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História Feel The Heat Upon My Skin... - Capítulo Único - We should all die together



Notas do Autor


Depois de tempos não postando aqui e depois de ter excluído quase todas as minhas fics, vim postas essa que me veio do nada enquanto escutava I See Fire.
Aconselho ouvir a música enquanto se lê ou escutar Say Something ou Born To Die.
Dedico essa fic a minha bb marida linda @CastleOfCrazy

Capítulo 1 - Capítulo Único - We should all die together


Fanfic / Fanfiction Feel The Heat Upon My Skin... - Capítulo Único - We should all die together

Sentei sozinho naquele banco de praça que nunca costumava estar vazio. Era tarde da noite num dia de finados e Londres não poderia parecer mais fria para mim. Meu filho morrera e junto com ele meu grande amor de toda a vida. Há dois anos que vagava sozinho num mundo sem cor, numa solidão tão grande que não sabia como sair dela. Às vezes, nem queria sair.

Tudo era frágil demais, a vida me dera uma amostra grátis provando isso. Minha bolha de solidão me protegia de toda a dor que havia no mundo. De todos os sorrisos cortantes como um punhal e de todos os “eu te amo’s” sem valor. Não sabia mais viver.

Dois Anos Antes

Estávamos indo em direção a Doncaster, íamos visitar minha mãe. Era dia de finados, muito mórbido, e Harry não queria ir, mas já tínhamos prometido essa viagem.

Zayn ia no banco de trás todo alegre por ir rever Liam e o filho dele, Niall. Era uma reunião de antigos alunos do colegial, nunca perdíamos uma vez. Além do que mais, minha mãe estava doente e precisava de uma ajuda com as meninas já que Dan viajara.

Olhei para o banco do carona e Harry cantava uma música alegremente com Zayn, era uma das favoritas de ambos e era um dos meus momentos favoritos. Zayn com sua vozinha de criança de sete anos deixava engraçado uma parte que deveria ser assustadora de Transylvania.

Tudo aconteceu muito rápido. Clichê dizer isso certo? Não foi rápido. Foram os momentos mais lentos da minha vida.

Senti um impacto vindo da esquerda, depois o corpo de Harry se chocando contra o meu e o grito sufocado de Zayn ecoar dentro do carro. Senti o automóvel capotar, uma, duas, três, parecia que não ia parar. Cinco, seis, uma queda, sete voltas e parou.

Sentia algo quente escorrer pela minha face e meus pulmões não conseguiam puxar o ar para dentro. Olhei para Harry e vi seus olhos vazios, frios. Nunca mais iam sorrir para mim. Olhei para trás e vi a cadeirinha de Zayn sobre seu corpo frágil, quase sem vida. Outra pessoa que eu ia perder.

Tentei desamarrar o cinto, mas estava emperrado. O automóvel já vazava gasolina e sabia que logo iria explodir. Precisava sair, mas não iria deixá-los ali.

Arranquei, de algum modo, o cinto de segurança e fiz o mesmo com Harry, seu corpo caiu e seu pescoço ficou em um ângulo estranho. Fechei os olhos e me concentrei em Zayn. Estava um espaço apertado entre os bancos para ter total acesso ao corpo de meu filho, mas não ia desistir. Consegui virar sua cadeira e empurra-lo para fora. Puxei o corpo morto de Harry junto comigo e puxei a cadeirinha de Zayn para o mais longe que consegui em vinte segundos. Era menos de um metro.

O carro explodiu. Conseguia sentir o calor do fogo em minha pele, em meu ouvido tinha um zumbindo irritante e fiquei atordoado com a situação. Tudo o que raciocinei depois foi a escuridão tomando conta de minha visão.

Não sei quanto tempo se passou quando, finalmente, acordei. Era noite e estava abraçado ao corpo inerte de Harry segurando a cadeira com o pequeno corpo sem vida de Zayn. Afastei-me abruptamente e fiquei encarando aqueles dois seres humanos que me importavam tanto. Mortos. Frios.

Senti lágrimas começarem a se formar em meu rosto, mas não me permiti chorar. Se era para morrer, então morreríamos todos aquela noite. Mas não ali.

Olhei para a encosta e não era muito grande. Dava conta. Amarrei a cadeirinha de Zayn em meu peito e segurei Harry com um de meus braços. Cheguei ao topo e várias viaturas estavam ali.

Um pequeno grupo de policiais correu até mim. Todos queriam saber como eu estava. Todos me davam os pêsames pelas minhas perdas. Nenhum iria me fazer ficar.

Depois de ser examinado, dei o número de Liam para ligarem. Dez minutos depois ele estava ali. Seu rosto estava cheio de preocupação. Não consegui me conter e corri até ele. Doía tudo em mim. Liam sabia disso. Liam iria me ajudar. E eu iria partir.

- Shhh... calma Boo, vai ficar tudo bem. Eu tou aqui. Vamos reconstruir tudo. Vamos ficar bem. – sussurrou enquanto eu apenas sabia soluçar com o rosto escondido na curva de seu pescoço.

Nada ia ficar bem.

Levaram-me para o hospital. Liam foi comigo. Ele não me deixou sozinho aquela noite. Nem na seguinte. Nem depois daquela. Nem nunca mais.

FlashBack Off

Ele nunca me deixara. Até hoje. Fugi de casa antes dele chegar. Sem bilhete. Sem nada. Iria me juntar um pouco atrasado aos meus amores. Deixando o outro deles aqui com seu filho. Talvez até sentisse falta dos beijos e dos carinhos de Liam. Talvez até sentisse falta da sua voz me acalmando. Talvez até sentisse falta de acordar com Niall pulando em cima de mim nas manhãs de domingo. Talvez...

Mas não era preso a quase nada aqui e Liam sabia. Era só questão de tempo para ele se descuidar e eu conseguir o que sempre quis.

Olhei para a faca enrolada no meu casaco. Sua lâmina reluzia a luz branca da iluminação da praça. Não havia uma alma viva ali. Apenas a minha, que logo seria mais uma das mortas.

Sorri uma última vez para a foto de plano de fundo do meu celular. Era uma das últimas fotos que tiramos em conjunto. Zayn beijava o rosto de Niall enquanto Harry me agarrava pela cintura e Liam também beijava meu rosto.

Fechei os olhos e posicionei a faca na vertical em meu braço. Apertei com força até sentir a pele queimar. Fui puxando até a dobra do braço. Queimava. Outra vez, tudo queimava. Repeti o gesto do outro lado, mais fraco dessa vez.

O sangue jorrava de meu corpo. Me deitei no banco e esperei a escuridão me tomar mais uma vez. Para sempre.

Iria ser para sempre agora. Sempre com Harry e Zayn.


Notas Finais




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