História Father?! - O nascimento

POV. Jeff

Eu estava frustrado desde aquele dia. Christine quase não conversava comigo e quase não atendia os telefonemas, talvez porque estivesse chateada comigo.

“Eu fui um idiota!” Pensei comigo enquanto eu via tv.

Suspirei deitado no sofá ainda chateado com a vida quando o telefone tocou. Eu não sei porque diabos eu pensei que fosse a Christine, talvez fosse a falsa esperança de ela me ligar e perguntar se está tudo bem comigo e dizer que me perdoa. Ahhh Jeff, você tem que parar de ser trouxa!

Atendi o telefone naquele instante.

-Alô?!

-Jeff - Era Dave. Estranhei.

-Oi Dave!

-Está ocupado?

-Não, por que?

-Estou levando a Christine pro hospital, a bolsa estourou.

-O que?! - Arregalei meus olhos - Em qual hospital vocês vão?

-Aquele que a Christine sempre vai, lembra?

-Ah, lembro sim! Eu vou me arrumar aqui e já vou pra lá, ok? E pode deixar que eu aviso o Eddie.

-Tudo bem!

-Até daqui a pouco então.

-Até daqui a pouco.

Desliguei o telefone e nem dei conta de colocar meu baixo na capa. Já corri para o quarto me arrumar e sair correndo para a casa de Eddie com um sorriso largo no rosto. Meu Deus! Eu vou ser pai!

Tomei um banho rápido e me arrumei, e logo sai correndo de casa indo até o carro para ir a casa de Eddie.

…

Cheguei lá já era 17:00 da tarde. Toquei a campainha de sua casa e alguns minutos depois, Eddie abriu a porta, com cara de sono, cabelos bagunçados e roupão.

-Ah, oi Jeff! - Disse Eddie com cara de sono.

-Oi Eddie. Estava dormindo?

-Ah, eu e o Chris estavamos.

-Então se arruma. Nós três vamo sair.

-Sair? - Estranhou - Para a onde?

-Pro hospital. A bolsa da Christine estourou.

-O que?! - Arregalou os olhos - Você está falando sério?

-Sério cara! Eu não estou mentindo!

-Meu Deus… - Eddie se virou correndo no meio da sala - Chris! Acorda meu amor! Eu vou ser pai!

POV. Christine

Eu estava sentada em uma cadeira do lado da maca, com uma camisola do hospital, fazendo um exercício me inclinando para frente e para trás, puxando ar, e soltando ar. A médica havia dado uma injeção para ter contrações, e pelo visto, já estava começando a dar resultado porque a dor estava começando a aparecer.

Dave estava sentado em uma das poltronas com uma roupa especifica, touca na cabeça e até touca nos pés. Ele olhava para mim de pernas cruzadas observando meu desespero.

-Olha Christine, como lei de todo irmão, seja ele mais novo ou mais velho, eu tenho que olhar pra você, dar risada e perguntar se está doendo.

Olhei para Dave com cara séria e mãos na barriga enquanto ele ria um pouquinho.

-Engraçadinho você né? Não pode engravidar e fica causando comigo.

-Claro! Eu não seria seu irmão se eu não fizesse isso - Dave se levantou da poltrona e se aproximou de mim - Mas agora é sério Christine. Está doendo?

Fechei minhas mãos e dei no meio do saco dele o fazendo se contorcer de dor.

-Isso responde sua pergunta? Cretino!

-Ai! Pra que tanta violência? - Murmurou de dor.

Fui puxando e soltando o ar novamente ignorando meu irmão que aos poucos voltava ao normal da porrada.

-Meu Deus… Isso dói tanto! - Murmurei de dor - Cadê a enfermeira?

-Qual? A velha ou a gostosa?

-Tanto faz Dave! - Resmunguei - Chama uma das duas! Eu estou morrendo de dor aqui!

-Tá! Ta bom sua grosseira chata! Eu vou lá.

Dave foi até a porta e olhou pelos corredores, indo em direção a uma enfermeira. Um minuto depois ele voltou indo em minha direção.

-Ela está terminando de fazer umas coisas e já já está vindo.

-Ai Dave - Comecei a chorar de dor.

Meu irmão se aproximou de mim e segurou minha mão se abaixando na minha altura, e encostou sua testa na minha.

-Calma Christine! Vai ficar tudo bem ok? Eu estarei aqui com você e em breve a pequena Lauren tambem minha irmã. Vai dar tudo certo.

Dave beijou minha testa e me deu um abraço forte. Senti o amor de Dave naquele instante e um sentimento de gratidão vindo ao fundo do peito. Ele era um mala e as vezes inconveniente, mas eu gostava muito dele, pois apesar de tudo, ele sabia ser um amor de pessoa, e eu sabia que eu poderia contar com ele a qualquer momento.

Arranhei minhas unhas em suas costas de dor enquanto ele murmurava palavras pequenas como um tipo de: “Calma! Estou aqui!” e eu fui relaxando um pouco com sua paz que me transmitia.

As enfermeiras então chegaram, e me pediram pra tirar a roupa pra entrar na banheira. Lógico que fiquei constrangida de ter ficado pelada na frente do meu irmão, mas pelo menos não foi tão ruim como saber que ele me ouviu gemendo da porta do quarto no dia em que eu transei com o Krist.

As contrações pioraram. Eu sentia muita dor. Dave fazia massagem nas minhas costas e acariciava minha nuca com muito carinho.

-È melhor coloca-la em cima da maca - Disse a enfermeira.

Todos concordaram e enfim, me vestiram de volta e eu fui até a maca. Foi ai então que comecei a fazer força. Dave segurava minha mão com força e me encorajava com suas doces palavras do tipo:

-Vai Thundercats!

Sério, meu irmão tem problema…

Algumas longas horas se passaram e nada da minha menina nascer. Minhas mãos já estavam suadas e Dave já não se aguentava mais e dor de tanto que o apertava suas mãos, mas ele foi forte, e ainda acariciou minha nuca me encorajando ainda mais a seguir em frente.

Fui gritando de dor e fazendo força, até que ouvi a voz da enfermeira:

-Falta pouco senhorita Grohl! Vamos!

Recuperei toda a minha força do mundo e fiz muita força até que finalmente, ouvi seu choro, e meu sorriso estampou no rosto ao vê-la nas mãos da enfermeira. Um enfermeiro abriu o pano e colocaram a minha menina lá, e vi então Dave com um sorriso mais bobo que o meu. Meus olhos brilharam ao vê-la ali, sendo entregue para mim. Estiquei meus braços e peguei deixando-a em meu colo, quase chorando de emoção. Dave beijou minha nuca feliz da vida e olhou para a menina todo alegre.

-Bem vinda minha filha - Murmurei baixinho abraçando enquanto ela chorava em meu peito - Mamãe está aqui minha flor! Não precisa mais chorar, ok?

Beijei a nuca da minha filha enquanto ela parava de chorar lentamente, e logo após de cortar o cordão umbilical, eu entreguei a menina para os médicos e ganhei mais um beijo na testa e um abraço apertado de Dave.

-Parabéns minha irmã - Disse ele emocionado - Eu não acredito que minha sobrinha nasceu! Estou tão feliz!

POV. Jeff

Foram horas esperando na sala de pacientes. Eu não aguentava mais de ansiedade, eu precisava ver minha menina, mas até então, nenhuma notícia dela.

Eddie estava em pé apoiado na parede e Chris estava sentado do meu lado. O casal teria que fingir amizade enquanto estivessem fora de suas casas.

Krist e Zara tambem estavam lá. Todos estavam apreensivos, quando a porta se abre e Dave sai de lá com roupa, touca e tudo que a direito parecendo um enfermeiro. Seu sorriso estava tão largo que dava pra ser facilmente confundido com o gato risonho do Alice no pais das maravilhas.

Me levantei e todos se viraram em sua direção.

-E ai? - Perguntei já atento.

-Ela nasceu!

Era uma emoção que não dava pra explicar. Era como se uma parte alegre de mim tivesse nascido junto. Meus olhos brilharam me fazendo olhar para Eddie que estava tão bobo quanto eu.

-Eu não acredito! - Disse ele.

E então, nós dois se abraçamos com muita alegria enquanto Dave vinha abraçar a Zara e depois o Chris e o Krist. Minha boca até doía de tanta felicidade, parecia até um sonho ter recebido essa notícia.

Conversamos então com um dos médicos que falaram do estrado de Christine. Disseram que a garota estava bem, e que o bebê nasceu saudável. Um tempo depois fomos liberados para ver Christine e a criança.

Meu coração acelerou ao ver ela lá na cama. Ela estava linda apesar de tudo, e em seu colo estava ela, a pequena Lauren. Christine abriu um sorriso enorme para mim, talvez não estivesse se importando muito com o que aconteceu, já que o nascimento da criança estava manifestando alegria pelo ar.

-Boa noite mamãe! - Disse Zara alegremente se aproximando junto com Dave.

Eu não resisti e acelerei o passo se aproximando da mãe e da criança.

-Meu Deus… - Murmurei sorrindo colocando a mão em sua cabeça.

Ela estava dormindo. Parecia uma princesa. Tão bochechuda e tão fofa…

-Que bochechudinha - Disse Krist sorrindo pra pequena.

-Bem bochechudinha - Disse Chris observando a menina mexer as bochechas mostrando covinhas - E te as covinhas no rosto que nem o Eddie.

Olhei para Chris percebendo o comentário dele, mas não levei em conta, pois os dois são namorados, e é natural eles enxergarem chifre em cabeça de cavalo em alguma situações, não é?

-Eu posso segurar? - Perguntei ansioso.

Christine olhou para mim e sorriu.

-Sim, claro!

E com cuidado, ela foi passando a criança até em meu colo. Sorri olhando para ela, e passei meu dedo em suas mãozinhas pequenas.

-Hey filha! Sou eu, seu papai… - Disse baixinho para ela - Tudo bem meu amor?

Eddie se aproximou com os olhos tão brilhosos quanto o meu e acariciou sua nuca delicadamente.

-Meu Deus… Que coisa mais linda… - Disse Eddie mexendo na mãozinha dela emocionado - Oi minha florzinha!

-Habibi - Comentou Zara perto de Dave - Você não acha ela parecida com o Eddie?

O comentário de Zara me fez olhar para ela e desmanchar meu sorriso.

Dave fez um olhar sem graça e tossiu. Acho que ele estava com medo de concordar com a namorada na minha frente.

-Ela tem as bochechas do Eddie - Disse Chris - Mas o Jeff tambem é bochechudo.

-Mas ela é a cara do Eddie! - Disse Krist - Olha ela do queixo para baixo e compara!

Krist colocou as mãos tapando o olhos da Lauren e comparou.

Engoli seco e olhei para Eddie já meio decepcionado. Eddie percebeu a minha cara, e começou a gaguejar meio sem graça.

-Mas… Ela tem o…. Ah… O sorriso largo do Jeff.

-Não, ela tem o seu sorriso Eddie - Disse Zara - Quase tudo seu na verdade.

-E os olhos da mãe - Disse Dave.

Uma tristeza bateu em meu peito ao ouvir aquela conversa. Meu Deus, mas será mesmo ou é só impressão deles? Passei o bebê pro colo de Eddie e fiquei pensativo. A conversa deles me deixou meio desconfiado, mas não comentei nada. Olhei para Christine e passei minha mão em sua nuca.

-Está tudo bem com você Christine?

-Só um pouco cansada, mas estou bem - Respondeu a garota olhando para mim com aquele olhar lindo como sempre acompanhado de seu sorriso.

Eu sorri para ela e logo seu olhar se desviou para a porta e sua expressão fechou. Olhei para atrás para ver o que era, e Stone estava na janela da porta observando a gente com uma expressão triste, mas logo virou as costas e foi embora.

…

Já no embalo do nascimento, eu e Eddie decidimos fazer logo o exame de DNA. Agora seria a prova concreta de quem realmente era o pai da Lauren.

O Exame foi muito rápido, e o resultado sairia em 24 horas. Perfeito! Amanhã vou visitar a Christine, e já aproveito e pego o resultado do exame.

-Tira o papel devagar do envelope - Disse Eddie no meio do hospital - Negativo ou positivo, meu coração não aguenta se receber a notícia logo de cara.

-Eu tambem - Engoli seco.

Suspirei e tirei de dentro do envelope e abri o papel. Eddie abriu um sorriso e eu fiquei triste.

O resultado no papel disse que Eddie era o pai.

Eddie abriu um sorriso de orelha a orelha, mas se desfez ao perceber a minha cara de tristeza. Sequei uma lágrima no canto do olho discretamente, mas ele percebeu.

-Parabéns - Disse eu em um tom tristonho.

Eddie suspirou e não disse nada, apenas abriu seus braços e me abraçou com força.

-Eu sinto muito Jeff.

Eu não consegui falar nada, apenas chorei… Chorei muito. Eu perdi meu melhor amigo, perdi minha irmã, eu não tive a Christine e agora… Eu não sou o pai. Meu Deus vida… Por que me tira tanta coisa de mim hein?