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História Fear (Longfic - Jungkook) - Depois do fim


Escrita por: _RangerVermelho

Notas do Autor


Alguém acordado ainda? Alguém esperando um capítulo bônus ainda? e.e
Ah eu nem demorei tanto assim, vai u.u

Foi gostosinho escrever esse capítulo, então espero que vocês gostem <3
Nos vemos nas notas finais, boa leitura :*

Capítulo 20 - Depois do fim


Fanfic / Fanfiction Fear (Longfic - Jungkook) - Depois do fim

 

     Holly

 

  As vezes acontecem coisas na nossa vida que achamos que nunca vamos conseguir nos recuperar. Nosso interior, nossa alma se quebra em milhares e milhares de pedacinhos que só o tempo vai ajudar a pegar cada um deles e colocar em seu devido lugar.

 Tempo. Tão precioso e tão importante que não podemos fazer ele retroceder ou fazer ele avançar, porque só vivendo cada segundo que a gente aprende. Aprende a lidar com a dor, a lidar com a perda, a lidar com lembranças dolorosas e principalmente nos ajuda a seguir em frente.

 Nos últimos cinco meses eu aprendi com o tempo. Quando decidi voltar para o hospital psiquiátrico, eu achei que os remédios e a terapia iriam ajudar a minha dor sumir. O problema foi que eu queria que isso acontecesse imediatamente, não aguentava mais chorar e me sentir quebrada, tanto por dentro quanto por fora. Mas as coisas não acontecem como e quando queremos.

 Com o tempo aprendi a ter paciência, e a partir disso todo o resto, remédios e terapias, começaram a surtir efeito. Eu tive que aprender que eu não podia voltar e evitar toda a dor que estava sentindo, ou simplesmente pular para quando eu a tivesse superado, eu tinha que encarar ela naquele momento. Aprender com a dor.

 As primeiras semanas foram difíceis. As lembranças de Jungkook, e principalmente as do meu pai, me causavam insônia, pesadelos que me faziam acordar aos gritos a noite com o rosto coberto por lágrimas. Mas eu consegui. A dor não passou, ela ainda continua aqui, mas eu aprendi a lidar, porque também é ela que me faz lembrar que tudo o que aconteceu foi real.

 Toquei o vidro da janela que estava úmido pelo lado de fora devido ao orvalho da manhã. O vento parecia correr delicadamente lá fora e o sol brilhava fraco por detrás de inúmeras nuvens. Suspirei. Estava na hora de encarar o mundo lá fora outra vez. Me virei indo em direção a minha mala sobre a cama e terminei de fechar o zíper, e logo escutei batidas na porta.

 

-Mary já está esperando você lá no saguão, Holly! – Kate, a enfermeira, colocou só a cabeça para dentro do quarto.

 

 Assenti com um sorriso e ela logo me deixou sozinha. Coloquei a mala no chão e dei uma última olhada no quarto, que por muito tempo me abrigou. Mesmo que meus amigos e Mary não concordassem com a minha decisão, eu encontrei um lugar seguro aqui. Eles não entendiam pelo que eu tinha passado e não podiam me ajudar porque nem eu mesma entendia. Esses cinco meses me fizeram bem.

 Sai do quarto andando calmamente pelos corredores que se tornaram familiares para mim. Desci a escadaria que dava para o saguão espaçoso da clínica, e logo avistei Mary e Abigail a minha espera.

 Todos os meus amigos vinham me visitar regularmente, e com mais frequência vinha Abigail, Namjoon e Mary. Eu era imensamente grata a eles por fazerem isso, porque todos saíram de Sherwood para fazerem faculdade na capital, Ottawa. Não era um caminho curto até aqui, e eles faziam isso por mim.

 Somente Mary continuava na cidade, morando em um apartamento por minha causa. Mas eu sabia que assim como os outros, ela também queria sair da cidade. Eu também queria.

 Minha casa tinha virado ponto turístico depois que a notícia do que aconteceu lá se espalhou. A cidade tinha cada vez mais turistas curiosos que só queriam uma foto no haras assombrado, sem sequer se importar com o que havia acontecido lá. Eles sequer acreditavam que era verdade. Os moradores novamente se calaram.

 

-Holly! – Abigail me abraçou com tanta força quase cortando o ar dos meus pulmões.

-Eu também senti saudades Biga! – dei risada enquanto me afastava.

-Hora de ir pra casa minha menina! – Mary me deu um breve abraço.

 

 Antes de deixar definitivamente o hospital, me despedi de Kate, que além de enfermeira ela também foi minha amiga, e do meu médico que estava feliz por minha alta.

 Assim que cruzei os portões do hospital uma sensação não muito acolhedora me envolveu. Senti como se pedras de gelo se acumulassem no meu estômago. Eu não precisava estar aqui fora pra saber que as pessoas falavam de mim, e bastou alguns olhares na minha direção antes de entrar no carro pra confirmar isso.

 Me acomodei no banco de trás e logo senti o veículo começar a se mover e deslizar suavemente pela estrada. Era engraçado ver Abigail dirigindo, ela havia amadurecido muito em poucos meses e acredito que a prisão do pai dela tenha sido o motivo, assim como para os outros.

 A conversa entre Abigail e Mary estava animada, eu não prestava atenção mas sentia o olhar da minha amiga pelo retrovisor sobre mim de minuto em minuto. Ela estava muito animada, e parecia me esconder algo. Aliás, faz semanas que ela está assim, muito antes de eu receber a notícia de que em breve teria alta.

 Balancei a cabeça levemente. Ela só deve estar feliz por eu ter melhorado.

 Me acomodei melhor no banco e fechei os olhos esperando até chegarmos em casa.

.

.

.

 

 Desci do carro e encarei o prédio à minha frente, onde ficava o apartamento que Mary morava agora, e que eu também iria morar até saber o que fazer da vida.

 O porteiro me ajudou com as malas e enquanto esperava na calçada podia observar algumas pessoas me encarando e cochichando sobre mim. Suspirei. Acho que esse é o primeiro motivo da minha lista pra eu deixar essa cidade, porque agora eu seria para sempre a filha do prefeito corrupto que se suicidou.

 Passamos pela recepção e antes de entrarmos no elevador, Abigail me parou.

 

-Eu não vou poder entrar Holly, tenho algumas coisas pra resolver. – ela me lançou um sorriso envergonhado, mas que pra mim parecia mais um sorriso animado. Franzi o cenho.

-Tudo bem, desde que você e os outros voltem pra me visitar logo! – sorri fraco.

-Claro, vamos querer saber das novidades. – ela se empolgou.

-Novidades? – arqueei uma sobrancelha.

-Preciso ir!

 

 Abigail se jogou contra mim em um abraço e deixou um beijo estalado na minha bochecha, saiu quase correndo do prédio me deixando com cara de interrogação. Encarei Mary que estava do meu lado e ela apenas riu e me deu tapinhas nas costas.

 Balancei a cabeça. Abigail é doida.

 Entrei no elevador e esperei alguns segundos até pararmos no sexto andar. Puxei minha mala até em frente a porta com o número 0109 brilhando em um dourado. Mary me entregou a chave pra eu abrir e entrar.

 Franzi o cenho segurando o molho de chaves na mão. Encarei Mary que me ignorou fingindo estar mexendo em alguma coisa dentro da sua bolsa. Ou eu estava paranoica demais, ou todo mundo realmente estava agindo de maneira estranha.

 Por fim suspirei e coloquei a chave na fechadura e girei abrindo a porta. Senti meu corpo todo congelar, cada músculo, cada célula pareciam dormentes quando meus olhos capturaram a imagem de Jungkook parado no meio da sala. Coloquei a mão no trinco novamente e puxei a porta fechando-a de maneira brusca. Dei alguns passos desajeitados para trás até bater contra a parede. Meu Deus, eu estou ficando louca!

 Minha respiração saía com dificuldade enquanto eu tentava entender o que tinha acontecido. Achei que eu tinha parado de ver Jungkook quando comecei a aceitar que ele havia partido. Acho que sai cedo demais da clínica.

 

-Holly, o que foi? – Mary se aproximou com um olhar preocupado. Percebi que eu olhava de maneira horrorizada a porta a minha frente.

-Eu acho que não deveria ter saído do hospital psiquiátrico ainda!

-O que? Por que?

 

 Me mantive calada. Não sabia como falar que eu ainda continuava vendo Jungkook. Logo depois que fui internada era como se ele ainda me assombrasse, só que eu sabia que não era mais real, mas mesmo assim continuava vendo ele em todos os lugares, isso só parou conforme as semanas iam se passando, após algumas terapias em grupos e individual e após me acostumar com os remédios.

 Eu não podia regredir assim tão rápido. Não dessa forma.

 

-Holly, você não está vendo coisas! – Mary riu tentando me reconfortar.

-E como você sabe disso? – suspirei e encarei a mulher parada ao meu lado. Deveria ser muito óbvio que eu ainda estava vendo fantasmas.

-Porque Jungkook é real!

-O quê?

 

 Minha voz saiu quase num sussurro. Agora além de continuar vendo coisas eu também estava escutando as pessoas falarem aquilo que eu queria escutar. Não podia acreditar nisso. Não podia continuar alimentando o fiozinho de esperança que ainda existia em mim.

 Balancei a cabeça negativamente durante alguns segundos e esfreguei as mãos no rosto, como se isso fosse me trazer de volta a realidade.

 

-Muito engraçado Mary, mas isso não é verdade. – a encarei de maneira séria – Não pode ser!

-Acho que não foi uma boa ideia fazermos essa surpresa pra você. – Mary suspirou, parecendo um pouco culpada.

 

 Ela caminhou em direção a porta e segurou o trinco, me lançou um sorriso de desculpa e abriu o objeto de madeira revelando o primeiro cômodo, a sala de estar. Jungkook continuava parado lá no meio, como antes, mas ele parecia diferente. As roupas. Ele não usava mais as peças pretas, agora um jeans claro, uma camiseta branca e um coturno lhe caíam perfeitamente bem, e seu rosto expressava uma mistura de preocupação e felicidade.

 Meus pés começaram a se mexer antes mesmo do meu cérebro começar a raciocinar direito. Entrei na sala parando na frente de Jeon. Seu cheiro tomando conta do meu olfato. Levantei a mão tocando seu rosto e seus lábios se esticaram em um sorriso largo fazendo meu coração disparar no peito.

 

-Senti sua falta bonequinha! – ele segurou minha mão depositando um beijo no dorso.

-Você é real! – minha voz saiu trêmula.

 

 Jungkook apenas me puxou pra um abraço, me apertando contra o seu peito. Meu corpo demorou a reagir, parecia que cada parte de mim estava se encontrando de novo, encontrando abrigo nos braços dele.

 Retribui o abraço apertando sua cintura e descansando a cabeça em seu peito. Fiquei assim alguns segundos até que, como um estalo, eu me lembrei o que realmente estava acontecendo.

 

-Espera aí! – me afastei do abraço e olhei Jungkook de maneira indignada – Você é real! Como assim você está aqui, você voltou e eu só estou te vendo agora?

-Ah, sobre isso... – ele olhou Mary rapidamente.

-Você sabia disso? – encarei Mary boquiaberta – Há quanto tempo você está aqui? – voltei meu olhar para Jeon.

-Alguns meses. – ele colocou as mãos no bolso da frente da calça e encolheu os ombros.

-Meses?

 

 Comecei a rir de forma histérica e desacreditada. Meses?

 Eu passei todo esse tempo naquele hospital psiquiátrico tentando me convencer de que Jungkook realmente havia partido, enquanto na verdade ele estava aqui fazendo sabe-se lá o que. Eu fui enganada.

 

-Holly, eu não…

-Você está aqui a meses e não me fez sequer uma visita?

 

 Novamente meu corpo reagiu antes do meu cérebro e eu me aproximei de Jungkook desferindo inúmeros tapas em seus braços e em seu peito. Eu sentia raiva mas ao mesmo tempo felicidade. Uma mistura que fazia minha pulsação acelerar.

 

-Você sabe que isso não está me machucando, certo? – Jungkook segurou meus braços com facilidade me puxando novamente contra o seu peito enquanto ria, parecendo estar feliz.

-Você deveria ao menos fingir que está. – balbuciei emburrada – Todos sabiam disso? - encarei Mary.

-Sim. – ela suspirou – Não foi fácil esconder de você.

-Então por que esconderam? – me afastei de Jeon e cruzei os braços encarando os dois.

-Você estava recebendo tratamento Holly, e eu precisava resolver algumas coisas antes de poder ver você novamente. – Jeon suspirou.

-Resolver algumas coisas? – arqueei uma sobrancelha.

 

 Jungkook abriu a boca pra responder, mas uma rajada de vento que passou pela sala chamou nossa atenção, ainda mais pelas portas e janelas estarem fechadas.

 A figura de Jin se materializou na sala, perto do sofá. Ele carregava um sorriso que aos poucos deu espaço pra uma expressão de confusão ao perceber a pequena tensão que se instalava no cômodo.

 

-A surpresa não deu certo, não é? – ele me encarou parecendo conter uma risada.

-Você também sabia! – o encarei – Mas é claro, você que deve ter trazido ele de volta. Aliás, como isso é possível?

-Há coisas que não tem uma explicação compreensível Holly, só temos que aceitar. – Jin deu uma risadinha – Aceite isso como um presente!

-Um presente, certo! – olhei rapidamente Jungkook que agora parecia estranhamente quieto e pensativo – Mas eu ainda quero uma explicação. Por que não foi me visitar também?

-Não sou eu quem deve lhe dar essa explicação. Eu só passei pra me despedir, definitivamente. – me lançou um sorriso confortador.

-Definitivamente? Você não vai ficar?

-Não. Eu já fiz o que tinha que fazer Holly, agora vocês precisam viver a vida de vocês!

 

 Jin se aproximou me abraçando. Retribui enquanto sentia meus olhos ficarem marejados, e uma lágrima escorreu pela minha bochecha quando ele sussurrou que eu ainda seria muito feliz. Depois de alguns segundos ele se afastou, afagou meus cabelos e foi se despedir de Jungkook com um aperto de mão, e por último se despediu de Mary, que segurou as mãos dele e pediu que cuidasse bem de Clarice. Jin assentiu e com um último sorriso em nossa direção, ele desapareceu.

 Suspirei depois de alguns segundos e sequei meu rosto com as mãos.

 

-A senhora e os outros tem muito o que me contar. – estreitei meus olhos em direção de Mary e depois me virei em direção a Jungkook, que continuava calado – Mas primeiro vou começar com você!

 

 Comecei a andar em direção a um corredor. Parei na metade do caminho percebendo que não sabia para onde estava indo. Não conhecia o apartamento.

 Me virei encarando Jungkook que parou bruscamente me encarando. Ele estava estranho.

 

-Bom, eu não sei exatamente onde ficam os quartos, então... – dei espaço e indiquei o caminho com as mãos.

 

 Jeon suspirou e começou a andar na minha frente entrando na terceira porta do corredor, do lado esquerdo.

 O quarto tinha a decoração e a mobília em cores neutras, azul claro e marrom. Um skate estava jogado no chão e um notebook em cima da cama, então concluí que esse é o quarto de Jungkook. Respirei fundo. Tem o cheiro dele.

 Observei mais alguns quadros pendurados na parede, alguns objetos em cima de uma mesinha no canto de quarto até finalmente notar que o cômodo tinha uma espécie de varanda. Pequena, mas parecia confortável. Caminhei até lá abrindo a porta de vidro e logo senti uma fraca rajada de vento. Parei ali e me virei encarando Jungkook que ainda me olhava sem falar nada. Suspirei.

 

-Por que ficou tão calado de repente? – cruzei os braços.

-Você não parece feliz por eu ter voltado. Talvez você não quisesse isso. – ele baixou o olhar – Se você preferir, posso voltar a morar com meu pai.

 

 Suas palavras me atingiram em cheio, me fazendo dar conta de que eu tinha me expressado mal desde que cheguei. Minha reação não foi uma das melhores, embora eu estivesse quase explodindo de felicidade. Mas, ainda não entendia porque tinham me escondido o que estava acontecendo quando saber que Jungkook estava aqui poderia ter ajudado no meu tratamento.

 Deixando isso de lado, caminhei em sua direção parando na sua frente. Passei as mãos pelos seus braços, indo até o seu pescoço. Suas mãos foram imediatamente pra minha cintura, me puxando, ainda meio receoso, para mais perto. Seus olhos me fitavam com expectativa, como se me pedissem que dissesse ou fizesse alguma coisa. Sorri, e com cuidado puxei seu rosto para baixo e o beijei.

 Foi como se todo o meu corpo se acendesse. Era um beijo calmo, mas que transmitia toda a saudade que ambos sentiam.

 

-Me desculpa, eu não soube mostrar como eu estava feliz por você estar de volta. – sorri depois de inúmeros selinhos.

-Acho que agora soube. – Jeon riu.

 

 Segurei sua mão e o puxei até o pequeno sofá que tinha ali. Nos sentamos e eu me aconcheguei em seu peito, esperando alguns segundos até começar o questionamento. Minha cabeça fervia cheia de perguntas, mesmo sabendo que provavelmente não faria metade delas.

 

-Certo, pode começar a me contar o que aconteceu.

-Bom, nem eu sei direito o que aconteceu. Depois do que aconteceu no haras eu fui jogado em um mar de escuridão, no começo eu achei que veria anjos ou mergulharia em um lago de fogo, mas fui parar em um lugar que eu nem mesmo sei se existe. Não sei quanto tempo demorou até Jin aparecer e me trazer de volta.

-Ele simplesmente te trouxe de volta? – questionei.

-Tecnicamente sim. Ele disse que esse sempre foi o plano. Não me pergunte porque eu também não sei que plano é esse, aliás, eu tampouco consigo entender bem o que aconteceu. Em um momento eu estava cercado pela mais intensa escuridão, e no outro estava de volta ao haras da minha família.

-Seu pai estava lá? Como explicou sua volta?

-Essa foi a parte difícil. – Jeon riu – Seus amigos acharam que eu ainda era um fantasma, e meu pai quase teve um ataque cardíaco!

-Deve ter sido engraçado. – comentei.

-Olhando agora, foi mesmo. – suspirou – Eu não sabia como explicar porque eu não entendia, ainda não entendo, e Jin não falava muita coisa a não ser que tinha sido me dado outra chance.

-Ele é sempre evasivo quanto a isso. – pensei um pouco – Deve ser porque realmente não entenderíamos a explicação.

-Sim. A minha sorte foi que seus amigos me ajudaram.

-Meus amigos? Até o Namjoon? – soltei uma risada.

-Na verdade, ele foi quem mais me ajudou. Eu estava muito perdido. Muita coisa mudou desde a minha morte, e mesmo estando aqui eu não sabia, não entendia sobre todos os avanços que aconteceram em vinte anos.

-Tecnicamente, você teve tempo pra isso. – observei.

-Tecnicamente, você era minha única preocupação bonequinha. Eu não achava que iria voltar.

 

 Para Jungkook em vinte anos muitas coisas mudaram, e para mim em apenas cinco meses muitas mudanças aconteceram também, e até agora a que mais me chamava atenção era que Namjoon e Jungkook, aparentemente, estavam se dando bem.

 

-Tudo bem, e por que não foi me visitar?

-Mary e os outros me deixavam a par sobre seu tratamento, e concluímos que talvez eu aparecer pudesse fazer você regredir um pouco, então achamos melhor evitar. – Jeon fez uma pausa – Então eu tirei esses meses pra me atualizar sobre tudo o que eu tinha perdido, depois de conseguir explicar tudo para o meu pai ele finalmente pôde voltar aos negócios e eu voltei a ajudá-lo. Eu acho que só queria estar preparado para quando você voltasse, queria ter algo para te oferecer.

-Bom, essa é uma explicação muito boa. – sorri, mais largo do que eu pretendia. – E como as pessoas reagiram? Digo, todos viram você no haras aquele dia.

-Acho que todo mundo resolveu ignorar e seguir em frente, provavelmente a maioria não quer assumir a culpa. – o ouvi respirar fundo – E acho que é isso que eu quero também, seguir em frente.

-E você quer fazer isso comigo? Quero dizer, você deve ter conhecido muita coisa nova nesses meses. Novas pessoas e tudo mais. – falei meio hesitante. A possibilidade de Jungkook ter conhecido outras pessoas, mesmo que só para socializar, me incomodava.

 

 Senti suas mãos em meus ombros, levantando meu corpo e meu rosto para encará-lo e a maneira como ele me olhava fez com que a pergunta que eu fiz parecesse extremamente idiota.

 

-Em todos esses meses eu só conseguia pensar no momento em que eu poderia vê-la de novo. Assim que eu voltei eu já quis sair a sua procura. – acariciou meu rosto – Você é a dona dos meus pensamentos, bonequinha. Eu quis me tornar uma pessoa melhor por você.

-Uma pessoa melhor? – franzi o cenho – Como assim?

-Eu me lembro de tudo o que eu fiz Holly, vou levar a culpa disso para sempre. – suspirou – Sei que não posso apagar nada disso, mas posso ser alguém melhor a partir de agora.

-Você nunca foi uma pessoa ruim Jungkook, a outra parte de você era, e agora ela se foi – me aproximei dele – Vai ser necessário tempo para você se desligar disso.

-Acho que posso esperar, desde que você esteja comigo. – sua mão segurou meu rosto.

-Eu não vou a lugar nenhum! – sorri.

 

 Seus lábios tocaram os meus, dessa vez mais urgente, mais apaixonado. Nos conectando ainda mais.

 Agora eu entendia porque me esconderam o que estava acontecendo. Se Jungkook tivesse ido me visitar poderia ter atrapalhado meu tratamento, porque eu iria concluir que não estava mais vendo coisas, que estava bem e que precisava sair de lá pra ficar com ele.

 Jin tinha razão, há coisas que mesmo com explicação não conseguiríamos entender, e que no meu caso eu deveria aceitar como um presente. E bom, isso eu faria de muito bom grado.

                      (notas finais, por favor!)


Notas Finais


Gente, me desculpem se houver algum erro durante o capítulo, eu revisei mas as vezes acaba passando algum~

Bom, acho que é isso :c
Primeiramente eu obviamente quero agradecer a todos que acompanharam a história, os comentários de vocês SEMPRE me motivaram, e cara MAIS DE 400 FAVS!
VOCÊS SÃO TOPPERS <3
Eu li e me diverti com cada comentário, com cada interação e mesmo que eu tenha deixado a desejar com a história, porque eu queria ter feito muito mais com ela, me sinto feliz por conseguir concluir, e devo isso principalmente a vocês <3
Agradeço também a todas as mensagens que me foram enviadas, e as amizades que essa história me trouxe <3
Sei que prometi trazer esse capítulo e já postar minha nova fic, MAS ela ainda não está pronta ;-;
Estou trabalhando bastante nela e logo mais começarei a postar, espero ver vocês lá também <3
É isso gente, obrigada por acompanharem até aqui e até a próxima <3


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