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História Pintando O Sete - Hikari - Parte 1


Escrita por: andreiakennen

Capítulo 4 - Hikari - Parte 1


Pintando O Sete

Revisado por Blanxe

Capítulo 04 - Hikari - Parte 1

— Oi...

Hikari parou na entrada da sala de aula do 2º B e tentou interromper o bate-papo animado de duas meninas que atrapalhavam sua visão para o interior do local, mas as duas estavam tão engajadas na conversa onde o assunto parecia ser “os ídolos do momento” que nenhuma delas deu atenção ao seu chamado.

— Oi... — tentou novamente e, desta vez, uma das meninas parou e ergueu os olhos para encará-lo. — Desculpe-me interromper... — aproveitou para continuar. — Mas estou procurando a Bara, por acaso vocês a viram?

 A adolescente que o viu primeiro, por estar de frente com ele, corou imediatamente. A que estava de costas, ao notar a reação estranha da colega, se virou rapidamente para verificar de quem se tratava e ao vê-lo acabou tendo a mesma reação.

— U- U-zumaki-kun? 

— Desculpe interromper... — ele repetiu o pedido. — Por acaso vocês sabem da Bara?

— A- a- a Uzumaki-san...?

— Hm.

— Acho que ela foi até a sala dos professores — respondeu a que antes estava de costas, depois de ter se voltado com agilidade para visualizar melhor o garoto que era considerado o mais popular da escola.

— Faz muito tempo? — Hikari quis saber.

As duas balançaram a cabeça de um lado para o outro, negando.

— Assim que tocou o sino, eu acho... — supôs uma delas.

— Então ela deve demorar — ele comentou mais pra si próprio do que para as meninas. — Ok. Vou ver se a encontro. Obrigado.  

As duas meninas assentiram mecanicamente e Hikari deu meia volta e seguiu por onde tinha vindo, ouvindo os risinhos e os cochichos às suas costas enquanto se afastava. Algo com o qual já havia se habituado.

A irmã costumava censurá-lo e rotulá-lo como “fútil” por ser considerado popular, mas a realidade é que ele próprio não fizera nada para que aquilo acontecesse; simplesmente aconteceu. Sem mais nem menos começou a perceber que sua personalidade introvertida, sua falta de senso de humor e seu anti-socialismo faziam sucesso com as garotas. Garotas que na grande maioria ele considerava irritante, mas fingia ter interesse somente para ter algo com o qual pudesse aborrecer Bara.

Hikari seguiu pelos corredores. Precisava ensaiar como ele pediria a Bara o favor que tinha em mente. Mas estava quase certo de que a irmã não faria algo a seu favor por livre e espontânea vontade, teria que encontrar uma forma de persuadi-la. Porém, era mais fácil Bara ter argumentos contra Hikari do que ao contrário. Achou melhor deixar de lado a ideia de chantagem e se focar em dizer a verdade. Bara prezava pela sinceridade, não que esse quesito fosse suficiente para fazê-la simpatizar com sua causa, mas era o único recurso que tinha em mãos e era preciso acreditar nele.

Não demorou a encontrar a irmã, que estava parada no corredor conversando com uma garota de óculos, pouca coisa mais baixa que ela e que parecia ser do primeiro ano.

Assim que Hikari se aproximou das duas, ele viu a primeiranista interromper sua fala e se encolher.

Bara juntou as sobrancelhas quando a representante de sala do 1º ano E parou repentinamente de responder suas perguntas e seus olhos se perderam em alguém atrás de si enquanto seu rosto ganhava aquela expressão que ela acostumara-se a nomear mentalmente de “garota-idiota-apaixonada”.

— Estava te procurando, Bara. Quero falar com você.

Ao descobrir que se tratava do irmão, Bara revirou os olhos, sentindo sua irritação aumentar.

 — Não vê que estou ocupada? — ela perguntou, se voltando para Hikari e cruzando os braços no peito ao encará-lo.

Hikari abriu a boca para responder, mas não teve tempo de fazê-lo e a primeiranista que estava com Bara foi quem respondeu.

— N- n- não tem problema, U- Uzumaki-san — a menina disse em tom vacilante, a cabeça abaixada, os olhos voltados para os próprios pés. — V- você já tirou minha dúvida. Se tiver mais alguma, eu a procuro. Com licença. — a menina pediu, reverenciando-os e ganhando distância rapidamente ao sair correndo.

Bara meneou a cabeça negativamente e descruzou os braços para pôr as mãos na cintura, reprovando o irmão com o olhar.  

— Não me olhe como se eu tivesse culpa dessas reações — Hikari se defendeu antes da acusação verbal.

— Mas você é o culpado, Hi-chan — Bara fez questão de frisar.

— Como?

Bara bateu as mãos ao longo do corpo.

— Deixa pra lá. Estou muito atarefada e não tenho tempo para isso agora. Se você já torrou sua mesada e quer dinheiro para o almoço, esquece, Hi-chan. Eu gastei todas as minhas economias naquela tatuagem.  

— Eu não quero seu dinheiro.

— Então desembucha.

— Você já percebeu o quanto está sendo grosseira?

— E você já esqueceu que me usou como pretexto pra terminar com a Gi-chan?

— Bara... — Hikari massageou a nuca com uma das mãos e então suspirou fundo. — Eu não terminei com ela somente por aquilo. Fazia algum tempo que eu estava querendo terminar.  

— Eu sei. É disso que estou reclamando. Você ter me usado como pretexto!

— Inicialmente, sim. Mas eu já conversei com a Giovana e expliquei meus verdadeiros motivos.  

Bara ficou séria.

— Quando foi isso?

— Hoje cedo, na hora do café, enquanto ela esperava você descer.

— Ela não me disse nada.

— Talvez por não ter tido tempo.

— E quais foram esses “seus verdadeiros motivos”?

— Ô, Bara! Eu já me retratei com ela, certo? Expliquei para Giovana que o rompimento não tinha nada a ver com você e ela aceitou, beleza? Esse assunto já não diz mais respeito a você.

— Ótimo! — Bara exclamou. — Mas isso não te faz menos canalha — ela retrucou e virou as costas para ir embora, mas o irmão a segurou pelo braço.

— Espera. Eu disse que precisava conversar com você.

— Já conversamos.

— Não é sobre esse assunto. Digo... tem alguma relação.

— Fala logo — ela pediu, puxando seu braço de volta.

— Eu preciso que me faça um favor.

Bara voltou encarar Hikari, desta vez, arqueando uma das sobrancelhas.

— Favor?

— Isso. Eu preciso que você converse com a Giovana por mim.

— Jura? Você não acabou de me dizer que já estão acertados? Por que você precisa que eu fale com ela? Cadê sua coerência?

— Ela não vai me ouvir tão bem quanto ouve a você.

Bara revirou os olhos, impaciente.

— Eu juro que não estou entendendo.

Hikari suspirou fundo.

— Giovana é representante da nossa classe e... — Hikari encarou o olhar atento da irmã gêmea. — E como líder da sala ela não só propôs, mas convenceu os nossos colegas a fazer um Café de Empregadas no festival escolar desse ano.

— Fora o fato de que é uma ideia bem batida, qual é o problema nisso?

— O problema está exatamente aí, por ser uma ideia batida, ela quis inovar esse ano e convenceu a todos da sala a fazer um Café de Empregadas reverso.

Hikari percebeu a irmã ficar séria por algum tempo, mas como esperado da perspicácia de Bara, não demorou que ela entendesse a situação constrangedora que ele passaria e o sorriso debochado que brotara em seus lábios logo se tornou uma alta gargalhada.

— Ah! Como esperado da minha amiga — ela comentou assim que conseguiu acalmar a crise de riso. — Dizem que a vingança é um prato que se saboreia frio, não é? Achei que a Gi-chan estava mesmo demorando a reagir, mas, no fundo, ela só estava estudando a melhor forma de fazê-lo pagar. Eu preciso parabenizá-la urgente. Fazer o babaca do ex-namorado se vestir de Maid[1] em frente de toda a escola é uma cartada de gênio! — ela comemorou, voltando a gargalhar.

Hikari juntou os lábios e formou um bico.

— Isso significa que você não irá me ajudar?

— O quê? Você quer que eu a convença do contrário?

— Você é a vice-presidente do conselho e melhor amiga dela, de repente...

— Não — Bara respondeu enfática. — Não vou fazer isso, Hi-chan. Primeiro porque eu não vou usar a minha influência pra beneficiar ninguém, isso seria antiético, corrupção. Eu não tolero corrupção. Além disso, vai ser divertido vê-lo vestido como uma boneca. Talvez você consiga me mostrar como é ser a irmã que você tanto queria que eu fosse, não é?

 Hikari engoliu em seco. Naquele momento ele não pôde distinguir bem tudo o que estava sentindo, apenas soube distinguir a fúria intensa que fazia seu estômago revirar, os olhos arderem e a vontade de torcer o pescoço da irmã aumentar.

— Você não precisa ser tão cruel comigo, Bara. Nós somos irmãos. Mais do que isso, somos irmãos gêmeos. Deveríamos compartilhar uma ligação que nenhum outro ser humano pode ter.  

— Não venha procurar argumentos na nossa genética pra poder reverter a situação a seu favor, Hi-chan. Só quero que perceba que existem coisas muito mais relevantes nessa vida do que preservar a fútil reputação de garoto mais popular do ensino médio. — Bara piscou para ele um dos olhos e acenou. — Até mais tarde.

Assim que a irmã se afastou Hikari cobriu o rosto com as duas mãos e depois as correu pelos cabelos lisos, jogando-os para trás. Olhou de um lado para outro e sentiu como se estivesse em um beco sem saída. Então retomou o caminho de volta para sua sala ao mesmo tempo em que o sino terminando o intervalo irrompia pelos corredores. Ele não percebeu, mas havia alguém escondido em um dos corredores e que ouvira toda a conversa.

...

No final da aula, a presidente do conselho estudantil — uma terceiranista alta, de cabelos longos e ondulados, presos em um rabo de cavalo — saiu da sua sala em direção ao conselho e foi abordada por um dos representantes de sala do segundo ano.

— Kinizuna-kun?

— B- boa tarde, To- Tomoko-san. Posso tirar uma dúvida com você?

— Se é sobre o festival deste ano, estou indo para reunião neste exato momento.

— É que é um pouco c- constrangedor pa- para mim fa- falar em público.

Tomoko abriu um sorriso gentil para Kinizuna. 

— Não sei como alguém tão tímido conseguiu ser representante de sala — ela comentou e seu rosto ficou levemente ruborizado, o que fez com que Kinizuna também corasse. — Apesar de achar garotos tímidos muito fofos.

— A- arigatô. Acho que foi graças a Bara-chan que consegui se- ser representante... 

— Entendo. A Bara-chan tem mesmo um poder incrível — Tomoko concordou. — Certo. Tire sua dúvida então, Kinizuna-kun.

— T- Tomoko-san, o que acontece se duas salas apresentarem o mesmo projeto para o festival?

— Hm... Boa pergunta. Se não me engano, nas disposições gerais das normas do festival diz que, a primeira sala a apresentar o projeto tem prioridade sobre o mesmo. Há algum tempo não havia impedimento se duas ou mais classes apresentassem o mesmo projeto, mas visando incentivar a criatividade e a diversidade, esse parágrafo foi renovado. Assim, a primeira sala que apresentar o projeto tem prioridade sobre ele e a outra sala precisará se adequar ou apresentar um novo.

— E- então existe mesmo essa regra?

— Sim. Mas por que a curiosidade, Kinizuna-kun?

— Tenho a impressão que outra sala irá apresentar o mesmo projeto que a nossa.

— E qual seria esse o projeto?

— Um Café de Empregadas reverso.

A presidente arregalou os olhos e encarou o rapaz por um tempo enquanto seu subconsciente trabalhava depressa, fazendo com que a imagem que ela via dele usando o uniforme escolar masculino fosse sobreposta por ele usando um lindo vestido branco com detalhes em rosa, recheado de camadas e babados, com mangas fofas, barra de renda e um laço enfeitando sua cabeça.

— Está me dizendo que você, com essa fofura toda, irá se vestir de empregada?

— Hm — Kinizuna assentiu, ficando com o rosto totalmente vermelho.

— Ah! Eu preciso muito ver isso!

— Mas eu acho que já tem outra sala com esse mesmo projeto, não tem?

— Tenho quase certeza que não — a presidente alegou. — Apesar de a maior parte dos representantes de classe ter ficado de me passar o projeto hoje, na hora da reunião. Você está com esse projeto aí, Kinizuna-kun?

— Ha- Hai — o garoto afirmou, abraçando a pasta que tinha em mãos, um tanto receoso em entregá-la. — Não seria trapaça, Tomoko-san?

— Por que seria? O projeto pode ser entregue a mim a qualquer momento. Se você já está aqui, não vejo por que não me entregar, né? Fique com sua consciência tranquila, Kinizuna-kun. Você não está violando nenhuma regra — ela piscou um dos olhos e Kinizuna se curvou para agradecê-la.

— Arigatô gozaimassu.

— Não me agradeça ainda. Mas deixe-me tirar algumas fotos de você vestido de empregada.

— S- sim. 

...

 Dada por encerrada a reunião do conselho escolar, que teve como pauta os últimos detalhes do Festival Cultural do ano, a presidente do conselho dispensou o grupo que era composto pelos membros do próprio conselho e os representantes de sala.

Giovana, que era representante do Segundo E, e Kinizuna, que era representante da sala do Segundo B, esperaram a amiga Bara, que era vice-presidente do conselho, para irem embora juntos. Os três deixaram o lugar conversando.

— Eu estou muito chateada! — esbravejou Bara.

— É impressão minha ou você ficou mais desanimada do que eu, com relação a minha sala não poder fazer o Café Reverso, Bara-chan?

— Não é impressão sua, Gi-chan. Eu estou me sentindo culpada por isso. Estive tão ocupada com os preparativos da reunião que pedi dispensa dos dois últimos tempos para dar conta e me esqueci completamente que a reunião da nossa sala estava programada para hoje.

— Go- gomen, Bara-chan?

— Você não é culpado pela minha falta de desatenção, Hiro-chan. 

— Mas como você soube que a minha sala faria um Café de Empregada Reverso no festival, Bara-chan?

— O Hi-chan veio reclamar comigo na hora do intervalo e ainda teve a cara de pau de pedir que eu falasse com você para desistir da ideia. Idiota sortudo! Eu queria muito vê-lo engolindo seu orgulho ao se vestir de menina. Foi um plano de vingança quase perfeito, Gi-chan.

A jovem de cabelos compridos sorriu.

— Não era um plano de vingança, Bara-chan. Eu queria mesmo fazer um Café Reverso porque eu gostaria de ver os meninos da minha sala vestidos de meninas. É quase um fetiche pessoal.

— G- Gomen, G- Giovana-san.

— Não se desculpe, Kinizuna-kun. Você não teve culpa. Fora que você também deve ficar fofo de menina. Por favor, deixe-me cuidar da sua maquiagem no dia?

— H- Hai... — ele concordou, encolhendo os ombros.

Kinizuna sentia o peso da culpa se condensando sobre seus ombros. Mesmo que a presidente do conselho tivesse sido gentil ao tentar consolá-lo e dizer que não havia feito nada de errado, sua consciência dizia ao contrário. Afinal, ele tinha omitido dela o fato que ouvira a conversa dos irmãos gêmeos no corredor na hora do intervalo e que havia ficado com tanta pena de Hikari que decidira agir em prol dele e alterar seu planejamento inicial para o festival.  

— Ahh! — Bara soltou esse esturro e cruzou as mãos atrás da cabeça. — Não podemos fazer mais nada. Agora o Café do 2º E mudou para Café de Mordomos e o Hi-chan vai ficar ainda mais cheio de si dentro de um fraque. Tenho certeza que as garotas dessa escola vão babar ainda mais em cima dele. 

— Por que você não esquece um pouco o seu irmão, Bara-chan?

— Eu até que tento, Gi-chan. Mas eu convivo com o irritante do Hi-chan dentro da mesma casa e ainda tenho o desprazer de ter dividido com ele o mesmo ventre. É quase impossível esquecer que ele existe.  

Giovana e Hiroki se entreolharam, então sorriram.

— Isso só prova que, apesar dos pesares, você o ama muito — comentou Giovana aquilo que ela e Hiroki haviam deduzido e compartilhado pelo olhar.

— Achei que isso fosse óbvio, Gi-chan — Bara respondeu naturalmente, surpreendendo aos outros dois. — Mesmo que gente tenha personalidades tão distintas, fazemos parte um do outro, embora eu negue esse fato com todas as minhas forças. Porém eu tenho que confessar que existe, sim, essa coisa que chamam de “ligação especial entre gêmeos” e não amar o Hi-chan seria praticamente como não amar a mim mesma.

— Achei que não acreditasse nisso, Bara — Giovana comentou.

— É. Eu finjo bem. Mas a verdade é que situações que ocorreram quando éramos crianças me fizeram acreditar nesse elo. Eu me lembro de uma em particular, depois da morte da Midoriko-nee-chan o Hi-chan teve febre por uns três dias seguidos e todas as noites ele chorava muito antes de pegar no sono. E eu sentia. Sentia meu corpo arder como se também estivesse com febre. Sentia uma dor forte no peito e uma vontade quase sufocante de chorar. Está certo que um pouco foi porque eu também estava sentida pela morte da minha irmã, mas eu sei que uma grande parcela daquela dor era porque o Hi-chan estava sofrendo. E é também por amá-lo tanto que desejo que ele se torne uma pessoa menos desprezível. Isso evitaria que nós dois sofrêssemos no futuro.

— Go- gomen?!

Tanto Bara quanto Giovana detiveram a caminhada ao ouvirem aquele pedido alto de desculpas. As duas olharam para trás e viram Kinizuna parado com um dos braços na frente do rosto. Ele estava soluçando e tinha a voz embargada, denunciando o choro. 

— Por que está chorando, Hiro-chan? — Bara perguntou assustada. — Não me diga que é por causa dessa história?

— Não é só por isso. Estou chorando porque eu fiz algo de errado, B- Bara-chan. Eu ouvi quando você negou ajuda ao Hikari-kun hoje na hora do intervalo. Eu fiquei com muita pena dele. Fui eu quem sugeriu a nossa sala fazer um Café de Empregadas Reverso e fui eu quem pediu para a presidente aceitar o projeto antes que a Giovana-san entregasse o dela. Gomenasai! — ele pediu quase gritando, fechando os olhos de onde derramavam lágrimas e curvando o corpo para as duas meninas. — Eu não confiei nos seus sentimentos pelo Hikari-kun, Bara-chan. Eu não sou digno de ter sua confiança.

O ar de perplexidade de Bara durou somente alguns segundos, depois ela se aproximou do colega, repousou a mão sobre o ombro esquerdo dele e o apertou devagar.

— Erga essa cabeça, Hiro-chan — ela pediu.

Kinizuna obedeceu, ficando ereto e encarando o rosto sério de Bara com os olhos vermelhos e úmidos do choro. Então ele viu a amiga abrir aquele grande sorriso, o sorriso que herdara do seu pai Naruto.

— Não posso negar que estou surpresa por você ter feito tudo isso sem que a Gi-chan e eu desconfiássemos de nada, isso só me faz ter mais orgulho da sua inteligência. — Ela piscou um dos olhos. — Mas não posso repreendê-lo por amar o idiota do meu irmão desta forma descabida.

— N- não está brava comigo?

Bara suspirou e negou com a cabeça.

— Não por você tentar ajudar o Hi-chan, Hiro-chan. Isso só prova o quanto você é um bobo apaixonado. Mas estou brava por você querer mimar meu irmão demais. Ele sempre foi mimado mesmo sem ninguém da família fazer muito esforço, então imagina se você começar a superprotegê-lo agora? Daqui uns dias ele se tornará uma pessoa insuportável.

— Gomen? — ele pediu novamente, esfregando as mãos no rosto.

— Engole esse choro.

— Ha- hai.

Kinizuna se voltou para outra colega, que parecia pensativa.

— Gomen, Giovana-san?

— Não se preocupe — ela disse rapidamente, despertando do transe ao sacudir a cabeça. — Eu realmente não fui afetada nessa transação. Afinal, eu posso até ter perdido de ver o Hikari vestido de Maid, mas em compensação, você, com essa doçura toda, vestido de empregada, vai ser algo lindo de se ver.  Irá causar diabetes generalizada em muito marmanjo.

Os três riram.

— Agora que está tudo acertado, que tal nós três nos reunirmos na minha casa para pensarmos nos preparativos do festival?

— Por mim, sem problema — Giovana concordou, dando de ombros.

— S- sem problemas — Hiroki também concordou.

— Yosh! Vamos nos apressar então! — ela falou animada, dando um pulo no ar e iniciando uma corrida em direção a saída da escola. 

Mas o princípio de corrida iniciado por Bara perdeu o ritmo antes que ela ganhasse um maior embalo. Hikari estava no portão de saída da escola e na frente dele havia uma garota que parecia ser do primeiro ano, ela tinha uma baixa estatura, cabelos curtos até os ombros, certamente clareados artificialmente e o rosto que Bara nomeou mentalmente como “tão perfeito como de uma boneca”. Os dois amigos a alcançaram e cada um se deteve de um lado dela, tendo acesso à mesma visão. Não era difícil compreender o que estava se passando: Hikari estava recebendo outra declaração; e pelo que ela tinha contado, aquela deveria ser a terceira da semana. Bara sentiu uma veia pulsar na sua testa e o clima pesar em torno dela, em questão de segundos viu a animação dos dois amigos se esvair e tanto Giovana quanto Hiroki abaixaram a cabeça, o que fez ela fechar as mãos em punho e bater com força um dos pés no chão.

— É por isso que eu não suporto você, Hi-chan!  

Continua...

[1] O termo “Maid” significa basicamente “empregada”.


Notas Finais


Esse capítulo bem voltado para vida escolar dos gêmeos Bara e Hikari. Hikari divando e causando deslumbramento nas meninas, será que ele puxou o pai Sasuke, mesmo não herdando os genes dele? ;)

Festival Escolar e Conselho Estudantil são tão dois itens que não podem faltar em uma fanfic de vida escolar no Japão, né, minna? Eu gosto pra caramba do tema. ;)

Kinizuna-kun começou a mimar o Hii-kun e isso pode causar muita dor de cabeça, afina muitos garotos não amadurecem por serem muito mimados pelas mães e depois continuarem sendo mimados pelas namoradas, mulheres, etc. A culpa também é nossa, meninas! Mas se depender da super-Bara, o Hii-kun não vai ser mimado tão facilmente, né?

Como será que o Kinizuna-kun vai ficar de maid? *____*

Espero que tenham gostado do capítulo!

Até o próximo! o/


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