"Jungkook estava encurralado o mudado estava agarrado a si, agora ele arrancava um pedaço de sua blusa e perfurava a pele de seu ombro com os dentes era mais difícil de se livrar, já que ele o agarrava como um carrapato.
—Me solta merda!
Jungkook tentava empurrar a cabeça do homem no mesmo minuto que tentava sair da casa, tropeçando e batendo contra as paredes, em um minuto ele derrubou um armário e sabia que chamaria mais atenção, então aproveitando e nem ligando mais tirou a arma e atirou no infeliz que quase arrancava seu ombro nos dentes.
—V-voce tem uma arma…?
Assustou-se no minuto em que ouviu aquela voz, fraca e rouca, talvez até um tanto infantil. Procurou por todos os lados mas não viu nada, e com certeza os passos e batidas descontroladas indicavam que os alfas zumbis* haviam descoberto sua localização.
Estava morto.
—Aonde você tá? Quem é você?
Perguntou ainda olhando para os lados do corredor escuro e até mexeu no morto para ter certeza.
—Você também não é como eles…
A voz voltou a falar e Jungkook aguçou os sentidos, nenhum cheiro… E os barulhos altos o impediam de descobrir de onde a pessoa poderia estar falando.
—É… Eu tenho um arma, duas na verdade, quando eu morrer vasculhe na minha mochila, pegue a arma e as munições.
Disse atirando em mais um alfa zumbi que aparecia no corredor.
O beta que falava consigo pareceu tomar seu tempo para pensar.
—Mas eu não sei atirar…
Ele disse inocente, nesse momento Jungkook já tinha descarregado a arma nos alfas.
—Então deveria aprender.
Disse sério, erguendo o antebraço e secando com a manga da blusa o suor da testa.
—Você me ensina?
A voz perguntou, fazendo o alfa se perguntar aonde aquele garoto estava.
—Se eu sair vivo. Aonde você está?"
O menino deu uma risadinha e um barulho muito sutil foi ouvido no teto, acima de sua cabeça.
Jungkook olhou rapidamente e viu uma falha no forro por onde dava para ver dois olhinhos brilhando em um rosto sujo.
—Vem, eu te tiro daqui.
O menino esticou a mão e Jungkook se perguntou se era uma boa ideia, não acreditava nisso, mas em poucos segundos os alfas zumbis estariam ali e o matariam de qualquer jeito. Seria melhor morrer sozinho e deixar aquele garoto escondido.
—Toma.
Alcançou a sua mochila para o menino.
—Tem varias coisas ai, use e mantenha-se vivo.
O beta lhe olhou um pouco choroso e se mexeu delicadamente arrancando mais um pedaço do forro, ou seja, abrindo um espaço maior.
—Não seja tolo, você vem comigo e então saímos daqui. Se eu for sair sozinho aqueles caras vão me pegar. Vem.
Ele esticou as duas mãos agora e Jungkook mesmo sem acreditar naquilo pegou as mãos do menino.
—Pisa ali naquele armário que você derrubou, geralmente eu uso ele para subir aqui com mais facilidade.
E assim feito o Jeon estava no teto junto do beta. Ali tinha muito menos teias de aranha do que imaginou e era bem mais aberto também.
—Então você mora aqui?
Perguntou em um sussurro, o menino riu baixo e deu as costas andando de quadro sobre as ripas e chegando a uma parte mais afastada dali. O alfa o seguiu.
—Não seja tolo, eu só venho me esconder aqui quando tem alfas estranhos patrulhando.
Ele disse surpreendendo o Jeon.
—O que quer dizer?
Perguntou, o beta parou em um determinado lugar, ali tinha outro buraco dava a vista da lavanderia da casa de um só andar.
—Esses caras doidos marcaram essa área, eles passam por aqui de dias em dias…
—Você quer dizer os alfas zumbis*?
Jungkook perguntou, vendo o menino pegar a sua mochila e jogar pelo buraco.
—Alfas o que?
Fez uma cara de nojo mais desentendimento e o mais velho apenas negou com a cabeça em um gesto de “esquece”.
—O que estávamos fazendo aqui e por que jogou a minha mochila?
Perguntou vendo o outro passar as pernas pelo buraco do forro.
—Você faz muitas perguntas.
O beta sorriu e pulou. Jungkook o viu aterrissar no chão com um grande baque, mas em poucos já estava de pé então o alfa seguiu o exemplo.
— Nós vamos sair daqui e bico calado, ok?
Jungkook ficou quieto, isso só porque poderiam rastreamos rapidamente ali. Aquele beta era louco.
O menino tateou o chão, com a mochila nas costas até que “magicamente” abriu um tipo de passagem secreta entre as madeiras velhas.
Aquela casa era grande e tinha uma estrutura muito boa, mas Kook nunca imaginou que tivesse uma “passagem secreta”.
—Vamos seguir por aqui, é tipo subterrâneo, não sei direito, dá na casa dos empregados que fica no bosque atrás dessa casa…
Explicou, e somente quando já estavam na passagem o Jeon interrogou.
—Como sabe disso tudo?
O beta deu de ombros.
—Eu meio que moro agora na outra casa já que é bem escondida, porém mais precária, então um dia tropecei num pedaço de tábua solta no chão e ela quebrou, cai na passagem…
Jungkook queria rir, aquele garoto era muito fofo.
—E quem cuida de você?
Perguntou, o beta deu de ombros.
—Eu mesmo, desde que começou isso tudo estou sozinho.
Um sentimento ruim cortou o coração do alfa, o garoto parecia tão jovem para viver sozinho.
—E quantos anos tem?
—15.
Respondeu parando de andar e estendendo a mão para o alfa.
—Prazer Taehy e você quem é?
—Jungkook.
Pegou a mão do beta apertando firme e surpreendendo-se com o gemidinho de dor que este deu.
—Você parece um ômega assim Taehy!
Riu e o menino lhe olhou feio.
—Mas eu sou um ômega!
Jungkook ficou de boca aberta, literalmente, não conseguia acreditar naquilo. Taehy não tinha cheiro ou qualquer coisa assim…
Vendo a sua surpresa o menino voltou a falar.
—Meu cio ainda não veio, mas meu irmão mais velho é um ômega e minha mãe sempre me dizia que essas coisas de atraso de cio e falta de cheiro são super normais.
Jungkook não disse nada, apenas analisou o menor, não importava o quanto olhasse aquele menino magro e sujo não lhe parecia em nada um ômega…
—Bem… Mas isso então é um ponto pra você.
Tae o olhou sem entender, pelo jeito ele só estava vivendo escondido por esses dois meses e ficando a salvo sem ter idéia do que exatamente estava acontecendo.
—É eu não tenho idéia…
O menino falou, com certeza lendo na expressão do alfa o que este pensava.
—OK, vamos começar do começo. Onde, o que e com quem você estava exatamente a dois mêses atrás quando os alfas surtaram?
Taehy colocou a mão no queixo recordando se do dia em que se separou do irmão, não poderia contar que estava escondido olhando Baekhyun e o namorado, Chanyeol, se beijarem após o ômega contar que estava grávido.
—Omma queria fazer um almoço especial para o appa já que ele estava doente há muitos dias, e meu hyung foi comprar algo no mercado, eu o segui…
Contou a verdade, só tirando o fato de que seguiu Baekhyun escondido já que nunca podia sair de casa e quando o ômega mais velho desviou do caminho do mercado e foi encontrar o namorado Taehyung estranhou, mas continuou o seguindo.
—Eu e meu hyung tivemos uma discussão então eu fugi pra casa, entrei pela janela do quarto escondido e…
Engoliu em seco, Baekhyun tinha dito que estava grávido ele e Chanyeol se beijaram comemorando e então Taehy surtou, seu Hyung iria o deixar, tinha um filhote na barriga que com certeza seria perfeito diferente de Tae que era mantido preso em casa para não envergonhar a família… Ele correu até Baek e o empurrou forte para depois fugir, sentia se traído e no caminho pra casa nem mesmo reparou no caos a sua volta, quando entrou no quarto ouviu a briga do pai e da mãe.
—Minha omma estava gritando, pedindo pra parar e eu me escondi no armário, fiquei escondido até tudo ficar silencioso.
Jungkook não tinha o coração de gelo, ele sentiu a dor do garoto, imaginou se fosse ele lá, brigado com o irmão, ouvir a mãe sofrendo e depois saber que estava sozinho no mundo… Colocou a mão no ombro de Taehy e o parou, o falso beta lhe lançou um olhar marejado e o alfa não resistiu, teve de o puxar para um abraço, mesmo que ambos estivessem sujos e suados, ou que tivessem acabado de se conhecer, nada importou naquele minuto.
Parecia até que um precisava do outro. Taehyung não era acostumado a receber abraços de alfas, não recebia nada de alfas na verdade, o único alfa com quem interagia fora seu pai era Chanyeol e ainda com um ‘oi’ ou ‘bom dia'. Por isso depois de um minuto de um silêncio constrangedor e já não mais no abraço ele agradeceu por ter chegado ao destino.
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