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História Fast. It Takes a Long Time. - Primavera Parte dois


Escrita por: TIBMatt

Notas do Autor


Estaremos enfim encerrando esse projeto. Tinha planejado para concluir em três meses mas acabou se estendendo por mais de um ano. Eu ao menos irei concluir 2019 sem esse projeto nas costas k. Espero que mesmo depois de tanto tempo, ainda possam usufruir.

Capítulo 8 - Primavera Parte dois


Fanfic / Fanfiction Fast. It Takes a Long Time. - Primavera Parte dois

Algo está pegando fogo, é que o que diriam, os vizinhos. Compartilhariam entre si que a casa de Tammy Warner estava em chamas pois tudo o que podiam sentir do lado de fora era o insuportável cheiro de queimado que enchia seus pulmões. Calúnias. Tammy responderia que era um conjunto de calúnias carregadas pela inveja que sentiam por não conseguirem fazer brownies tão crocantes e gostosos quanto os que Warner e Stotch se permitiram preparar naquela tarde.

É verdade que eles não eram grande chefs.

É verdade que metade de seus brownies sairiam queimados.

É verdade que eles contaram com muita ajuda de orações.

Mas isso não importava.

Os olhos de Stotch estavam brilhantes e transbordavam orgulho enquanto ele olhava firmemente os brownies no forno, Warner tirava para si o descanso que julgou merecer. Quando o cronômetro tocou, indicando o fim do preparo, Warner utilizou de luvas para pegar a forma enquanto Stotch observava satisfeito:

— Quero que saiba que mereço muitos desse brownies. De preferência aqueles que não estejam queimados. - Anunciou Warner.

— Os queimadinhos são sempre os melhores.

— Pois eu faço o favor de deixar esses para você.

Ele olhava fervorosamente para a sua obra prima, seus pensamentos transbordavam e sua felicidade era nítida:

— E agora? — Questionou Warner.

— Nós os embrulhamos.

— Embrulhos? Quanto luxo. Eu definitivamente os mereço.

— Terá o melhor deles.

Boa parte da tarde dos dois foi destinada ao tempo que gastaram embrulhando aqueles brownies enquanto conversavam sobre coisas banais; como matérias do New York Times ou pessoas legais de South Park que apesar de serem ótimas nunca iriam chegar a algum lugar. Talvez isso fosse a realidade para a maioria. Aqueles dois achavam que eram a maioria, e provavelmente aceitavam isso melhor do que qualquer outro.

Quando terminaram o relógio já marcava às quatro horas da tarde. Mas o sol no céu ainda estava vivido e radiante lá fora, a primavera é de fato uma estação única. Stotch se despedia de Warner na porta, e por fim lhe deu dois dos mais bonitos embrulhos:

— Um para você, outro para Will.

— Will odeia doces. — Respondeu, rindo.

— Você deu sorte então.

— Francamente, nada além do que eu mereço. — Ambos sorriram entre si. — Boa sorte, com seus pais.

— Vou precisar.

— É, eu sei que vai.

***

As ruas não deslizam, não gritam "cuidado, ou derrubamos você!", elas somente estão lá e brilham mediante o sol. A primavera chega e leva tudo, deixa tudo novo, menos ameaçador; deixa as coisas melhores. Stotch gostava disso, Stotch amava isso.

Stoch estava na frente da porta dos Tucker enquanto observava o gramado verde e vivido. Era um ótimo gramado. Após tocar a campainha levaram alguns minutos para a Sra. Tucker enfim atendê-lo. Ela tinha um sorriso deslumbrante:

— Oh, Butters. É bom te ver, mas já vou avisando que a Karen ainda está na escola. — Stotch sorriu em resposta.

— Obrigado, Sra. Tucker. Mas não estou aqui para ver a Karen. — Ele coloca a mão dentro da bolsa que leva, tem manchas de café e um mascote engraçado estampado nela. — Vim aqui para lhe entregar isso.

De dentro ele tira dois pequenos embrulhos esverdeados. Eram bonitinhos. Tammy e Butters fizeram um ótimo trabalho.

Laura os pegou com gentileza e sorriu, em seguida disse:

— Parecem deliciosos.

— Eu espero que estejam. — Uma leve risada foi dada por Stotch. — Apesar de que alguns deles saíram um pouco queimados. Tammy e eu não somos muito bons nisso depois de tudo.

— Tammy? Warner?

— A mesma.

— Céus, não a veja há séculos. Desde que seus pais... Bom, gostaria de entrar?

— Não, não precisa. Eu ainda tenho que visitar outras pessoas. Espero que aproveite os biscoitos.

— É claro que irei.

Ele sorriu. Stotch já estava pronto para ir embora, entretanto, assim que deu de costas para Laura e deu o primeiro passo, voltou:

— Na verdade, mais uma coisa! Eu gostaria de agradecer a senhora.

— Eu sou a única quem deve agradecer. — Ela claramente se referia aos brownies.

— Não, me refiro a Karen. Talvez você não saiba, mas o fato de que você esteja acolhendo Karen tem sido de grande ajuda. — Laura esboçou uma reação levemente surpresa a princípio, mas logo mudou para algo mais suave.

— Não há motivos para você agradecer, adoramos ter Karen por perto. A verdade é que Ruby é uma garota bem solitária, então é magnífico que ela tenha sua companhia. Sem falar que meu marido e eu adoramos crianças. — O estômago de Stotch dava voltas. Era bom ouvir aquilo. Era legal. — Na verdade, acho que até mesmo Craig adora sua presença.

— Isso é uma surpresa.

— Imagino que sim. — Ambos riram, um para o outro. — Na próxima vez que trouxer brownies eu irei exigir que tome algo comigo.

— Eu... Vou me esforçar para fazer brownies melhores!

— Eu sei que vai.

Stotch estava pronto para ir, pronto para virar as costas, mas precisava dizer uma última coisa:

— A propósito, eu pretendo ir para Seattle até o verão. — Laura se surpreendeu. — Bom... Ainda estou preparando tudo mas... Bem, é basicamente isso.

Laura deu uma longa pausa, até retomar:

— Seus pais...

— Não. — Ele lhe cortou, bruscamente. — Ele não sabem, então por favor, não conte para eles. Eu vou contar.  — Concluiu.

Tudo que Laura pôde fazer foi suspirar e retomar sua cara sorridente:

— Jovens com suas tendências impulsivas. — Stotch lhe olhou, ansioso. — Não se preocupe, minha boca é um túmulo.

— Obrigado.

— Estarei aqui, caso precise. Esperando pelos brownies.

— Farei biscoitos — Ele já não estava tão ansioso. — Eu sei fazer biscoitos. Sem queimá-los.

De fato, ele já não estava tão ansioso.

***

Tinha um pássaro cantando na janela do quarto de Cartman quando Stotch foi lhe entregar o brownies, era fofo. Era irônico.

Havia um episódio de NCIS sendo reprisado na TV quando Stotch deu os brownies para Stan. Kyle estava lá, Stotch apenas agradeceu por ser uma viagem a menos. Ele rodou por toda South Park naquela tarde.

Quando ele enfim terminou notou que seus pés são aguentariam mais. Soube que teria terríveis bolhas no dia seguinte e perguntou para si próprio se Kenny iria se incomodar em lhe fazer uma massagem. Mas ainda não dava pra parar, ainda tinha que encontrar Red como havia prometido. Droga. Às vezes seria melhor esquecer as promessas.

Logo iria anoitecer, pois o sol não tem pela primavera o mesmo respeito tem pelo verão. Do lado de fora da lanchonete que prometeram se encontrar Stotch podia sentir o cheiro do óleo quente, o cheiro dos lanches e quase conseguia ouvir Red o xingando pela demora. Mas era, muito provavelmente, apenas coisas da sua cabeça.

A porta fazia aquele barulho agudo e irritante quando enquanto ele entrava, Red o olhou no exato momento. Se levantou com um embrulho em mãos e foi até ele:

— Pedi para viagem. — Ela comentou, como se não fosse um momento importante. Stotch tinha um rosto ansioso. — O que foi? Eu pedi o seu favorito, e eu olha que eu nem gosto tanto assim de pimenta.

— Estou com medo. — Ele soltou, e isso só fez com que Red lhe desse um sorriso meigo.

— Eu sei que está, é por isso que estou aqui. — Stotch conseguia ouvir o estômago de Red se revirar, ela também deveria estar com medo. Mas devia ser só coisa de sua cabeça. — Vamos ficar bem, e depois vamos aproveitar com tacos. Com pouca pimenta, é claro. Eu não sou boa com isso, depois de tudo.

O cheiro de fritura ainda era muito forte, e os xingamentos talvez não houvessem parado, mas a verdade é que ele já estava mais tranquilo com a companhia de Red.

Garota são boas nisso. Em manter sua mente sã.

Eles conversaram mais do que Stotch imaginou que seria possível durante o caminho, nada é muito difícil quando Red está ao redor, ela tem essa manha de fazer as coisas parecerem bem apesar de tudo indicar que é um desastre. Stotch queria resolver as coisas. Porque queria poder enfim comer os tacos.

Quando chegaram Red foi a responsável por tocar a campainha, foi responsável por dar um puxão de orelha no Sr. Preocupação e dizer um sútil: "calma, vai dar tudo certo". Linda atendeu a porta, e ela estava em um claro estado de choque, até que suas mãos em fim foram de encontro ao seu filho. Ela a abraçou, dando vários beijos em seu rosto em seguida. Stotch estava... Estático:

— Boa noite, Sra. Stotch. — Red disse, tentando tira-lo da situação. — Trouxemos brownies para a senhora. E... Gostaríamos de conversar, se possível. — Ela era bem mais direta do que Stotch sequer poderia tentar ser.

Levaram mais alguns outros segundos até que Linda enfim soltou seu filho. Ela estava contente, Red imaginou que é assim que mães devem se sentir:

— Claro, entrem. — Linda puxou Stotch, ainda calado, pela mão. — Vou preparar algo para vocês beberem. Querem café, suco? Talvez ainda tenha um pouco de chá. Irão ficar para o jantar? Eu sei que seu pai adoraria ter vocês nos acompanhando essa noite. — Stotch olhava bem as mãos que o segurava, eram quentes.

— Ah, bom, na verdade... Não estávamos planejando ficar para o jantar. — Red interrompeu, chacoalhando o saco com tacos em sua mão. — Temos planos.

— Ah, mesmo? Bom... Eu esperava que pudessem nos fazer companhia. — Ela estava chateada. Soltou Stotch sutilmente, o que foi um alívio para ele.

Dentro de si ele reuniu muita coragem para enfim dizer:

— Mãe, onde está o papai? — Sua voz falhou ao concluir a sentença.

— Na garagem, eu estava pronta para chamá-lo para jantar... — Todos estavam sentindo aquele cheiro estranho de lixo. Era a péssima atmosfera.

— Podemos conversar agora? Nós... Estamos com pressa. — "Estamos assustados" seria mais verdadeiro. Linda apenas concordou com a cabeça, em seguida foi atrás de Stephen.

Stotch se sentou no sofá, soltando um grande suspiro:

— Talvez não devêssemos ter vindo. — Comentou.

— Nós definitivamente deveríamos ter vindo. — Red trucou. — Você vai acabar com isso.

— Eu nem sei se consigo falar direito! — Seu tom de voz logo aumentou.

— Você consegue! Precisa conseguir! Ficar correndo dessa merda não vai fazer o cheiro de lixo sumir de você.

— Você já pensou que talvez ir para Seattle seja uma forma de escape?

— Eu... Eu prefiro acreditar que é um recomeço. Uma oportunidade para recomeçar.

Red se sentou ao seu lado, colocou a cabeça em seu ombro e olhou fixamente para a TV em sua frente:

— Você ainda tem que ver o Obelisco. — Então Stotch riu, sutilmente.

— É, eu tenho.

***

Stephen tinha olhos penetrantes, e apesar de Stotch sempre ter imaginado isso ele nunca de fato precisou se submeter a eles. Tinha uma sensação estranha no ar, porque no fim eles acabaram ficando pro jantar e no fim nenhum dos dois tocaram nos seus pratos. Grande erro. Os tacos já estariam frios àquela altura.

Quando Linda enfim quebrou o silêncio Red e Stotch não souberam dizer se era algo realmente bom:

— O que acharam do jantar? Acho que seria ótimo comer os brownies que trouxeram para a sobremesa. — Apenas Stephen se importou em responder.

— Ótimo, como sempre. Butters conseguiu uma ótima namorada, as jovens não costumam trazer doces para seus sogros. — Stephen e Linda sorriram entre si.

— Uh, na verdade, eu e Butters não somos namorados. E, bom, eu também não fiz os brownies.

— Não? — Linda pareceu surpresa.

— Bom, eu não sou muito boa cozinhando. — Red riu, nervosa.

— Ah, querida...

— Mãe, — Stotch a interrompeu bruscamente. Red ficou ansiosa, é claro que ficaria. — Na verdade, eu preciso falar uma coisa.

— Você é bem-vindo para voltar para casa. — E logo foi interrompido por Stephen. — Eu e sua mãe reconhecemos nosso erro, e estamos esperando por você.

Tinha raiva no ar, e ela transbordava de Stotch.

Sua mãe não havia feito nada.

Stotch não havia feito nada.

Por que ele seria bem-vindo para voltar em sua própria casa quando ele não fez nada para merecer sair?

Não tinham lágrimas saindo dos seus olhos, mas tinha alguns pensamentos questionáveis em sua cabeça. Stotch respirou, e respondeu:

— Na verdade, eu não vou voltar para casa. — Ele sequer considerava essa sua casa. — Eu vou para Seattle, no início das férias de verão.

Bom, a bomba foi lançada. Red queria ir embora. Todos queriam:

— O quê? — Foi a resposta mais seca e direta que Stephen conseguiu dar.

— Eu vou para Seattle.

— Seattle? — Linda estava embasbacada.

— Butters, você ainda é menor de idade! E com qual dinheiro você...

— Bom, eu tenho um emprego. — Stotch logo o cortou. — Tenho juntado dinheiro já faz um tempo, e em dois meses já vou ter o bastante para começar.

— Quando você conseguiu um emprego?

— Ah, bom. Foi um pouco depois de você me deixar com alguns hematomas. — Foi uma facada forte, em todo mundo. — Muitos hemotomas, por sinal.

— Butters, querido... — Linda tomou a palavra.

— Eu não permito! — E Stephen a roubou logo em seguida.

— Não estou pedindo sua permissão.

— Você ainda é meu filho, e é de menor. Eu posso mandar a polícia atrás de você até eles te trazerem de volta aqui, e você vai voltar chorando! — O ar estava pesado, sufocante. Estava quente. A casa estava em chamas.

— E depois o quê? Você vai me bater? Eu não estou pedindo a sua permissão! — Stephen deu um soco na mesa, algumas talheres caíram. O jantar de Linda Stotch estava arruinado. — Eu não estou pedindo nada! Eu só pensei que vocês devessem saber.

— Querido, olha, nós podemos conversar e resolver isso. — Linda não sabia ao certo qual dos dois acalmar.

— Obrigado, mãe. — Seus nervos estavam exaustados, mas ele se permitiu sorrir. — Mas eu já tenho com quem conversar. E são boas conversas. — Stotch respirou, fundo. — Obrigado pelo jantar, estava ótimo. Você sempre fez jantares ótimos. Eu espero que vocês aproveitem os brownies. Vamos, Red.

E ela foi, porque qualquer outro lugar é melhor do que uma casa em chamas.

***

Já estavam há algumas quadras da cada dos Stotch quando Red e Butters sentaram na calçada, Red tirou os tacos do saco e deu um para o mais novo fugitivo:

— Esfriou a cabeça? — Ela perguntou.

— Bom, sim... Os tacos também estão frios agora.

— Frios e apimentados, acho que chegamos na pior parte.

— Eu gosto.

— Eu sei que sim. — Ela sorriu.

Já era noite, e o céu de South Park estava magnificamente estrelado:

— Isso foi uma loucura. — Red comentou enquanto dava sua primeira mordida. — E se ele realmente chamar a polícia?

— Eu sei lá, denuncio ele pela agressão física. — Havia alguma ironia na voz de Stotch.

— Isso não é uma piada.

— Eu sei. — Ele levou um soco no braço. — É só que... Ele não vai se importar o suficiente.

— E caso se importe?

— Não vai.

— Mas...

Não vai, calma. Mas, eu vou sentir falta da minha mãe. — Red o olhou em silêncio, e logo olhou o céu.

— Ela parece legal. Eu não encostei no meu prato, mas parecia uma comida ótima.

— E é mesmo, ela fez batatas recheadas porque sabe que são minhas favoritas. Vou sentir falta. — Stotch soltou um suspiro longo, e logo afundou sua cabeça no ombro de Red. — Eu... Sinto que não tô transbordando agora.

— Essa é a tendência. — Ela retribuiu, apoiando sua cabeça na dele. — O cheiro de lixo passa e deixa apenas tacos frios para trás.

— Eu gosto.

— É, eu também.

Era um céu bonito. Era uma noite bonitas. Os dois se sentiam mais limpos, mais bonitos.

***

Quando Stotch abriu a porta da casa dos McCormick pôde sentir o cheiro do carpete velho, e isso lhe aliviou por completo. Não causava nojo ou incômodo, era apenas um grito de "bem-vindo de volta". Era um belo grito.

Kevin estava afundado no seu buraco, a Sra. McCormick estava fuçando os armários da cozinha. Stotch deixou um saco de brownies em cima da mesa para ela. Não estavam tão queimados assim.

Quando Butters entrou no quarto Kenny estava de pernas pro ar, lendo uma revista em sua cama. Stotch suspirou aliviado, era sempre reconfortante vê-lo. Reconfortante tê-lo. Reconfortante estar no mesmo quarto que ele. Enfim comentou, sorrindo alegremente:

— Comprou uma nova playboy?

— Não preciso disso. — Ele abaixou a revista e olhou para Butters, sorrindo. — É uma revista de culinária. — Ele apontou para a capa. — Vamos precisar saber dessas coisas em Seattle.

Stotch ficou surpreso.

— Eu fui ver a Karen hoje. Ela gostou dos brownies e me disse para te agradecer. A Sra. Tucker também. E ela... Me disse sobre os seus planos. Não imaginei que você contaria para ela, agora eu sei que é sério mesmo. — Muito surpreso.

— Eu... Bom, sempre foi bem sério.

— É, eu sei. — Kenny sorriu, e colocou a revista sobre a cabeceira. — Mas agora é meio que sério para mim também. Bom, mais do que ontem, pelo menos. Eu falei com a Karen e com a Sra. Tucker.

— A Karen sabe?

— Deu o seu melhor para não chorar. — Stotch ficou um pouco preocupado. — Mas ela gosta da ideia de trocar cartas e receber lembrancinhas todos os meses.

— Ela sabe que existem e-mails, não? — Então Stotch enfim riu, e com vontade jogou todo o peso do seu corpo sobre a cama e seus lençóis pesados. Tudo em si estava pesado, mas quando colocou a cabeça sobre o colo de Kenny ficou suave, confortável. Ficou bem.

— É, eu acho que ela e Ruby têm visto filmes românticos onde trocam cartas. — Kenny fechou os olhos, passando a mão sobre os cabelos de Stotch.

— Perturbador.

— Sim.

— Então a Sra. Tucker está bem em ficar com a Karen?

— Eu senti que ela não deixaria eu a levar nem se eu implorasse. Acho que ela gosta da sensação de cuidar dos outros.

— É. — Stotch observava as rachaduras no teto, elas pareciam tão pequenas agora. — Definitivamente gosta.

Eles tomaram seu tempo para ficarem calados, para aproveitar a companhia um do outro, então Stotch retomou:

— Oi.

— Olá.

— Tem brownies para você na bolsa. Tammy me ajudou a fazer.

— Desde quando vocês sabem fazer esse tipo de coisa?

— Não sabemos. — Stotch riu consigo mesmo. — E... Tem outra coisa.

— Sim? — Kenny olhou seu rosto. Tinha um sorriso bonito, mas sobrancelhas tensas.

— Bom, eu fiz algo hoje. Mas não fiz sozinho! A Red foi comigo! — Estava genuinamente tenso.

— Vocês não assaltaram um banco, né? Eu sei que você tem planos, mas não precisa ser tão extremo.

— O quê? Não! Nós... Fomos até a casa dos meus pais.

A respiração de Kenny parou por alguns segundos, Stotch se levantou do seu colo e olhou para ele, que parecia surpreso:

— Está tudo bem, não aconteceu nada ruim. Nós apenas... Discutimos, e levando em consideração que isso é tudo que temos feito, eu acho ótimo. — McCormick ainda não sabia como responder.— Eu falei para eles sobre meus planos, e então... Meu pai surtou.

— Ele... Te machucou? — Enfim algo.

— Não! Não. Ele não fez nada, de verdade. Está tudo bem.

Tudo que McCormick pôde fazer foi rir:

— Você é louco!

E Stotch não sabia como reagir, ele apenas riu em resposta.

— Caramba, você é completamente louco! Eu nunca faria uma coisa dessas.

— Eles precisavam saber, ainda são meus pais. — Stotch estava sorrindo quando recebeu um beijo em sua testa.

— Completamente surtado. Não sabe deixar pra traz, não é?

— Eles são meio disfuncionais, mas não consigo deixar nada completamente para trás. — McCormick bufou.

— Você só vai me trazer problemas e mais problemas. Caralho, Butters. — McCormick o abraçou e o derrubou na cama. — Vamos dar o nosso melhor.

— Temos que dar. Essa é a tendência.

Foi um beijo suave e quente o que Butters deu em Kenny:

— Aliás, você se importaria em fazer massagem nos meus pés? Eu andei feito uma mula hoje.


Notas Finais


Encerrar a long não é só uma obrigação, é uma missão e um prazer, k. O epílogo sairá ainda hoje, ou amanhã à tarde. Vocês podem usar os comentários para me xingar pela mega demora para enfim encerrar o projeto.

No epílogo vocês poderão testemunhar o fim das personagem e minhas notas finais, até logo. ~ 👺🌹🌹


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