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História Feel me - Me before you


Escrita por: gabydcb

Notas do Autor


Oi gente! Tudo bem?
Segue mais um capítulo. Espero que gostem.
Comentem, e favoritem também. Isso faz a minha fanfic aparecer na busca e isso me deixaria muito feliz.

Capítulo 2 - Me before you


Fanfic / Fanfiction Feel me - Me before you

Nathaniel Larson Müller

 

Estava atrasado. Isso é uma droga. Justo hoje?! Haviam tantas papeladas para assinar e aquela reunião com Lysandre, tudo acabou me fazendo perder a hora. Melody me ligava incessantemente. Já estava irritado, não havia comido desde as dez da manhã e esse jantar de noivado era a coisa mais importante para ela. Massageei as têmporas, enquanto saia da minha sala em direção ao elevador privativo da presidência.

- Senhor Nathaniel – Pryia interrompeu a porta do elevador de se fechar completamente – Está atrasado, não? – Ela sorria com o canto da boca, enquanto segurava algumas fichas em que trabalhamos hoje.

- Parece que sim – Falei, preocupado – Não sei se irei chegar a tempo em Hamptons. Melody irá surtar – Olhei no relógio e já marcavam 18:13 p.m. Péssima hora para chegar em casa e trocar de roupa. Preciso estar lá as 21.

- Porque não pega o helicóptero do seu pai? Ele já não está lá? – Ela questionou, me analisando.

- Boa idéia, Pryia. Estou tão atordoado com essa semana, que chegou a sexta-feira e não me planejei para chegar cedo no meu próprio jantar de noivado – Ri, coçando a cabeça frustrado.

- Se não se importa, eu posso ligar para o heliporto do 27º andar. O helicóptero está à disposição, não foi usado hoje.

- Poderia fazer isso por mim? Preciso ir em casa ao menos colocar um blazer decente. É um dia especial para ela.

- Só para ela, Senhor Nathaniel? – Ela parecia surpresa.

- Não, céus, não. Claro, estou feliz também. Mas sabe como são as mulheres... – Ri um pouco envergonhado – Ela está há meses planejando isso. Se eu atrasar, ela poderá cancelar o casamento. Não duvido nada, pois Melody é do tipo garota “radical” – Falei, dando ênfase no radical, com ambos dedos indicadores.

Rimos em uníssono.

Tentava evitar Pryia depois daquele dia. Lysandre e Kentin eram meus sócios e planejaram uma despedida de solteiro para mim. Tudo foi regado a bebidas caras e mulheres bonitas na danceteria que Kentin possuía, o Vivant. Ele convidou algumas garotas, e ele incluiu nessa lista a minha secretária.Dizia sempre que Pryia era gostosa demais para se desperdiçar apenas com papéis burocráticos. Bebi demais naquele dia, e acabei transando com ela no meu apartamento. Aquilo foi estúpido e imprudente, até porque Melody tinha as chaves de casa. Mas  justo naquela manhã ela havia saído com Ambre, minha irmã, para a última prova do vestido de noivado que ela fez com Alexander Mcqueen.

Foi vergonhoso acordar e ver minha secretária usando minha camisa de botão preparando nosso café da manhã. Tentei explicar e pedir desculpas, dizendo que aquilo não havia passado de uma noite de excessos e eu não podia culpá-la. Pryia saiu chorando, disse que se demitiria. Fiquei preocupado, ainda mais àquela altura, em que a empresa estava com trabalho dobrado pois conseguimos que nossa montadora fosse instalada no Brasil. Era praticamente impossível arrumar outra secretária como ela, e esperar a novata adaptar-se a nova rotina do trabalho. Liguei para Pryia por três dias seguidos, até ela me atender.

- Pryia – Meu coração quase parou ao ver que ela atendeu – Me perdoe pela noite. Só quero recompensá-la de alguma forma. Você entendeu errado, me desculpe. Vou casar brevemente, não queria que você pensasse que te usei.

Ela riu frustradamente do outro lado da linha.

- Senhor Nathaniel, trabalho com você há 4 anos. Você realmente nunca percebeu o quanto lhe admiro? O quanto estou apaixonada por você? E-eu... Se-e-ei... Sei que não, sabe, não tenho direito de interferir no seu futuro, mas eu imaginei que aquela seria a chance de provar que posso ser a mulher que voc...

- Pryia, eu amo minha noiva – Interrompi – Não temos chance. Não quero que pense que irei largar Melody por você. Me perdoe. Eu aumento seu salário, lhe dou benefícios, mas não me peça para abandonar minha mulher por alguém que não sinto absolutamente nada a não ser admiração pelo profissionalismo que você carrega na minha empresa.

Ela desligou o telefone.

Fiquei a noite inteira sem dormir, pensando que ela poderia ligar para Melody e contar tudo.

Mas ela não fez isso.

No outro dia, lá estava ela. Sorrindo, separando os papéis para minha análise antes de fechar os negócios. Atendendo os telefonemas e passando para minha secretária eletrônica. Entrando e saindo da minha sala, sem sequer tocar no assunto da noite passada. Sem uma tristeza no olhar ou remorso. Minha espinha congelou por um segundo, pensando que talvez ela pudesse tentar algo contra mim ou Melody. Mas ela não seria capaz... Seria?

 

Enquanto saía do elevador para minha limusine, meu celular tocou.

Visualizei a tela e vi que se tratava de Pryia. Passei o dedo pela tela de touch e atendi.

- Está tudo certo, Senhor Nathaniel – Ela disse, assim que atendi – Logan irá lhe buscar no heliponto do seu prédio. Ele estará lá as 19:30, creio que será o suficiente para vestir-se em um blazer decente?

Eu ri.

- Tudo bem. Será sim.

- Chegará em Hamptons, no máximo, as 21:30. Mas se for agora, quem sabe, antes?! – Ela dizia, animada – Boa viagem, Senhor Nathaniel. Aproveite cada segundo.

Ao desligar o telefone, senti uma pontada de ironia da última frase da garota. Balancei a cabeça negativamente, a fim de tirar pensamentos traidores da minha cabeça. Me dirigi até Loui, meu motorista particular e pedi para me levar em casa para me trocar rapidamente.

Por sorte, o trânsito até Upper East Side estava relativamente tranquilo, o que me fez chegar a tempo até minha cobertura. Loui entrou pela garagem privada, que era de meu apartamento para nos poupar alguns minutos. Subi e tomei um banho rápido. Para vestir, escolhi um conjunto de blazer e calça social risca de giz que Melody havia me presenteado. Era do Hugo Boss, minha marca de roupas masculina preferida.

Com folga, ainda me restavam bons minutos e resolvi comer alguma besteira na cozinha até Loui me avisar da chegada do helicóptero. Me abasteci de um copo de suco de pêssego. Havia também uma salada pronta na geladeira. Comi a garfadas apressadas, agradecendo por ter uma empregada maravilhosa e prestativa como Thara. Ela sempre me deixava pratos prontos para jantar. Conhecia meu paladar e minha rotina, e nunca me deixava na mão.

Loui apareceu na porta principal da cozinha.

- Senhor Nathaniel – Ele pigarreou, me fazendo desconcentrar-me dos últimos bocados de salada e olhar em sua direção – O seu helicóptero está a sua espera.

Apenas assenti com a cabeça.

- Só estou terminando de comer. Vou escovar os dentes e avise que estou subindo – Falei, colocando a louça suja na pia – Muito agradecido, Loui.

Ele fez uma pequena reverência e saiu.

Corri até meu banheiro e escovei os dentes com pressa. Me olhei no espelho, procurando os últimos retoques que me faltava. Estava tudo certo, do jeito que Melody queria que eu estivesse.

 

***

 

Parti para o heliponto.

Entrei no helicóptero com certa dificuldade, pois do 32º andar ventava bastante e as hélices do pequeno transporte aéreo já estavam ligadas. Meu segurança, James, me ajudou a subir. Nos posicionamos todos para decolar. Ali estavam eu, no sub-comando do helicóptero, James, e Logan, o piloto particular de meu pai.

Com mais ou menos dezoito minutos de viagem, Logan pediu contato com a torre.

- Helicóptero F-0359, estou com um pequeno problema no motor. Câmbio? – Ele dizia, apertando alguns botões de emergência do piloto automático.

- Está acontecendo alguma coisa, Logan? – Questionei, um pouco preocupado.

- Senhor Nathaniel, não sei o que está havendo com o motor. Está apresentando falhas. Estou entrando em contato com a torre para fazermos pouso de emergência em algum heliponto próximo.

- O quê?! Como assim? – Exasperei – Não posso perder esta noite.

- Mil perdões, senhor. Mas será isso, ou poderemos ter algo pior – Ele ponderou – Ah... Sim... Heliponto na 5th avenida, Complexo Gallarsh.

Coloquei o comunicador em meus ouvidos.

- F-0359, autorizados a pousar no Complexo Gallarsh na 5th avenida – Ouvia.

Logan estava tentando fazer as manobras de pouso com prudência, enquanto avistávamos o nosso ponto para parar. Eram apenas 200 metros, e estávamos chegando, quando simplesmente o motor sucumbiu de vez e parou. O helicóptero passou a dar voltas em torno de si, enquanto caíamos. Como num impulso de sobrevivência, destravei o cinto de segurança e me joguei para os bancos do passageiro. James me segurou com um abraço forçado e nos abaixamos por entre os bancos, enquanto Logan ainda tentava, inutilmente, realizar alguma manobra a mais de emergência.

A última coisa de que me lembro era um barulho estarrecedor.

Nós caímos, pensei pela última vez.

E tudo perdeu a cor.

 

***

 

Gabriela Maxwell

 

Passaram-se quatro horas desde o meu último paciente dar entrada. Ele estava na sala de cirurgia até agora. Resolvi sentar no balcão da enfermaria, dando uma revisada em alguns casos clínicos, já que eu ainda teria, de alguma forma, a minha prova prática. Meus olhos se perdiam entre o livro e os laudos que havia pego no histórico de pacientes. Coçava a cabeça, lia e relia cada parágrafo, quando fui interrompida por um som grave que vinha do balcão de mármore.

Doutor Faraize havia – finalmente – chegado e bateu com sua mão no balcão, me trazendo um enorme susto e uma pontada no coração. Acabei jogando a minha caneta no chão. Me abaixei para buscá-la, quando ouvi ele mencionar meu nome.

- Doutora Maxwell... Preciso dizer que estou impressionado com sua conduta hoje de manhã – Ele disse, sorrindo presunçoso em minha direção.

Levantei com um pouco de dificuldade, minha caneta já em mãos, e me dirigi até o balcão onde aquele homem assustador, dono dos meus maiores pesadelos, estava sorrindo para mim.

- Algum problema, Doutor Faraize? – Perguntei, curiosa.

- Pelo contrário, querida... – Ele sorria, dando leves batidinhas no meu braço que estava repousado no balcão – Você foi incrível hoje. Conseguiu vencer seu medo e depois de meses, entubou um paciente sozinha. Sua prova foi essa. Tirou todos os pontos, parabéns pelo 10... E ah... – Doutor Faraize se aproximou do meu rosto – O Doutor Prior elogiou muito sua conduta.

O médico deu uma pequena piscadela para mim e saiu.

Virei e encontrei meu olhar com o de Violette. Ambas estávamos sem entender muita coisa.

- Eu não entendi muito essa última parte do Castiel, mas...

- Ah doutora, por favor, não é? – Violette apertou os lábios, me olhando – Ele quis dizer que o Doutor Castiel está interessado em você.

Soltei uma risada alta.

Algumas pessoas que estavam de passagem pelo corredor me olharam de soslaio, incluindo Alexy, que fez sinal de silêncio em minha direção.

- Óbvio que não, Vio. Ele me detesta.

- Ele tem um certo espírito competitivo aflorado, mas acho que ele tem interesse em você, sim – Ela balançou a cabeça positivamente.

- Bom, continuo achando que ele me detesta. Ainda mais por estarmos competindo uma vaga de emprego nesse hospital. Assim que terminarmos essa residência, um de nós ficará aqui.

Recolhi minhas coisas do balcão e me despedi de Violette.

Iria guardar meu material de estudo na sala de médicos, quando me encontrei com a silhueta de Castiel em um dos armários da sala. Quando me viu entrando, ele apenas olhou para mim e continuou organizando alguns prontuários em sua pasta pessoal.

- Muito ocupado, doutor Prior? – Perguntei, sentando-me em uma cadeira a sua frente.

- Confesso que estou impressionado com o trabalho que seu namorado Armin fez com nosso paciente da manhã – Ele disse, virando-se em minha direção e sentando ao meu lado – Ele fez uma excelente cirurgia de descompressão cerebral. É um bom neurologista.

Cruzei os braços e ri.

- Não tenho nada com Armin. Não sei porque diabos todos nesse hospital acham isso.

- Porque será? Você não se lembra da festa de confraternização do ano passado? Eu não fui o único que vi vocês dois aos beijos na pista de dança do Vivant – Ele riu, passando o dedo indicador no queixo.

Olhei em sua direção e seu olhar encontrou-se com o meu.

- Aquilo foi efeito de seguidos shots de tequila, Castiel. Acho que todos desse recinto já poderiam esquecer isso, não é? – Ponderei – E eu não fui a única que fiquei de bitocas com alguém daqui.

Castiel arqueou as sobrancelhas.

- Certo. Você está certa. Mas a doutora Debrah não é nada para mim, assim como Armin não é nada para você. Nem da mesma ala somos, não é? Armin é da neurologia, Debrah é da hematologia. Nós dois – Ele aproximou o rosto dele do meu, estávamos a centímetros inseguros – Somos intensivistas.

- Parabéns pela descoberta – Franzi o cenho – Mas isso não quer dizer nada.

- Ou quer... – Ele deu um sorriso malicioso, antes de se levantar e fechar seu armário – Mas deixe isso para a próxima confraternização, não é? Poderá ser a última de um de nós.

- Pois é – Concordei, levantando um pouco nervosa – Acho que vou ver nosso paciente da manhã. Ele já saiu?

- Creio que sim, Gabbe. Armin estava finalizando com a sutura.

- Obrigado, Castiel.

Ambos assentimos e saí até a enfermaria da UTI.

 

Fui até o leito 31 da enfermaria e encontrei Alexy organizando a maca vazia.

- Onde está o paciente desta manhã? – Questionei, nervosa.

- Ah, o paciente que doutor Armin operou? – Ele quis saber, e eu balancei positivamente. Ele não poderia ter morrido, não é? Castiel disse que tudo correu bem – Ele está em um apartamento no quarto andar. Parece que ele tem dinheiro para um tratamento, digamos, mais individual.

Arqueei as sobrancelhas, surpresa.

- Mas você sabe quem será seu médico responsável?

- Até onde me lembro, ainda seria você e doutor Faraize – Ele respondeu, sorrindo em minha direção.

- Certo, muito obrigada Alexy. E... Ah... Qual o número do seu apartamento, você sabe me informar?

- Claro, doutora. É o apartamento 402. Acabei de levá-lo para lá com Charlotte.

Procurei meu estetoscópio que estava em um dos bolsos do jaleco e repousei em meu pescoço. Corri em direção ao elevador e apertei o quarto andar.

Ao chegar no corredor dos apartamentos, vi Armin conversando com um casal de senhores. Eles pareciam ser extremamente bem apessoados. Uma mulher de meia idade, com um corpo magro e cabelos louros presos em um coque elegante. Ela trajava um vestido ao estilo tubinho preto, e usava um colar de pérolas. O senhor era alto, cabelos grisalhos bem aparados e penteados, ele estava de terno e gravata. Parecia que havia saído de alguma festa a pouco tempo.

Armin me avistou no começo do corredor e fez sinal em minha direção para ir até eles. Com passos apressados, me aproximei daquela pequena reunião e sorri, timidamente.

- Senhor e Senhora Lar...

- Por favor, eu pedi que nossos nomes fossem mantidos em sigilo aqui. Nos chamem apenas de Helena e Anthony.

- Certo – Armin franziu o cenho e coçou as têmporas – Senhor Anthony, esta é Doutora Maxwell. É uma de nossas melhores intensivistas. Irá cuidar do filho de vocês juntamente com nosso diretor, o Doutor Faraize. Não se preocupem, ele estará em excelentes mãos.

Dei um sorriso amarelo em direção àquele casal.

Ambos estenderam as mãos para mim e os cumprimentei.

- Gabbe – Armin se dirigiu a mim com um prontuário em mãos – Tome o prontuário do paciente 402. A família dele está pedindo estrito sigilo quanto a estas evoluções, e tente apenas falar sobre ele como paciente 402 ou Senhor Müller, está bem? – Ele pediu.

- Sem problemas, Armin – Disse, tomando os papéis.

O casal olhou para mim mais uma vez e se despediu.

 

Resolvi entrar no apartamento e ler um pouco da evolução do paciente 402 desde que chegou aqui.

Paciente sofreu acidente de helicóptero na 5th avenida noite passada. A ambulância o encaminhou para um hospital público, onde ficou por toda a madrugada e a pedido da família foi transferido para St Jude.Sexo masculino, 29 anos, TCE no lado esquerdo, múltiplas fraturas: fíbula, fêmur, costelas 11º e 12 º. Hemorragia intracraniana. Parada cardíaca as 21:33 p.m. Reanimado. Transferido ao hospital St Jude às 8 a.m. de terça-feira, onde sofreu mais uma parada cardiorrespiratória na emergência, entubado; operado pelo doutor Armin Williams, descompressão cerebral unilateral esquerda. Paciente estável.

N. L. Müller

Li o prontuário rapidamente enquanto fechava a porta do quarto. “N. L. Müller”, falei em um tom quase inaudível. Porque será não podemos saber o nome do paciente? Será um ator famoso que não ouvi falar? Um bilionário? Traficante?, pensei.

Deixei os papéis no criado mudo que estava ao lado da maca, onde havia dois vasos de flores. Tulipas brancas e rosas amarelas. Embaixo do vaso de tulipas brancas havia um porta-retratos de um rapaz louro, olhos âmbar e sorriso contagiante. Ele estava trajando um terno azul escuro, camisa de botão branca e gravata borboleta preta. Era um homem extremamente atraente e parecia ter muito dinheiro. Ao lado dele estava uma bela mulher, olhos azuis, cabelos cor de mel com cachos pendendo em seus ombros. Ela estava vestida com um casaco de peles acinzentado. Eles estavam abraçados, intimamente. Ambos de rosto colado e mãos entrelaçadas, como se estivesse sido fotografados dançando.

Meus olhos foram de encontro ao corpo que estava deitado na maca ao meu lado. A cor dos cabelos era a mesma da foto. O porte físico idem. Os olhos eu não poderia saber, pois o rapaz estava de olhos fechados, sedado. Seu rosto parecia em frangalhos, com muitos cortes e hematomas. Seu braço esquerdo enfaixado. Sua perna engessada, suspensa por um suporte que ia até o teto. Ele permanecia entubado. Me aproximei dele, sentando ao seu lado. Olhei o aparelho de bipap, e os sinais vitais estavam estáveis.

Resolvi pegar seu prontuário novamente e checar.

Anotei os sinais vitais, auscultei seu coração, verifiquei pressão arterial, pulso, modifiquei a saturação do oxigênio.

- Acho que agora ficará mais confortável, Müller – Disse, terminando de escrever na prancheta – Às vezes, uma saturação mal feita faz o paciente entrar em sofrimento respiratório. Mas você ficará bem, eu estou aqui.

Instintivamente, toquei minha mão na dele.

E não sei como, os pelos de seu braço esquerdo entraram em transe. Ele havia se arrepiado.

Pisquei algumas vezes, tentando me certificar que aquilo havia acontecido.

- Müller? Você me sente? V-v-ocê me ouve? – Disse, me aproximando mais de seu rosto. Estava tentando manter uma distância saudável entre mim e meu paciente desacordado.

E mais uma vez, com minha mão repousada em seu braço, senti seus pelos responderem aos meus questionamentos.

O paciente me ouvia.

Eu tinha certeza disso.


Notas Finais


OBS: Não usei termos técnicos exacerbados no prontuário do Nathaniel e nem nada difícil de ser compreendido, sei que estou escrevendo uma história e quero que todos me entendam. Um prontuário de verdade é um pouco assim, mas não deste jeito exatamente, muitos não entenderiam. Por isso fiz assim. Vocês gostaram?


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