um kage que não conhece a própria vila. Que vergonha você está sendo para o seus antecessores. — A fala confiante, escondida um coração acelerado e a respiração descompassada.

— Posso afirmar que o Kakashi sensei é muito pior do que eu.

— Deveria estar impressionado?

— Achei!

Não era exatamente um banco, apenas uma tora de árvore cortada, porém que serviria à função de assento para os dois, isso se chegassem a sentar, já que Sasuke parou no meio do caminho, fazendo com que as mãos se separassem. Ficou parado fingindo olhar para a fachada das lojas fechadas, buscando coragem para questionar as intenções de Naruto. Afinal uma coisa era aceitar que não gostasse dele de forma romantica, outra bem diferente era ter de aguentar a falta de sensibilidade com seus sentimentos.

— O que foi? Tá limpinho. Não seja fresco, Sasuke. — Fraziu a testa e sentou com os braços cruzados.

— Não é isso. É só que você pegando a minha mão me incomoda.

— Por quê?

— Por que você está sempre dizendo que somos amigos e eu aceito, mas você me beijou e isso não dá pra ignorar. — Soltou o ar pelas narinas com força. — Só não faça coisas que não faria com os seus outros amigos e vamos ficar bem.

— Hum. Só que eu não te vejo como os outros. — Foi a vez do Uzumaki de corar. — E eu pensei que talvez você...

O silêncio tomou a palavra mais uma vez, enquanto se encaravam tentando advinhar o que se passava na mente um do outro. Seria o momento ideal de por fim as dúvidas e finalmente desfazer o nó do fio vermelho que os unia.

— Talvez? — A expressão era puro deboche escondendo o medo de estar entendo tudo errado. — Depois de todos esses anos eu gostando de você, ainda tem alguma dúvida de que eu te corresponderia? Não brinque com os meus sentimentos, seu idiota. Não somos mais crianças.

— Eu não estou brincando com nada. — A voz era quase um rosnado pela irritação de ser acusado dessa maneira. — Você sempre está com essa cara de quem não precisa de ninguém. Fora que sumiu por seis anos logo depois de dizer que viajariamos juntos!

— Você já sabe meus motivos e íamos viajar como amigos. O que isso tem haver com o assunto, Naruto? — O tom era mais alto do que deveria usar aquela hora da noite.

— Tem haver que eu estava confuso e depois que você foi embora tudo piorou. — Levantou indo mais perto do Uchiha. — Eu descobri que gosto de você e não é bem amizade!

— Gosta? Naruto...

— É só que você tá namorando a Karin e mesmo assim correspondeu o beijo. — O rosto vermelho num misto de raiva e constrangimento ficava ainda mais visível sob a luz do poste onde estava parado.

— EU NÃO NAMORO A KARIN! De onde você tira tanta besteira, Naruto?

— Eu vi a carta que ela te mandou no dia em que você voltou pra vila. Ela caiu, eu li, qualquer um faria o mesmo.

— Quem escreveu que me ama foi o Menma, ela só assinou o recado que estava mandando ele pra cá antes da hora. — A risada dele aliviou um pouco a tensão do momento e fez Naruto se sentir idiota.

— Ah, faz sentido. — Engoliu a saliva com força antes de continuar falando. — Então... Se você não tá namorando a gente podia...

— Está tarde, melhor ir para casa. — Sasuke desceu a rua apressado sem saber exatamente porquê fazia isso.

— Sasukeeee! Eu comecei você termina! — Ele corria para alcançar o outro.

— O que quer que eu diga, Naruto?

— Chega de fugir! Você não vai sumir por mais um monte de anos enquanto eu fico aqui sozinho sem saber se poderia dar certo.

Sabia que ele tinha razão. Pela primeira vez estavam se entendendo e não havia porquê não tentar. Provavelmente essa era a última chance que teria, toda paciência acabava um dia e perder Naruto era algo que não queria arriscar.

— Você quer tentar então?

— Quero! E você?

— Não vamos contar para o Menma ainda. Ele pode se magoar se não der certo.

Sabendo que aquilo era a maneira dele de dizer sim, Naruto o abraçou forte pelo pescoço, do jeito inconveniente que faria em qualquer situação em que estivesse animado. Mais uma vez era familiar e confortável e isso era tudo que Sasuke poderia querer.



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