História Fate ômega. - Sentimento de liberdade.

 Kent Nelson estava sentado em uma mesa lendo um jornal com uma xícara de chá na sua frente, o local ao seu redor parecia uma sala de jantar digna de um castelo. O velho já ia passando a página no jornal antes de sorrir e olhar para uma das portas.

– Vejo que acordou, teve uma boa noite de sono? – Indaga o mago para quem se aproximava.

Após alguns passos a figura entrou na luz da sala revelando ser o projeto ômega que agora estava sem as manchas de sangue em seu corpo, além disso vestia uma camisa branca simples com uma calça jeans com um tênis simples. O clone deu um olhar para Kent antes de dar um pequeno aceno e se sentar na cadeira e ficou lá parado encarando o homem.

– Imagino que queira saber onde estamos, ontem notei que estava mais concentrado em apenas se deitar, estamos na torre do destino, ela é... – Começa Kent fazendo o ruivo estreitar os olhos apertando os punhos.

– Eu não me importo com onde eu estou, o que eu quero saber é onde está o meu irmão? – Pede o clone fazendo Kent o encarar surpreso antes de rir baixinho.

– Desculpe, eu devia ter adivinhado isso, seu irmão está no momento hospedado no salão da justiça enquanto a liga arruma um lugar para toda a sua equipe atuar. – Revela Kent recebendo um olhar surpreso do projeto ômega que pisca algumas vezes tentando compreender a informação.

Esse homem sabia informações, provavelmente, confidenciais da liga da justiça, além disso ainda sabia onde estava o irmão dele. O projeto ômega abandonou sua surpresa e adotou um olhar mais cauteloso enquanto olhava para o velho.

– Eu quero ver ele. – Pede o clone recebendo um aceno de Kent que levanta a mão para o lado e move o braço em um círculo fazendo uma espécie de portal que mostrava do outro lado o salão da justiça.

Vendo isso o ruivo olhou com os olhos estreitos para o portal e depois para o velho antes de olhar para sua própria mão, fazendo Kent observa-lo com curiosidade e atenção. Nesse momento o rapaz se levantou da cadeira e se virou para trás, ainda olhando para a mão quando ele de repente levantou o braço e fez o mesmo movimento do velho.

O que aconteceu a seguir, surpreendeu bastante o velho, um pequeno portal apareceu, mas esse era diferente daquele que ele fez, era instável, a imagem piscava, antes do portal sumir. O clone olhou com uma carranca antes de uma mão pousar em seu ombro fazendo com que ele arregalasse os olhos e se virasse para ver Kent o encarando com uma expressão estranha para o ruivo.

– Eu devo admitir garoto, faz muitos anos que eu não vejo alguém com tanta aptidão e talento para magia como você, você quase fez um portal estável na sua primeira tentativa, isso é um feito incrível por si só – Elogia o velho fazendo o ruivo piscar surpreso.

– ...Obrigado? –

Nesse momento o velho olhou para o seu próprio portal e o fechou com um estalar de dedos, após isso ele se afastou do clone que o encara como se fosse um enigma. Kent caminhou até um móvel ao lado antes de retirar um colar com uma corrente de prata e uma pedra azul marinho nela, o homem então estende a joia para o clone.

O ruivo o encarou sem entender antes de lentamente pegar o colar, olhando para a joia analisando-a.

– O que é isso? Eu não reconheço bem o material além da corrente de prata. – Indaga o clone curioso, o que fez Kent sorri para o rapaz.

– Isso meu jovem é feito de uma pequena lasca que veio de uma arma mágica bastante poderosa que era usada para lutar contra os lordes do caos, considere isso um presente para você e também um pequeno passe para entrar na torre do destino quando quiser. – Declara o velho fazendo com que o ruivo o encarasse com ainda mais surpresa.

– O-o que? Você quer que eu volte? Por que? – Indaga o clone fazendo Kent o encarar com um pequeno sorriso triste.

– Porque todos merecem uma chance de serem o que quiserem, mesmo os clones criados para serem armas, além disso eu sou um homo magis, e você tem aptidão e talento para ser um, seria um crime para minha espécie se eu lhe negasse o direito de aprender magia. – Revela Kent com um aceno, entretanto o clone ficou impassível o encarando.

– Você me disse a verdade, mas não toda ela. –

Essa fala fez com que Kent sorrisse orgulhoso para o clone, o que o fez se sentir estranho novamente, ele nunca recebeu nenhum desses sorrisos antes, nem quando passava nas simulações com 100% de sucesso.

Nesse momento o velho virou a cabeça, gesto que foi imitado pelo clone, para uma foto que estava em cima de uma lareira. A foto mostrava uma mulher de pele ligeiramente bronzeada que tinha um cabelo castanho curto na altura dos ombros e olhos castanhos, ela vestia um vestido simples e antigo rosa com um colar de pérolas em seu pescoço.

– Essa era minha esposa Inza, ela vivia aqui comigo durante muitos anos, mas o tempo não quis que continuássemos juntos como gostaríamos. – Explica o velho fazendo o clone o encarar por alguns instantes. – Pode parecer estranho para você jovem, mas a sua curta estadia aqui e pequena conversa foi o suficiente para animar esse velho. –

– ...Não que isso não seja emocionante e tudo, mas por que está me falando isso? – Questiona o clone novamente com uma carranca encarando o velho que apenas suspira com a desconfiança.

– Não é bom iniciar uma amizade com mentiras, por isso estou sendo completamente honesto com você, além disso pelo pouco que eu vi, você tem talento com a magia e planejo ajudar a melhorar suas habilidades. – Revela Kent antes de reabrir o portal para o salão da justiça. – Agora imagino que seja bom você ir, seu irmão parece precisar falar com você. –

Ouvindo isso o ruivo acena para o velho antes de passar pelo portal fazendo o mesmo se fechar após isso. Um silencio se instaura no lugar antes de Kent se sentar novamente em sua cadeira e ler o jornal, ele ficou alguns instantes assim antes de piscar percebendo algo.

– Eu nunca perguntei o nome do garoto... –

(No salão da justiça.)

O projeto ômega olhou surpreso para o lugar onde ele parou antes de começar a flutuar lentamente e saiu procurando por seu irmão, demorou um pouco, mas o clone finalmente o encontrou em uma sala sozinho vendo a estática de uma TV. O ruivo já ia se aproximar quando notou algo no Superboy, ele estava irritado, triste, de mau humor, toda a sua linguagem corporal gritava isso, deu uma pontada de culpa no projeto ômega se lembrando de sua saída abrupta, se ele tivesse continuado lá isso ainda aconteceria?

Dessa vez o clone do Darkseid voou até a frente do Superboy, surpreendendo o rapaz.

– Irmão... – Começa o projeto ômega olhando para o Superboy que estava surpreso. – Eu... –

Nesse momento o Superboy se levantou e abraçou seu irmão, surpreendendo-o antes de devolver o abraço, os dois ficaram assim por um tempo antes de se separarem e sentarem no sofá.

– ... Você está melhor? – Indaga o Superboy com uma carranca preocupada fazendo o projeto ômega piscar e adotar uma expressão pensativa.

– É um trabalho em andamento e desculpa por ter saído daquela maneira, eu...eu apenas precisava de um espaço para respirar. – Declara o projeto ômega com um suspiro enquanto pegava seu colar. – E você? O que aconteceu após eu sair? –

Nisso o Superboy apenas rosnou e cerrou os punhos, claramente irritado com algo. – Superman, ele não é como esperávamos que fosse, ele me odeia, eu pude ver nos olhos dele, o nojo, a repulsa, ele não me viu como... –

– Então ele é um idiota. – Interrompe o projeto ômega se levantando e cruzando os braços. – Não se esqueça irmão que quem salvou aos três companheiros foi você, aquele que trouxe a liberdade aos genomorfos foi você, o verdadeiro herói em Cadmus foi você e isso já o torna um herói. –

Ouvindo isso a expressão de Superboy se suaviza enquanto o rapaz acena claramente mais tranquilo e dá um olhar para o irmão antes de desviar os olhos. – ...Inclusive...sobre o soco que eu te dei, me desculpa, eu apenas não estou acostumado com isso de ter um irmão pessoalmente, quero dizer, tivemos nossas conversas telepáticas em Cadmus, mas aqui é diferente. –

– Sim, tudo aqui é diferente, mas iremos encarar isso juntos, como irmãos. – Declara o projeto ômega colocando a mão no ombro do Superboy recebendo um aceno do mesmo, sem o conhecimento deles a câmera da sala estava virada para eles e deu um zoom nos dois.

(No dia seguinte.)

O projeto ômega estava segurando uma barra com vários pesos a levantando na academia subterrânea do salão da justiça. Ainda era estranho para ele estar ali cercados pelos heróis que ele podia derrotar a qualquer momento que quisesse.

Além disso a cabeça dele voltou para o convite de Kent Nelson e ele estaria mentindo se falasse que não estava interessado, magia parecia algo impressionante e fascinante para o jovem clone, além disso seu irmão era vulnerável a magia, então ele deveria saber algo sobre o assunto se necessário.

Foi nesse momento que um batimento cardíaco chamou a atenção do clone fazendo o mesmo parar seu treino, que no momento parecia mais um passatempo e se virou para a porta da academia onde viu o Batman o encarando. Imaginando que o herói queria falar com ele, o clone rapidamente guardou a barra e flutou até o Batman.

– Batman. – Cumprimenta o projeto ômega apenas para os olhos do herói se estreitarem.

– Você saiu antes que pudéssemos falar apropriadamente sobre as regras. – Repreende o herói fazendo o clone piscar confuso.

– O que? –

Em resposta o Batman apenas começou a se afastar fazendo o clone o seguir.

– Você vai ser colocado em um time com outros heróis juvenis no dia 8 de julho, espero todos vocês reunidos nas coordenadas que informarei, até lá não saia do salão da justiça, nem tente fazer contato com ninguém mais, além disso matar é terminantemente proibido se eu souber que você matou novamente vai haver consequências, fui claro? – Declara o Batman parando para encarar o projeto ômega que o encara surpreso.

– Sim? –

A resposta fez o Batman estreitar os olhos no clone. – Deixe-me ser mais claro, eu não confio em você e nem a liga confia, no momento estamos ainda decidindo se você realmente pode se juntar ao time ou não, então se ainda quiser se juntar, não pode mais matar, eu fui claro? –

– ...Sim. – Responde o projeto ômega dando um passo para trás de olhos arregalados fazendo o Batman o encarar antes de ir embora.

O cavaleiro das trevas parou na porta dando um último olhar no clone paralisado antes de sumir de vista.

O projeto ômega ficou parado enquanto ouvia os passos do Batman se afastando, nisso ele rapidamente começou a flutuar antes de sair para o lado oposto.

(Algum tempo depois.)

O projeto ômega estava em seu quarto confuso, ele não deveria sentir medo, não de alguém que ele já derrotou antes em suas simulações, o Batman não iria conseguir assusta-lo tão facilmente, tinha algo errado. Foi nesse momento que o clone sentiu o colar em seu pescoço e tocou a pedra antes de se lembrar do homem que lhe deu o colar, ele precisava de alguma orientação, qualquer coisa e até agora o único que foi totalmente honesto com ele, além de seu irmão, foi o mago.

Com isso em mente o clone levantou a mão para a parede e fechou os olhos em profunda concentração, ele se lembrou da torre do destino, dos cheiros que sentiu, de todo o design do lugar, da decoração, da energia. Ele começou a girar a mão, ainda de olhos fechados sentindo algo dentro dele, era quente, algo confortável, parecia que ele estava guiando um rio com suas mãos.

– Devo admitir que estou surpreso com a sua taxa de crescimento no aprendizado prático da magia. – Declara a voz de Kent fazendo o clone abrir os olhos e olhar para o velho o encarando de dentro do portal. – Um portal estável em menos de 24 horas desde que conheceu o feitiço, você deve ser um prodígio na magia. –

– Senhor Nelson. – Cumprimenta o clone com um aceno fazendo o homem ficar carrancudo antes de entrar no quarto.

– Não me chame de senhor isso faz eu me sentir um velho...mais do que eu já sou. – Comenta Kent com uma pequena careta no final ganhando uma risada do clone, fazendo com que o homem encarasse o rapaz surpreso.

– O que? Foi engraçado. – Se defende o ruivo virando a cabeça pro lado ligeiramente constrangido.

– Desculpe, é só que faz muito tempo que alguém realmente ri das minhas piadas, Nabu não é o mais aberto emocionalmente para ri e o resto da liga não aparece se não for pra pedir ajuda em assuntos mágicos. – Responde o idoso fazendo o ruivo franzir o cenho com a resposta.

– Entendo. –

Com isso os dois ficaram em silêncio com Kent olhando ao redor do quarto ficando surpreso com o quão vazio parecia antes de se voltar para o rapaz.

– Você prefere vir para a torre? Acabei de preparar alguns biscoitos e chá. – Oferece o homem fazendo com que o clone desse um pequeno sorriso.

(Algum tempo mais tarde.)

– ...E essas maquinas chamadas televisões são muito estranhas, sério eu consigo ver pessoas reduzidas nelas, e desenhos se movimentando, além disso meu irmão tomou um gosto por assistir a tela estática, ele poderia passar horas vendo isso. – Relata o projeto ômega comendo um biscoito enquanto Kent ria se servindo de um chá.

– Deve ser tudo muito estranho para vocês, é tudo muito novo, mas com o tempo você vai conseguir se instalar. – Garante o homem fazendo a expressão do clone vacilar.

– ...Deixe-me adivinhar, o Batman fez aquilo com o gás do medo? – Indaga o velho de repente fazendo o rapaz o encarar surpreso.

– Gás do medo? –

Ouvindo a pergunta do rapaz, Kent suspirou antes de estalar os dedos. Nesse momento a cabeça do clone se levantou e um pouco de fumaça saiu de sua boca e nariz antes de se dispersar no ar.

– Sim, isso é algo que qualquer veterano da liga já sabe, mas alguns anos atrás o Batman costuma testar qualquer herói com uma versão diluída do gás do medo para ver se pode ser útil na contenção deles. – Ao ouvir isso o clone arregala os olhos, aparentemente chocado com o que ouviu.

Os dois ficaram em silêncio após isso, o clone parecendo incrédulo que um herói fizesse isso enquanto Kent apenas observou o rapaz preocupado.

– Por que? Por que fazer algo assim? –

– O Batman sempre foi alguém paranoico, mas isso aumentou desde que o Robin morreu. – Responde Kent soltando um suspiro perdido na memória.

– O Robin? Mas ele está vivo, me salvou inclusive. –

– Oh, não esse Robin, o outro, o primeiro, aquele que morreu em uma missão Black ops da liga... – Revela Kent fazendo o clone o encarar surpreso com a informação. – Você e seus novos amigos não são o primeiro time Black ops da liga da justiça, o primeiro não acabou muito bem com apenas um dos membros ainda vivo, acredito que é provável que a liga reative esse time agora para manter um olho em vocês, mas ainda não tenho certeza. –

Os dois logo ficaram em silêncio enquanto continuavam comendo os biscoitos e bebendo o chá, foi em algum momento durante isso que Kent percebeu o olhar cabisbaixo e preocupado do jovem a sua frente, ele parecia ter sido afetado pelo que o homem disse.

– Então chegou ao meu conhecimento que eu nunca perguntei o seu nome apropriadamente, mesmo já tendo me apresentado, por isso queria saber qual o seu nome jovem? – Pede o velho calmamente fazendo o rapaz o encarar.

– Projeto ômega. –

Após isso um silencio desconfortável apareceu na sala enquanto os dois se encararam por alguns instantes antes do homem piscar surpreso.

– Sério? –

– Sim. –

Novamente um silêncio envolveu os dois antes do homem suspirar se recostando na cadeira balançado a cabeça.

– Não, isso não vai servir, você merece ter um nome. – Declara o homem fazendo o rapaz piscar.

– Por que? Quero dizer todos sabem que eu sou o projeto ômega e eu sei quem eu sou, isso só é uma maneira de me identificar. – Questiona o rapaz confuso fazendo o homem balançar a cabeça ligeiramente divertido.

– Verdade, mas você é o “projeto ômega”? a arma criada para destruir e substituir a liga da justiça? Ou você é algo diferente? – Pede o velho fazendo o rapaz piscar.

– Eu não sou uma arma, eu fugi para ficar com o meu irmão. – Responde o garoto confuso fazendo com que Kent acenasse com a cabeça.

– Exatamente, você é um irmão, o irmão do Superboy, que teve de escolher entre ser o projeto Kr ou o Superboy, e assim como ele você merece as duas opções, você quer ser o projeto ômega ou outra pessoa? – Indaga o homem fazendo com que o ruivo abaixasse a cabeça com uma expressão pensativa antes de levantar a cabeça e o encarar.

– Qual pode ser o meu nome? Eu nunca pensei sobre isso e não sei qual escolher... – Comenta o rapaz antes de olhar para o homem na sua frente com expectativa, o que fez ele arregalar os olhos surpreso.

– Você... você quer que eu escolha seu nome? – Indaga o homem fazendo o rapaz acenar para ele.

Com isso Kent se levanta caminhando com sua bengala batendo no chão antes de sumir por uma porta deixando o projeto ômega sozinho na sala. O rapaz olhou ao redor analisando a sala até seus olhos pararem no quadro de Inza, tendo conhecido um pouco o Kent Nelson, ele só conseguia imaginar como ela seria.

O rapaz logo se levantou e pegou o último biscoito andando em direção ao quadro o encarando, ele levou um tempo olhando antes de comer, de repente ele ouviu uma batida de coração fazendo com que o clone se virasse para ver Kent o encarando com os olhos arregalados e um livro na mão.

O projeto ômega encarou o homem antes de se voltar para o biscoito em suas mãos e depois para o quadro, após isso seu olhar voltou para o homem.

– Então...não é o que está parecendo? Seja lá o que for que ache. – Comenta o clone antes de o homem se aproximar dele rindo.

– Você não fez nada de errado jovem, apenas me lembrou dela... – Garante o homem fazendo o clone piscar confuso, o que Kent logo esclareceu. – Inza era uma pessoa espirituosa, igual você, ela sempre foi uma mulher forte e decidida, além de ter um talento com a magia que até eu ficava com inveja, você me lembra dela. –

O clone ficou quieto acenando com a cabeça confuso antes de encarar o velho com a sobrancelha levantada.

– Então...você está me dizendo que meu nome deve ser Inza? –

– Oh deus, não. – Nega o homem o um pouco rápido demais antes de dar um livro para o clone.

O projeto ômega pegou o livro e olhou para o título e percebeu imediatamente o kanji japonês nele, que dizia: “A lenda do turbilhão”. Curioso o clone abriu o livro e foleou algumas páginas vendo várias palavras junto com algumas imagens nas páginas.

– Vejo que gostou do livro, esse era o favorito da minha esposa. – Revela o homem com um sorriso nostálgico vendo o brilho de curiosidade e de animação nos olhos do clone lendo o livro. – É a história de um garoto que tinha um monstro selado dentro dele, sendo odiado por isso, até que em um ponto o garoto achou um lugar para chamar de seu e uma família que o amava como tal, com ele e seu monstro se tornando protetores do mundo. –

O clone parou na imagem de um quadrado com uma pessoa ajoelhado estendendo as mãos para várias plantas e arvores enquanto do outro lado dele tinha uma figura monstruosa com dentes afiados estendendo as mãos para cima enquanto vários animais o observavam como se estivessem fazendo uma revência.

– Qual era o nome dele? –

– O nome que Inza e eu queríamos botar em um filho nosso: Naruto. – Revela Kent com um sorriso triste enquanto o projeto ômega olha para o livro uma outra vez e dá um sorriso para o homem.

– Naruto...Naruto... Eu gostei, esse é meu nome agora, obrigado. – Anuncia o projeto ômega agora conhecido como Naruto, o que fez Kent sorrir para o rapaz.

– Fico feliz que gostou e é um prazer conhece-lo oficialmente, Naruto. – Cumprimenta Kent estendendo a mão para o clone que a agarra e a balançar.

– Digo o mesmo Kent Nelson. –

Após isso os dois ficaram em silêncio antes de Naruto suspirar.

– Isso soou estranho para você também? – Indaga o ruivo fazendo com que Kent suspirasse também acenando com a cabeça.

– Sim, mas foi melhor que senhor Nelson. –

(Quebra de cena.)

– Você claramente está animado. – Comenta o Superboy encostado na porta do quarto de Naruto, vendo seu irmão lendo um livro japonês com os olhos quase vidrados.

Em resposta, o ruivo apenas acenou com a cabeça enquanto seu irmão apenas o encarou.

– Ok... onde você encontrou um livro aqui? Ainda não achei a biblioteca. – Indaga o Superboy fazendo Naruto parar de ler e o encarar.

– Ah, bem isso é um segredo então não fale para o Batman, ok? – Pede o ruivo baixinho fazendo o Superboy levantar a sobrancelha antes de bufar e negar com a cabeça.

– Não, não me fale, se isso te deixar em apuros é melhor manter para si mesmo, contanto que consiga algum livro para mim também. – Declara o clone do Superman sorrindo.

Logo os dois começam a rir baixinho antes de Naruto guardar seu livro embaixo da cama antes de saírem para o corredor indo em direção a sala. Enquanto eles andavam o ruivo franziu a testa se lembrando do Batman e o que ele tinha feito consigo.

– Ei, irmão, por acaso o Batman falou com você? – Indaga Naruto recebendo um olhar confuso do Superboy.

– O Batman? Ele nunca nem apareceu aqui, não que eu saiba pelo menos. – Revela o meio Kryptoniano fazendo Naruto acenar com os olhos estreitos. – Por que? –

– Por nada não, só estava curioso. – Responde o ruivo enquanto continuava andando, entretanto seu irmão parou e o encarou de olhos estreitos antes de voltar a seguir ele.

(No dia seguinte.)

Kent Nelson sorriu orgulhoso vendo como Naruto estava voando na biblioteca enquanto lia um dos inúmeros livros de lá, era estranhamente gratificante para o idoso ver alguém tão jovem totalmente fascinado por usa vasta coleção de conhecimentos mágicos.

Entretanto, algo o perturbava, já fazia algumas horas que ele percebeu que desde que Naruto chegou na torre mais cedo que ele não tocava mais no chão, apenas voava e isso apesar de não incomoda-lo muito trouxe a sua atenção a tensão nos ombros do rapaz.

– Naruto, você poderia vir aqui por alguns instantes? – Pede o mago fazendo o garoto acenar antes de flutuar lentamente até ele, ainda lendo o livro que se intitulava: “Os senhores do caos e da ordem.”

– Vejo que encontrou o livro favorito de Nabu, era sempre um alivio quando ele começava a resmungar sobre terem botado a ordem no final e não na frente do caos. – Comenta o homem rindo para si mesmo, relembrando da memória, o que fez Naruto soltar uma pequena risada.

– Deve ter sido engraçado. – Declara o ruivo entre suas risadas, antes de parecer nervoso, algo que não condizia com o que Kent viu no rapaz até o momento.

– Será que...eu posso vê-lo? – Opedido inesperado do ruivo teve a reação mais esperada possível, Kent arregalou os olhos deixando sua boca se abrir enquanto a bengala caia.

(Alguns minutos depois.)

– Você tem certeza sobre isso Naruto? – Indaga Kent seriamente enquanto olhava para o ruivo que abraçava o livro.

– Si-sim, são apenas algumas perguntas, eu juro. – Acena o rapaz, amaldiçoando sua gagueira, ele foi feito pra vencer a liga e ele podia fazer isso, ele não era alguém que gaguejava nervoso.

Com isso o homem bateu com a bengala no chão antes dos dois desaparecerem e reaparecerem no topo da torre, onde lá estava flutuando o elmo do destino, que continha a alma do poderoso senhor da ordem Nabu.

Lentamente Naruto se aproximou do capacete com um olhar admirado antes de tocar na lateral dele.

– Nossa... o metal não está nem gelado, nem quente, imagino que seja alguma propriedade mágica que você fez quando o criou certo? – Indaga Naruto antes de retirar a mão do capacete e cruzar as pernas enquanto flutuava sentado.

– É uma grande honra conhece-lo Nabu, meu nome é Naruto, e eu só queria falar... andei lendo alguns livros e alguns dizem que uma das melhores formas de terapia é conversando com alguém...peço desculpas se eu te aborrecer, mas você é alguém realmente sábio que deve ter vários conselhos para mim. – Comenta o ruivo antes de continuar sua conversa com o capacete.

Há alguns passos de distância estava Kent observando intrigado o que estava acontecendo, nunca em todos os seus anos ele viu alguém indo até o elmo do destino para simplesmente conversar, ele nem sabia se Nabu poderia ouvi-lo ou não.

Nesse momento um sentimento de culpa inflou no peito de Kent pensando na solidão que Nabu deve ter sentido, desde que ele abandonou o elmo aqui em cima embaixo de várias camadas de ilusões.

A risada de Naruto trouxe de volta a atenção de Kent ao garoto falando com o elmo, parecendo que ria de alguma piada que tinha acabado de contar.

– Eu realmente agradeço por isso Nabu, eu precisava falar com alguém, você é realmente um bom ouvinte. – Declara Naruto antes de flutuar até Kent, parando na frente do homem.

– Obrigado por isso, podemos ir agora. –

Ao invés de responder, Kent olhou para o céu e sorriu bolando um plano para animar o rapaz na sua frente.

– Está uma bela noite hoje, as estrelas e o céu estão lindos, você não acha? – Indaga o homem fazendo o rapaz levantar a cabeça e observar o céu.

– Sim, muito bonito. –

– Por que você não dá uma olhada mais de perto? – Oferece Kent fazendo o rapaz arregalar os olhos e se virar para encara-lo.

– Sério? Eu...eu posso voar livremente por ai? – Indaga o rapaz surpreso fazendo o homem rir e acenar.

– Mas é claro que sim, se você tem a habilidade de voar, impedi-lo seria como cortar as asas de um pássaro, só não se afaste muito da torre. – Confirma Kent invocando uma cadeira antes de se sentar nela.

Com isso Naruto sorrir brilhantemente entregando seu livro para o homem antes de disparar no céu. Kent observou como o rapaz subia nos céus até que ele desapareceu nas nuvens.

Enquanto isso Naruto sorria brilhantemente quando ele parou de repente e começou a cair, o rapaz olhou para baixo acelerando até que ele levantou o seu ângulo subindo novamente entrando nas nuvens. O ruivo soltou uma risada enquanto entrava e saia das nuvens como os golfinhos faziam quando nadavam.

Foi nisso que ele começou a descer novamente voando tão rápido que podia ser confundido com um foguete, o rapaz chegou na torre e a circulou algumas vezes antes levantar novamente e pousar no topo da torre com o punho batendo no chão. O ruivo deu uma pequena risada antes de se levantar tirando a poeira de sua roupa com alguns tapas.

Kent que observava a alegria do garoto não pode deixar de sorrir divertido com a situação, tudo isso acontecendo com o elmo do destino lá quase como se olhasse diretamente para os dois.

(Um tempo depois.)

Naruto tinha acabado de abrir um portal para seu quarto no salão da justiça e estava prestes a pular nele quando Kent entra na sala.

– Ah, Naruto, espere um pouco. – Chama o homem fazendo o rapaz parar e se virar para encara-lo.

– Sim? – Indaga o rapaz antes de Kent estender a mão para ele.

– Você poderia me dar seu colar por alguns instantes, eu prometo que irei te devolver ele. – Pede o homem fazendo o ruivo levantar a sobrancelha, mas ele dá o colar para Kent.

Com isso Kent estreita os olhos para o colar e murmura algo baixinho fazendo a pedra brilhar antes de alguns desenhos prateados surgirem nela. Após isso o homem devolve o colar para Naruto que apenas encarou os novos desenhos curioso.

– Você encantou meu colar. – Declara Naruto fazendo Kent acenar sorrindo.

– Sim, você aprendeu rápido, o que eu fiz foi te dar um pouco de proteção extra nas suas aventuras como membro da liga da justiça, é um traje feito especialmente para você e antes que eu me esqueça, aqui. – Declara o homem antes de retirar um anel do bolso, era prateado com alguns enfeites ao redor de uma pedra vermelha brilhante nele, entretanto, assim como o colar, tinha algum encantamento nele.

Naruto pegou o anel e o inspecionou por alguns instantes antes de colocá-lo, para a surpresa do ruivo, sua pele antes cinza mudou para uma pele ligeiramente bronzeada, o que fez o rapaz arregalar os olhos e olhar para Kent.

– Eu imaginei que você fosse querer em alguns momentos olhar como todas as pessoas do planeta sem ter que ficar com todos te encarando, então tomei a liberdade de fazer um anel ilusório que vai te disfarçar enquanto estiver na escola ou na rua. – Explica Kent antes do rapaz o encarar com um olhar agradecido e um rosto sorridente.

– Obrigado, isso...isso significa muito para mim. – Agradece o ruivo fazendo Kent balançar a cabeça.

– Não Naruto, eu quem devo agradecer, obrigado por ter feito companhia a esse velho durante esses últimos dias, agora eu só quero te dizer duas coisas. – Declara o homem fazendo Naruto acenar para ele.

– A primeira é que seu colar e anel permitem que você entre na torre do destino sempre que precisar, só peço que não traga ninguém que queira usar a magia para fins nefastos. – Informa Kent fazendo Naruto acenar, sorrindo, ele gostava bastante da torre de qualquer maneira.

– A segunda, é mais um pedido... – Continua Kent fazendo Naruto o encarar intrigado. – Nunca perca o seu sorriso, os heróis podem salvar as pessoas fisicamente na maioria das vezes, mas nem sempre conseguem salvar as almas delas e é ai que entra o sorriso, se você optar por ser um herói quero que proteja isso, o sorriso das pessoas com o seu. –

Naruto arregalou os olhos com o pedido abaixando os olhos em conflito antes de encarar Kent e sorrir fracamente.

– Eu não garanto nada, mas prometo que irei tentar. – Garante Naruto antes de ser surpreendido com Kent o abraçando gentilmente.

– É tudo que eu peço, agora tome cuidado lá fora e boa sorte. – Naruto ficou parado por alguns instantes antes de abraçar o homem de volta.

(Quebra de cena.)

Naruto estava ao lado de seu irmão junto de Aqualad, Kid flash e Robin, em seus trajes civis olhando ao redor de uma base subterrânea que tinha alguns membros da liga carregando as coisas de um lugar para o outro.

– Esta caverna era o santuário secreto original da liga da justiça e estamos reativando esse lugar – Declara o Batman andando na frente dos cinco heróis juvenis enquanto os mentores de cada membro da equipe estava lá, exceto o Superman, além do tornado vermelho, Canário negro, Hawkman e Shazam.

– Já que vocês cinco decidiram se unir para lutar o bom combate, farão isso nos termos da liga. – Completa o homem antes de inclinar a cabeça na direção do Tornado vermelho e da Canário negro. – Tornado vermelho se candidatou a viver aqui e ser o supervisor de vocês, Canário negro fará o treinamento de vocês e eu distribuirei as missões. –

– Missões reais? – Indaga Robin fazendo Batman o encarar.

– Sim, mas disfarçadas. – Esclarece o Batman.

– A liga continuará cuidando das coisas obvias, há uma razão para termos esses símbolos no peito. – Comenta o Flash apontando para seu próprio símbolo, o raio.

– Mas Cadmus prova que os vilões estão ficando mais espertos, Batman precisa de uma equipe que atue secretamente. –

– Os seis de vocês serão esse time. – Declara Batman fazendo os Naruto piscar confuso.

– Seis? – Indaga o ruivo confuso antes de concentrar sua audição e ouvir mais dois batimentos cardíacos diferentes e se virar apenas para arregalar os olhos enquanto seu próprio coração disparava.

Superboy ao lado de seu irmão notou sua mudança e levantou a sobrancelha para ele antes de olhar para a nova chegada, a primeira era óbvia que era o caçador de marte. A segunda entretanto era uma garota da idade deles de pele verde com cabelos vermelhos que vestia uma saia azul com um cinto vermelho nela junto de uma camisa branca com o “X” vermelho do marciano mais velho, além disso ela tinha uma capa com botas e luvas azuis.

– Está é a sobrinha do caçador de marte, Miss Marte. – anuncia Batman fazendo a garota levantar um dos braços e acenar para eles.

– Oi. –

– Olá. – Responde Naruto imediatamente começando a flutuar um pouco, algo que fez seu irmão o encarar estranhamente.

– ... De qualquer maneira, eu sou o Kid flash, esse é o Robin e aquele é o Aqualad, mas tudo bem esquecer os nomes deles – Anuncia Kid flash apontando para si e os outros amigos, o que fez Naruto estreitar os olhos.

– E eu sou Naruto e esse é meu irmão o Superboy. – Apresenta Naruto com uma pequena carranca direcionada ao velocista que pisca surpreso.

– É uma honra ser incluída no time. – Com isso a garota marciana olha para o superboy e muda a cor de sua camisa para preta enquanto a capa desaparecia. – Eu gostei da sua camisa. –

(Enquanto isso.)

Em uma sala escura várias telas estavam ligadas enquanto observavam um vídeo que mostrava a mudança de direção no Cadmus.

– A luz terá condição de deixar o guardião no comando dos genomorfos? – Indaga uma das telas com a voz alterada.

– Temos meios mais sutis de controla-los, o que me preocupa são as crianças, principalmente o projeto ômega, já sabemos que a liga pretende reativar a equipe de operações Black-ops deles novamente para fazer o trabalho sujo. – Comenta uma outra voz com um toque de irritação na voz.

– Sim, isso é verdade, mas é algo que podemos usar a nosso favor, até mesmo a perca do projeto ômega pode ser útil para nós, afinal todos verão a luz. – Declara uma outra voz com finalidade.