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História Fatal Attraction - AboVerse - Capítulo 2 - A viagem


Escrita por: Lundgren

Capítulo 2 - Capítulo 2 - A viagem


Emma estacionou a viatura e desceu do carro, antes de atravessar a rua. Estava atrasada para almoçar com a melhor amiga no Granny’s. 

Quando parou em frente à porta de vidro do diner, logo viu Ruby sentada numa das mesas, mas ela não estava sozinha. A srta. French acompanhava a morena de mechas vermelhas. 

Ruby trabalhava como mecânica na oficina de Michael Tillman e, geralmente, Emma e ela faziam algumas refeições juntas, antes das duas seguirem para seus respectivos trabalhos. 

Não era segredo para a sheriff que Ruby sentia uma paixão platônica pela herdeira dos French, uma das famílias mais tradicionais da cidade. Eles eram donos de uma refinaria de petróleo, além de imóveis e administravam também a principal escola da cidade. Enquanto Graham, o filho mais velho, fora educado para chefiar o negócio mais lucrativo da família French, Belle estava na linha de sucessão para brevemente substituir a mãe na direção da escola, onde já lecionava desde que voltara para Storybrooke, há cerca de dois anos. 

Nesse espaço de tempo, Emma assistiu bem de perto sua melhor amiga se apaixonar pela jovem e bonita professora, embora Ruby nunca tivesse realmente lhe confidenciado seus sentimentos por Belle. Mas a sheriff era uma mulher bastante perspicaz e capaz de ler os olhares, o rubor e o nervosismo constante de Ruby quando estava perto da outra ômega. 

–  Desculpe a demora – Emma chegou na mesa, sorrindo para a amiga, antes de cumprimentar a professora – Olá, srta. French.

Belle devolveu o cumprimento com um aceno leve de cabeça, exibindo um sorriso educado em seus lábios rosados.       

Emma reconheceu que Belle era uma mulher bastante bonita e compartilhou um sentimento de identificação com Ruby, pois sabia o que era estar envolvida por alguém que parecia ser tão inacessível. 

A sheriff se sentou à mesa no banco ao lado de Ruby, observando a amiga já devorar um sanduíche de rosbife. 

–  Você demorou, então eu adiantei os pedidos – Ruby explicou, depois que engoliu o pedaço da comida, derramando mais mostarda no sanduíche.

Emma assentiu, sabendo que a amiga não podia se dar ao luxo de ser impontual, porque Michael era um chefe muito exigente.

– Sempre achei muito bonita a amizade de vocês – Belle comentou de repente, e dois pares de olhos fitaram-na ao mesmo tempo – Mas, confesso que já cheguei a pensar, em algum momento da adolescência, que vocês namoravam. 

Emma abriu um grande sorriso, e Ruby apenas piscou os olhos. 

– Eu bem que queria, mas Ruby nunca me deu uma chance – a sheriff brincou, e Belle sorriu também, vendo o rosto de Ruby corar levemente.

– Que mentira, Emma – Ruby resmungou – Desde a adolescência, você já era apaixonada pela Aurora. Vivia suspirando por ela nos corredores do colégio. 

A expressão de Emma se encheu de nostalgia ao pensar na falecida esposa.

– E você, Ruby, não tinha nenhuma paixonite naquele tempo?

A pergunta inesperada de Belle, fez a ômega de mechas vermelhas enrijecer em seu assento.  

– Não – Ruby sorriu fracamente, sacudindo a cabeça, enquanto Emma e Belle a olhavam em silêncio – Não tinha muito tempo para pensar em romances na adolescência.

Emma olhou para a amiga com os olhos cheios de carinho e admiração. Ela mais do que ninguém sabia o quanto era difícil para Ruby falar  sobre aquela época da vida. 

Ruby não conheceu o pai biológico e, muito cedo, perdeu a mãe num trágico acidente de carro. A partir daí, ela passou a ser criada pelo padrasto. Porém, no dia que se apresentou como ômega, a garota logo sofreu uma tentativa de abuso por parte de quem deveria protegê-la. 

Para não ceder às investidas do alpha asqueroso, Ruby preferiu fugir de casa, levando consigo apenas uma mochila com poucas roupas. Na ocasião, Emma e Ruby já eram grandes amigas, e a loira recebeu com imenso alívio a decisão de sua mãe, Ingrid Swan, de acolher Ruby, não deixando a garota ficar na rua. 

Ingrid Swan quis denunciar o padrasto de Ruby às autoridades, mas a garota fez Ingrid prometer que  não o denunciaria, porque temia que o homem tentasse alguma represália contra a família que a acolheu. Ademais, também tinha medo que aquela história horrível chegasse aos ouvidos de todos na cidade, em sua maioria pessoas provincianas que certamente iriam preferir acreditar na palavra do padrasto, por ele ser alguém de prestígio em Storybrooke. 

Porém, numa doce e justa reviravolta do destino, o assediador foi encontrado morto pouco tempo depois de Ruby fugir de casa. Aparentemente, ele sofreu um infarto fulminante durante uma fria noite de inverno. 

Quando a garçonete trouxe o pedido de Emma, a loira foi arrancada daquelas memórias e girou a cabeça, encontrando Belle olhando com inesperada suavidade para Ruby, que já havia voltado a comer. 

Mas, como se percebesse que era observada pela sheriff, a ômega ruiva logo desviou o olhar quase no mesmo instante que Killian se aproximou da mesa.

– Belle, eu estava te procurando – o homem disse, cumprimentando sem entusiasmo as outras duas mulheres.

 – Por quê? – a moça perguntou quase com indiferença, levantando o rosto para encará-lo. 

Killian franziu o cenho, não gostando da recepção nada calorosa da namorada. 

– Porque eu já te liguei várias vezes e você não me atendeu. 

– Esqueci o celular em casa – Belle disse dando de ombros. 

Killian olhou constrangido para a sheriff e Ruby, percebendo que elas prestavam atenção em sua conversa com Belle, afinal, estavam sentadas na mesma mesa. 

Incomodado, o homem pediu: – Será que poderíamos ir para outra mesa? Preciso ter uma conversa particular com você.

A ômega ruiva assentiu sem palavras e se despediu das outras, antes de seguir Killian para uma cabine vaga no diner. 

De maneira discreta, Ruby os observou e viu quando Killian pousou uma mão possessiva na parte baixa das costas de Belle. A mecânica desviou o olhar e deu com os olhos verdes e sorridentes de Emma.

– O que foi? – Ruby franziu o cenho.

A expressão de Emma ficou mais doce.

– Entendo você – ela falou, pensando em seu envolvimento com Regina Mills. 

///

Ainda no início da tarde, Regina fechou a porta da mansão, carregando em um dos braços um saco de compras. Foi a desculpa que deu para sair mais cedo e poder encontrar Emma no departamento. Como realmente faltavam algumas coisas para o jantar, sua pequena demora não levantaria suspeitas. 

–  O sr. Mills chegou há pouco – o mordomo falou, provocando um leve sobressalto em Regina.

– Você me assustou, sr. Spencer! – Regina levou a mão livre ao peito.

O homem mais velho e de postura rígida, olhou-a sem emoção. 

– Desculpe-me senhora –  pediu com uma leve reverência. 

Regina fez um gesto, como se dissesse “não tem importância”. 

– E onde ele está? – a ômega perguntou, já recomposta, passando pelo mordomo e levando as compras para a cozinha, deixando-as na bancada. 

O homem a seguiu. 

– Disse que ia tomar um banho e tentar dormir um pouco, pois estava com dor de cabeça – Albert Spencer respondeu – Ele perguntou pela senhora. 

Regina olhou-o sem expressão, antes de se aproximar da cozinheira que  preparava o jantar. 

– Trouxe tudo que você me pediu, srta. Blue. Precisa que eu a ajude com alguma coisa? 

– Não senhora. Eu já fiz a entrada, berinjela defumada como a senhora pediu – a mulher de meia idade falou com seu jeito formal – Estou terminando o prato principal, para começar a preparar as sobremesas. Não precisa se preocupar, está tudo dentro do planejado. 

Regina sorriu levemente para a eficiente mulher, antes de se voltar para o mordomo. 

– E Roland? 

– Está no quarto fazendo a lição de casa – Albert explicou.

Regina assentiu, passando pelo mordomo.

– Vou ver o Robin – falou, já subindo os degraus da escadaria, sentindo o olhar do mordomo em suas costas. 

///

Regina fechou a porta do quarto e se virou, encontrando Robin saindo do banheiro com a toalha enrolada na cintura e o peito nu, ainda molhado do banho. 

Robin Loxley Mills nunca foi um homem de traços realmente bonitos, mas em algum momento quando eles se conheceram, Regina o considerou atraente. Agora, ele não lhe despertava mais nada. 

Porém, isso não aconteceu de um dia para outro. Foi algo que se acumulou ao longo do tempo, no momento em que Robin começou a ficar ausente e mais comprometido com o trabalho do que com a esposa, chegando a passar semanas longe da família, logo depois da adoção de Roland, oito anos atrás.

Para Regina ficou claro que Robin se ressentia por ela não poder lhe dar um herdeiro biológico. Alguns anos depois de casados, a ômega descobriu ser estéril e aquele diagnóstico caiu como uma bomba sobre o seu casamento. Tudo ficou ainda pior, quando Regina manifestou o desejo de adotar uma criança. 

A partir de então, a mudança no comportamento do marido aconteceu de forma gradual, preocupando a ômega. Regina começou a ter medo que o marido fosse atrás de outras mulheres e passou a pensar em maneiras de recuperar o alpha atencioso por quem ela havia se encantado no passado. 

Porém, há muito tempo, Regina deixou de se importar com isso e aprendeu a viver aquele casamento de aparências, fingindo uma felicidade que não sentia, sustentando uma relação sem amor, sem desejo, sem fidelidade... 

–  Estou morrendo de dor de cabeça –  Robin se queixou, enxugando com a toalha os cabelos curtos e já um pouco grisalhos –  Só não cancelo o jantar, porque essa aliança com os French’s é muito importante para a empresa.

– Já tomou algum analgésico? – ela perguntou, olhando-o de soslaio enquanto recolhia as roupas que ele tinha deixado jogadas na cama.

– Uma aspirina – largou a toalha que usava para enxugar os cabelos em cima de uma poltrona e andou até o armário – Mas acho que preciso de algo mais forte. 

Regina revirou os olhos para o desleixo do marido, indo recolher também a toalha para levá-la ao cesto de roupas sujas.

– Acho que tenho um remédio para enxaqueca na bolsa que deixei no carro. Vou pegá-lo para você. – ela comunicou, indo na direção da porta, levando as peças dobradas em um dos braços para deixar na lavanderia.

– Regina – ele a chamou, quando ela já estava com a mão na maçaneta – Amanhã, terei que ir para Nova York logo cedo e só voltarei na terça. Gostaria de ir comigo? 

O convite surpreendeu-a. Robin raramente a convidava para acompanhá-lo em suas viagens e aquela proposta repentina acendeu uma luz amarela na cabeça de Regina. 

“Será que ele está desconfiado?”

– Adoraria, querido! – mentiu – Mas, você esqueceu que amanhã à noite Roland vai participar daquela peça no teatrinho da escola? Ele já vai ficar triste com sua ausência, imagina se nenhum dos pais for assisti-lo? – aproveitou para alfinetar sutilmente.

O alpha a olhou sem emoção. 

– Eu realmente havia esquecido – falou não demonstrando qualquer traço de culpa por ser um pai sempre ausente – Você tem razão. Fica para uma próxima, então – sorriu, mostrando as rugas nos cantos dos seus olhos. 

Regina assentiu e percebeu aliviada que ele havia convidado-a apenas por cortesia. Não devia realmente estar querendo sua companhia, pois não insistiu e aceitou facilmente a desculpa, sem sugerir que ela fosse no dia posterior a encenação da peça. Concluiu que Robin apenas desempenhava seu papel de marido falsamente atencioso. 

Quando saiu do quarto, um sorriso inesperado tomou-lhe os lábios carnudos. Robin ficaria fora da cidade pelos próximos dias, o que facilitaria seus encontros com Emma durante o período. Talvez pudesse passar a noite de domingo com a amante. Precisavam apenas encontrar um lugar afastado nos arredores de Storybrooke, que servisse de esconderijo para o caso das duas.



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