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História Fearless - I - Prólogo


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


- Minha segunda fanfic.
- Sem plágio, por favor. Cada um tem capacidade suficiente para criar suas próprias histórias, enredos, personagens e afims...
- É uma songfic, e como diz o nome, a música tema da fanfic toda é Fearless - Taylor Swift
- Espero que gostem.
xxx

Capítulo 1 - I - Prólogo


Victória parou novamente em frente ao espelho. Repetiria o mesmo gesto quantas vezes fosse preciso. Só queria vê-la mais uma vez. Porém, o que queria ver não aparecia. Apenas via seu reflexo, no qual não lhe agradava nem um pouco.

– Não devia ter dado ouvidos à Ally, não devia. - Ela repetia para si, passando as mãos pelos fios de cabelo que antes eram totalmente castanhos. Agora Victória possui as famosas mechas californianas.

Lembrou-se das palavras de sua melhor amiga. Na hora foram tão convincentes. Por algum motivo ela não havia ficado satisfeita. Talvez porque realmente gostava de seus antigos fios, e também porque faziam lembrar de sua mãe. Fazia tanto tempo que não via sua mãe...

Ainda em frente ao espelho, Victória despejou toda sua frustração em um suspiro. Fixou os olhos em um ponto do espelho, mas nada aconteceu.

– Por que não aparece? Não podia ter me abandonado. Eu só queria te ver.

Um pingo de esperança se acendeu no coração da garota ao ver uma luz branca aparecer no centro do espelho. Seu sorriso se desfez ao perceber que a luz não se formara do espelho, e sim da porta atrás de si que fora aberta. Olhou naquela direção, e levantou imediatamente ao ver Srtª Rodriguez, sua professora mais rigorosa parada na soleira da porta olhando-a desconfiada.

– De novo em frente ao espelho, Victória? Pensei que já tivéssemos resolvido isso - Disse a mulher, dando passos cautelosos para dentro do quarto com as mãos cruzadas na altura do peito.

Victória engoliu em seco. Sabia que tinha que ter trancado a porta entes de tentar fazer algo. Ela tratou logo de arranjar uma desculpa.

– Só estava arrumando os cabelos, Srtª Rodriguez - A garota tentou ao máximo não deixar seu nervosismo transparecer.

– No escuro? - Indagou a mulher, ainda mais desconfiada.

– A luz do abajur é suficiente - A garota deu de ombros.

Ela agradecia mentalmente por sua professora não poder ouvir o quão acelerado seus batimentos cardíacos estavam naquele momento. A possibilidade de ser pega no flagra fazendo algo que prometera nunca mais fazer a deixava atônita. Caso fosse pega não poderia sair daquele lugar.

– A propósito, o novo visual lhe caiu muito bem - Victória sorriu com o elogio recebido. A mais velha tentou devolver o sorriso, mas se auto repreendeu. Victória sabia que como professora mais rigorosa, sorrir não era muito conveniente à mulher à sua frente. - Lembre-se sempre; Você é linda.

– Sei disso. Aprendi a gostar de mim do jeito que sou. Tudo graças a... - Ela olhou ao redor, para o quarto que fora seu refúgio durante dois anos. - ... graças a este lugar. Serei eternamente grata.

Mais uma mentira. Foram dois anos de pura mentira. Apesar de ter mentido tanto tempo ela sentia que fora necessário. Se não tivesse feito tal coisa, não estaria saindo dali. Ela não se arrependia. Em meio a tanta falsidade, houveram coisas verdadeiras, como a amizade que construiu com Brandon e Ally. Ambos a ajudaram muito durante esse tempo, o que fazia Victória sentir-se mal por ter que deixá-los nessa época do ano.

– É hora de ir embora - Srtª Rodriguez anunciou.

Victória nem se deu ao trabalho de olhar para o quarto novamente, já havia se despedido antes. Deu de mãos em sua única mala, que era pesada demais para uma fraca garota de quase dezessete anos carregar, mas ela teve que dar um jeito, e foi arrastando-a. Srtª Rodriguez caminhava rapidamente pelos corredores enquanto Victória ia a dois metros de distância dela. Se ela mesma não tivesse arrumado sua mala, diria que a muralha da China estava ali dentro.

Ao longo do caminho a garota observou os corredores tão conhecidos por ela. Uma das coisas que mais odiava no lugar eram as obras de arte, que segundo ela foram feitas por macacos, pois eram apenas alguns rabiscos. Se Deus quisesse ela nunca mais as veria.

Chegaram finalmente na sala de Estar. Lá estavam Ally, Brandon, Cler, a professora adorada por todos, e o garoto que começara a visitar Victória há um mês. Ele dizia ser seu parente, porém Victória não lembrava-se dele. Culpa do acidente. Embora não lembrasse, ela sabia, na verdade, ela ouvia uma voz em sua mente dizendo que ele era confiável.

Victória aproximou-se de Cler, umas das poucas pessoas que conseguiam fazê-la sorrir. Despediu-se de sua professora de francês com um abraço sincero. Só ela sabia o quanto Cler foi importante na sua estadia ali, e ela era muito grata.

– Espero não te ver mais por aqui - Cler apertou mais o abraço. - No bom sentido, claro.

A garota não respondeu, apenas lançou um sorriso meio sem vontade. Ela não tinha certeza se queria ir embora.

Ao lado da professora estava Ally com um sorriso de orelha a orelha. Victória foi apertada fortemente pelos braços da amiga que parecia mais contente do que ela. Alguns tapinhas amigáveis foram dados nas costas de Ally. Foi como um aviso, pois o abraço era muito forte, e não era bom para a claustrofobia de Victória.

– Queria poder levar você - Disse ela olhando desanimada para sua amiga.

– Ei, não se preocupe comigo. Terei a ótima companhia do nosso professor de teatro.

As duas foram surpreendidas pelos braços gélidos de Brandon. O garoto sorria carinhosamente para a amiga. O coração de Brandon ficou apertado por lembrar que poderia ser a última vez que veria Victória.

– Se também queria um abraço era só pedir, querido Brand - Victória brincou.

– Só vim te apressar. O carinha ali parece impaciente.

O olhar dela foi desviado para seu suposto parente. Ele batia o pé freneticamente no chão.

Ela terminou de se despedir, mesmo com o coração na mão. Ela sabia que ir embora era o certo, contudo, deixar pessoas importantes para trás era dolorido e lhe parecia tão errado. Brandon e Ally, como verdadeiros amigos entenderam perfeitamente que havia chegado a hora de Victória partir e traçar seu próprio caminho longe dali; Mas Victória não sabia disso.

– Acho que já podemos ir - Disse ela timidamente ao garoto que lhe esperava. - Espero que entenda, vou demorar um pouco para gravar seu nome.

O garoto sorriu.

– Isso não é problema. Quando decorar vai até enjoar.

Victória deu um aceno com a mão para os que ficariam e seguiu o garoto que carregava sua mala.

Passaram pela área verde que foi muito frequentada por ela, até chegarem nos portões. Enquanto sua mala era guardada, ela observou a fachada do prédio de três andares em que passou dois longos anos.

Foi apenas uma fase - Pensou ela.

Minutos depois estavam os dois dentro do carro indo para Bradford, cidade natal de Victória e de seu parente. Ela ainda não sabia qual seu parentesco com o garoto que dirigia, então decidiu perguntar.

– Eu e você somos o que exatamente?

– Somos primos.

E as duas horas de estrada continuaram assim. Perguntas curtas com respostas ainda mais curtas. Ao contrário do que pensou, Victória se sentia bem e confortável. Apesar das poucas palavras trocadas algo nela dizia que a convivência com seu novo não tão novo primo seria boa. Ela pelos menos faria de tudo para que assim fosse.

Com a ajuda de músicas agradáveis que tocavam no rádio as duas horas passaram relativamente rápido. O refrão de umas das músicas não saia de sua cabeça. "Baby you light up my world like nobody else". A frase se repetia junto com uma melodia tão contagiante que fazia ela ter vontade de sair dançando, e sorrindo, coisa que ela não fazia verdadeiramente a muito tempo.

Eles finalmente chegaram a Bradford. Apesar de saber que viveu sua infância naquela cidade, ela não lembrava de exatamente nada, então tudo o que via era uma grande novidade. O céu estava cinza, nada que diminuísse a beleza do lugar. O carro foi parado em frente a uma casa que parecia ser antiga, porém em ótimo estado de conservação. Uma onda de nostalgia atingiu Victória ao sair do carro. Pensou que alguma cena ou imagem viria em sua mente, mas apenas teve uma leve tontura.

Gritos histéricos chegaram aos ouvidos de todos que passavam por ali. Ela olhou para a casa ao lado, onde encontrou um amontoado de garotas. Dentre elas conseguiu ver um topete que mais parecia uma pista de Skate de tão levantado que era. Viu cabelos loiros e arrepiados também.

– Hey! - Victória se assustou com o grito alto e agudo do garoto que surgiu misteriosamente de algum lugar, sorrindo. Era moreno, tinha cabelos lisos e castanhos também levemente arrepiados, e olhos lindamente azuis. - Como vai, Arthur?

Observou o garoto, muito simpático a princípio, cumprimentar seu primo. Devia ser amigo dele. Victória não deu muita importância para os dois e seguiu até a porta da casa que já havia sido aberta por seu primo. Ela queria conhecer o lugar que iria morar a partir de agora.

A casa transmitia paz, o que ela queira. Ela não precisaria mais acordar às oito da manhã, nem ter que estudar a força de segunda a segunda, e muito menos ter que fingir ser algo que não era ou forjar uma felicidade não existente. Ela queria que as coisas a partir de agora acontecessem naturalmente. Coisas que fizessem sua vida valer à pena.

 


Notas Finais


E aí, gostaram?


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