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História Fearless - IV - Say Somethin


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


Demorei? Sim? Não?
Enfim, ando com bloqueio criativo e só consigo escrever á noite. Isso é estranho, eu sei, mas pelo menos o capítulo saiu, com um pouco do ponto de vista do Zayn.
Espero que gostem, perdoem algum erro e desejo uma boa leitura!
Música tema: Say Somethin - Austin Mahone

Capítulo 4 - IV - Say Somethin


Tarde de 22 de Dezembro de 2012

 

Zayn Malik P.O.V

Dormir sem ter hora para acordar é definitivamente uma das melhores partes de estar de férias e em casa. Seria melhor se não tivesse algo me impedindo de ter uma boa noite de sono, algo mais conhecido como Victória Summers.

Tudo parecia tão irreal. A ficha não tinha caído ainda. Como uma pessoa pode ser dada como morta e depois aparecer misteriosamente? Isso deixaria qualquer um amedrontado, e é exatamente assim como me sinto. Tenho medo de fechar os olhos e quando abri-los perceber que tudo não passou de um sonho, como aqueles que tive quando ela sumiu. E digamos que os sonhos foram horríveis que prefiro não lembrar.

Ver ela de novo foi como ter um “déjà vu”, como se eu estivesse revivendo o passado. Eu queria ter ficado feliz com a volta dela, mas só consegui lembrar como me senti no dia em que ela simplesmente desapareceu sem dar satisfações. Naquele dia eu me senti tão insignificante e sem valor.

Eu e Victória nunca fomos melhores amigos, na verdade o meu amigo era e continua sendo o Arthur. Victória veio de “Brinde”. Arthur é filho único e era de poucos amigos, eu era e ainda sou o único filho homem, Arthur era meu vizinho... Isso resultou em uma amizade. Um tempo depois chegou ela. No início achei Victória insuportável porque ela era muito cheia de frescuras, mas acabei aprendendo a gostar dela e a partir dali éramos nós três, andávamos sempre juntos.

Mesmo sendo três anos mais nova, ela às vezes, só às vezes, parecia ser mais madura. Ela era ciumenta em relação a mim e ao Arthur; Vivia implicando com nossas namoradas, mas não aceitava o meu ciúme e do Arthur por ela, que era muito mais possessivo. Victória sempre foi bonita e a maioria dos caras da escola eram caidinhos por ela, principalmente pelo seu lindo par de olhos azuis. Tudo piorou quando ela completou doze anos e começou a se importar mais com aparência, e obviamente, com garotos. Quando isso aconteceu eu acabei por descobrir que não queria ninguém perto dela. Não que eu fosse o garotinho apaixonado, o meu instinto protetor falava mais alto, eu acho.

Ontem eu contei tudo isso a ela. Passamos praticamente o dia todo sentados na escada da minha casa, conversando, como ela pediu. Eu me senti estranho e desconfortável por estar com ela. Nossas antigas conversas nunca tinham apenas um assunto ou um propósito, elas simplesmente fluíam. A de ontem tinha e era apenas responder as perguntas dela. Senti-me fazendo algo forçado, e não gostei.

Ainda mais porque notei que ela não é a mesma. Eu não a culpo, mas a falta de memória afetou não só o cérebro dela, mas fez com que Victória perdesse aquela essência que era somente dela, e isso não podia ter acontecido. Victória era uma bobona que ria de si mesma, ria de tudo, e agora raramente sorri. Ela é séria demais. Não que eu seja a melhor pessoa para julgar o quanto ela esteja séria, até porque eu sou sério demais, mas o fato é que eu sempre fui assim, e ela não. Se eu pudesse escolher entre a antiga Victória e a de agora, sem dúvida alguma escolheria a antiga. Mas infelizmente nem tudo é como queremos.

Minha noite inteira foi rodeada por pensamente assim, cheios de lembranças e consequentemente não dormi quase nada. O sono apareceu apenas de madrugada, mas não tive muito sossego para ter boas horas de sono. Não com a baderna que minhas irmãs faziam na porta do meu quarto.

Um banho foi suficiente para afastar o sono, porém a preguiça me acompanhou até eu chegar sala onde minha mãe estava, e deitar no sofá, ficando com a cabeça sobre o colo dela, que logo em seguida começou a afagar meus cabelos molhados.

- Bom Dia, Mãe.

- Já viu que horas são? – Ela disse risonha. Já não devia ser de manhã.

- Não importa – Dei de ombros.

Perder a noção do tempo é minha especialidade quando volto para casa, principalmente depois de meses acordando cedo para as gravações do seriado e viagens das turnês.

- Mãe, lembra da Victória? – Eu perguntei.

- Quem?

- Victória, filha da Susan. Lembra?

Abri os olhos e vi ela esboçar um sorriso.

- Como se esquecer dela? – Nós dois sorrimos. – Aquela menina era tão doidinha e falava tanta bobagem que é meio difícil de esquecer, não é mesmo?

- É verdade – Falei, abraçando a cintura de minha mãe e aproveitando aquele carinho gostoso que ela fazia para fechar os olhos novamente. – Ela voltou.

- Quem voltou?

- A Victória.

Minha mãe teve a reação que imaginei que teria; Me olhou com cara de “tá ficando louco, moleque?”

- Que doideira é essa agora, meu filho?

Não contive uma risada.

- O que vou te falar agora vai parecer sem sentido, mas acredite, é verdade – Fiz uma pausa dramática. – Victória não morreu. Ela está viva e morando na casa do Arthur.

- Zayn...

- Mãe – Interrompi em tom repreensivo. – Você nunca duvidou de mim e não vai ser agora que vai duvidar.

Ela suspirou e me olhou docemente.

- Sonhou com ela outra vez?

Ah, mas que droga! Por que ela foi lembrar dos sonhos?

- Não, não sonhei – Falei com desânimo. – Eu a vi anteontem, ontem, e provavelmente vou ver hoje também.

- Zayn, eu sei que sentia falta dela, mas achei que já tivesse esquecido.

- Mas que... – Minha mãe me fuzilou com o olhar e o palavrão não saiu. – Eu não ‘to mentindo, mãe!

Doniya, Waliyha e Safaa chegaram na sala tagarelando, impedindo que nós continuássemos a conversa.

Como minha própria mãe não acredita em mim? De qualquer maneira, uma hora ou outra ela vai ver Victória por aí.

Tapei os ouvidos para evitar escutar as fofocas que aquelas meninas fazem e virei o rosto para o outro lado exatamente na hora que Louis passava de fora para dentro de casa.

- Onde estava? – Perguntei.

- Na casa do Arthur.

Rolei os olhos para minha mãe, e tive uma ideia. Ela sabe que Louis é meio retardado, mas ela acreditaria se Louis também falasse sobre a Victória.

- Ô Louis, Victória 'tá em casa? – Falei alto, vendo com o canto dos olhos minha mãe me fitar.

- Tá sim, por quê? – Louis ao invés de continuar o caminho, deu volta no sofá e foi sentar na poltrona em frente ao sofá grande. – Sabe, acho que ela é nossa fã porque eu vi um pôster de nós cinco no quarto dela, mas ela deve gostar mais do Niall porque tem um pôster só dele – Louis disse pensativo.

- Ela colou o meu pôster mesmo? – Ouvi a voz do Niall e ele logo entrou em meu campo de visão, rindo abertamente.

- Estão falando da Victória?

- Sim – Os dois responderam em uníssonos à pergunta de minha mãe, que arregalou os olhos.

- Meu Deus! – Disse pondo a mão na boca, visivelmente surpresa, percebendo que eu não menti. – Zayn, vai lá chamar ela!

- O Niall vai.

- Faz esse favor para mim, querido?

Niall me fuzilou com o olhar.

- Claro, tia.

O loiro seguiu até a porta com sua melhor (pior) cara de bunda, me fazendo rir.

- Como podem terem dado ela como morta sendo que não esta? – Minha mãe perguntou, indignada.

- Não faço a mínima ideia. – Falei dando de ombros. – E nem ela pode nos responder.

- Por que não?

- Ela ficou sem memória por causa do acidente – Eu ainda me incomodava em dizer, mas a expressão de minha mãe ao ouvir foi impagável. – A propósito, passei um tempo com ela ontem. Victória pediu para que contar algumas coisas sobre si. Acha que devo contar tudo?

- Tudo o que?

- Tudo o que me contou quando ela foi embora.

- Não! – Disse exasperada. – Obvio que não!

- Por que?

- Escuta o que vou te dizer: Ela não precisa saber de tudo, ok?

- Tudo bem – Falei desconfiado.

Que mal teria eu contar? Victória merece saber. Aquele segredinho besta dos pais dela não teria consequências agora já que eles estão... Mortos. Vendo por outro lado, nem faria sentido eu contar, não mesmo.

Fui o primeiro a ver Niall e Victória entrando com os braços entrelaçados, e os dois riam. Cutuquei minha mãe, apontando para os dois.

- Victória!

Vi que ela se surpreendeu com o abraço repentino dado por Trisha, que no momento não passa de uma desconhecida para ela.

- Vai com calma, mãe – Repreendi.

Procurei não prestar atenção na conversa delas. Era um pouco difícil, já que minhas irmãs tinham se juntado com elas e aquelas três pestes falam mais alto do que gralhas. Na televisão passava um filme em que o foco do enredo era sobre um livro. Parecia interessante, então decidi olhar.

O que pareceram minutos, na verdade foram horas. O filme era longo e a conversa de minha mãe com Victória ainda mais. Louis e Niall trataram de ir arrumar as malas, pois vão para suas respectivas casas amanhã.

- Mãe, posso ter um igual? – Safaa falou, referindo-se à echarpe vermelha que Victória usava.

Eu olhei atentamente para ela, que ao que percebi estava mais sorridente e parecia ter se entendido com Safaa, já que a mesma estava em seu colo. Ela largou Safaa no chão delicadamente e levantou, arrumando a roupa.

- Bem, eu vou indo – Ela anunciou.

- Mas já? – Disse minha mãe.

- Eu e Arthur vamos fazer compras para a ceia de Natal.

- Mas o convidamos para passar no natal conosco, não foi Zayn? E é claro que você dever vir também.

- Ele deve ter esquecido – Eu falei.

- Então vá lá e faço-o lembrar.

Comecei a ser empurrado porta a fora junto com Victória. Logo fomos despachados.

- Sua mãe é legal – Disse ela com os lábios rosados levemente curvados.

- Você não achava isso quando ela te viciou em café – Falei a seguindo. – Aliás, ainda é compulsiva por café?

- Oh, café – Em seus olhos vi aquele brilho psicótico, digno de alguém viciada em cafeína. – Café é bom, muito bom.

Seguimos em silêncio até a casa do Arthur. Eu ainda tinha um pingo de esperança de que a memória dela voltasse e que ela começasse a falar compulsivamente, do mesmo jeito que fazia antes. Mas era apenas o que eu queria, e obviamente não iria acontecer de uma hora para outra.

Sem falar nada ela correu para dentro.

Vendo-a entrar rapidamente em casa, acabei por lembrar de uma das poucas lembranças que eu tinha dela. Deve estar perdida pela bagunça do meu quarto. Eu acharia e entregaria a ela, depois que falasse com Arthur.

- E aí, cara, conseguiu voltar com a Cassie? – Fui logo perguntando.

- Aquela lá não vale nada – Ele disse com desdém. – Vi ela com outro.

A única coisa que fiz foi dar alguns tapinhas no ombro dele.

- Você supera – Falei, e ele sorriu. – Vim aqui dizer que não precisa fazer compras porque você e Victória vão para minha casa, lembra que já tínhamos feito o convite?

- Ah é. Tinha esquecido. – Disse ele, parecia que ainda estava de ressaca. – Mas bem, vai me poupar um trabalhão.

- Eu sei – Ri levemente. – Então até mais. Tenho que ir.

- Até.

Dei as costas, seguindo até minha casa, mais especificamente até meu quarto para procurar algo que ajudaria Victória muito mais do que eu.

O diário dela.


Notas Finais


Música do capítulo: www.youtube.com/watch?v=NYINrMkO5IM
O que me dizem?


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