História Festival Fera Lunar (Viego e Aphelios) - Capítulo 09 - O lago.

----- 13° dia do Festival.

Pela manhã, Aphelios tentou treinar sua fala, emitindo o som de cada letra, conseguiu rapidamente, mas ainda assim parecia ter um pouco de dificuldade em falar. Faltavam poucos dias para o grande dia esperado do festival, decidiram então retornar ao lago.

-Você gostou desse lugar? Eu não tive tempo de perguntar isso, quer dizer, eu tive, mas... -Ele logo foi interrompido, pela primeira vez, pela voz de Aphelios.

-Sim, eu gostei. Não sabia q-que esse lugar existia p-por aq-qui. -Sua voz estava mais gostosa de se ouvir, mesmo com pequenas travas.

-Está falando melhor?! Ficou em silêncio o caminho inteiro! -Viego fitou ele com o olhar.

-Você não disse n-n-ada. Não s-seria e-eu que dir-ria. -O asiático voltou com um olhar mais cativante para o moreno.

Ele então investiu contra as pernas de Aphelios, lançando-o no lago, os dois tiveram um profundo mergulho. Viego soltou seu corpo, isso fez com que ambos retornassem a superfície.

-Cof...Cof... -Ele tossiu, aparentemente havia engolido um pouco de água. -P-Por que fez is-isso?

-Oh... Me desculpe, era pra ser apenas uma brincadeira. -Seu rosto estava preocupado.

O cabelo do moreno estava em seu rosto, dando uma visão única. Ele olhou para sua jaqueta, começou a tirá-la, em seguida retirou sua camisa térmica. Aphelios não conseguia tirar os olhos dele, era como se estivesse em um transe, cada curva de seus músculos eram bem desenhados, seu abdome definido, qualquer um gostaria de tocar ali, era uma visão sexy. Aphelios se virou ao notar que seu nariz estava sangrando, ele logo limpou com a água.

-Eu deveria ter tirado a minha roupa antes de fazer isso... Aphelios??? -Ele iria se aproximar, achou que o menor estava realmente se engasgando, quando o outro estendeu a mão, para insinuar que estava tudo bem.
 
-E-Estou bem.

-Por que nós não vamos nadar um pouco? Desde o dia que eu vim aqui, eu queria fazer isso, é bem grande, muito bonito também. Não é melhor tirar suas roupas também?

Ruborizado, ele não soube o que responder.

-Não... Não precisa se não quiser.

"Nós somos homens, o que estou pensando... Isso é normal." - Suas mãos foram retirando cada peça de roupa superior de seu corpo.

"Seu corpo é tão pequeno, com aquelas roupas, eu sabia que era." -O olhar do moreno mapeou cada detalhe do corpo dele, desde seus mamilos rosados até seu abdome pouco definido. Ao notar o que ele estava fazendo, antes que Aphelios pudesse perceber, mergulhou, nadando, enquanto passava perto de diversos peixes amarelos cintilantes. 

"Que droga estou pensando, Viego, ele é muito mais novo do que eu.".

-Não sei nadar muito bem, acho que vou ficar na beira... -Aphelios foi até a beira do lado, encostando suas costas no barranco.

-Tudo bem, então acho que vou ficar nessa sozinho.

---- 14° dia do festival

Aparentemente tudo estava pacífico no monte. Um pouco longe de Targon, haviam tendas do exército noxiano. Dentro de uma das tentas estaria Darius, o general, reconhecido por todos no império de noxus. Uma bela mulher adentrou a tenda, seus cabelos eram totalmente verde claros.

-Darius, eu tive uma visão. -Encarava o general que estava com ambas as mãos apoiadas na mesa, observando o mapa impreciso do monte Targon.

-E o que você viu? -Seu olhar era algo amedrontador, mas a ex-sacerdotisa Lunari não se intimidava com alguém como ele.

-Esse é o nosso momento, o momento para atacar, o herói está mais frágil. Aphelios por algum motivo, enfraqueceu seu contato com a irmã.

-Como eu vou saber que não está mentindo?

-Eu quero o fim dos Lunari tanto quanto você. -Ela semicerrou os olhos. -Estou fazendo o meu trabalho, agora é hora de fazer o seu, guerreiro.

-Veja bem como usa as palavras, sacerdotisa. Meu machado adoraria ter seu sangue escorrendo pela sua lâmina.

Ela se calou. Darius reuniu seu exército para subir o Monte.  Se camuflaram no festival, há dias ele estava esperando o momento certo para poder invadir o monte Targon, conhecido por não subestimar inimigos e garantir a vitória noxiana, ele comandava seus veteranos para que juntos, pudessem dominar o monte e matar a profetisa, objetivo cujo outrora seus subordinados falharam em fazer.

-Atentos, quero que vasculhem e vejam quantos guardas há por esse lugar. Aysa disse que agora seria o momento certo de atacar, que o herói do monte estaria vulnerável.

-Sim, senhor! -Disseram se espalhando pela multidão, todos vestiam respectivos trajes do festival.

O monte Targon, dentre de todas as conquistas Noxianas, era um sonho distante, já que ele era difícil de ser escalado, com o tempo isso foi desvendado. Os Lunari eram um povo fraco, com um herói forte, defendido por anos por Aphelios, que conseguiu derrotar diversos Solari, que são seres fortes e herdeiros de uma magia solar arrebatadora. Darius não daria para trás dessa vez, queria levar outra conquista para seu império.

-Vou decepar a sua cabeça, levar de volta comigo a Noxus e empalar em uma lança. -Pensou alto enquanto observou a Anciã sair de um dos templos junto a Aphelios, ambos estavam conversando a caminho do festival.

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-Aphelios, se você acha que essa foi a decisão certa, eu não vejo problemas sobre isso. -A anciã disse enquanto caminhava ao lado dele em passos lerdos.

-Achei que você ficaria irritada comigo, a decisão que eu aceitei.

-Se você se preocupasse mesmo com isso, teria dado um jeito de extrair mais veneno. -Um pequeno sorriso formou-se em seus lábios de forma irônica.

Ele passou a mão no rosto, com certeza não tinha como mentir para ela.

-E-Eu não sei. Me sinto bem assim, e eu tenho medo que em breve tudo volte a ser igual.

-Você me chamou pra conversar sobre isso?

-Não, o Viego... Você acredita que ele é perigoso?

-Perigoso... Hum... Todos nós somos perigosos em algumas ocasiões, difícil de dizer. O que você acha? -Ela se virou olhando com seus olhos baixos e enrugados, deixando ela parecer sábia e fofa.

-Não sei... Ele... Ele não é. -Aphelios ruborizou ao lembrar do sorriso de viego e de seu entusiasmo ao ouvir sua voz.

-Então está resolvido. Tenho que ir, querido, devo abençoar as lanternas no templo, você quer me ajudar?

-Não, anciã, obrigada pelos conselhos.

-Sua irmã adorava me ajudar. Não me agradeça, quem se aconselhou foi você mesmo. -Se despediu com um beijo no rosto de Aphelios, voltou em passos lentos para o templo.

-------- Do outro lado do monte Targon. (Viego.)

Passeou durante um tempo pela floresta ao redor do festival, faziam alguns dias que ele havia sentido uma presença estranha, já havia passado da hora de encontrar Aphelios, mas ele decidiu tirar as conclusões por si próprio. Encontrou algumas pegadas na floresta onde elas não deveriam estar. Seguiu por uma névoa densa, tentando camuflar sua presença, dentro da floresta, ele viu cerca de 13 homens. Aparentemente, o comandante estava falando, pelas suas armaduras ele reconhecia que eram noxianos.

-Amanhã, será o nosso triunfo, conquistaremos o monte, assassinaremos os Lunari, tudo isso, na grande luz da lua, no último dia do festival, antes de subirem as lanternas, eu quero sujá-las com os sangue deles, e observá-las no céu. -Ele sorriu sadicamente. -Não terão sobreviventes. Não cometeremos erros.

-Mas e os Solari???

-Tenho certeza que eles se renderão após nós massacrarmos esses Lunari.

-POR NOXUS!! -Bradaram, eles estavam longe e no meio da floresta, nenhuma outra pessoa além de Viego estaria ouvindo aquilo.

-Senhor! -Outro homem,  magro que  trajava roupas leves, diferente dos outros de armaduras e fantasias de festival, surgiu em meio a floresta.

-Mensageiro de noxus? -O comandante olhou surpreso.

-Precisamos do senhor em noxus, aparentemente estamos sofrendo uma invasão.

-Senhor!!! Temos que retornar!!
 

Ficou pensativo, então bateu seu machado no chão.

-Silêncio. Nós não recuaremos, voltarei para Noxus. Ryo, você vai ficar como comandante deste esquadrão. -Logo ele puxou o homem pela abertura na armadura. -Não retorne a Noxus sem antes ter massacrado todos os Lunari, ou eu mesmo vou executá-lo.

Viego escutou o plano atentamente, memorizou o rosto de cada um dos 14 homens. Ele seria ágil, colocaria o 'seu' plano em prática no dia seguinte, impediria que eles fizessem aquilo, decidiu não encontrar Aphelios naquele dia, descansaria um pouco mais, e também, iria averiguar todo o perímetro do local. Fez questão de checar onde iria ocorrer o lançamento das lanternas. Naquela noite, ele não conseguiu dormir, seus pensamentos giravam ao redor de Aphelios, se sentia preocupado, e pela primeira vez, com medo. Medo de talvez não poder protegê-lo, faria de tudo, tudo o que fosse preciso, prometeu a si mesmo que não falharia.