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História Fênix da Noite Estrelada - Entre Deuses e Mortais - Parte III


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Finalmente um capítulo que não passou das 5 mil palavras! Eu sei que é enorme, pra não falar gigante, mas minha gente, tudo que eu tô escrevendo é importante.
Boa Leitura :)

Capítulo 34 - Entre Deuses e Mortais - Parte III


Fanfic / Fanfiction Fênix da Noite Estrelada - Entre Deuses e Mortais - Parte III

Foi tão rápido...

Ah, mas o que esperavam? Aquilo era uma guerra!

Não... Não é que eles não esperavam por uma guerra. Uma batalha sangrenta onde certamente perderiam amigos, parentes, amores, vidas, juízos, identidades, lembranças, onde colocariam tanto em jogo... Eles só não esperavam pelo que aconteceu... Pela “salvação” que tiveram e que certamente seriam suas crianças a pagar o maior preço... Só não sabiam dizer se esse preço seria bom ou ruim... Se ele realmente valeria o sacrifício.

Grupo Enides – Moscou, Rússia, 02:05

Como chegou ali mesmo? Como as coisas ficaram assim mesmo? Porque ficaram assim? Quando ficaram assim? O que estava acontecendo mesmo? Foi tão rápido...

Sentia um grande peso sobre suas pernas e quadril, tudo o que ouvia lhe parecia mais alto, tanto que conseguia ouvir com nitidez sua armadura trincando, a única coisa que impedia suas pernas de serem esmagadas. Sentia algo quente escorrer de sua cabeça, abdômen e peito, devia ser sangue e pelo que podia sentir, este estava formando uma poça no chão. Sua cabeça rodava, a visão estava um tanto embaçada e o ouvido zunia.

Não conseguia se mexer, pelo menos, era o que achava, já que não sentia quase nada de seu corpo. Só conseguia ver as coisas a sua volta, apesar de ver tudo vagamente. O ocorrido vinha seguido pela luz gerada das explosões.

Uma bomba caíra no prédio ao lado, arremessando mais detritos em sua direção.

Antes, o cosmo ameaçador que sentiam se restringia aos servos de Afrodite, que se concentravam na Praça Vermelha e na Catedral de São Basílio, mas agora, estavam perdidos e apavorados, de onde vieram tantos inimigos com cosmos tão fortes e de uma vez só?!

Conseguia ver Kanon, ele também estava atirado do chão, tinha uma viga de aço transpassada em seu corpo. Ele ainda tentou se levantar, mas foi chutado e voltou a cair com um urro de dor. Outra explosão, dessa vez mais longe.

Logo perceberam que se tratavam dos soldados, mas como isso foi possível? Pareciam que tomaram alguma coisa, pois além do cosmo, sua força e velocidade cresceram. Eles pareciam animais lutando, não diferenciavam bem as coisas, apenas matavam, sem dar o mínimo valor a suas vidas e era muito difícil matá-los, precisavam levar muitos tiros ou um ataque muito forte para finalmente caírem.

Quando notaram o que estava acontecendo, eles, Cavaleiros de Atena, tornaram-se a linha de frente, eles defenderiam todos os outros acima de tudo, e os soldados tomariam a retaguarda, eles teriam que atirar até matá-los e procurar ajudar os demais em sua defesa. A vitória estava se transformando em derrota.

Via a cabeça de Kanon afundando no concreto enquanto era pisoteada por três soldados, tinha certeza que se não fosse pelo elmo da Armadura de Gêmeos, a cabeça dele já teria sido triturada há muito tempo. Outra explosão, atrás do geminiano, os destroços mataram um dos soldados que o pisoteava e alguns outros que estavam por perto.

Eram muitos, apesar do apoio aéreo, eles não paravam de aparecer, a cada um que caia mais três apareciam, eles não aguentariam por muito tempo. Dos sete que estavam resistindo até então, apenas ele e Kanon restavam de pé, os outros tinham tombado ou tinham ido ajudar em outro ponto. Aos seus pés a pilha de corpos aumentava, estava cada vez mais difícil andar e se mexer, se sentiam de volta ao Inferno de Hades.

O primeiro a ser atingido foi o aquariano, nem viu de onde o ataque veio, nem de quem veio, só sabia que veio. Chegou a escutar o grito de preocupação do geminiano mais novo antes de se chocar contra uma parede.

Sentiu-se erguido acima do chão e logo sentiu que o batiam contra as paredes, o arrastando pelo reboco e sendo jogado várias vezes contra os escombros. A essa altura, a dor em sua cabeça e pescoço eram tantas, que só percebeu que tinha sido ferido por alguma coisa quando mexeram na ferida, no intuito de causar mais dor. Hyoga serrou os olhos com força e travou o maxilar, não daria o gostinho de sua dor a ninguém.

Foi arremessado contra a construção novamente e dessa vez, ela desmoronou sobre sua cabeça. A queda da construção, gerou o desinteresse do inimigo, que o declarou como morto.

Viu os caças passarem velozmente, um deles estava com problemas, não sabia quais e nem onde, só teve tempo de ver a fumaça e um pegasus pintado na cauda. Era o caça de Seiya, ele tinha insistido em pintar aquela merda na cauda do avião.

Os destroços cobriram-lhe por completo, apesar dos ferimentos, ele ainda conseguiu destruir algumas pedras, apenas o bastante para deixar parte do tronco de fora, apenas o bastante para atacar. Porém, suas forças o tinham abandonado, só lhe restava assistir.

Dava para ouvir os disparos dos caças ao longe, mas eles pareciam distantes, as vozes que gritavam pelos comunicadores superavam em muito o som do ambiente. No entanto, as vozes que mais lhe chamaram a atenção e as que mais se esforçava para ouvir eram a de Saga e Seiya.

Eles pareciam brigar. Algo sobre o sagitariano atacar ou não um prédio que aparentemente estava cheio de soldados inimigos se reunindo, só os deuses sabiam o porque. Seiya parecia decidido e Saga desesperado, ambos aos berros.

¬ MORRAAAAAMMMMM!!!

¬ SEIYAAAAAAHHHH!!!

Uma luz muito forte clareou a noite e ele entendeu que o idiota do sagitariano tinha se jogado com o avião no maldito prédio. Ele só percebeu que chorava pelo amigo quando uma gota de lágrima atingiu-lhe a mão que sustentava o rosto.

Pode não ter visto o que aconteceu consigo para terminar daquele jeito, mas viu como Kanon caio por terra. Ele se distraio, mínimos instantes foi o que bastaram para levar a derrocada do Enganador de Deuses, mínimos instantes olhando para um Hyoga banhado em sangue e coberto de destroços, a preocupação dele com um companheiro foi sua ruína.

Kanon foi acertado no estômago com tanta força que ao sair do chão acabou tossindo sangue e saliva. Suas costas foram esmurradas logo em seguida e ele foi de encontro ao chão, o geminiano até tentou revidar, porém, assim que esmigalhou o crânio do soldado mais próximo, um outro atravessou-lhe o corpo com uma viga de aço ainda fundida com um grande pedaço de concreto. Aquilo o prendeu ao chão e ele começou a apanhar sem um único intervalo de tempo, por mais que o aquariano quisesse fazer algo, ele nada podia fazer no estado em que se encontrava.

Olhou na direção no mais velho novamente, estava cada vez mais difícil enxergar, sua visão estava falhando e estava cada vez mais tentador fechar os olhos. Kanon estava sem seu elmo e sangrava muito, estava a beira da inconsciência e em uma pequena poça de sangue. O inimigo a sua frente segurava um grande pedaço de metal acima da cabeça.

Esta foi a última coisa que viu antes de fechar os olhos devido ao cansaço que sentia. Porém, ainda ouviu um baque surdo, o som de carne e ossos esmagados e uma voz um tanto familiar.

¬ Tsc. O Enganador de Deuses aos meus pés. - o tom era desdenhoso. - Que visão maravilhosa.

¬ Vai. Se. Fuder. - a resposta era ácida. - O que você faz aqui? Veio rir?

¬ Nós viemos cumprir um acordo. - outra voz, igualmente familiar, veio a responder. - Agradeça à Abusada.

Por fim, a inconsciência o seduziu e ele se permitiu dormir em meio ao caos.

Grupo Éris – Verkoiansk, Rússia, 02:14

Não se lembrava a última vez que apanhara tanto, na verdade, nunca apanhara tanto na vida, nem durante seu treinamento naquela ilha dos Infernos ele apanhou tanto quanto estava apanhando agora. Não sabia de onde aqueles filhos da puta de super soldados tinham saído, não sabia como vieram, quando vieram e nem porque vieram, e não estava nem um pouco interessado em saber, seu único interesse era em revidar cada soco que levava.

Ele ofegava e sangrava muito, lutava para continuar vivo, ou melhor, sobreviver, porque qualquer deslize era morte na certa. E o pior é que não estava lutando só por sua vida, ainda tinha que proteger os demais soldados sozinho, estava só dessa vez e tinha que se virar para salvar quantos pudesse. Não se lembrava a última vez que ficara desse jeito por conta de uma luta, mas até lembrar já teria arrancado os cabelos de Afrodite e os usado para estrangulá-la.

Chegou um dado momento que ainda pensou estar no Inferno, só tinha corpos para todos os lados, de todas as formas possíveis e imagináveis, mesmo sendo um pensamento um tanto idiota, achou graça de imaginar Hades não conseguindo lidar com tantos mortos.

Sua vista ardia pela luminosidade gerada pelas explosões dos aviões que caiam ou das mais variadas bombas que explodiam. Seu nariz queimava com o cheiro de morte e seus ouvidos zuniam com a poluição sonora dos gritos e explosões.

Já perdera a conta de quantos havia matado até então, só sabia que mais um acabara de entrar para contagem com o pescoço quebrado. Sua arma tinha se tornado dispensável há muito tempo, a munição tinha acabado a muito mais tempo, e seus punhos e cosmo voltaram a ser suas melhores armas. Os soldados morriam queimados, perfurados, rasgados, mutilados, decapitados, desmembrados, torcidos, revirados e esmagados. Era uma verdadeira chacina, ele não sabia o que seus companheiros mais carniceiros sentiam, mas ele não estava gostando em nada daquele banho e sangue.

¬ MAIDAY!! MAIDAY!! AQUI É F-18-52!! ESTAMOS CAINDO!! REPITO!! ESTAMOS CAINDO!! - a voz do libriano se sobressaia pelo comunicador.

O leonino teve tempo de olhar para cima e ver o caça que Dohko pilotava se partir em três pedaços. Dois deles explodiram e se desfizeram em pleno ar, a parte que sobrou, a da cabine, se despedaçou no chão e arremessou destroços para todos os lados, matando muitos que haviam em terra. A reação de Ikki fora imediata, ele correu até os destroços, pois jurava ter visto a cabine sair inteira, o libriano ainda podia estar vivo e precisando de ajuda.

Não tinha percorrido mais do que 1km quando fora derrubado. Cuspia sangue loucamente enquanto era espancado, então era assim que morreria? Espancado até a morte? Não, não admitiria isso. Ele jurou que voltaria. Ele jurou que protegeria sua família, que lutaria até não aguentar mais, lutaria até cair de joelhos, jurou protegê-los. Não podia morrer. Mas o que podia fazer se nem se colocar de joelhos ele conseguia?

Viu um vulto negro passar sobre si e vir a uma velocidade absurda na sua direção. Então, do nada, os soldados que antes o espancavam, agora caiam aos seus pés decapitados ou cortados ao meio, o sangue deles jorrava em jatos e pintava-lhe a pele amorenada de vermelho. Logo em seguida viu grandes asas negras que cobriam todo o seu campo de visão e longos cabelos negros como o piche.

¬ LEVANTA, FÊNIX!! - gritou-lhe a plenos pulmões.

A voz daquele ser era estranha, dupla ele diria, uma de homem e outra de mulher. A de homem era fria, milenar, profunda e assustadoramente familiar. A de mulher era alegre e gentil, também lhe era muito familiar, mas ao contrario da voz de homem, aquela lhe trazia certo conforto e paz.

¬ LEVANTA!! - sentiu-se puxado para cima em um misto de violência e gentileza. - VOCÊ JUROU!!

A força que lhe faltava foi retomada naquele momento, se colocou de pé cambaleante e voltou a lutar. Demorou um pouco, mas logo conseguiu focalizar melhor o cenário que o cercava, morte, somente morte. Mas o que realmente lhe chamava a atenção era a figura a sua frente, que o defendia com uma espada negra em punho. Os cabelos eram longos e mais negros do que qualquer coisa que já tenha visto, a pele era pálida e olhos, que viu de relance, eram azul relâmpago, era um palmo mais baixo que o leonino e corpo era um tanto feminino demais. Ao mesmo tempo que a figura lhe parecia estranha, ela lhe era muito familiar. Somente quando conseguiu ver o rosto da figura é que ele entrou em pânico.

¬ O QUE VOCÊ FEZ?! - seus olhos começaram a embaçar com lágrimas. - O QUE VOCÊ FEZ?!

Sentiu ser empurrado e quando olhou para trás viu alguém que definitivamente não esperava ali, ainda mais sem uma armadura e lutando de mãos nuas enquanto levava Dohko nos ombros. Ele estava lutando contra os inimigos que tentavam atacá-los por trás.

¬ O QUE VOCÊ FAZ AQUI?! - foi mais forte que ele.

Ele ainda viu algo enorme derrubando os soldados ao longe, parecia um monstro daqueles que só se ouve falar nos mitos gregos. Era algo que ele definitivamente não iria gostar nem um pouco de ver cara a cara e muito menos contra si.

¬ O que você fez? O que você faz aqui? - a entonação dele era um tanto sarcástica, para não dizer irritada. - Será que é tão difícil assim ver que estamos te ajudando? - ele desferiu uma sequencia de chutes no peito de um inimigo, que caio inerte. - Mas respondendo as suas perguntas. Ela tá fazendo o que achou certo e eu tô tentando cumprir o que prometi, além de ajudar nessa loucura! Agora... - outro inimigo tentou atingi-lo e quase arrancou sua cabeça. - CALA BOCA E AJUDA!!

Grupo Galena – U.S.S. Messenger, Mar de Kara, 02:43

Ainda estava tentando entender o que acontecia. Seu mestre sempre dissera que ele tinha que analisar as situações que lhe eram impostas e só então agir como deveria, nunca entrar de cabeça em uma luta e nunca subestimar o inimigo, mas francamente, se seguisse o conselho, dessa ele não saia vivo.

Ele logo desistiu, ficar tentando entender como simples soldados se tornaram super soldados não ajudaria em nada, talvez o atrapalhasse mais do que qualquer outra coisa. Sua prioridade agora era manter aquele navio inteiro e os homens dentro dele o mais seguro possível naquele cenário de fim do mundo.

Os soldados inimigos que caiam na água e não estavam mortos, nadavam até os navios aliados, os escalavam e começavam a destruir tudo em seu caminho ou destruíam o casco dos navios e afogavam quem caísse na água. Os navios inimigos aproveitavam essas chances e disparavam sem parar, não se importavam se seus homens estavam ou não naqueles navios, eles disparavam para destruir.

Tinha que avisar os demais navios, eles tinham que se preparar para o pior e contra-atacar com tudo.

¬ CONTRA-ATAQUEM COM TODA A FORÇA! - apesar de estar gritando com todos na ponte, sua voz era firme e decidida, não possuía um mínimo traço do desespero que estava sentindo. - NÃO DEIXEM-NOS FAZER O QUE BEM ENTENDER! ATIREM EM TODOS QUE ESTIVEREM NA ÁGUA! E DESTRUAM AQUELES NAVIOS!

¬ Mas Senhor! - um dos soldados que cuidavam do sonar se pronunciou. - Tem homens nossos na água!

O libriano se aproximou do soldado, que quis abaixar o rosto acima de tudo, porém o olhar que o chinês lhe dirigia não permitia tal ato. Um homem que geralmente era tão pacifico, estava se tornando outro em meio a guerra, ou talvez não, ele sempre se manteve em equilíbrio, só é a situação que estava exigindo que ele perdesse esse equilíbrio. Ele era capaz de fazer qualquer coisa para acabar com aquilo tudo.

¬ Se você acha que pode diferenciar os nossos dos deles, sinta-se a vontade para atirar. - a voz dele estava normal, só que o todo a estava tornando intimidadora. - Do contrario só faça o que mandei. - ele olhou por cima do ombro e ditou sua última ordem. - ISAAK VOCÊ ASSUME!

Ele saio em disparada da ponte, seu destino era a sala de rádio. Nunca foi claustrofóbico, mas naquele momento, os corredores de aço do encouraçado nunca lhe pareceram tão pequenos e estreitos como agora. A sala de rádio nunca lhe pareceu tão distante como agora, chegou a se chocar com o aço das paredes nas curvas tamanho era o seu desespero em chegar, nem a maior velocidade que podia alcançar como Cavaleiro o ajuda. A cada minuto que demorava para chegar naquela sala, era uma vida lá fora que se perdida.

Quando chegou a sala, constatou que seu desespero era compartilhado pelos outros capitães que gritavam pelo rádio. Ele tomou o microfone das mãos do oficial e fez sua voz se sobressair as outras, ditando ordens com a mesma firmeza que impôs na ponte do navio.

¬ SEM CLEMENCIA!! ATIREM EM TUDO NA ÁGUA!! DESTRUAM OS NAVIOS!! REAJAM!!

O navio tremeu e ele caio. Seus maior medo era que tivessem sido atingidos, ele se levantou imediatamente e voltou correndo o mais rápido que podia para a ponte, tinha que saber o que estava acontecendo. Ao chegar na ponte, o aquariano o viu por cima do ombro e o recepcionou com um sorriso amarelo, sua irritação era óbvia.

¬ Antes que saia gritando por ai. - começou o finlandês com uma calmaria bem característica de seu signo. - Eu fiquei muito puto com um submarino inimigo pra lá de chatinho e arrogante, que estava na superfície destruindo os nossos aliados, e eu, talvez por querer, joguei o navio em cima dele.

¬ Você é louco? - a pergunta foi instintiva. - Podia ter aumentado o rombo no casco!

¬ É, mas...

¬ SENHOR!! - um soldado apontava para fora.

Aquilo era muito difícil de acreditar, mas era o que estavam vendo. Dois misseis vindo em sua direção, com dois caças logo atrás, ambos com a cabine aberta, como se os pilotos estivessem prontos para pular a qualquer momento. Uma troca de olhares foi o que bastou para ambos tirarem a mesma conclusão. Isaak virou o timão com tudo, o tranco foi tão forte, que os desavisados quase caíram, Shiryu chegou a atirar contra os caças e os projeteis, mas seus atos de nada valeram.

¬ ABANDONAR PASSADIÇO!! TODO MUNDO FORA!! - o aquariano largou o timão enquanto empurrava os soldados para fora da ponte. - FORA!! FORA!! FORA!! FORA!! FORA!!

Um dos caças acertou o canhão do convés, o destruindo por completo, o piloto escapou pulando um pouco antes do impacto violento. Um míssil errou o alvo, o outro acertou um pouco mais abaixo, aumentando consideravelmente o rombo do casco. O piloto que tinha escapado, pulou dentro do rombo e começou a destruir tudo o que encontrava. O segundo caça atingiu o passadiço e o piloto pulou para fora antes do impacto, assim como o primeiro e começou a matar e destruir o que estivesse a sua frente, seguia pelos corredores destruindo tudo, atravessando paredes e destroçando as pessoas em seu caminho. Eles estavam afundando o navio que oferecia maior risco e perigo.

Shiryu sangrava e estava debaixo dos destroços da ponte, Isaak não estava muito melhor, mas ao menos o tirou das ferragens e deu-lhe apoio para saírem dali. O alarme de que tinha água entrando soou de maneira estrondosa e a pressa para sair só aumentou.

Eles encontraram certa resistência para chegar até as amuradas, porque o navio estava emborcando e ainda tinha a chuva de destroços decorrentes das explosões, as quais ninguém tinha proteção. Todos corriam para amurada, todos saltavam 10/15 metros para cair na água sem ter a certeza de que iam sobreviver. Uma explosão, dessa vez mais próxima, fez com que a torre do navio caísse sobre eles, sua única opção foi pular na água. O impacto foi semelhante a cair no concreto a altura de três andares.

O libriano não respirava, não sentia a necessidade de respirar, isso o fez se questionar se já estava morto. Não conseguia mexer o corpo, estava afundando lentamente, como que para ter tempo de ver tudo ao redor. Via os navios explodindo, os corpos afundando junto aos destroços para sumir nas profundezas do mar azul, via os sobreviventes tentando se agrupar e subir nos botes salva-vidas, via os soldados inimigos tentando matá-los, via seu navio afundando enquanto continuava a ser destruído de dentro para fora e homens desesperados saindo dele.

Sinceramente, nunca pensou isso na vida, mas desistir nunca lhe pareceu tão tentador.

Mas parecia que não queriam deixá-lo escolher se ia desistir ou não. Sentiu seu braço ser agarrado, depois sentiu que estava fora d'água, em pleno ar, e por último, sentiu que estava no casco de um navio. Estava de quatro e tossia como um louco, ainda não tinha visto que era seu salvador, embora desconfiasse que fosse Isaak. Quando olhou para cima, ainda tossindo, achou melhor que devia ter continuado dentro d'água.

¬ Você!? - mais tosse; quando água ele tinha engolido?

¬ Acho que você está precisando de ajuda. - respondeu.

Ouviu um baque forte contra o aço e mais um tinha aparecido, ele levava a Pandora Box de Dragão em um ombro e Isaak em outro. Sua presença era, de longe, a mais preocupante até então.

¬ Eu acho que Isaak já tinha lhe dito isso antes, mas não custa nada lembrar. - a voz era dupla, eram dois homens falando consigo e isso era muito assustador, ainda mais na situação em que se encontrava. - O mar tira e recebe, devolve e dá. O mar é valente e sabe pagar aqueles que o fizeram pecar. Mas o Senhor do Mar, não é capaz de perdoar.

Grupo Gaya – Fronteira Russa, Ucrânia, 02:58

Quantas vezes ficaria naquela posição ainda hoje?! Era o que seu lado mais mau educado – e que condizia com o parentesco que tinha com o Cavaleiro de Fênix – gritava em sua mente.

Eles avançavam impiedosamente, os tanques destruíam tudo em seu caminho e os soldados avançavam massivamente contra as forças inimigas. A vitória era certa, a guerra nunca esteve tão perto de acabar aos olhos dele como naquele momento. De repente, de uma hora para a outra e sem nenhum aviso, tudo mudou. Eles passaram a recuar, os tanques agora eram destruídos depois de alguns golpes e os soldados eram massacrados antes mesmo de perceberem a virada que estavam sofrendo. Tudo isso porque os inimigos tinham virado super soldados com tendências homicidas e kamikazes. E apesar de estar muito curioso, aquele não era bem o momento mais adequado para ficar pensando.

Ele e o virginiano mais velho tentaram a todo custo proteger os soldados que recuavam e tentaram organizar as linhas de maneira que pudessem contra-atacar ou ao menos resistir ao ataque. Mas até mesmo eles tem suas fraquezas e limites. Shaka caio porque perdeu muito sangue, o ferimento em sua cabeça causado pela corrente foi pequeno, só que a quantidade de sangue que escorreu pelo passar do tempo foi grande e ele se tornou um alvo fácil que logo foi identificado e subjugado.

Foi a duras penas que o menor conseguiu reunir os exércitos e organizar uma defesa, e mesmo com suas correntes e o cosmo de Atena o ajudando, estava muito difícil manter o inimigo afastado. E mais uma vez, lá estava ele, de joelhos, tentando manter uma boa defesa, tentando impedir que o mais velho morresse em decorrência da perda de sangue, tentando ajudar os feridos, tentando organizar as coisas e, o principal, tentando não enlouquecer com tudo isso.

Porém, isso se tornou inviável no momento em que o pânico se espalhou. Sua vontade, nesse momento, foi o de atirar na própria cabeça. Zeus... Todos ali eram homens e mulheres crescidos e por terem sofrido uma reviravolta estavam agindo como garotinhas assustadas na noite de Sexta-Feira 13 após assistirem Centopeia Humana!! AHH!! Não. Respira, tenha calma, recite um mantra dos 1001 mantras que o Shaka ensinou e retome as rédeas da situação.

Shun certamente era um santo que ainda não tinha sido reconhecido pela igreja, porque a paciência dele era digna de um santo, mas o berro que ele deu para calar a boca das garotinhas/homens e mulheres ali presentes seria capaz de matar qualquer um de surdez ou medo.

¬ ME ESCUTA CACETE!! - o olhar que ele dirigia por cima do ombro aos soldados era capaz de congelar almas. - EU QUERO OS TANQUES NA LINHA DE FRENTE!! OS SOLDADOS QUE AINDA PODEM LUTAR UM POUCO MAIS ATRÁS!! OS FERIDOS EU QUERO LONGE DAQUI NUMA BARRACA DE ENFERMAGEM!! E O PRINCIPAL!! EU QUERO QUE AJAM COMO OS ADULTOS QUE SÃO!! - muitos baixaram a cabeça. - ISSO AQUI É UMA GUERRA!! QUEM ME CONHECE SABE QUE EU ODEIO FAZER USO DA VIOLÊNCIA, O QUE DIRA MATAR!! MAS DO JEITO QUE AS COISAS ESTÃO ANDANDO NÃO TEM JEITO!! - fechou os olhos com força, era uma escolha muito difícil, mas, uma coisa que aprendeu em sua vida como Cavaleiro era que sacrifícios são sempre necessários e, é claro, seu irmão jamais deixaria que ele esquecesse: A necessidade de muitos, supera a necessidade de poucos; ele não podia arriscar o destino do mundo por um punhado de soldados. - EU QUERO QUE ATIREM PARA MATAR!! ESSAS COISAS NÃO SÃO MAIS HOMENS!! E SE QUEREM ACABAR COM ESTA GUERRA... NÃO!! SE QUEREM SOBREVIVER, EU RECOMENDO QUE FAÇAM O QUE EU TÔ FALANDO!!

Shun começou a ouvir palmas e automaticamente virou o rosto na direção do som, encontrando duas figuras negras, uma estava junto ao virginiano mais velho, estava cuidando do ferimento em sua cabeça, e a outra, a que lhe aplaudia, estava sentada no cano de disparo de um dos tanques.

¬ Com um discursos desses eu te seguiria até o Inferno. - comentou a figura sobre o tanque. - Não. Espera. - ela abriu um sorriso irônico, a única coisa que se podia ver de seu rosto devido a franja comprida. - Eu já fiz isso.

O menor olhava as duas figuras atônito, não sabia o que pensar, sua mente estava completamente vazia e nem se quer sabia dizer se estava respirando ou não, sua única preocupação no momento era a presença daquelas duas entidades.

¬ Antes que diga qualquer coisa. - a figura que estava ao lado de Shaka agora estava de pé. - Viemos ajudar. Mas não porque queremos, e sim porque uma criança muito abusada conseguiu a proeza de nos convencer.

¬ Isso! Mas eu não a achei tão abusada, eu até gostei dela. - afirmou a segunda figura. - Agora fecha a boca antes que entre uma mosca. - o menor o fez assim que percebeu que de fato estava de boca aberta, enquanto isso viu a segunda entidade flexionar os joelhos como que para tomar impulso. - Chegou a hora, vamos pro ataque. - ele saltou e ao aterrissar, esmagou um inimigo do outro lado da barreira criada pela corrente do menor.

Ele abaixou o escudo e seguiu aquela figura, algo que antes jamais teria imaginado. Olhou para traz e viu a outra entidade, assim como seus soldados, que recobraram a coragem, e os tanques, que agora passavam por cima de tudo em seu caminho.

Em um piscar de olhos, as duas entidades já estavam lutando ao seu lado.

Catedral de São Basílio, QG Vênus Maxima, Rússia, 03:15

Afrodite estava ofegante enquanto olhava para um espelho d'água, que refletia toda a guerra que ela gerara, todo ódio que ela criara. Observava com atenção a chegada das novas entidades e sentia um verdadeiro medo, há muito esquecido, crescer dentro de si. Ela não conseguia acreditar no que via pelo espelho d'água e nem no que sentia, os cosmos eram mais do que ameaçadores, eram ensandecidos de ódio por ela. Como isso foi possível?! Eles se odiavam! Ela fez com que se odiassem! Como eles podiam estar fazendo isso agora?! Como podiam ter se unido?!

¬ Minha Senhora... - a cor tinha sumido do rosto do Flecha. - Nossas forças...

¬ Eu sei Mars. - cortou a deusa. - Eles estão aqui.

A deusa então voltou a encarar o espelho d'água, vendo toda a chacina que ocorria a poucos metros da catedral, vendo seus peões serem destruídos, seus mais fiéis servos serem torturados até morrer e ouvindo a sinfonia da morte ao longe. Ela não se importava com morte de seus piões ou com a de seus servos, eles sempre poderiam ser substituídos com facilidade, ela nunca ligou para eles, faria de tudo para ganhar aquela guerra e se para isso tivesse que sacrificar todos ao seu redor ela certamente o faria, mas agora ela tinha medo de fazer qualquer coisa.

Ela os temia, e como temia, afinal, a favorita de Zeus e dois dos Três Grandes juntos naquela guerra. Estava começando a temer por seu destino. Os antigos gregos diziam que era mais fácil passar pelo Tártaro, a prisão mais profundo do reino de Hades, do que enfrentar um dos Três Grandes.

Mas agora, a Senhora da Sabedoria, Atena, e seus Cavaleiros se uniram na batalha ao Senhor das Tempestades e o Senhor das Riquezas.

A guerra estava prestes a mudar.


Notas Finais


Quem será? Imagino que vocês já tenham uma ideia de quem seja, mas prefiro acreditar que existe um mistério ;)
E eu avisei que eu ia reformular a fic, mas não se preocupem, logo logo terá caps novos que vocês nunca viram antes :)
Espero que tenham gostado :)


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