História Family Friends Our Love - Tudo Doce

               Tudo Doce
Pov. Lorena
   Eram 16h10 e desci para tomar café da tarde. Mamãe tinha comprado pães fresquinhos e o achocolatado quentinho servido sobre a mesa, na minha caneca vermelha, decorada. Sorri para ela, sem graça, puxando uma cadeira e me sentando:
- Filha, sua irmã foi visitar uma amiguinha... --mamãe me encarou - Sabe quem é?
- Anh... --murmurei, mordendo um pedaço do pão - Elena é tão sociável, sei lá, temos tantas amigas --revirei os olhos.
- Elena tem muitas amigas mas só podia ter ido na casa de uma, Elena não é multiplicável --arfou - Tudo bem filha, termine seu café, desculpe, semana que vem é o casamento e...
- SEMANA QUE VEM? --engasguei - Mãe, a mudança será quando?
- Começamos tudo amanhã. 
Amanhã seremos burrinhos de carga, eu mereço.
Pov. Paul
Saímos do Cine Terror de mãos dadas. Perdemos Jane de vista, nem quisemos encará-los. Ao lado de Elena o tempo se extendia e o nosso castigo era totalmente esquecido sobre panos quentes. Esquecemos das horas que estavam passando, esquecemos de tudo, menos de nós mesmos. 
Elena se sentou num banquinho vermelho do estilo banco de praça enquanto fui comprar um algodão doce - um grande algodão doce, pra ela.
- Gosta de algodões doces rosa? --sorri, me sentando ao seu lado com o algodão em mãos - Quer? --puxei um pedaço e coloquei em sua boca.
- Hmm é ótimo --sorriu, limpando os lábios com açúcar - Quer? --Elena puxou um pouco do algodão e colocou em minha boca - Bom?
- Ótimo --beijei seus lábios - Queria ficar aqui pra sempre... --entreguei o algodão doce pra ela, me permitindo deitar em seu colo.
- Vou te enxer de cócegas doces --Elena passou o algodão doce pela minha testa e depois por meus lábios, então mordisquei.
- Nhac --sorri - Sim, cócegas doces --gargalhei.
- Sei que não sou tão irresistível quando esse algodão doce e rosa, porém a senhorita poderia me beijar, quem sabe... --joguei, arrancando risadas de Elena.
- É mais irresistível sim.
Elena se inclinou e me beijou. Um beijo longo, de aproximadamente dois minutos. Percebi seu braço erguido para baixo e o algodão quase encostando no chão. Quando abrimos os olhos novamente, Elena puxou o doce e gritou:
- BESOURO! UM BESOURO! --um besourinho em cima do algodão doce rosa.
-Calminha --gargalhei, tomando o doce de suas mãos - Deixa ele.
Levantei-me do banco e joguei o algodão num gramado verde, jamais mataria o besourinho, ainda mais um besourinho faminto por doces.
- Pronto, é só um besourinho --beijei seus lábios.
- Tenho medo de insetos --admitiu, corando - Desculpe.
- Tudo bem.
- Besouros lembram baratas.
- Baratas são pragas, besouros são legais! --argumentei.
- Ok, vou concordar --me puxou pelo pescoço - Hoje eu só quero beijar você, como sou doida por você, como te amo...
- É tão bom escutar isso, sua voz doce como algodão doce... --fiz uma careta pela repetição na frase - Argh, esquece --me juntei ao seu rosto - Te amo --escostei meus lábios nos dela, sem beijar ainda.
Beijar é a troca de sentimentos, um amor simultâneo passando de um a outro, sendo o mesmo dentro de quem sente. Cada vez me encanto mais por Elena, sou apaixonado por ela e jamais sentirei algo por outra garota - Elena é minha.
- Elena --murmurei - Vamos ir a outro lugar agora?
- Que lugar? --respondeu, entre sussurros.
- Não sei... Pode escolher.
- Hm... --pensou - Sorveteria?
- Agora...
Caminhamos apressadamente até a sorveteria, não era muito longe. Quando chegamos, pedimos apenas um sorvete grande de casquinha e saímos dali. Sentados no meio fio da calçada, envolvi Elena com meu braço ao mesmo tempo dividindo o sorvete:
- Sorvete de creme --sorri - Gosta?
- Muito --consentiu - Gosto de você.
- Sorvete e eu... Seria uma boa combinação? --gargalhei.
- A melhor combinação --beijou meus lábios enquanto lambuzou um pouco do sorvete em minha bochecha.
- EI! --gritei - Está gelado.
- Prontinho --Elena beijou minha bochecha, amenizando - Passou?
- Elena Klark... --comecei a enxê-la de cócegas.
Um cutucão no meu braço, nos viramos, se tratava de George:
- E ai cara! --bati de leve em seu braço - Como vai?
- Vou bem... --sorriu malicioso para nós - E esses mimos? Os pais de vocês sabem?
- N-não --Elena balbulciou.
- Eu sei --George esfregou as mãos, astuto.
- Quietinho, Harrison --firmei a voz - Meu pai pensa que estou na sua casa.
- Beleza --sorriu George - Vou comprar um sorvete. 
- Tchau George --Elena se levantou.
Não entendendo sua pressa, a puxei para perto de mim:
- Vamos ficar mais um pouco... --fiz uma cara meiga.
- Não posso, tenho de ir --acariciou meu rosto - Mamãe ficará uma fera comigo se atrasar.
- Já sabe da notícia? A mudança para nossa nova casa começa amanhã! Até o fim da semana, estamos todos juntos!
- Sério? --seu sorriso iluminou - Meu Deus, que boa notícia --me abraçou.
- Estou muito feliz meu amor --fechei meus olhos - Muito.
- Paul, tenho que ir. Entre e faça companhia pro George. Vou indo nessa --beijou meus lábios brevemente - Até amanhã.
- Até --sorri.
Elena saiu correndo pela rua, me mandando beijos pelo ar. Sorri e pisquei, entrando na sorveteria. George estava com dois milkshakes, um pela metade e o outro, nem tinha tocado ainda. Sentei no sofá a frente dele , seus olhos saltaram.
- São meus milkshakes --disse, com a boca toda suja de sorvete.
- Ok ! --gargalhei - Dividi uma casquinha com Elena.
- Dividiu? Como consegue? Uma casquinha nem dá pro cheiro... --sorriu - Bom rapaz.
- Obrigado... Eu acho... --gargalhei - E então, Brenda?
- Está bem --sorri - E a Elena? Muito bem...
- Bem mesmo --consenti.
Pov. Elena
Cheguei correndo em casa e deixei a porta bater. Mamãe, gritou:
- Como foi sua visita, filha?
- Anh? --coloquei a mão no peito pela canseira - Boa, ótima, marailhosa... --subi as escadas correndo - Tchau.
- Tchau --mamãe gargalhou.
Entrando no meu quarto, abri a porta e a fechei, me encostando na mesma, com olhos fechados e sorriso nos lábios. Lorena, me indagou:
- Como foi?
- Uma tarde maravilhosa ao lado do meu amor... --deixei-me resbalar pela porta - Argh como é lindo, romântico e... Instigante... --revirei os olhos.
- Instigante? --Lorena gargalhou - Hm...
- Instigante no sentido de ser sutil, seus passos sempre tão minuciosos, ai como eu o amo!
- Ok isso eu sei --consentiu - Foram ao parque?
- Fomos. E de quebra, compramos uma casquinha na sorveteria e sentamos no meio fio da calçada.
- Anh... Só?
- Achou pouco? -resmunguei.
- Pra quem namora  um John Lennon da vida, isso aí é troco --deu de ombros - Vamos sair hoje. Será bem emocionante.
~ horas depois ~
Pov. Lorena
Agora são 22h. Minha irmã está com os olhos abertos, sentada na ponta da cama, para me ajudar. 
- Vai descer por onde? --perguntou Elena, ajeitando a camisola.
- Sei lá --sorri, ajeitando os cabelos na frente do espelho - Desci pela janela da outra vez.
- Tudo bem, eu te ajudo --sorriu.
Escutei o assovio inconfundível de John e então disse:
- Ele está ai --sorri - Está ai!
- John! --ascenou Elena - Ela já vai --piscou.
Elena fez um embranjado de lençóis, bem mais aperfeiçoado do que o meu anterior. Jogou pela janela e então, John pôde me segurar com segurança. Minha irmã puxou o lençol devolta e sorrimos para ela, nos despedindo.
- John! --pulei em seus braços - Está com as ferramentas aí?
- Sim --John me mostrou um pequeno martelo - Com isso, a sorveteria será nossa... --me beijou.