História Fetiche - Amor é para os fracos!

Eu era como todos esses caras que eu vejo por aí, trouxa, sim, eu já fui doente de amor por uma mulher! Marina era a luz dos meus olhos, a dona dos meus pensamentos, eu nem conseguia respirar longe dela! Logo descobri que ela não sentia o mesmo por mim e foi da pior maneira possível.

Ela tinha manias estranhas tais como tomar banho frio às 6 da manhã e dormir de meia no calor mas a mais estranha certamente era levar o celular a todo lugar, todo mesmo! Pra tomar banho ela embrulhava o aparelho numa toalha e o levava pro banheiro, nunca entendi o motivo, bem, nunca até àquele dia...

Marina estava uma fera por que esquecera de ligar o alarme e acordou atrasada pro seu banho matinal e acabou esquecendo o dito cujo em cima da mesa; eu que nunca fui dessas coisas resolvi mexer por que a droga do celular não parava de apitar, juro que só ia colocar no silencioso, assim que a pessoa desistisse eu mudaria mas o que eu descobri me ferveu o sangue.

-Marina, quem é João Pedro?

-O quê? Ela perguntou sem entender.

-Não se faça de inocente, quem é esse cara?

-Não acredito que você mexeu no meu celular! Ela respondeu já nervosa.

-Desde quando você tem um grupo no whats chamado "As adulteranes"?

-Que é isso amor, foi só brincadeira de uma amiga...

-Ah é, então essas mensagens aqui também foram brincadeira?

-Quais mensagens, vida? Ela falou fazendo aquele beicinho que sempre me derretia mas não iria funcionar, não daquela vez!

"Quando o trouxa do seu marido vai viajar? Não quero levar um tiro, ha-ha."

"Que tiro, que nada! Ele é bem capaz de se matar, chorar, encher a cara, aquele não mata nem as baratas da cozinha!"

"Cê é louca mesmo, uma dia ele descobre e aí já viu, não vou aí juntar o corpo, ha-ha."

"Besta, ele não vai descobrir, levo o celular pro banho enquanto ele dorme, só pra isso ele presta."

"Então, usa aquele roupão vermelho sem nada por baixo que hoje eu tô com pressa."

"Vou te encontrar toda molhadinha..."

Tinha muita coisa, ela tirou print de tudo e arquivou numa pasta chamada: "Meu gostoso", claro que eu pensei que o gostoso no caso seria eu... Tinha mensagem salva do ano passado, ela me traía há um ano, durante as frequentes viagens que eu fazia a trabalho mas o pior nem era isso, eu conhecia o desgraçado, era meu vizinho, devia quebrar a cara dele mas a vadia da história era ela, maldita!

Ela chorou, ela implorou... Disse se tratar de uma brincadeira de mau gosto, que ela nunca faria aquilo comigo, que a mensagem que acabara de chegar sobre "o marido trouxa" era algo inocente, uma aposta boba do grupo do trabalho...

-Você tá me achando com cara de palhaço, Marina? Pois o trouxa aqui já cansou dessa vida de trouxisse, você tem 24 horas pra dar o fora daqui, vou encher a cara como disse mas nem ouse estar aqui quando eu voltar, sou capaz de fazer uma besteira!

-Thoso, por favor, me perdoa por um momento meu de fraqueza, todo mundo erra, eu tô muito arrependida...

-CALA A BOCA, VADIA! 

-Amor, não faz assim...

-Se eu tiver que ouvir sua voz de novo, juro que seu amante vai mesmo ter que vir juntar seu corpo, suma da minha vida, agora!

E foi assim que eu descobri que essa história de amor é para os fracos; nunca mais vou me fazer de trouxa de novo! Saio pelas baladas e pego geral, posso pegar quem eu quiser e onde quiser, sem essa de flores, jantar, nada dessas bobagens! Se der mole na minha frente eu pego mesmo e se uma ou outra me procura eu dou no pé, não quero mulher me enchendo o saco...

E por falar em mulher, aquela do consultório tá querendo muito me dar, sério, tive que me segurar pra não avançar nela ali mesmo! Se não fosse um maldito canal marcado pro mesmo dia eu juro que ela não me escapava; se bem que daqui há seis meses ela volta, se é diversão que ela quer, isso eu tenho de sobra.