História Férias de Verão - Problemas

O caminho até o restaurante foi calmo, mesmo Madara querendo saber o porquê de o sobrinho não ter gostado do outro, ele era tão contagiante. Obito se limitou a falar os motivos do porque não ter gostado do mais velho, não estava nem a fim de assumir a si mesmo. 

- Não vai contar por que? 

- Por que eu não quero 

Balançava sua mão para cima e para baixo a cada palavra dita, estava indignado, ele não podia simplesmente ignorar o fato? Não era tão complicado

- E por que você não quer? 

- Por que não, meu deus! 

O outro colocou a mão no rosto indignado, enquanto o mais novo respirava fundo

Não tinha amor que seria possível de engolir esse ódio que estava sentindo, claro era apenas um pequeno ranço, nada de mais :)

- ... 

- Aliás, o que você quer comer? Eu não conheço restaurantes com paladar infantil 

O outro se sentiu um pouco ofendido com aquilo

- Eu não tenho paladar infantil, podemos ir em qualquer um, não tem problema 

- Mas- 

- Não, só vamos em qualquer um, estou com fome 

- Certo, depois não reclame 

Murmurou baixo, e então seguiu até um restaurante que estava acostumado a ir. 

... 

- Como assim você não gosta de cebola? 

- Não gostando, cebola é horrível! 

Exclamou e o outro suspiro. 

Ele estava em um restaurante consideravelmente bom, e bom... Tudo que tinha uma cara boa, tinha cebola, e o mais novo recusava a comer cebola, porque, segundo a ele, "cebola é péssima, é horrível mastigar aquilo, o gosto pior ainda " Ele disse tudo com o rosto virado

- Obito por favor, eu fico com as cebolas, você não precisa comer, só... 

Suspirou e viu o outro dar uma trégua, o que foi um alívio para o outro 

- Eu quero isso 

Apontou para algo do cardápio 

- Um... Certeza? 

- Certeza, não deve ser tão ruim assim 

- Ok... 

- Podemos pedir milkshake para tomar? Bom... Se tiver... 

Disso sorrindo enquanto fechava suas mãos a frente do rosto, adorável. 

- Claro que podemos

Riu, a dupla personalidade era assustadora, mas ao mesmo tempo... Fofa? Talvez essa seja a palavra. O outro chamou o garçom, e fez os pedidos, deixando bem claro pra eles darem um jeito de fazer um milkshake

- Aliás, podemos ir tomar sorvete depois não? Ou... Comer... Eu não sei, o que você gosta de comer, Mada

- Bo- 

- Já sei! Podemos comer churros, churros e sorvete! 

Mais gritou do que falou. 

- E então podemos voltar para casa e assistir algo, ou jogar! 

Sorriu largamente, a alegria era contagiante 

- Claro... Como quiser princesa 

Escutou o outro rir, mas quando abriu a boca para falar algo a garçonete colocou um copo e os pratos a frente deles

- Oh... Foi rápido, bom... Bom apetite 

Sorriu então pegou a taça de milkshake e tomando um gole consideravelmente grande. O outro ficou um pouco hipnotizado pela cena, o garoto era tão pequeno para a mesa, seus pés nem sequer tocavam o chão, e que para poder ficar certo na mesa, teve que ficar de joelhos na cadeira, era tão adorável... 

- Você pediu batata... Hm... 

O mais velho saiu de seus pensamentos quando viu o mais novo roubar quase toda sua batata e em troca, colocar as cebolas 

- Uma troca justa 

Riu e começou a comer, e o mais velho volto para seus pensamentos, havia perdido a vontade de comer 

- Vovó Chiyo, disse que não podemos desperdiçar comida, Mada 

- Eu sei, mas já vou começar a comer, aliás como vai a escola, você passou o ano né? 

O outro se engasgou um pouco com a comida, aquela pergunta não era para ter acontecido 

- Ah... Eu passei sim, passei 

Riu nervoso, e virou sua atenção a comida novamente

- Não tenho certeza disso... 

- Que isso, óbvio que passei!! Uhn... 

- Você repetiu em qual matéria? 

- Eu estou falando que eu não repeti 

- Matemática? 

- O que? 

- Física? 

O olhar que era lançado para o mais novo era um pouco... Amedrontador

- Tem como parar? 

- Ciência? 

- Ok! Eu reprovei em química, mas foi só isso! 

- Química é fácil

- Você diz isso porque você era ótimo em química! 

Exclamou apontando o indicador para o outro, o acusando 

- Eu não era bom em química, só estudava

- Você está me dizendo que eu não estudo? 

- Não, não é isso, talvez

- Você é chato! 

As pessoas a volta olhavam os dois um pouco incomodadas, ‘por que aquele garoto gritava tanto?? Talvez fosse uma pergunta sem resposta, completa

- Eu não sou chato, eu só estou falando. Aliás, por que você é tão pequeno? 

- Ein, eu não sou pequeno... 

Murmurou baixo enquanto formava um biquinho

- Ah, você é sim

- Olha, a mesa só é grande para mim, certo? 

- A claro! 

Zombou

- Ah, podemos comer bolo? 

- Ahn? 

- É, bolo 

- Você quer comer bolo? 

- Ahn... Quero 

Riu, e então o outro suspirou

- Claro 

- Ótimo! 

Sorriu e voltou a comer, claro que não podia simplesmente dizer não aos pedidos do outro, seu coração era mole de mais 

... 

- Onde vamos? Não é pra lá? 

Indagou segurando a barra blusa do mais velho 

- Eu preciso ir até o carro pegar uma coisa que esqueci, olha, por que não vai até lá sozinho?

- Ah? Mas eu não sei onde é 

- Olha, é só você só precisa ir no outro quarteirão e entrar em uma loja toda colorida, ok? 

- Ahn, certo, não demore 

Sorriu então saiu correndo feliz para o outro lado, o mais velho sorriu e seguiu para o carro, que estava estacionado no estacionamento de restaurante qualquer, e seu sangue gelou quando se lembrou que o moreno não iria lembrar a loja por motivos como, ter umas trezentas lojas de doces, super coloridas, todas chamativas pro outro, com certeza se perderia em meio a tantas lojas

- Merda...

Murmurou e então correu até o carro, e pegou o que tinha para pegar e começou a andar ao outro da rua, por favor que ele não esteja perdido, esse tempo era impossível ele já ter se perdido, ne? 

...

O garoto andava alegre entre as lojas, eram muito coloridas, chegava a arder um pouco os olhos, mas era extremamente e estranhamente perfeitas. Como o mesmo não sabia qual loja deveria estrar, foi pela a qual tinha um cheiro melhor, aliás, cheiros bons significam coisas boas e gostosas (igual você, meu deus, parei), a loja era relativamente grande, as coisas tinham um tom meio rosado, azul e branco, fofo 

Caminhou mais a dentro da loja, sentindo os cheiros dos bolos adentrarem suas narinas, como uma droga viciante, tudo alia tinha um cheiro extremamente forte de doce, claro, várias lojas com doces no mesmo lugar, mas pera... Eles estavam em um lugar calmo a poucos minutos atras, como vieram parar aqui? Isso não tem resposta, simples, ele nem se lembra de onde saíram.

- Olá, precisa de ajuda?

Uma moça com cabelos azuis chegou perto de si com um sorriso enorme no rosto, ela usava uma roupa rosinha clara com roxo, que era, uma saia, que ia pouco atantes das coxas, um ‘tomara que caia’ (não sei é realmente assim, mas eeee) roxo, com alguns desenhos que não se deu o trabalho de descobrir, porque não estava a fim de deixar a moça desconfortável com seu olhar em seus seios, e alias, vestia também um avental branco e rosa claro, com o nome da loja, que havia dois bolsos, e de lá ela tirou bloquinho de notas e uma caneta 

- Ah... Não, não 

Sorriu envergonhado, a mulher era deveras bonita, e o deixava envergonhado apenas com sua presença e o sorriso era tao bonito...

- Tem certeza? vem eu vou te mostrar alguns doces que eu sei que você vai gostar 

Segurou o pulso do menor com delicadeza e o levou para o balcão, que havia uma imensidade de doces, desde bombas de chocolates, sonhos, brigadeiros a bolos enorme com decorações lindas

- Wow...

Os olhos do menino brilharam e expectativas, queria tanto comer aquelas coisas que tinham uma cara tao ótima. Se aproximou um pouco das vitrines, grudando suas mãos no vidro e a ponta do seu nariz, poderia claramente ser comparado com uma criança agora 

- O que vai querer pequeno? 

A mulher estava abaixada perto do outro, com as mãos apoiadas nos joelhos para ser justo 

- Aquelas bombas parecem ser ótimas! 

- Eu vou pegar uma para você, doce de leite ou chocolate? 

A mulher foi andando calmamente para o outro lado 

- Doce de leite! 

Exclamou animado e viu a mulher lhe entregar a bomba de doce leite envolvida em um papel guardanapo 

- Muito obrigada 

Agradeceu e deu uma mordida generosa no doce, e sentiu seu interior explodir com tamanha doçura do doce, mais doce que o comum, e mesmo assim... Era tão bom! 

- Aliás, esse é por conta da casa 

- Hm?

O garoto lhe olhou desentendido e com a boca suja, fazendo a mulher rir 

- Você é pequeno, deve ser uma criança, não acho que teria como pagar, e como eu te achei fofo e gentil vou fazer isso, alias esse é nosso segredo  

A mulher colocou o indicador nos lábios e fez um “shh” baixo, o garoto sentiu seu coração errar uma batida, ela era muito gentil com si 

- Muito... Obrigada 

Sorriu corado

- Ah... Eu tenho que ir! 

- Ah, mas já? 

-É que eu devo estar preocupando uma pessoa, então quero deixa-lo desesperado atras de mim 

Disse envergonhado 

- Certo... Aqui leve isso como um pedido de desculpas para ele 

- Obrigada 

Sorriu alegre e pegou a sacolinha que a mulher lhe estendia, então saiu correndo da loja, agora a questão era, onde ele estava? Não se lembra muito de onde havia se separado dele, então decidiu perguntar para uma pessoa aleatória, mas o problema era... ele não falava inglês... por que ele tinha que morar logo em Las Vegas?? Isso complicava sua vida, se bem que aquela moça... tsk

Deixando essa ideia de lado, ele voltou a andar até um caminho, que julgou ser o certo, e ao meio desse caminho ele acabou esbarrando em alguém, e com o impacto acabou por ir de cara ao chão 

- Aí...

Se ajoelhou e colocou as mãos no rosto, seu rosto estava ardendo, e os doces estava no chão agora, levou suas mãos para as bombas de chocolate para colocá-las na sacola novamente, pelo menos elas estão envolvidas pelo papel e não sujaram.

 Assim que colocou elas novamente na sacolinha, se levantou e então se sentou em um banco que ficava em uma parte mais afastada das pessoas, e ao lado de uma máquina de refrigerantes, era bastante iluminada também, era bonitinha até, mas não tinha dinheiro mesmo, fez um biquinho e virou o rosto para seus pês, mal tocavam o chão, talvez devesse admitir que era baixinho, ou não. 

Colocou a mão na bochecha e massageou, estava doendo um pouco, estava entediado, mas não queria voltar a andar.

- Onde ele está? 

Perguntou a si mesmo e fechou os olhos. Estava um silencio estranho ali, que logo foi preenchido por um barulho de resmungos baixos atras do menor, e o que julgou ser o barulho que a máquina fazia quando se comprava algo, deixou aquilo de lado e continuou com os olhos fechados, aproveitando o vento gélido que fazia seus cabelos balançarem e seu nariz coçar, deixou que um espirro saísse baixo, fazendo o homem que estavam ali olhar para si 

- O-O-Obito? 

Com isso o menino olhou pra si, ele lhe olhava com um olhar desentendido 

- Céus... 

Deixou a latinha e qualquer quanto e foi para a frente do menor, lhe abraçando 

- Eu estava te procurando a um tempão 

- Eu também estava, tio

- Me desculpe 

Disse baixo enquanto apertava mais os braços ao redor do corpo pequeno, e algumas lagrimas de alivio molharam a roupa que o menor usava 

- Pelo o que? 

Perguntou desentendido 

- Eu não devia ter te mandado ir sozinho

- Ah..., mas eu to bem! 

Disse sorrindo, enquanto o outro se afastava um pouco de si, ele agora estava ajoelhado entre suas pernas, segurando as mãos pequenas entre as suas 

- Por que está machucado? 

- Uma pessoa esbarrou em mim e eu acabei caindo no chão 

- Iremos cuidar disso quando chegarmos em casa 

Acariciou as bochechas do garoto e viu seu rosto ficar vermelho, adorável 

- A sim! 

Solta suas mãos das deles e pegou a sacola rosa que estava ao seu lado e lhe entregou 

- Eu conheci uma moça muito bonita em uma loja e ela me deu isso por que me achou fofo, então eu vou te dar como um pedido de desculpas por ter lhe deixado triste e preocupado, e isso não vai mais acontecer, prometo 

Sorriu quando o outro pegou a sacolinha

- Eu devia ter lhe procurado lá antes, teria sido mais rápido 

- Hm? 

- Ah, eu conheço essa loja, eu ia lá as vezes, e pare de ser um pervertido aquela moça namora

Advertiu e viu o garoto ficar mais vermelho ainda 

- Nani?!?! Eu não estava flertando com ela, só achei ela bonita 

Gritou com o outro bem envergonhado 

- Eu duvido muito 

Riu 

- Bom, vamos? 

- Não podemos voltar naquela loja e comprar mais doces? Com direito a caixas de bombom 

- Ahn... Claro 

Sorriu e se levantou com o outro, sinceramente, adorava como o garoto parecia uma criança de 9 anos. Sorte a dele que não sabia as coisas perversas que passavam na pequena cabeça

... 

- Me deixe comer só mais uma! 

Disse todo manhosa enquanto tentava pegar a caixa de bombons que estava pousada na coxa do mais velho

- Obito, essa é a 10° caixa de bombom que você come! 

Viu o outro se levantar do sofá e levar junto seu precioso doce

Eles haviam voltado a pouco tempo, e haviam comprado bastante bombons, o que lhe custava deixar comer apenas mais um? 

- Aliás, vamos dormir, já está tarde 

Disse voltando a sala 

- Não está não 

- São duas da manhã, como não está tarde? 

- Eu costumava a ir dormir as 5 na casa da vovó

- Mas você não está na casa da vovó

Retrucou e viu o outro cruzar os braços, se soubesse que seria tão difícil...

- Se continuar assim não vou te dar os doces amanhã 

- Onde eu irei dormir? 

O garoto mudou sua feição rapidamente e se levantou em um pulo 

- Eu te deixaria dormir na sala, mas eu sou muito bom pra isso 

Pegou o garoto no ombro, como um saco de batatas

- Ei! Me larga! 

O outro lhe ignorou e começou a andar em direção a seu quarto, era assustador lhe ver subindo as escadas sabendo que estava pendurado, dava uma sensação estranha

- Eu vou vomitar se você continuar com isso 

- Não mandei comer uma caixa inteira de bombons

Deu de ombros 

- Eu vou puxar seu cabelo se nn me colocar no chão 

O outro lhe ignorou, então realmente puxou o longo cabelo do outro, que revidou com um tapa em suas coxas, que foi estranhamente bom 

- Você não pode me bater 

- E você não pode puxar meu cabelo 

Deixou o outro no chão, finalmente. Esse lhe fuzilava com os olhos. 

- Vá escovar os dentes para dormir 

O menor revirou os olhos e seguiu para o banheiro, e quando fechou a porta o mais alto finalmente soltou uma risada, que foi ouvida do banheiro, mas ele apenas ignorou 

... 

- Ah... 

Gemeu de alívio assim que se deitou na cama 

- Eu vou dormir com você? 

- Algum problema 

Perguntou sem lhe direcionar o olhar 

- Eu pensei que dormiria sozinho 

- Se você quer dormir sozinho durma no quarto ao lado 

- Certo! Boa noite 

O garoto estava estranhamente animado com a ideia de dormir sozinho, o que deixou Madara um pouco desconfiado, mas deixou isso se lado e foi dormir, seu dia havia sido cheio de mais, estava tão cansado que não tinha cabeça para pensar no que poderia dar de errado 

Já no outro quarto, o garoto olhava as paredes repletas de posters de filmes, cantores, animes... Tudo junto, era bonito, e provavelmente era o quarto de izuna

O garoto passou a mão na bochecha e sentiu a textura do curativo, suspiro e visualizou a cara super concentrada do mais velho enquanto cuidava de si, devia parar de ser tão gay assim 

Correu até a cama e se jogou debaixo dos lençóis, sentindo a textura macia deles, com o cheiro de izuna, já tivera um crush nele quando menor também, tsk, mas sabia que não ia acontecer nada, de jeito nenhum, nem se a terra girasse o contrário, não seria nada além de uma amizade bonita, então não investiu nesse amor não. 

Se arrumou melhor na cama, encontrando a posição perfeita para dormir, que seria todo esparramado na cama, ocupando-a toda, vantagem de dormir sozinho...