1. Spirit Fanfics >
  2. Fênix da Noite Estrelada >
  3. Lembranças

História Fênix da Noite Estrelada - Lembranças


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Boa Leitura :)

Capítulo 8 - Lembranças


Fanfic / Fanfiction Fênix da Noite Estrelada - Lembranças

Aquele inferno de 2 anos finalmente tinha acabado e foi até estranho estar de volta a sociedade, mas Hyoga estava feliz demais para se deixar levar pela estranheza. Ele estava de volta a sociedade! Não precisava fazer loucuras todos os dias para continuar vivo, nem aturar o lado grosso de Ikki durante o treinamento, pois a trégua voltou a vigorar depois de Fênix afirmar que estava na hora de retornar ao Santuário. A felicidade do aquariano era tanta que só faltava ele saltitar de alegria, mas é claro que ele jamais faria uma coisa dessas, ele era um aquariano e aprendiz de Camus de Aquário, saltitar de alegria era o mesmo que cometer um crime contra a deusa.

Ikki também estava feliz por não ter que passar mais tempo ao lado do Cisne. Ele tinha certeza que se aquilo se prolongasse mais um pouco a resistência dele iria pro buraco, ainda mais depois do episódio no Ártico.

Quando eles chegaram ao Santuário, o primeiro a descer correndo, para não falar voando, e gritando o nome deles escadaria abaixo foi Shun, que pulou no pescoço dos dois e os derrubou. Só depois que os demais começaram a chegar e, como era de se esperar daquele estranha “família”, a recepção foi calorosa e animada e um tanto molhada, porque o pequeno virginiano chorou de alegria ao vê-los.

Mas quando Saori chegou, aquilo mais parecia um funeral. Ela então se dirigiu até os recém-chegados.

¬ Fênix. - chamou a jovem. - Como Cisne se saio em seu treinamento?

¬ Melhor do que imaginei. - afirmou.

¬ Não está dizendo isso por que ele te salvou? - indagou a deusa.

¬ Tsc. - Ikki sorriu ladino. - Eu não sou tão fácil assim de influenciar e você sabe disso. Cisne se saio muito bem no treino, só perdeu para Shun, que conseguiu se mostrar mais controlado e decidido perante várias situação. Se saio melhor que Unicórnio, que apresentou desempenho tão bom quanto o de Shun, por ter mostrado um raciocínio mais rápido e coerente, apesar de ser um trouxa a maioria das vezes. - Jabu devia estar espirrando feito um louco em algum lugar do Japão. - De resto, ele se mostrou acima da média e do esperado. - Hyoga olhava-o com atenção, era essa impressão que deixou no leonino? - Para mim, Cisne é totalmente apto a qualquer missão ou situação imposta a ele, e pode até mesmo ser colocado como líder, pois em momentos em que os demais podem fraquejar, ele certamente se manterá firme e saberá tomar as decisões certas.

Saori sorriu animada, abandonando toda sua postura de deusa, e se juntou à Shun naquele abraço apertado.

¬ Sempre justo em seus julgamentos, né, Ikki? - brincou. - Pois bem. Hyoga, meus parabéns, você passou nesse treino com louvor. Mas agora me conta. - lá vem bomba! - O que vocês andaram aprontando lá no Ártico? Que o Shun andou me contando umas coisinhas...

¬ Contando? - indagou o jovem virginiano. - Você me obrigou a contar! E ainda ficou colocando coisa que não tinha na história!

Só mesmo a Saori para reanimar o ambiente, não da forma desejada, mas só ela mesmo.

¬ Ah! - depois de quase 1h rindo as custas de Hyoga, Milo decidiu se manifestar. - Hyoga! Adivinha?!

¬ Não! Eu não adivinho, Milo! - gritou, pois estava soterrado pelos amigos, que por alguma razão idiota e desconhecida, decidiram fazer um montinho.

¬ Eu e Camus vamos nos casar! - afirmou alegre, quase pulando no colo do aquariano ao seu lado.

¬ COMO É!?

Hyoga, com toda sua cosmo-energia recuperada, fez com que os amigos saíssem de cima dele “voando”, só restando Ikki e Shun, que foram mais espertos e se seguraram no lugar, ou melhor, Shun estava segurando Hyoga e Ikki, então era impossível dele e o irmão saírem voando. Hyoga estava fazendo uma careta engraçada.

¬ Casar? - perguntou e Milo confirmou todo contente. - Casar? - repetiu a pergunta, que mais uma vez foi confirmada.

Hyoga começou a rir como se tivessem lhe contado a melhor piada do mundo, dava para ver lágrimas no canto de seus olhos. Desvencilham-se delicadamente de Shun, ele caminho até os Cavaleiros de Aquário e Escorpião e os abraçou.

¬ Até que enfim! - bradou alegremente. - Pensei que teria que te vender o Mestre Camus, Milo. - ele riu mais um pouco e se afastou sorrindo. - Estou muito feliz por vocês dois.

Camus e Milo por outro lado estavam boquiabertos, mas a expressão de Camus era a mais impagável, era uma mistura de sua impassividade natural com uma perplexidade verdadeira.

¬ V-você sabia? - Milo piscava sem parar.

¬ Francamente Milo, você é horrível para esconder as coisas. Não sei nem como nós, Cavaleiros de Atena, ainda estamos escondidos! - Hyoga fazia questão de jogar na cara. - Se não fosse por mim, Isaak e Saori, que aliais tem um faro absurdo para essas coisas, vocês dois teriam sido descobertos há muito tempo, aposto que só se assumiram semana passada. - a mais pura verdade. - E não me faça esse bico Milo, acredite, estamos esperando esse momento há anos!

¬ Camus... - chamou-lhe o grego. - Eu vou bater no teu filho de consideração.

¬ Meu?! - indagou o francês. - Daqui a pouco ele teu também!

Hyoga não estava mentindo. O Santuário inteiro só não descobriu por causa deles, mas o clima de brincadeira prosseguiu, tiveram até uma mini festa de recepção e Hyoga foi convidado a carregar as alianças juntamente com Isaak, honraria que ambos os rapazes aceitaram.

Ao final do dia é que Hyoga descobriu estar na rua. Como assim na rua?! Simples, seu alojamento tinha sido dado à alguns aspirantes que não tinham onde ficar e todas as suas coisas tinham ficado aos cuidados de Shun.

¬ Você pode ficar com a gente! - Shun sorria de braço dado com o irmão, que negava freneticamente, mas era totalmente ignorado.

¬ Eu não quero incomodar, Shun. - e Hyoga teimava. - Eu certamente vou arrumar outro lugar para ficar, talvez Milo ou Mestre Camus deixem-me ficar na Casa deles.

¬ Pare de dizer besteiras! - ditava o menor. - Você vai ficar com a gente e ponto final! - Hyoga suspirou derrotado.

¬ Tá bom, Shun. - definitivamente não valia a pena discutir com o Amamiya mais novo, até porque ele certamente ganharia a discussão.

Viver no mesmo lugar que os Amamiya não era de todo ruim, até porque já tinha passado por poucas e boas ao lado dos dois, morar com eles era algo quase banal. Eles aparentemente não se incomodavam com a presença do aquariano, pois ele fazia questão de ser o menos incomodo possível, na verdade, ele estava quase entrando em pânico tentando não ser um incomodo, mas ele foi relaxando aos poucos.

Uma noite, ele tinha acordado de sobressalto, bateu na cama acima da sua, a cama de Shun, fazendo com que o mesmo acordasse, e caio para fora do beliche chiando de dor no nariz. Shun pulou da cama de cima e foi socorrer o melhor amigo.

¬ Hyoga! - ele já estava ajoelhado ao lado do loiro. - Você tá bem?

¬ Defina “bem”. - a voz dele estava fina, coisa que só acontecia quando estava doendo de verdade.

¬ Vem! - o mais novo passou a arrastá-lo até o banheiro.

Ao entrarem, o virginiano foi atrás da caixinha de primeiros socorros, enquanto Hyoga sentava-se aturdido na tampa do vaso sanitário com a mão no nariz, que ele sentia estar torto, ou seja, ele conseguiu a proeza de quebrar o nariz. Respirou fundo e colocou o nariz no lugar grunhindo de dor com o estalo audível que deu.

¬ Deixe-me ver isso. - ditou o mais novo, que logo estava examinando o rosto do mais velho. - Além do nariz quebrado, que você acabou de colocar no lugar e que não estragará em nada sua beleza, você também tem um corte bem bonitinho na boca. Nada fatal. - brincou em meio a um risinho.

Shun limpou o pequeno corte no lábio inferior do aquariano com cuidado e, após ter terminado o trabalho, deu dois pedaços de algodão para que Hyoga os colocasse no nariz que ainda sangrava. Logo os dois estavam na pequena sala do alojamento que dividiam, Shun estava sentado no sofá com a cabeça do amigo em seu colo brincando com os fios loiros.

Quem visse aquela cena suspeitaria de algo entre os dois, mas não havia o que suspeitar, os dois eram melhores amigos, quase irmãos, aquele comportamento era completamente normal se tratando dos dois. Shun sorria para o amigo.

¬ Qual a graça? - perguntou o aquariano.

¬ Além de estar fofo com o algodão no nariz, sua voz fica engraçada. - soltou um riso e Hyoga deu-lhe a língua.

¬ Muito engraçado, Amamiya. Tão engraçado que esqueci de rir. - mais uma vez o amigo riu a suas custas.

¬ Mas deixando isso de lado. - o menor prosseguiu. - O que lhe fez acordar daquele jeito? - Hyoga corou.

¬ Um sonho...

¬ Que sonho? - instigou.

Hyoga desviou o olhar, se sentia envergonhado.

¬ Um sonho com todos nós. - respondeu baixinho.

¬ Conte-me mais. - pediu.

De inicio, Hyoga se negou a contar, mas a teimosia de Shun era maior e ele acabou cedendo.

¬ Era estranho. - começou. - Todos a quem conheço começaram a virar outras pessoas, que eu sentia também conhecer, mesmo jamais tendo as visto.

¬ Exemplo.

¬ Você. - afirmou. - Quando eu te vi, você sorria e se apresentou. Você disse: “Eu sou Shun Amamiya. Detentor da Armadura de Andrômeda. Reencarnação de Andrômeda, irmã de Phoenix, princesa da Etiópia e rainha das cidades de Tirinto e Micenas”. Ai você começou a se transformar, continuava a ter os mesmos olhos e o mesmo cabelo, mas eu vi você se transformar em uma mulher, uma Amazona, na verdade. Você me abraçou, disse que as coisas ficariam difíceis, mas que eu não devia desistir, disse que eu tinha que ser feliz. Tirou a máscara, beijou meu rosto e foi embora.

¬ Isso aconteceu com mais alguém? - Hyoga tinha conseguido atiçar a curiosidade do mais novo.

¬ Sim...

¬ Com quem?

¬ O Mestre Camus, se disse chamar Nicodemus e se apresentou como sendo meu pai. Milo, se transformou em uma mulher também, se disse chamar Astra e se apresentou como minha mãe. Minha Mãe, Natasha, se disse chamar Belona e se apresentou como minha ama de leite. - exemplificou. - Todos, sem exceção, se apresentaram de forma parecida com a sua. Mas quando chegou seu irmão... - Hyoga mordeu o lábio inferior.

¬ O que tem o Ikki, Hyoga? - perguntou em um misto de preocupação e curiosidade.

¬ Primeiro me diz que ele tá dormindo.

Shun olhou por cima do ombro para porta do quarto. Ikki ainda estava deitado na cama de costas para porta, quando ele dormia, nem a buzina de um navio cargueiro o acordava.

¬ Como uma pedra. - Shun viu o amigo suspirar.

¬ Ikki não se transformou. Ou se transformou, eu não sei. - disse o mais velho. - Ele, aparentemente, só trocou de roupa. Ele se vestia como um antigo general grego, mas usava partes, do que eu pude identificar como sendo a Armadura de Leão. Ele sorria para mim. E...

¬ E...? - instigou.

¬ Ele pegou a minha mão e começou a me guiar por aquele lugar vazio, aos poucos pude ver um lago. Ele me levou até a beirada do lago e apontou para o meu reflexo. O meu reflexo usava roupas dignas de um príncipe grego. A coroa lembrava o diadema da minha armadura. Uma espécie de cinto, que mais lembrava uma coroa de louros, envolvia a minha cintura. Vestia uma toga branca e curta, que deixava o peito, braços e pernas a mostra, uma capa longa e usava belíssimas joias de ouro e prata. - Hyoga engoliu seco. - Eu não acreditava que aquele fosse eu, mas eu sabia que era Eu! - Hyoga se calou por alguns instantes.

¬ Hyoga? - Shun o chamou.

¬ Ikki me abraçou por trás, beijou meu ombro e pousou a cabeça nele, sorriu e disse: “Quanto tempo mais me fará esperar, Cygnus? Só estou esperando um movimento seu. Lembra-se do que lhe disse quando o tornei meu? O que sinto por você é indescritível. É como um raio de vida. Como um louco a gritar, um delituoso grito de amor. Como uma explosão de júbilo. Como um jovem menestrel cantando sobre alegria. Como um belo grito, um rugir de sofrimento e de felicidade. Um estupendo grito de uma tristeza louca por sofrer de amor. Mas tão sereno. Como uma raiva insana, como um assalto de felicidade. Tão extremo... Um amor tão furioso, que se torna um feliz e mágico sentimento. Então quando vai deixar eu me aproximar? Estou apenas esperando”. - Hyoga estava mais vermelho que o cabelo de Camus. - Quando eu abri a boca para respondê-lo ou falar qualquer coisa, ele se afastou e voltou a ser o Ikki que eu conheço, mas não deixou de sorrir, e mais uma vez ele falou: “Sabes que é dono de meu coração Cygnus. Sempre foi. Mas eu, Phoenix, me pergunto, quando me deixará ser dono do seu.”. Então ele começou a se aproximar, eu não me mexia, eu não conseguia me mexer, ele segurou minha nuca e quando se aproximou ainda mais, quando eu já estava sentindo a respiração dele contra a minha, eu acordei. E acordei você também.

Hyoga se sentou e escondeu o rosto nas mãos, se sentia profundamente envergonhado, sua vontade era de cavar um buraco, arrancar a cabeça e enterrá-la enquanto o corpo dançaria sobre a cova improvisada. Não queria nem saber o que Shun pensava dele, doía imaginar que o amigo podia pensar algo ruim de si.

¬ Hyoga... - Shun sorria. - Não acha que isso pode ser “lembranças” de uma vida passada?

¬ Até tu, Shun? - indagou em desespero. - Mestre Camus também me veio com esse papo na Sibéria. Ele disse que eu era a reencarnação de Cygnus, a constelação Cygnus, e que Ikki é a reencarnação de Phoenix, a constelação Phoenix, disse que estávamos destinados a ficar juntos e mais um monte de caralhos. Ah... - choramingou irritado. - A história é tão longa, Shun!

Shun suspirou.

¬ Ai, aquarianos... - Shun voltou a puxar o amigo, de forma que ele deitasse em seu colo novamente. - Eu tô falando alguma coisa, Hyoga? Não, né? Então. Cara, não fica assim. Se você sonhou, se você deixou de sonhar, eu não me importo. Mas não se esqueça que, por vezes, um sonho é apenas um desejo do coração, ou o desejo do coração de outro alguém que chegou até você. - Shun sorriu ainda mais para o amigo. - Vamos interpretar isso como um desejo do coração do Nii-san, um desejo que te alcançou e você sonhou com ele, ok? - Hyoga confirmou timidamente. - Que bom. Agora vamos voltar, porque eu tô despencando de sono.

O que nenhum dos dois mal imaginava, era que Ikki tinha acordado com a reclamação de Hyoga e desde então ouvira tudo com a maior atenção. Ouviu algo sobre reencarnação, destino, sonhos e desejos do coração. Mas, mesmo que seu coração batesse forte no peito, ele não sabia o que tirar daquilo e ainda por cima sorria como um tolo.


Notas Finais


Tô começando a sentir a criatividade minguar, mas espero que seja passageiro D:
E antes que alguém fale, eu tenho uma queda absurda por Milo e Camus, então, apesar de saber que já tá velho, eu coloquei os dois juntos :)
Eu espero que tenham gostado ^.^

Bjs. L :3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...